O Patinho feio e outros contos de Andersen- Por Monteiro Lobato
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Sobre este e-book
Devido à sua infância miserável, o escritor conheceu de perto os contrastes da sociedade e os transportou para o mundo da fantasia, por meio de
confrontos entre fortes e fracos, bonitos e feios, bons e maus, sempre tentando analisar padrões de comportamento.
Não há criança ou adulto que não se encante com os dramas do patinho feio e de tantos outros personagens icônicos. Passados de geração em geração, os contos de Andersen defendem a igualdade de direitos de
uma forma pura.
Hans Christian Andersen
Hans Christian Anderson (1805–75) was a Danish writer, best known for his universally recognised children’s fairy tales, of which there are over 150. He also wrote plays, novels, poems and travel essays.
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O Patinho feio e outros contos de Andersen- Por Monteiro Lobato - Hans Christian Andersen
Título original: Fairy Tales by Hans Christian Andersen
Copyright © Editora Lafonte Ltda. 2023
ISBN Digital: 978-65-5870-373-0
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida por quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores e detentores dos direitos.
Tradução e Adaptação: Monteiro Lobato
Em respeito ao estilo do tradutor, foram mantidas as preferências ortográficas do texto original, modificando-se apenas os vocábulos que sofreram alterações nas reformas ortográficas.
Direção Editorial: Ethel Santaella
Revisão: Paulo Kaiser
Capa e Diagramação: Marcos Sousa
Ilustrações e Capas: EstúdioMil / Marco Aragão
Versão EPUB: Estúdio GDI
Editora Lafonte
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Índice
O Isqueiro Mágico
O Patinho Feio
O Soldadinho de Chumbo
A Menina dos Fósforos
As Flores de Idinha
A Camponesa e o Limpador de Chaminés
As Cegonhas
O Pequeno Tuque
O Isqueiro Mágico
Um soldado, uma vez, vinha marchando pela estrada. Esquerda, direita. Esquerda, direita. Trazia às costas a mochila e na cintura a espada, pois estivera na guerra e agora vinha voltando pa ra casa.
De repente, deu com uma feiticeira horrivelmente feia, com o beiço de baixo caindo até o queixo.
– Boa tarde, soldadinho! Que espada bonita e que mochila grande! –disse ela. – És um verdadeiro soldado! Vou dar-te quanto dinheiro quiseres.
– Muito obrigado, velha feiticeira – respondeu o soldado.
– Vês aquela árvore grande lá? – perguntou a feiticeira apontando para uma árvore que se erguia ali perto. – Pois é oca por dentro. Tens que subir até o fim do tronco e depois descer por dentro até a raiz. Amarrarei uma corda em tua cintura para que possas subir quando for tempo.
– Mas que irei fazer lá nesse oco? – indagou o soldado.
– Buscar dinheiro, pois quando chegares ao fundo encontrarás uma sala, muito grande, iluminada por trezentas lâmpadas. Verás, então, três portas, que poderás abrir, pois as chaves estão nas fechaduras. Se entrares no primeiro quarto, verás uma enorme arca no chão e em cima dela um cachorro com os olhos do tamanho de uma xícara de chá. Mas não te assustes. Levarás meu avental de xadrezinho, que estenderás no chão; feito isto, agarrarás o cachorro e o colocarás sobre o avental, podendo, então, tirar da arca quantas moedas quiseres. São moedas de cobre. Agora, se preferires moedas de prata, é só passares para o quarto pegado. Só que ali está um cachorrão de olhos do tamanho de uma roda de moinho. Mas não tenhas medo. Basta que o ponhas sobre meu avental e poderás tirar quanto dinheiro quiseres. Mas, se ainda preferires ouro, então deverás ir para o terceiro quarto, onde encontrarás um cachorro com os olhos grandes como torres. É um cachorrão formidável! Mas, mesmo assim, não te fará mal algum – basta passá-lo para o avental e poderás encher de ouro a tua mochila bem sossegadamente.
– Não é mau negócio – disse o soldado –, mas que te devo em troca, minha velha? Porque não creio que me vás dar tanta coisa em troca de nada.
– Não quero nem um tostão – respondeu a feiticeira. – A única coisa que te peço é um velho isqueiro que minha avó esqueceu lá da última vez que esteve dentro da árvore.
– Muito bem, então amarra a corda em minha cintura, vamos! – falou o soldado.
– Aqui está a corda e também o meu avental de xadrezinho.
O soldado subiu à árvore e, descendo pelo oco, achou-se, como dissera a feiticeira, em uma enorme sala onde ardiam centenas de lâmpadas.
Ao abrir a primeira porta, deu com o cachorro de olhos do tamanho de uma xícara de chá, muito arregalados para ele.
– Você é bonzinho, eu sei! – disse o soldado, colocando-o sobre o avental da feiticeira; e, depois, enchendo os bolsos de moedas de cobre, fechou a arca novamente, repôs o cachorro sobre ela e se