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Memórias De Um Professor
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E-book227 páginas1 hora

Memórias De Um Professor

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Sobre este e-book

Este livro relata parte da saga de sete jovens idealistas. Seis recém-formados no magistério em Tupi Paulista SP, professores legalmente habilitados e outro capacitado, ao aceitarem a desafiadora tarefa de regulamentarem a Educação Escolar em Naviraí, uma distante pequena cidade no sertão de Mato Grosso. São memórias relativas ao autor e em parte aos seus seis colegas de profissão, os quais chegaram à Naviraí em 05/01/1968, região com extensas áreas de florestas e praticamente sem infraestrutura. Registra com relatos e mais de 150 fotos a vários episódios que foram marcantes na história de Naviraí, alguns curiosos e outros engraçados, bem como ocorrências trágicas. Os fatos não obedecem a uma cronologia, porque o professor escreveu suas memórias ao delas se lembrar. Não narra tudo sobre todos os (as) professores (as), antes e depois de 1968. No entanto, reconhece suas valorosas contribuições para o desenvolvimento do Ensino e construção da cidade. Sobretudo, destaca o importante trabalho dos sete pioneiros, pela Educação de Naviraí, ao se dedicarem com honestidade, responsabilidade, perseverança e o mais importante, com amor.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de jul. de 2023
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    Memórias De Um Professor - Valdimiro Araújo De Souza

    ÍNDICE

    Prefácio      007

    CAPÍTULO 1

    O convite, a resposta e a origem      008

    CAPÍTULO 2

    O medo, a ansiedade e a recepção      015

    CAPÍTULO 3

    Onde tudo começou      025

    Entre Sonhos e conquistas      028

    CAPÍTULO 4

    Recordações      032

    CAPÍTULO 5

    Emoções vividas      049

    CAPÍTULO 6

    Tempo bom      058

    CAPÍTULO 7

    Os primeiros frutos      065

    Formaturas      065

    Hospitais       066

    Fanfarra do Ginásio Estadual       069

    CAPÍTULO 8

    Marcas do que se foi      070

    CAPÍTULO 9

    Recompensa      075

    CAPÍTULO 10

    As duas primeiras escolas      080

    Grupo Marechal Rondon      080

    O Ginásio Estadual de Naviraí      087

    CAPÍTULO 11

    Dias inesquecíveis      092

    CAPÍTULO 12

    Outros fatos      100

    Fotos Diversas      104

    CAPÍTULO 13

    A resposta certa e outros episódios      109

    CAPÍTULO 14

    Linha do tempo      116

    CAPÍTULO 15

    APAE / CEDEN      128

    ATAS      131

    CAPÍTULO 16

    SEN – Futebol profissional      139

    CAPÍTULO 17

    Os primeiros professores habilitados      139

    Antônio Fernandes       142

    Luiz Aparecido de Oliveira       143

    Júlio Garcia Cagnin       144

    Mário Antônio Pimpinatti*      145

    Sílvio Fernandes Moreira       146

    Gilberto Álvaro Pimpinatti       147

    Valdimiro Araújo de Souza      148

    CAPÍTULO 18

    Orgulho e honra      151

    CAPÍTULO 19

    Frutos de nosso trabalho      156

    Semeadura e colheita       156

    Justa homenagem      163

    CAPÍTULO 20

    Epílogo       166

    Patrocínio e Apoio      168

    PREFÁCIO

    *

    O objetivo desta obra é a de relatar apenas memórias relativas ao autor e aos seus seis colegas de profissão que aceitaram o convite e vieram para Naviraí em 05.01.68, quando esta cidade e todo o Estado de Mato Grosso ainda estavam em fase de desenvolvimento, com extensas áreas de florestas e praticamente sem infraestrutura.

    Também de registrar a vários episódios que foram marcantes na história de Naviraí, alguns curiosos e outros engraçados, bem como ocorrências trágicas. Os fatos não obedecem a uma cronologia, porque fui escrevendo à medida que deles lembrava. São memórias.

    Não é possível narrar tudo sobre todos os (as) professores (as), antes e depois de nós (1968). No entanto, afirmo que deram sua contribuição para o desenvolvimento do Ensino e construção da cidade e reafirmo meu reconhecimento pelo importante trabalho que fizeram pela Educação de Naviraí, atuando com honestidade, responsabilidade, perseverança e o mais importante, com amor.

    Seria preciso escrever não apenas um livro e sim uma coleção deles, para poder falar de tanta gente que foi importante para o desenvolvimento do ensino em nossa cidade e também porque não tenho essa capacidade.

    Naviraí MS, 05 de julho de 2023.

    Valdimiro Araújo de Souza.

    Capítulo 1

    *

    O CONVITE, A RESPOSTA E A ORIGEM

    Era dezembro de 1967. O sonho de seis jovens transformou-se em realidade com o recebimento do Certificado de Conclusão do Curso Normal, numa cerimônia realizada no principal clube da cidade de Tupi Paulista, Estado de São Paulo, na segunda quinzena do citado mês.

    Foram muitos anos de estudo desde o curso primário. No meu caso, também de trabalho, porque trabalhava durante o dia e estudava a noite. Os outros amigos e colegas não precisaram trabalhar, mas eu sim. Desde criança já trabalhava para ajudar no sustento de casa. O mais difícil foi o de boia-fria, pois tinha de acordar de madrugada, preparar minha marmita e ir para a rua esperar o caminhão passar e nos levar à lavoura de algodão ou de amendoim, mamona, milho, etc., conforme a época do ano.

    Antes já havia trabalhado em diversos locais, mas todos sem registro. No penúltimo ano da conclusão do meu curso Normal, finalmente consegui um bom emprego, com um salário razoável, carteira assinada e boas perspectivas de crescimento.

    Mas tinha consciência do desejo de minha mãe de ter um filho formado. Ver um filho professor era o sonho dela. Não podia decepcioná-la. Ela, que sempre foi mãe e pai para mim, porque, quando meu pai faleceu na cidade de Tupã/SP, eu tinha menos de quatro anos e não me lembro dele.

    Posso dizer que tudo o que sou, tudo o que tenho e tudo o que Deus permitiu que eu realizasse na minha vida particular e profissional, foi graças à minha mãe, que lavava a roupa de várias famílias e ainda limpava o chão de diversas casas, para que eu pudesse estudar.

    Estou relatando isso para que vocês compreendam o motivo de eu deixar o meu emprego e optar por Naviraí. A minha motivação era dupla: desejava exercer a profissão de professor e também ajudar financeiramente minha mãe.

    O prefeito era Antônio Augusto dos Santos (em memória), popularmente chamado de Virote. Naviraí só oferecia o ensino primário (primeiro ao quarto ano). Não havia nenhum prédio escolar na cidade. O ensino primário funcionava em algumas casas.

    Não havia também nenhum (a) professor (a) habilitado (a). Então, o prefeito ficou sabendo que em Tupi Paulista /SP, naquele ano (1967), os dois filhos do Sr. Lindolfo, proprietário de terras em Naviraí, iam concluir o magistério e que viriam morar na cidade.

    O prefeito então enviou seu secretário de educação e seu tesoureiro para convidar os dois filhos do Senhor Lindolfo, recém-formados, e também pedir que eles indicassem mais cinco colegas, para lecionarem no ensino primário e no secundário.

    No caso do ginásio (secundário) viemos para regularizá-lo, porque ele funcionou em 1967 de modo precário, contrariando a legislação vigente. E a legislação da época permitia que quem tivesse o curso de Magistério (normal) poderia lecionar no Ginásio, na carência de professor com curso superior ou CADES.

    Assim, o Molina e o Durvalino, cumprindo ordens do prefeito, convidaram o Sílvio e o Antônio e pediram aos dois que indicassem mais cinco, para completar o número de oito disciplinas, uma vez que em Naviraí já havia uma professora de inglês disponível. Os irmãos Sílvio e Antônio eram frequentadores assíduos da casa do Gilberto. Assim, os dois primeiros a serem convidados foram os irmãos Gilberto e Mário. Eu fui convidado em seguida, depois o Luiz e o Júlio, totalizando sete.

    Com exceção do Mário, nós seis éramos da mesma turma da Escola Normal de Tupi Paulista. Todos aceitamos o convite. Eu aceitei porque desejava exercer a profissão para a qual estava habilitado e também queria realizar o sonho de minha mãe de ver um filho a lecionar. Além disso, era um modo de retribuir uma pequena parte de tudo que recebi dela.

    Viemos conscientes do nosso trabalho, ou seja, lecionar no Ginásio, regularizando-o perante a Lei e também no Marechal Rondon, cujo prédio estava em construção, onde seríamos os primeiros seis professores habilitados (curso normal). O Mário, irmão do Gilberto, não era formado, mas um bom professor de Matemática e não teve dificuldade em lecionar no primário.

    Não havia prédio para o funcionamento do Ginásio. Em 68 ele funcionou provisoriamente na Rua Alagoas, num salão que depois foi ocupado pela Casa Rosa. O primeiro prédio escolar construído em Naviraí foi o Marechal Rondon, que era denominado de Grupo Escolar Marechal Rondon e foi originado das Escolas Rurais Mistas do Finoto em 1958. O Ginásio Estadual de Naviraí (Médici - prédio antigo) foi construído em 69, com turmas de primeira e segunda séries (hoje seriam 5ª e 6ª séries).

    O Luizão aproveitou a carona e veio antes de nós, na mudança dos irmãos Sílvio, Antônio e família. Saíram de Tupi Paulista no dia 23 de dezembro de 1967 e passaram de 24 para 25 (Natal) entre Ivinhema e Naviraí, à beira de um córrego. Chegaram ao destino, propriedade do Sr. Lindolfo, no dia de Natal. Nessa mudança vieram o Sílvio e Tonhão e toda a sua família, e também o Luiz. Inclusive, aproveitamos a mudança da família para enviarmos alguns pertences que seriam guardados na casa do Virote, onde iríamos morar. O Luizão voltou para Tupi Paulista. Ele só veio mesmo conhecer Naviraí. Mas

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