As palavras trocadas
De Laura Erber
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As palavras trocadas - Laura Erber
Dois tempos
O de um homem, quieto agora, o de uma mulher, vazada em formas, que também se arrasta. Ao norte do norte onde o mar corre pelo avesso e salga a terra pelas encostas. Dormem entre um pensamento e outro, tudo a ponto de ferir. Vem, diz ela, e ele vem, simplesmente, com a luz da lua inteira, pois sobreviver é questão de saber beber da fonte de água corrente, deixar o vento rejuntar os restos, estar perto na presença dos gemidos e recolher o que brota quente do corpo langoroso. Amortecidos na queda pelo próprio medo de explodir já não se sabem traduzir, mas são seres tocados, que se olham bem de perto, até conseguem respirar. Haustos talvez feito declinações de uma nova forma de contato. Até aqui chegaram. E são capazes de ir mais fundo enquanto o tempo exibe a órbita excêntrica dos seus mortos. Vão se inventando na tessitura rápida e lenta das listas de óbitos, na forquilha da noite se convocam e se conduzem, um ao outro, com precisão telepática. Em sequência antecipada, ela é que abre a mata seca e o convoca: «na minha boca te consagro outro princípio, líquidos e fantasmas conseguem atravessar muitas coisas». O século deles termina bruscamente, no clarão de um incêndio que se alastra, consome campos e cidades, casebres, cabritos, mansões. Tudo de repente é só o imenso entardecer parietal de projetos mal sonhados. Depois das labaredas, sem saber por onde ir, pronunciam de novo os primeiros nomes, gargalhadas. Quase não se enxergam, mas se sabem, e quem quer trégua?