Aquele que tudo devora
()
Sobre este e-book
Relacionado a Aquele que tudo devora
Ebooks relacionados
Bichos contra a vontade Nota: 5 de 5 estrelas5/5Gris Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs palavras trocadas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFragmentos completos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSuplemento Pernambuco #204 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNenhuma língua é neutra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO esquecido de si, Dante Milano: Rastros de uma poética do esquecimento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO som vertebrado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnquanto Deus não está olhando Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO herói Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAssociação Robert Walser para sósias anônimos - 2º Prêmio Pernambuco de Literatura Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTomada de Posse Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPastichos e miscelanea Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA correspondência de Fradique Mendes memórias e notas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO pão e a pedra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSinta-se Poetasia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVidas rasteiras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCoros, Contrários, Massa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação natural: Textos inéditos e póstumos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoesia, o que é e para que serve? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuimeras em diálogo: Grafismo e figuração na arte indígena Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSeleta - Por pior que pareça Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSuplemento Pernambuco #199 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolifonia Cultural em Ponto e Contraponto: "Acordes Historiográficos" Entre Alguns Conceitos Teóricos Possíveis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLiteratura afro-brasileira: 100 autores do século XVIII ao XXI Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSuplemento Pernambuco #207: WALY Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPescoço Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO cego e o trapezista: Ensaios de literatura brasileira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSobre Lima Barreto: Três ensaios Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Poesia para você
Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Eu tenho sérios poemas mentais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Se você me entende, por favor me explica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Alguma poesia Nota: 4 de 5 estrelas4/5o que o sol faz com as flores Nota: 4 de 5 estrelas4/5meu corpo minha casa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo Nela Brilha E Queima Nota: 4 de 5 estrelas4/5Todas as flores que não te enviei Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sonetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSede de me beber inteira: Poemas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Poesias para me sentir viva Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Profeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco Nota: 5 de 5 estrelas5/5Marília De Dirceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs palavras voam Nota: 5 de 5 estrelas5/5Reunião de poesia: 150 poemas selecionados Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Antologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jamais peço desculpas por me derramar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Bukowski essencial: poesia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Melhores Poemas Cecília Meireles (Pocket) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWALT WHITMAN - Poemas Escolhidos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Coisas que guardei pra mim Nota: 4 de 5 estrelas4/5Laços Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Lusíadas (Anotado): Edição Especial de 450 Anos de Publicação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAristóteles: Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Odisseia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTodas as dores de que me libertei. E sobrevivi. Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Aquele que tudo devora
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Aquele que tudo devora - Philippe Wollney
o ponto está riscado: há que se ler a poética para entender a política
há que se ler o encanto para se entender a ciência
a ciência encantada das macumbas,
luiz antônio simas e luiz rufino
I.
continuo incapaz de contar uma história
de contar uma história que não seja dessa forma
nessa fôrma
costelas à vista expondo o tutano tectônico
como um estilete leitoso sulcando
os lábios das rochas, a língua no osso
rastros rupestres de onças na caatinga
cantigas aos sons de maracás, plumas de anacãs
líricas efusões pintadas com gordura e saliva
xamã de sumé no sertão da escrita
aboio de gestos — continuum constrito
— agora que aprendi o seu idioma
posso amaldiçoá-lo
continuo incapaz
inconcluso persisto
porque a poesia não está para a perfeição
e sim para o delito, e eu insisto
no erro de contar qualquer história que seja
fazendo elipse, chiste, luz curvada e atraída
pelo buraco oculto que é todo poema
uma vocação de camuflar abismos e flutuar no vácuo
inabilidade pelo tédio de descrever quem é fulano
ou que beltrano sorria como se olhasse para a morte
ou que sicrano tinha cheiro de pelo de cachorro molhado
ou sobre um ninguém que não esperava ganhar vintém
de nada e nures de néris de reles de ralo de raro e naco e necas
de pessoa sequer
um texto dobrando a esquina
dando as costas, cerrando as cortinas
rede de embalar na alegórica voz do oculto
nesse vulto esquivo drenado pelos olhos
hipermetrópicos, vertiginosos, miopíticos
que tantos chamam de mal olhado
e outros acreditam em malassombro
fantasmagoria
acesso ao passado
que insiste em não calar
salvarei meu corpo dos livros
salvarei minha vida das letras e gavetas?
II.
e eu