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Um crime na escola de culinária
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Um crime na escola de culinária
E-book240 páginas3 horas

Um crime na escola de culinária

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Sobre este e-book

Mirtes decidiu que é uma ótima cozinheira. Na verdade, ela se acha uma cozinheira tão boa que decide aprimorar suas habilidades em um curso de culinária. Ela convence seu relutante amigo Miles a se juntar a ela, convencida de que ambos precisam de inspiração para cozinhar.

A escola de culinária tem um aluno muito tagarela que logo deixa todos entediados. Este infeliz estudante, que gosta de contar histórias, aparece morto na sala de aula. Mirtes e Miles devem usar suas habilidades investigativas para descobrir quem é o assassino antes que outra pessoa seja morta.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de ago. de 2023
ISBN9781667461717
Um crime na escola de culinária

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    Um crime na escola de culinária - Elizabeth Spann Craig

    Capítulo Um

    — Escola de culinária? — perguntou Miles, parecendo pensativo antes de falar.

    — Não, não, Miles. Não é uma simples escola de culinária. São aulas para os especialistas se tornarem ainda mais capacitados e aprenderem novas técnicas. É uma pós-graduação para cozinheiros — explicou Mirtes, com o cabelo branco em pé igual ao de Einstein, o que parecia enfatizar seu entusiasmo.

    O rosto de Miles tinha uma expressão muito cautelosa. Ele empurrou os óculos sem aro para cima do nariz. — E você se inscreveu por livre e espontânea vontade nestas aulas?

    — É óbvio que sim! Não sabe como funcionam essas coisas? Não é como se eu tivesse recebido uma carta pelo correio dizendo que me inscrevi no curso sem ter conhecimento. Não é obrigatório.

    — Então Red não teve nada a ver com isso?

    — De jeito nenhum! Você sabe que tento escapar de tudo o que Red me inscreve porque ele parece gostar de me manter ocupada. Isso é algo que estou fazendo por prazer. Elaine me falou a respeito do curso. Era para ser um de seus muitos hobbies, mas ela não vai poder participar, pois as aulas são no horário em que ela leva Jack para a pré-escola. Então pensei que você podia se interessar e fazer o curso comigo. Seria mais divertido fazer isso com um amigo, já que você gosta de cozinhar.

    Miles franziu as sobrancelhas. — Não diria que gosto de cozinhar por hobby. Isso é algo que eu não diria sobre você.

    — Essa é uma das melhores coisas sobre a aposentadoria, Miles. Podemos desenvolver nossas habilidades. Quem sabe? Posso me tornar uma cozinheira famosa, a próxima celebridade do meio culinário. Pelo amor de Deus! Teve indigestão hoje ou algo do tipo? Vi expressões estranhas cruzando seu rosto nos últimos cinco minutos. Tenho antiacidos, se estiver precisando.

    Miles negou com a cabeça. — Onde disse mesmo que era essa aula?

    — Não disse. É na faculdade comunitária.

    — O que não é exatamente uma curta distância — observou Miles. — Agora entendo o verdadeiro motivo por trás do seu desejo lisonjeiro de me matricular no curso. O meu carro.

    — Isso é irrelevante. Você vai gostar. Simples assim. A instrutora é Louvenia Defore.

    — Acho que sei quem é, mas não sabia que ela era uma master chef.

    — Não me lembro de ter dito que o curso era ministrado por um master chef. Estamos em Bradley, Carolina do Norte, não em Atlanta, na Geórgia. As aulas serão dadas por um vencedor da feira do condado.

    — Entendi — disse Miles, um pouco desanimado e fez uma pausa. — Que dia são as aulas? Talvez eu esteja ocupado. Ou tenha algum compromisso. — Sua voz indicava esperança de que algum impevisto pudesse surgir.

    — São todos os dias. É uma aula por dia, durante duas semanas. Dessa forma, adquirimos experiência mais rápido. E sei que você não vai estar ocupado porque estava comentando ontem que um período mais tranquilo estava se aproximando. — Mirtes estava começando a se irritar.

    Houve uma explosão retumbante no jardim, seguida de gritos. Mirtes continuou sentada impassível em sua poltrona, as mãos cuidadosamente cruzadas no colo, como se nada fora do comum tivesse acontecido.

    — Devemos ver se está tudo bem com Dusty? — perguntou Miles, olhando pela janela da frente. — Acho que foi o equipamento de Dusty que fez aquele barulho. Será que alguma coisa explodiu?

    Mirtes suspirou. — Não precisa. É só aquele velho cortador de grama. Meu filho, muito generoso se ofereceu para comprar um novo, mas Dusty parece gostar do drama que acontece todas as semanas, fazendo todo esse barulho.

    — Isso foi muito gentil da parte de Red.

    — Foi mais porque Red não queria assumir a responsabilidade da manutenção geral do meu gramado. Ele acha que ser chefe de polícia em Bradley toma muito de seu tempo. Red sempre disse que não queria pagar pelas peças do cortador de grama de Dusty, que foi ficando cada vez pior e mais barulhento. Costumava ser bem mais silencioso do que os modernos, mas com Dusty tentando ‘consertar’, os ruídos que fazia eram tão altos que acordavam meu neto durante as sonecas. — Mirtes revirou os olhos. — Embora Red possa aparar a grama de vez em quando. Não é como se estivesse ocupado na maior parte do tempo. Então! Voltando às aulas. Como incentivo extra, decidi que nos recompensaremos exibindo nossas habilidades culinárias em um jantar. Um sarau. — Ela se aproximou e olhou mais de perto para Miles. — Seu rosto está ainda mais estranho. Tem certeza de que está se sentindo bem? De qualquer forma, acho que será muito divertido.

    — Não é muito caro? Pensei que saraus envolviam música e dança — disse Miles, com a voz fraca.

    — Nosso sarau não terá música. E vou economizar um pouco servindo café em vez de vinho. Assim, todos poderão falar sobre a comida maravilhosa e a infinidade de sabores que vamos oferecer. E... caramba. Você tem muito dinheiro. Está praticamente rolando sobre as notas!

    — Posso te garantir que não estou rolando em dinheiro — disse Miles, sério. — E na nossa idade, talvez seja sensato economizar para o caso de alguma emergência. Considerando nossa renda mensal e todas as despesas.

    — Você está nadando em dinheiro se comparado a mim. Um contador aposentado e uma professora aposentada? Ah, por favor!

    Engenheiro aposentado — corrigiu Miles, em tom rígido.

    — Enfim, o que quero dizer é que o curso não é caro e não serviremos comidas sofisticadas no nosso jantar. E não adianta economizar para o futuro ou para dias chuvosos. Faz tempo que não chove aqui. Estamos em um período de seca, lembra?

    — Não foi bem isso que eu quis dizer.

    — Claro que não, Miles. Mas estou perdendo a paciência. Vamos... vai ser divertido.

    Miles ficou pensativo por alguns minutos. Empurrou os óculos para cima do nariz e disse calmamente: — Até que a escola de culinária não é uma má ideia. Não mesmo. Afinal, sempre podemos aprender algo novo. Mas não quero me envolver com o jantar ou o que quer que você esteja planejando. Estou concordando somente com as aulas.

    Mirtes assentiu e sorriu, agora que parecia estar conseguindo o que queria, pelo menos no que dizia respeito às aulas de culinária. — Tudo bem. Se não quer ser meu parceiro em um jantar histórico, é problema seu. Mas as aulas serão divertidas. E conhecemos todos os alunos.

    Miles ergueu as sobrancelhas. — Conhecemos? Como sabe disso?

    — Porque conhecemos todas as pessoas na cidade — respondeu Mirtes, dando de ombros. — Simples assim. É uma das vantagens de morar em um lugar como Bradley.

    Miles parecia não estar totalmente convencido de que aquilo era um benefício da cidade.

    A porta se abriu, batendo na parede atrás de Mirtes, e Dusty entrou, parecendo mais desgrenhado do que o normal, usando uma calça cáqui, suja de grama e uma camiseta rasgada. O cabelo fino e grisalho estava grudado na testa, uma mistura de suor, sujeira e óleo. — Maldito cortador de grama! — murmurou, indo para a cozinha. Acenou com a cabeça para Miles, que ergueu a mão, retribuindo o cumprimento.

    — Pare! — gritou Mirtes, levantando rápido do sofá. — Dusty! Está deixando uma trilha de sujeira na minha casa.

    — Puddin vai cuidar disso — resmungou Dusty, olhando para a cozinha e para o cão de caça.

    — Puddin? Limpar? Você sabe que é impossível arrastar sua esposa até aqui para fazer limpeza. Mesmo que eu consiga convencê-la a vir, ela só quer assistir novelas e esvaziar a minha geladeira. Me diga exatamente o que precisa que eu mesma pego.

    — Um copo de água — respondeu Dusty, o olhar furioso. — Ou algo mais forte, se tiver.

    — Vou simplesmente ignorar essa última parte, já que vai embora dirigindo sua caminhonete igualmente decrépita depois de cortar a grama. Afinal, meu filho é o chefe de polícia. Preciso garantir que a lei e a ordem sejam mantidas, pelo menos na minha própria sala de estar — disse Mirtes, caminhando até a cozinha.

    A expressão de Dusty se tornou apreensiva ao ouvir o nome de Red. — Seu filho disse que me daria um novo cortador de grama. — Ele se empoleirou no braço do sofá.

    — Que você sempre recusou. É como se cuidar e alimentar aquele cortador de grama velho fosse seu passatempo ou algo do tipo. — Mirtes lhe entregou a água e acenou para que ele se levantasse. — Dusty, você está muito... empoeirado... para sentar no meu sofá agora. Que tal o banquinho?

    Dusty foi até um banquinho no canto, deixando um rastro de sujeira no caminho como um cometa. — Desisti de vez daquela coisa. Acha que ele ainda vai me dar outro cortador de grama?

    — Está querendo me dizer que finalmente se convenceu? No meio do trabalho no meu jardim? — Mirtes estava horrorizada.

    — Está destruído, agora não tem mais jeito — disse Dusty, de forma sucinta, bebendo um gole de água. — Mas eu não estava no meio do trabalho.

    — Ah, que ótimo! — Mirtes parecia aliviada.

    — Estava começando — completou Dusty.

    Mirtes se levantou e foi até a janela. A grama ainda continuava alta. E pior ainda, era que Dusty aparentemente tinha conseguido cortar a grama da vizinha antes de vir para sua casa. O quintal de Erma, a vizinha medonha, apesar de estar coberto de capim-colchão, erva daninha e outras pragas, agora parecia melhor do que o seu. Isso era inaceitável.

    — Vou ligar para Red agora — disse Mirtes, se apressando. — Não posso ficar com o jardim nesse estado quando estou planejando dar um jantar.

    Miles deu a Dusty um olhar sombrio enquanto Mirtes caminhava até a cozinha para pegar o celular.

    Dusty perguntou em voz baixa: — Quem vai cozinhar? Não me diga que é ela.

    — Suspeito fortemente que sim. Vou tentar manter distância da comida o máximo que puder — respondeu Miles.

    Dusty grunhiu. — Boa sorte. É bem difícil, quando se é um dos convidados. — Ele olhou para um objeto de cores vivas perto da mesa. — O que é isso?

    Miles olhou e em seguida desviou o olhar. — Nem me lembre disso. É algo que a esposa de Red fez. Elaine tem esses hobbies. Nunca dão muito certo.

    Dusty olhou fascinado para o objeto. — Parece algo para afugentar maus espíritos.

    — É um gnomo — disse Mirtes, de forma brusca enquanto voltava para a sala.

    — Não se pareça com os gnomos do jardim. O que aconteceu com esse?

    — Elaine aconteceu. Está arrastando Red e Jack para mercados de pulgas e vendas de garagem e comprando coisas que precisam ser reformadas ou restauradas. E então faz... isso. Pinta e faz coisas do tipo.

    Mirtes e Dusty ficaram observando o gnomo enquanto Miles desviou o olhar. Era colorido demais e parecia ter uma expressão maligna e maliciosa. As mãos estavam estendidas para a frente como se estivesse implorando por algo.

    — É horrível — disse Miles.

    — Tenho quase certeza de que não devia ser bonito em sua forma original — disse Mirtes, inclinando a cabeça para avaliar o gnomo. — Nem sei se era mesmo um gnomo. Parece mais um troll.

    — Que importância tem a aparência? — perguntou Miles. — Afinal, o objetivo da sua coleção de gnomos é irritar Red. Ter aquela coisa horrível no jardim deve ser motivo suficiente para enlouquecê-lo.

    — Eu não ousaria sujeitar meus gnomos à presença desta criatura. O problema agora é que Pasha adora essa coisa. Preciso descobrir o que fazer com isso.

    Pasha era a gata preta selvagem que fez amizade com Mirtes.

    Red bateu de leve na porta e entrou. Estava com o uniforme de policial e o cabelo ruivo parecia um pouco mais grisalho do que o normal. Cumprimentou Miles com a cabeça antes de dizer a Mirtes e Dusty: — Mamãe estava um pouco confusa ao telefone. Algo sobre um jantar e um problema a ser resolvido? Posso imaginar os problemas que poderiam surgir envolvendo minha mãe e um jantar.

    Miles deu uma gargalhada entrecortada que ficava entre uma risadinha e uma tosse.

    — Então, só posso concluir... — continuou Red. — Que a ligação tenha algo a ver com o fato da grama ter sido aparada pela metade e aquele cortador jurássico estar parado no meio da selva.

    — Quebrou — disse Dusty. — Não posso mais cortar a grama.

    — Tudo bem. Prometi e vou lhe comprar um cortador novo — disse Red. — Mas não posso fazer isso neste exato momento. Preciso ver o Sr. Terry e isso não pode esperar.

    — O que diabos há de errado com o Sr. Terry que poderia constituir uma emergência maior do que o fato do meu jardim estar uma completa monstruosidade? — perguntou Mirtes.

    — Está preso em casa por causa de um porco selvagem — explicou Red. — Aquele porco é obcecado por ele. Semana passada, o porco ficou rondando a casa quase todos os dias, bufando e mostrando os dentes. O Sr. Terry precisa ir ao mercado e acha que o porco vai atacá-lo quando ele sair de casa.

    — É bem provável — disse Miles pensativo. — Porcos selvagens podem ser cruéis.

    — Vou prendê-lo e realocá-lo. E depois, talvez eu tenha tempo para pesquisar cortadores de grama e ver o que está dentro do meu orçamento. Não sou feito de dinheiro, infelizmente.

    Dusty assentiu com a cabeça, um olhar cético no rosto. Comparado a Dusty, Red era decididamente feito de dinheiro.

    Mirtes franziu os lábios com tristeza. — Não temos controle de animais?

    — O Sr. Simmons está com febre — explicou Red. — Não quero ser exposto à doença ou contagiar outras pessoas.

    Mirtes suspirou. Não queria que o pequeno Jack, seu neto, ficasse doente. Mas esperava que Red conseguisse comprar um cortador de grama até o fim do dia.

    Red estava indo em direção à porta, mas parou e se virou. — Estou muito interessado em saber mais detalhes sobre este jantar, mamãe.

    — Pode ter certeza que vou lhe contar tudo. Posso até expandir a minha arte culinária. A casa de repouso Pastos Verdejantes está sempre procurando entretenimento. Eu poderia fazer uma demonstração lá.

    — Isso violará os regulamentos do Departamento de Saúde. — Red se apressou em dizer.

    — Você está inventando isso — disse Mirtes, estreitando os olhos.

    Miles tentou mudar de assunto. — A Pastos Verdejantes tem uma comida maravilhosa.

    — É o que estou dizendo. Continuo tentando convencer mamãe dos motivos pelos quais ela deveria morar lá — disse Red.

    — Lembro muito bem do seu amor pela comida deles. Se acha que é tão boa assim, deveria você se mudar para lá. — Mirtes rebateu Miles, em tom rude.

    — Depois de pesquisar um pouco mais, descobri que não era uma boa opção para mim — disse Miles, balançando a cabeça.

    — Muitas viúvas paqueradoras? — perguntou Mirtes.

    Miles lançou um olhar frio. — A biblioteca não tinha livros para o meu gosto. Eram todos tipo A promessa de Jennifer e coisas do gênero. Era como se não se importassem com a clientela masculina.

    — É porque vocês morrem mais rápido. Os homens não vivem tanto quanto as mulheres. Então, por que investir?

    — Mudando de assunto, preciso ir. — Red se apressou em dizer.

    — Depois lhe conto mais detalhes sobre o jantar. E você será convidado, é claro — disse Mirtes, como se estivesse anunciando um grande evento.

    Red trocou um olhar com Miles antes de ir embora.

    Mirtes não deu muito tempo para Miles pensar a respeito do curso. O prazo de inscrição terminava no dia seguinte e a aulas começavam logo em seguida.

    Miles estava pensativo enquanto dirigia para a faculdade comunitária. — É muito estranho voltar a estudar. Tenho a terrível sensação de que esta noite terei pesadelos sobre ter esquecido a combinação do armário do colégio.

    — Pelo menos você tinha um armário. Deve ter sido um colégio chique. As aulas são na faculdade, então não deve haver nenhum choque de memória.

    A faculdade comunitária era composta por vários prédios de tijolos desgastados, cobertos com hera, situados ao lado de prédios mais novos. Havia alguns alunos ao redor e o estacionamento estava cheio, fazendo com que Miles precisasse dar mais de uma volta até encontrar uma

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