Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte
Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte
Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte
E-book491 páginas5 horas

Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Neste livro “Preparando-se para o paraíso aceitando a morte”, afirmando que a vida é o sopro de Deus em nós. Ela não termina porque o sopro de Deus não termina, mas nos transforma e confere o direito de viver com alegria. A dor da separação por quem morre é exatamente porque sentimos cortar a alegria dessa comunicação de vida que circula entre nós em dar e receber. Por isso pessoas queridas, de qualquer idade ou relação, quando morrem, parece que nos deixam um vazio. É quando a gente precisa lembrar do segredo de Deus em nós. Essas pessoas continuam conosco em todo dinamismo de vida que nos transmitiram. Então levante a cabeça e valorize mais essa presença do que a separação. Vamos meditar que quem já partiu nos deixa ajudas, exemplo, sabedoria. E nos entreveros da vida de tanta dor e desigualdade vamos curtindo a memória do quanto recebemos e o que podemos fazer para que a história de Deus aconteça em cada um de nós. Talvez você esteja passando por algum processo de luto, ou já tenha sofrido em algum momento da vida com a perda de alguém, ou quem sabe você seja uma daquelas pessoas que preferem nem tocar no assunto, pois teme que um dia isso aconteça com você e por medo de não saber lidar com o assunto acaba deixando de lado. Talvez por termos esse tabu não sabemos como lidar quando a morte chega, ficamos perdidos, perplexos, sem saber o que fazer. Falar de morte não é algo comum. Costumamos pensar na vida somente como planos, sonhos, conquistas, perspectivas, chegadas, etc., e anulamos o fato da finitude, da partida, das perdas do fim, ou seja, da morte que também é parte do ciclo da vida. É importante ressaltar que falar no assunto é fundamental para entendermos e sabermos como lidar de forma mais ajustada quando este chegar. Então para entender mais sobre esse processo é preciso definir bem o que significa a palavra luto. Para nos ajudar no caminho rumo à eternidade, vamos estudar, meditar e contemplar a espiritualidade Inaciana que enraíza-se na experiência de Santo Inácio e nos seus Exercícios Espirituais. O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além de do ministério da Palavra é coordenador do setor pré-matrimonial da pastoral familiar e orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de dez. de 2021
Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte

Leia mais títulos de Saluar Antonio Magni

Relacionado a Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte

Ebooks relacionados

Cristianismo para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Preparando-se Para O Paraíso Aceitando A Morte - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 5

    CAPÍTULO 1 O CÉU, A MORTE, O PURGATÓRIO, O

    INFERNO... O QUE SÃO OS 'NOVÍSSIMOS'? 14

    CAPÍTULO 2 O LUTO E AS SUAS FASES 22

    CAPÍTULO 3 MEIOS DE PREPARAR-SE PARA O

    ENCONTRO DEFINITIVO 29

    CAPÍTULO 4 APÓS A MORTE A RESSURREIÇÃO 48

    CAPÍTULO 5 A GRANDE ORAÇÃO DE AÇÃO DE

    GRAÇAS: NOSSA PARTICIPAÇÃO PLENA DA SANTA

    MISSA 57

    CAPÍTULO 6 APRENDENDO A CONTEMPLAR NOSSO

    CAMINHO PARA O PARAÍSO 91

    CAPÍTULO 7 QUAL É O PLANO DE DEUS PARA NÓS? 111

    CAPÍTULO

    8

    COMO

    DISCERNIR

    OS

    NOSSOS

    SENTIMENTOS NO CAMINHO PARA A ETERNIDADE? 121

    CAPÍTULO 9 O PECADO COMO REALIDADE QUE NOS

    DESVIA DO CAMINHO PARA DEUS 129

    CAPÍTULO 10 CONTEMPLANDO A VIDA DE JESUS 162

    CAPÍTULO 11 O AMOR DE DEUS SE ENCARNA 171

    CAPÍTULO 11 CONFIRMAÇÃO DA ELEIÇÃO OU PROJETO

    DE VIDA NA PAIXÃO E RESSURREIÇÃO E CRISTO 221

    CONCLUSÃO 264

    BIBLIOGRAFIA 270

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 271

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Ao padre Geraldo de almeida Sampaio, nosso professor na especialização em mariologia que fizemos aqui na arquidiocese de aparecida. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, em fim, vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    3

    INTRODUÇÃO

    Quero iniciar este livro Preparando-se para o paraíso aceitando a morte, afirmando que a vida é o sopro de Deus em nós. Ela não termina porque o sopro de Deus não termina, mas nos transforma e confere o direito de viver com alegria.

    É que a história de nossa vida é antes de tudo uma história sempre original de Deus em nós, conforme as situações concretas que enfrentamos. Mas há um segredo de Deus em tudo isso: seremos história de Deus ao doar, de algum jeito, desde a infância, um pouco da nossa vida para os outros, pois as coisas que não conseguimos doar de algum modo nos possuem. Assim, todos temos muito uns dos outros.

    A dor da separação por quem morre é exatamente porque sentimos cortar a alegria dessa comunicação de vida que circula entre nós em dar e receber. Por isso pessoas queridas, de qualquer idade ou relação, quando morrem, parece que nos deixam um vazio. É quando a gente precisa lembrar do segredo de Deus em nós. Essas pessoas continuam conosco em todo dinamismo de vida que nos transmitiram. Então levante a cabeça e valorize mais essa presença do que a separação.

    Quem já partiu nos deixa ajudas, exemplo, sabedoria. E nos entreveros da vida de tanta dor e desigualdade vamos curtindo a memória do quanto recebemos e o que podemos fazer para que a história de Deus aconteça em cada um de nós. Talvez você esteja passando por algum processo de luto, ou já tenha sofrido em algum momento da vida com a perda de alguém, ou quem sabe você seja uma daquelas pessoas que preferem nem tocar no assunto, pois teme que um dia isso aconteça com você e por medo de não saber lidar com o assunto acaba deixando de lado. Talvez por termos esse tabu não sabemos como lidar quando a morte chega, ficamos perdidos, perplexos, sem saber o que fazer.

    Falar de morte não é algo comum. Costumamos pensar na vida somente como planos, sonhos, conquistas, perspectivas, chegadas, etc., e anulamos o fato da finitude, da partida, das perdas do fim, ou seja, da morte que também é parte do ciclo da vida.

    4

    É importante ressaltar que falar no assunto é fundamental para entendermos e sabermos como lidar de forma mais ajustada quando este chegar. Então para entender mais sobre esse processo é preciso definir bem o que significa a palavra luto. Luto vem do Latim lucto e significa um sentimento profundo de tristeza e pesar pela morte de alguém.

    Para a psicologia o luto está ligado aos processos que envolvem perdas em diversos contextos e podem ser muito mais abrangentes, porém vamos focar na definição geral da palavra relacionada à morte. Em nossa cultura ninguém é preparado para vivenciar os processos de perda, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde estaremos diante desta situação. O certo é que luto, morte e perda é assunto que pouco se fala.

    Desde cedo aprendemos que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Não necessariamente tudo ocorre nessa ordem. O certo é que ao nascer uma vida a certeza que se tem é que esta se findará. Muito embora todos saibam deste fato, ninguém busca informações que o ajudem a entender o processo de luto, para saberem lidar de forma adequada com esse momento de dor, sem grandes prejuízos.

    Quando pensamos na vida o que vem à mente é sempre as alegrias, as conquistas, os projetos, estudos, trabalhos, vitórias, felicidade, etc. e esquecemos que nem tudo são flores, aliás que as flores também podem ter espinhos e estes podem machucar, deixar marcas de feridas cujas cicatrizes sempre vão estar ali. Talvez por isso tenhamos tanta dificuldade quando em fim a dor da perda vem nos afligir.

    O que fazer quando a morte leva aqueles a quem amamos?

    Bem neste livro iremos mostrar que não existe fórmula mágica para dizer exatamente como vamos passar por esse momento de maneira mais adaptativa, não há como prevê as reações se vamos chorar, desesperar, sentir raiva, remorso, culpa, etc. porque tudo depende da forma como ocorreu a situação.

    Cada um vivencia o luto de acordo com sua personalidade, com suas percepções, resiliência, estratégias de enfrentamento, e de acordo com o significado que se atribui a pessoa que se foi, isso 5

    é individual, é único para cada pessoa. Traçando um paralelo entre o início e o fim da vida, podemos chegar à seguinte conclusão: assim como quando uma pessoa nasce nos adaptamos a esse novo ser que será somado e integrado a nossa existência, não sabemos o que esperar, como agir e assim vamos aprendendo a conta de mais um, com a morte também passamos por um novo processo de readaptação, quando ela chega precisamos aprender a subtrair e viver com esta conta de um menos.

    E ao contrário do nascer que não temos a mínima noção do que virá o morrer nos traz oportunidades de refletirmos, melhorarmos, reinventarmos, e de trazer a memória as boas recordações, lições de tudo o que vivemos com aquela pessoa que partiu. Saber aceitar e conviver com a morte também faz parte do processo de amadurecimento que mais cedo ou mais tarde cada um precisará enfrentar.

    A morte causa uma dor irreparável, é como se fosse uma ferida profunda que se abre no peito e leva um tempo para cicatrizar, e este tempo varia de pessoa para pessoa, das estratégias de enfrentamento, da resiliência, do modo como encara o fato, etc., a certeza que se tem diante desse ferimento é que ele cicatriza, e essa cicatriz sempre vai trazer a lembrança que alguém especial esteve ali. O processo de luto é inevitável, porque faz parte da vida, a saudade pela perda vai sempre existir, mas cada um precisa buscar se reorganizar e manter um bom ajustamento para se readaptar à nova situação e continuar a sua vida.

    Eis aqui uma descrição para se chegar à salvação. Jesus a chama de porta estreita. Existe uma porta que nos leva ao perdão, à paz com Deus e ao céu. Quem entrar por essa porta será salvo. Com grande certeza, essa porta nunca foi tão necessária quanto hoje. O pecado é uma montanha enorme entre o homem e Deus. Como a escalará o homem? O pecado é uma parede altíssima entre o homem e Deus. Como passará o homem por ela?

    Com base na afirmativa de que ser um bom cristão é uma luta diária. Considero, como aprendi no cursilho e confirmei em minha vida: o tripé Oração, Estudo e Ação Apostólica. Buscando usar a máxima de Santo Inácio de Loyola: "em tudo amar e servir para 6

    a maior glória de Deus". Novo convertido ou não, todo cristão verdadeiro precisa crescer no conhecimento de Jesus Cristo, a fim de desenvolver as características do verdadeiro cristianismo. É

    urgente que aprendamos mais da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo hoje em dia, pois infelizmente muitos falsos cristãos tem surgido, enquanto isso muitos outros não estão amadurecendo na vida cristã, e por isso não dando frutos com esmero no reino de Deus. É quase impossível ser um cristão ideal.

    Mas um cristão melhor! Esse deve ser o objetivo de todo aquele que crê em Cristo. Mas como se faz isso? Trabalhando em si mesmo, melhorando sua comunidade inteira e colocando ênfase na sua fé, você pode ser o tipo de cristão que inspira todo mundo ao seu redor.

    Nestes estudos sobre morte, luto, o amor, e o pecado, claro que teremos oração, contemplação e meditação, e especialmente de cura interior. Mas, na verdade os verdadeiros cristãos não precisam ser cobrados a obedecer as Escrituras Sagradas, pois por amor ao Senhor Jesus estes leem, estudam de boa vontade e com alegria obedecem. Veremos que cada espiritualidade, ou carisma tem a sua maneira de rezar, uns contemplativamente, outros na leitura orante, mas todos na busca de se encontrar com Deus Criador, Seu filho Salvador e do Espírito Santo orientador e que nos dá ardor para sempre e cada vez mais buscar fazer a vontade de Deus!

    Um dia destes um amigo me perguntou porque eu estava escrevendo, o que havia me motivado a escrever. Na hora fiquei um pouco chateado pela pergunta, mas logo veio a resposta em meu coração: estou escrevendo para levar os outros a não errarem como eu errei até hoje!

    Minha vida profissional na Força Aérea e na indústria, como um profissional de engenharia de manutenção e segurança de voo e de segurança no trabalho, me fizeram aprender uma regra: existem duas maneiras de aprender: errando ou vendo os outros errarem, isso é aprendendo com o erro dos outros. Quando acontece um problema, um desacerto pessoal ou familiar, ou mesmo um acidente, a resposta que muitas vezes escutamos, ou até damos é: o que eu tenho com 7

    isso! É amigo, talvez esta seja sua resposta. Por causa de uma resposta como esta, já aconteceram muitos problemas e acidentes, muitas vidas foram perdidas e com certeza enormes foram os prejuízos. As pessoas ainda reagem ao termo segurança, associando-o com palavras de sentido negativista ou restritivo, tais como: não entre n’água você pode afogar-se, pare, fique quieto, não faça isso, é muito perigoso, e tantas outras.

    Todas essas imposições são limitações que se tornam inaceitáveis por serem contrárias ao natural desejo do homem, causando traumas ou fortes reações de oposição. Mas veja bem amigo, há sempre uma perspectiva adequada para realizar-se uma tarefa ou tomarmos uma atitude de forma mais segura e eficiente.

    Podemos correr, subir e nadar, falar e agir sob condições de menor riscos, traumas, atitudes ou perigos. A conscientização de como somos limitados, de características, tipos de personalidade e temperamentos diferentes, certamente ajudará a que você tome decisões seguras e sensatas, evitando, ou ajudando a evitar problemas, situações difíceis, tanto pessoais, como familiares e até acidentes.

    Nestes anos tenho aprendido que nós somos responsáveis por tudo que acontece à nossa volta. Através dos nossos pensamentos, emoções e palavras, criamos situações ao longo de nossas vidas que poderão ser destrutivas ou construtivas. Todos os acontecimentos em nossas vidas até o momento em que nos encontramos foram criados por nossos pensamentos e crenças que tivemos no passado, pensamentos estes que usamos ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado e durante toda nossa vida. O que passou não pode ser modificado, mas, o importante é o que estamos escolhendo pensar agora, porque o pensamento sim pode ser modificado, pois todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade.

    Muitos vivem irados, com raiva, e essa atitude é um dos maiores empecilhos para atingirmos o estado de liberdade interior, que é onde reside a felicidade. A raiva é tida como a mais hedionda das emoções, ela perturba nosso discernimento, nos causa desconforto e consegue devastar nossos relacionamentos pessoais 8

    com a força de um furacão, que põe abaixo ou pelos ares tudo que se interpõe à sua passagem. Estudos comprovam que a raiva, a fúria e a hostilidade são prejudiciais ao sistema cardiovascular, causando aumento de colesterol, de pressão alta e até de mortes prematuras.

    Muitas pessoas têm ânimo instável e atuam

    impulsivamente, duvidando de sua identidade e sofrendo explosões de violência contra ela mesma e contra os demais. Essas pessoas padecem de um transtorno que conduz ao abatimento e desesperança, caracterizada pela instabilidade emocional. Sem conseguir se controlar contra o abandono, ataques de ira, sensação de vazio interior e impetuosidade. Suas relações, seu sentido de si mesmo e o seu ânimo, se tornam muito instáveis. Muitos têm impulsos de gastar, ter relações sexuais abusivas e descontroladas, abusar de substâncias e comidas ou dirigir de forma temerária e incontrolável. Suas possibilidades de continuar estudando, ter um emprego ou estabelecer uma relação sentimental, casamento ou namoro se tornam difíceis. Essas pessoas tendem a experimentar longos períodos de abatimento e desilusão, interrompidos às vezes por breves episódios de irritabilidade, atos de autodestruição e cólera impulsiva. Estes estados de ânimo costumam ser imprevisível e parecem ser desencadeados menos por fatos externos do que por fatores internos da pessoa

    Fique certo caro amigo, pois estes sentimentos destrutivos quando brotam dentro de nós, acabam nos dominando de tal forma que destroem nossa paz mental e por isso são corretamente considerados como os nossos inimigos internos. Esses nossos inimigos internos só têm uma função, a de nos destruir e muitas vezes envolver também quem está a nossa volta, especialmente nossos familiares e amigos, exatamente os que mais amamos ou que deveríamos amar. Nossa presença de espírito e nossa sabedoria desaparecem, sentimos uma ansiedade que nos sufoca. Acabamos perdendo a capacidade de distinguir o que é certo ou errado, e aí, somos lançados num estado de confusão tamanha que agrava ainda mais nossos problemas e dificuldades. Você já deve ter percebido que quando isto acontece nossa tensão tende a aumentar, nosso 9

    nervosismo e nossa fisionomia também se transformam, e emanamos, desprendemos uma vibração tão hostil que todos se afastam. Até os nossos animais de estimação, como o gato ou cachorro, podendo mesmo nos transformar em autores ou vítimas de crimes hediondos contra pessoas próximas, ou mesmo contra nosso próprio ser.

    Quantos suicídios e vidas autodestruídas eu tenho visto nestes últimos anos. Quantas tristezas geram! Casais se separam de uma união que deveria ser indissolúvel, filhos matam pais, pais matam filhos, amigos se distanciam, pessoas perdem o emprego.

    Quanta angústia e desolação!

    A ira, a raiva, a depressão, o mau humor constante, a indolência e muitos outros problemas. São todos inimigos tão poderosos, que podem ficar atuando somente por instantes ou passar de geração para geração. Em alguns casos temos até raiva de pessoas que já faleceram há muito tempo, e assim o inimigo interno continua ativo com toda a sua força. Em outros casos mantemos raiva por desastres financeiros ou relacionamentos que já acabou há muito tempo.

    Francamente caros amigos, eu já passei por muito disso, e ainda hoje luto contra minhas instabilidades, temperamento difícil, impaciência e intolerância. Porém tenho descoberto, juntamente com minha querida esposa, que todos estes sentimentos podem ser construtivos, quando os utilizamos para detectar o que está dentro de nós como inimigos e com isso enxergar nossos egoísmos, nossas críticas, nossas lamentações, nossa falta de fé, ou sentimentos de culpar os outros por nossas mazelas, etc.

    Por mais de 20 anos fui instrutor e chefe de ensino na maior escola de aeronáutica da américa latina: a escola de Especialistas da Aeronáutica, como engenheiro de voo dava instrução de voo e controle de manutenção aeronáutica e segurança de voo, como já falei anteriormente, pois sempre fui agente do CENIPA, que é o Centro Nacional de Segurança de Voo. Mas como era uma Escola tinha as funções de planejamento e avaliação que me obrigaram, além da engenharia, administração e economia, entender de psicopedagogia. Para poder chefiar a área 10

    de psicopedagogia tive de fazer um curso de pedagogia, na Universidade da Força Aérea, com ênfase na psicopedagogia, para poder ajudar os alunos a escolherem suas profissões, nas 28

    especialidades que a escola oferecia. Além de ajudá-los nos problemas ligados a aprendizado e dificuldades de aprendizado.

    Nesta época, também minha filha resolveu fazer a faculdade de psicologia e eu estudava com ela todos os livros nesta área, o que me ajudou a conhecer um pouco do que iremos discutir e refletir neste livro.

    Temos aprendido que devemos usar a força das nossas emoções para destruir os maus sentimentos que habitam em nossa alma e impedem que nossa vida, e a de todos aqueles que dela participam desfrutem de alegria, paz e amor. Para conseguirmos dominar esses inimigos internos, temos descoberto algumas ferramentas que são acessíveis a cada um de nós, basta força de vontade e perseverança em aplicá-los e transformarmos para melhor, nossas vidas e a vida daqueles com os quais convivemos.

    É destas ferramentas que iremos desenvolver nossos estudos e reflexões

    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de como se encontrar com Deus através da oração e do discernimento diário. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor. E assim sermos bons cristãos e discípulos missionários de Jesus Cristo!

    No próximo capítulo veremos que o Livro do Eclesiástico contém um conselho fundamental para nossa salvação: "Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás (Ecl.

    7, 40). Assim se recordamos sempre da morte, do juízo, do céu e do inferno, jamais pecaremos. A exigência do Evangelho deve, portanto, questionar-nos se a vida que levamos, verdadeiramente, forma-nos e prepara para as diversas portas estreitas da vida, 11

    inclusive, para a porta estreita, por excelência, que é o julgamento final. É muito significativo e profundo o fato de Jesus afirmar que muitos tentarão e não conseguirão entrar. Então, acredito que todos nós, em algum momento, já tenha feito a si mesmo estas perguntas: Será que eu sei ser cristão? Como eu vivo meu ser cristão? O que é ser filho de Deus?. Se você já se fez essas perguntas, não pense que está errado ou que isso é um problema.

    Pois, vejo, por trás desses questionamentos, alguém preocupado com a vida espiritual e com o relacionamento com Deus.

    12

    CAPÍTULO 1 O CÉU, A MORTE, O PURGATÓRIO, O

    INFERNO... O QUE SÃO OS 'NOVÍSSIMOS'?

    Nos Livros Santos chamam-se Novíssimos às coisas que sucederão ao homem no fim da vida: a morte, o juízo, o destino eterno: o céu ou o inferno. A Igreja apresenta-os de modo especial durante o mês de novembro. Através da liturgia, convidam-se os cristãos a meditar nestas realidades.

    O Livro do Eclesiástico contém um conselho fundamental para nossa salvação: "Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e jamais pecarás (Ecl. 7, 40). Assim se recordamos sempre da morte, do juízo, do céu e do inferno jamais pecaremos.

    Se o mundo anda tão mal, é porque pouco se medita ou mesmo não se cogita seriamente sobre os Novíssimos. Os Santos, no entanto, não só os tinham sempre presentes, mas também pregavam sobre eles aos outros. Um deles foi o grande Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja e grande moralista.

    Aos 22 anos, formado em Direito Civil e Canônico e um dos mais promissores advogados de Nápoles, tudo abandonou, após um lapso involuntário na defesa de uma causa judicial, para entregar-se às pregações populares. Fundou a Congregação do Santíssimo Redentor e escreveu inúmeras obras. É de sua famosa Preparação para a Morte que extraímos trechos que versam sobre os Novíssimos, começando com a morte:

    Considerai que sois pó, e que em pó vos haveis de tornar-se. Virá um dia em que morrereis e sereis lançado à podridão num fosso, onde o vosso único vestido serão os vermes. Tal é a sorte reservada a todos os homens, aos nobres e aos plebeus, aos príncipes e aos vassalos. Logo que a alma saia do corpo com o último suspiro, dirigir-se-á à eternidade e o corpo deverá reduzir-se a pó. Imaginai que estais vendo uma pessoa que acaba de exalar o último suspiro; considerai esse cadáver deitado ainda no leito, com a cabeça pendida sobre o peito, os cabelos em desalinho banhados ainda nos suores da morte, os olhos encovados, as faces descarnadas, o rosto acinzentado, a língua e os lábios cor de ferro… o corpo frio e pesado. Empalidece e treme quem quer que 13

    o vê. Quantas pessoas, à vista de um parente ou de um amigo morto, não mudaram de vida e não deixaram o mundo!

    Mais horrível ainda é o cadáver quando principia a corromper-se. Há apenas 24 horas que esse moço morreu, e já o mau cheiro se começa a sentir. É preciso abrir as janelas e queimar incenso; é preciso quanto antes enviar esse corpo à igreja e entregá-lo à terra, com receio de que venha a infeccionar toda a casa. ….

    No que se tornou esse orgulhoso, esse dissoluto! Ainda há pouco acolhido e desejado nas sociedades, agora objeto de horror e de desgosto para quem o vê! …. Há bem poucos instantes ainda, não se falava senão do seu espírito, da sua polidez, das suas belas maneiras, dos seus bons ditos; mas apenas está morto, já se perdeu a lembrança de tudo isto. Pensai bem que, assim como vós fizestes na morte dos vossos amigos, assim os outros agirão convosco. Os vivos entram para aparecer por sua vez na cena, ocupando os bens e os lugares dos mortos, e destes já não se faz ou quase não se faz caso ou menção!

    Na morte é preciso deixar tudo. O irmão de Tomás de Kempis, esse grande servo de Deus, felicitava-se por ter construído uma casa magnífica. Houve porém um amigo que lhe notou um defeito. ‘Onde está?’ – perguntou ele. Respondeu-lhe o amigo: ‘O

    defeito que lhe acho é terdes vós mandado construir nela uma porta’. ‘O quê! Uma porta? Pois isso é defeito?’. ‘Sim – acrescentou o amigo – porque um dia, por essa porta, devereis sair sem vida, e assim deixar a casa e tudo o mais’.

    Bem até agora falamos sobre o primeiro novíssimo, a Morte, agora vamos iniciar sobre o segundo novíssimo: o Juízo: Do Juízo Particular, a alma culpada diante do Juiz. É

    sentimento comum entre os teólogos que o Juízo particular se faz logo que o homem expira, e que no próprio lugar onde a alma se separa do corpo, aí é julgada por Jesus Cristo, que não manda ninguém em seu lugar, mas vem Ele mesmo para este fim.

    A sua vinda, diz Santo Agostinho, é motivo de alegria para o fiel e de terror para o ímpio. Qual não será o espanto daquele que, vendo pela primeira vez o seu Redentor, o vir indignado! Esta ideia causava tal estremecimento ao Padre Luís Dupont, que fazia 14

    tremer consigo a cela. O venerável Padre Juvenal Aucina, ouvindo cantar o Dies Irae (Dia da Ira), pensou no terror que se lhe havia de apoderar da alma quando se apresentasse no dia do Juízo, e resolveu deixar o mundo, o que efetivamente fez. O aspecto do Juiz indignado será o anúncio da condenação. Segundo São Bernardo, será então mais duro sofrimento para a alma ver Jesus Cristo indignado do que estar no inferno.

    Considerai a Acusação e o Exame. Haverá dois livros: o Evangelho e a Consciência. No Evangelho ler-se-á o que o culpado devia fazer; na Consciência, o que tiver feito. Na balança da divina justiça não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas sim, somente as obras. Diz Daniel: Fostes pesado e achado demasiadamente leve. Vejamos o comentário do Padre Alvarez: Não é ouro nem o poder do rei que está na balança, mas unicamente sua pessoa.

    Virão então os acusadores, e em primeiro lugar o demônio, diz Santo Agostinho. Representará as obrigações em que não nos empenhamos e que deixamos de cumprir, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e o lugar em que as cometemos. Deus porá novamente diante dos olhos do pecador os exemplos dos santos, todas as luzes e inspirações com que o favoreceu durante a vida e, além disso, todos os anos que lhe foram concedidos para que os empregasse na prática do bem. Tereis, pois, de dar conta até de cada olhar, diz Santo Anselmo. Assim como se funde o ouro para o separar das escórias, assim são examinadas as boas obras, as confissões, as comunhões etc.

    É bom ser Justo, pois o justo experimenta, ao morrer, um degustar da alegria celestial. Com que alegria não recebe a morte o que se acha na graça de Deus e cedo espera ver Jesus Cristo e ouvir-lhe dizer: Bom e fiel servo, recebe hoje a tua recompensa; entra por toda a eternidade na alegria do teu Senhor! Que consolação não darão então as penitências, as orações, o desprendimento dos bens terrestres e tudo o que se tiver feito em nome de Deus!

    Gozará então, o que tiver amado a Deus, o fruto de todas as suas obras.

    15

    Persuadido desta verdade, o padre Hipólito Durazzo, da Companhia de Jesus, longe de chorar, mostrava-se alegre todas as vezes que morria algum religioso seu amigo com sinais de salvação.

    Que absurdo – diz São João Crisóstomo – seria não acreditar na existência do paraíso eterno e chorar o que para ele se dirige. Que consolação então nos dá especialmente a lembrança das homenagens prestadas à Mãe de Deus! – tais como rosários, visitas, jejuns do sábado e congregações frequentadas em honra sua. Virgo Fidelis se chama a Maria, e como Ela é fiel em consolar nos últimos momentos os seus servos fiéis! Um piedoso servo da Santa Virgem dizia ao morrer: ‘Se soubésseis o contentamento que, próximo da morte, sentimos na alma por termos procurado servir bem à Santíssima Mãe de Deus durante a nossa vida, ficaríeis admirados e consolados. Eu não posso significar a alegria do coração no momento em que me estais vendo’.

    Que alegria também para o que amou a Jesus Cristo, e muitas vezes O visitou no Santíssimo Sacramento e O recebeu na Santa Comunhão, ver entrar no quarto seu Senhor que vem em Viático, para o acompanhar na passagem para a outra vida! Feliz então o que lhe puder dizer como São Felipe Nery: ‘Eis aqui o amor do meu coração, eis aqui o meu amor; dai-me o meu amor!’.

    Dirá todavia alguém com receio: ‘Quem sabe a sorte que me está reservada? Quem sabe se por fim terei má morte?’ – A quem fala desta maneira, faço apenas uma simples pergunta: O que é que torna a morte má? O pecado, só o pecado. Logo, é preciso receá-lo unicamente, e não a morte, diz Santo Ambrósio. Quereis não recear a morte? Vivei bem.

    O Pe. de la Colombière (Serm. 50) tinha por moralmente impossível que pudesse padecer morte má o que foi fiel a Deus durante a vida. É o que já tinha dito Santo Agostinho. O que está preparado para morrer não receia a morte, qualquer que seja, ainda que venha de improviso. E como só podemos gozar a Deus por meio da morte, aconselha São Crisóstomo que de bom coração ofereçamos a Deus este sacrifício necessário. Compreenda-se bem que aquele que oferece a Deus a sua morte pratica para com Ele o ato de amor mais perfeito possível, pois que, abraçando de bom 16

    coração esta morte que agrada a Deus, no tempo e do modo que Deus quer, torna-se semelhante aos Santos

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1