Da educação que ama ao amor que educa: Sensibilizar os conhecimentos e esclarecer os afetos para construir um mundo melhor
De César Nunes
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Da educação que ama ao amor que educa - César Nunes
Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural
© 2023 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
Elaborado por Lucio Feitosa - CRB-8/8803
Índice para catálogo sistemático:
1. Educação 370
2. Educação 370
Versão digital publicada em 2023
www.cirandacultural.com.br
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Dedicatória
Dedico este livro ao meu neto Otávio e à minha neta Clara Maria, pela pulsão de vida que desencadearam em minha alma e na alma corajosa e valente de minha companheira de quarenta anos, Cleide Nunes.
A ela igualmente dedico esse ramalhete de crônicas. Se somos imortais nos filhos, somos divinizados quando chegam os netos e as netas. Este livro é uma das mensagens que quero lhes deixar para a plenitude de suas existências. A vida é nossa maior riqueza, a única…
Sumário
Prazer em conhecer…
Sonhos e sonhares sem tamanho
A arte de aprender brincando e de brincar aprendendo
Cultivar as flores e os jardins para andar por eles
Comer juntos, digerir as tristezas e nutrir os projetos comuns
A prática de aprender, devagar e sempre
Et spes nostra salve – salvar as nossas esperanças
Toda Criança Aprende – aprender é existir
Conversas sinceras entre famílias e escolas
A educação afetiva e a ética da convivência amorosa
Educar para as virtudes, pelo exemplo que arrasta
A educação como primeiro direito humano
A dimensão pública coletiva e a necessidade da elevação estética da privacidade de cada pessoa
A cultura é que nos faz humanos, a cultura nos humaniza
O primeiro passo, na direção certa, já é a metade do caminho!
Decifra-me ou te devoro
Começar sempre
Minhas almas tantas
Recuperar o sentido de 8 de março: a dignidade da mulher
Hoje é domingo, dia de esticar os horizontes da alma
Uma crônica para Rubem Alves, esticador de horizontes!
Para onde caminhamos?
Prazer em conhecer…
Sou um professor! Com ponto de exclamação. Não foi a primeira profissão que imaginei para mim. Não fui eu quem escolheu ser professor, eu fui escolhido
pelas condições objetivas e históricas de minha vida. Hoje digo com serenidade: foi a vida que me escolheu para ser professor. Agradeço todos os dias à vida, por essa escolha. Tive dúvida, confesso sem pudor, em alguns momentos, mas hoje posso dizer que nada me faz tão soberanamente feliz do que a possibilidade de dizer, quando me perguntam: o que o senhor faz? Digo com orgulho: sou professor
!
Escrevo este livro na esperança de que os tantos professores e professoras desse nosso imenso país, como eu, venham a ler e a dialogar comigo, depois de muitos anos sem escrever, por assim dizer, um trabalho completo. Tivemos todos tantos períodos de turbulência, mas há dias nos quais a alma descansa. Ficamos entretidos com o leve fluir dos momentos. Hoje é um desses dias. Tempo de fazer coisas simples. Cuidar da gente. Cortar as unhas. Conversar com as orquídeas. Acender um incenso. Ouvir música gregoriana bem baixinho. Pensar trivialidades. Questões filosóficas, tais como: Por que ‘hoje’ tem ‘h’ e ‘ontem’ não tem? Onde o vento se esconde, depois que ele sopra fortemente a terra, os mares e as árvores? Onde fica a casa do vento?
Dias de pentear os gatos e os cães, achar os nozinhos de seus pelos e desfazê-los com calma e carinho. Tirar ervas daninhas da hortinha de cebolinha e de salsinha. São feitos plenos de paz. Gosto também de engraxar meus sapatos. Mando os sapatos com necessidades de reparos para o Beirinha, assim os sapatos mais gastos, para trocar a sola, quando é o caso. Gosto de buscar palavras antigas; dias desses escutei "eu vi um homem parrudo". Escutei doutra feita: ele pinchou longe o caroço do abacate! Pinchar, fazia tempo que não ouvia. Dias bons para comer paçoquinhas, bom demais. E dias propícios para escrever estas mal traçadas (quando criança eu escrevia com dois esses
) linhas. Penso até em buscar em velhos baús, em caixas guardadas sei lá onde, as saudosas fotos antigas. Bolinho de chuva? Aí já é querer demais!
Mas preciso me apresentar, é recomendado que a gente se apresente. Nasci no norte do Paraná, numa cidadezinha pequena e valente chamada Congonhinhas, diminutivo de Congonhas. Há muitas histórias sobre a inspiração para esse nome, eu acato todas, mas não entrarei