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Assassinato em alto-mar
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Assassinato em alto-mar
E-book214 páginas3 horas

Assassinato em alto-mar

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Sobre este e-book

Falar demais pode causar grandes desastres e afundar navios... ou resultar em assassinato.

Quando Mirtes e seu amigo Miles partem para uma aventura em alto-mar, presumem que a maior parte das emoções da viagem serão as excursões em terra firme à charmosos vilarejos do Alasca.

Eles sentem como se tivessem tirado a sorte grande. Mas quando um passageiro desaparece, Mirtes percebe que deve assumir o comando da investigação e encontrar o assassino... antes que mais vidas se percam.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de set. de 2023
ISBN9781667462868
Assassinato em alto-mar

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    Assassinato em alto-mar - Elizabeth Spann Craig

    Capítulo Um

    — Está bem, cuidarei da sua casa enquanto você estiver viajando. Mas não vou tomar conta daquela gata-bruxa!

    Mirtes Clover respirou fundo e lembrou do motivo pelo qual precisava da ajuda de Puddin, sua diarista. Mirtes estava indo fazer um cruzeiro no Alasca com o filho, a família dele e seu amigo, Miles. Isso significava que alguém precisava cuidar da sua casa — regar os tomates, alimentar a gata e cortar a grama. Apesar da total e absoluta incompetência de Puddin, Mirtes precisava ser paciente e garantir que Puddin e seu marido, Dusty, a ajudassem.

    — Preciso apenas que regue os tomates. Mas a gata deve ser cuidada. Se vai terceirizar a tarefa para Dusty, isso é problema seu.

    Puddin ergueu as sobrancelhas. — Mas a casa também precisa ser limpa enquanto você estiver viajando.

    Mirtes olhou ao redor da sala, supostamente sob os excelentes cuidados de Puddin. Coelhinhos de poeira formariam gangues rivais e ameaçariam sequestrar a casa enquanto ela estivesse ausente, transformando o lugar em um viveiro particular. A prataria estaria com a aparência de latão. A mobília de madeira ficaria opaca por falta de polimento. O tapete teria um emaranhado de pelos de gato.

    — Se você diz. Se realmente limpar a casa hoje, é bem provável que fique conservada até eu voltar — enfatizou Mirtes, porque a limpeza nunca era feita quando a diarista aparecia.

    Puddin, que sempre gostou de parecer importante, rebateu: — Vou estar muito ocupada, sabe. Enquanto você estiver viajando. O Sr. Miles também me pediu para cuidar da casa dele.

    Mirtes estreitou os olhos. — É mesmo? Quando eu voltar, não quero descobrir que a casa do Sr. Miles está imaculada e a minha foi vítima de uma tempestade de areia. Você sempre se esforça mais na casa do Sr. Miles do que na minha. É uma peculiaridade sua.

    Puddin semicerrou os olhos, como costumava fazer quando não seguia a linha de pensamento de Mirtes, e mudou de assunto, outra tática favorita. — Por que vai para um lugar frio? Está indo para um lugar frio, não está?

    — Alasca? Sim, nesta época do ano provavelmente ainda está muito frio.

    — É porque o feriado de Quatro de Julho está chegando. Eu faria um cruzeiro para outro lugar. Estou pensando nas Bahamas. Fico me imaginando de maiô na praia, com uma bebida com um daqueles guarda-chuvas, assistindo aos fogos de artifício.

    Mirtes não suportava a ideia de imaginar Puddin pálida, baixinha e atarracada, de maiô. Nem o fato dela não ter percebido que o Quatro de Julho não é comemorado nas Bahamas. De repente, perguntou: — Onde está Dusty? Queria deixar algumas instruções de última hora para ele.

    Puddin deu de ombros. — Está por aí. Deve estar mexendo no cortador de grama. Vive colocando óleo naquela coisa.

    Como se tivesse ouvido, Dusty, vestindo uma calça cáqui puída e uma camisa xadrez suja de grama, abriu a porta da frente. — Está muito calor para cortar a grama — murmurou para si mesmo enquanto abria a geladeira de Mirtes e pegava uma jarra de limonada. Serviu um copo generoso e, quando Puddin deu uma tosse alta e sugestiva, ele serviu outro copo e levou para ela na sala. Puddin pegou o copo e se deixou cair no sofá.

    — Já ouvi suas tolices o suficiente por hoje. Dusty, o quintal parece uma savana africana. A grama tem que ser cortada independentemente da temperatura. E também estou preocupada com os cuidados e a alimentação de Pasha.

    Dusty inclinou a cabeça grisalha para o lado. — Pasha?

    — A gata preta — respondeu Mirtes.

    — Aquela gata-bruxa! — disse Puddin, em um tom de voz alto o suficiente para elevar a pressão sanguínea de Mirtes.

    — Já chega dessa bobagem, Puddin! É um trabalho muito simples, Dusty, e a tarefa aparentemente recairá sobre você, já que sua esposa está se recusando a fazer o trabalho.

    Dusty grunhiu e olhou Puddin de soslaio, que estava de braços cruzados e ele sabia que não devia contestá-la quando ela estava sendo obstinada. — Tudo bem. O que eu preciso fazer?

    — Deixe-a entrar à noite, coloque a ração para ela e deixe-a sair pela manhã. Certifique-se de que a caixa de areia esteja limpa. — Mirtes apontou para a pilha de latas de ração para gatos, a caixa e o saco de areia.

    Dusty grunhiu outra vez. Era semelhante a um consentimento, embora relutante. —Parece muito trabalho.

    Mirtes não tinha certeza se aquilo era apenas um comentário ou uma reclamação. — De qualquer forma, Puddin vai estar aqui, cuidando da casa e pelo visto, da casa de Miles também.

    Dusty suspirou e olhou com pesar pela janela da frente, o bigode grisalho parecendo ainda mais caído do que o normal. — E aqueles gnomos? Não podemos tirá-los do jardim pelo menos? Seria mais fácil não ter que movê-los para aparar a grama.

    — Prefiro deixá-los no quintal até o dia da viagem. É importante que Red tenha um lembrete visual antes do nosso cruzeiro — Quando Mirtes expôs sua enorme coleção de gnomos de jardim, foi com a intenção de dar um aviso sutil ao filho de que ele precisava ser mais gentil. Considerando que Red morava do outro lado da rua e que abominava a coleção de gnomos, aquilo foi uma manobra bem eficaz.

    Dusty era ainda menos fã dos gnomos do que Red. — Então, quando partirem, posso começar a levar as coisas para o galpão?

    — Isso mesmo.

    O sorriso de alívio de Dusty revelou uma covinha que Mirtes nunca tinha visto.

    A campainha tocou. Mirtes estreitou os olhos apreensiva. — Vi Erma Sherman espreitando lá fora, hoje cedo. Preciso terminar de fazer as malas e organizar as coisas e não tenho tempo para ouvi-la falar de todas as doenças nojentas que já teve. Puddin, atenda a porta, por favor.

    Erma, a vizinha de Mirtes, era um pesadelo. O objetivo da vida de Erma parecia ser permitir que seu capim-colchão se infiltrasse no jardim de Mirtes, que seus esquilos roubassem alpiste e prendê-la em conversas fiadas.

    Puddin, que havia se acomodado na maciez do sofá, disse com a voz firme: — Não sou seu mordomo.

    Dusty começou a se mover em direção à porta. Puddin, que ainda suspeitava que Dusty sentia uma estranha atração por Erma cara de burro, pulou do sofá e caminhou bamboleando até a porta, passando pelo marido de sessenta e cinco anos. Olhando pela janela, relatou de forma sucinta: — Ela está trazendo sua correspondência.

    Mirtes suspirou e disse em um sussurro teatral: — O carteiro anda muito distraído ultimamente e está entregando a correspondência no lugar errado. Atenda a porta e diga que estou indisposta.

    Puddin semicerrou os olhos.

    — Diga que estou ocupada — completou Mirtes, saindo da sala.

    Os preparativos estavam indo muito bem. A mala estava quase pronta. Era um pouco complicado escolher as roupas para uma variedade de temperaturas, mas como Mirtes não tinha um guarda-roupa com uma grande quantidade de peças, não foi tão trabalhoso quanto imaginou. A bagagem de mão, no entanto era uma espécie de pesadelo.

    — Ela foi embora — relatou Puddin em voz alta, em tom monótono.

    — Graças a Deus!

    — Opa, falei cedo demais. Estão batendo na porta outra vez.

    — E? — perguntou Mirtes, impaciente.

    Houve uma pausa e Puddin voltou para a sala de estar para espiar. Depois disse em tom de desaprovação: — É aquela mulher. A que parece uma bruxa, igual a sua gata.

    — Wanda? — perguntou Mirtes, voltando para a sala. — Deixe-a entrar.

    Puddin não gostava de Wanda, um fato que estava estampado em seu rosto quando abriu a porta. Embora o motivo pelo qual Puddin se sentisse superior fosse um verdadeiro enigma para Mirtes.

    — Wanda! — cumprimentou Mirtes, de forma carinhosa quando a vidente, que era pele e ossos, entrou. Mirtes olhou pela janela. — Diga que não veio andando outra vez! Precisa parar com isso, Wanda. É uma distância muito grande até aqui.

    — Não, Dan me deu uma carona. Mais ou menos. O carro quebrou no caminho — respondeu Wanda, encolhendo os ombros magros. — Andei só metade da distância. — Dan Doido era irmão de Wanda. Os dois moravam em uma cabana coberta com lona, cercada de carros enferrujados, a maioria sobre blocos de concreto. Colocaram placas na estrada rural ao lado da propriedade, para atrair clientes para leituras psíquicas e vender amendoim cozido.

    — Vou pedir a Miles que a leve de volta para casa. E Dan também, é claro. — Miles, o melhor amigo de Mirtes, ficou horrorizado quando descobriu que era primo de Wanda e Dan Doido. — Vamos até a cozinha fazer um lanche — acrescentou Mirtes, observando com preocupação a magreza de Wanda.

    O convite deixou Puddin ainda mais irritada e ela se afastou com o nariz empinado. Com um pouco de sorte, as tarefas domésticas a ajudariam a esquecer o aborrecimento.

    Wanda puxou com cuidado uma cadeira e sentou com uma postura perfeita, como se tivesse aprendido boas maneiras à mesa desde a infância. Mirtes deu uma olhada na geladeira, despensa e armários antes de se decidir por uma variedade de sanduíches e acompanhamentos, colocando a comida na frente de Wanda. Em seguida pegou dois pratos, uma jarra de limonada, que Dusty tinha praticamente esvaziado, e dois copos.

    Mirtes observou enquanto Wanda devorava tudo o que estava à sua frente e fazia um monólogo em tom tranquilo como pano de fundo. Quando percebeu que Wanda estava satisfeita, esperou um minuto para que ela contasse o motivo de sua visita.

    — Você está correndo perigo — disse Wanda, com a voz cansada.

    — Sem dúvida — concordou Mirtes, em um tom agradável.

    — Não devia fazer essa viagem — continuou Wanda, olhando-a de soslaio.

    — Infelizmente, agora é tarde demais para desistir. Red e Elaine estão empolgados com o cruzeiro. Economizaram durante anos para tirar férias como essas. Terra e mar, Monte Denali e as geleiras. E vou ajudar a tomar conta de Jack de vez em quando, para que possam fazer algumas refeições com tranquilidade. Miles e eu vamos jogar bridge, tomar café, observar a vida selvagem e tudo será muito relaxante.

    Wanda a encarou.

    Mirtes apertou os lábios e disse: — Agora, se está me dizendo que o navio vai acabar no fundo do Golfo do Alasca, então não irei e farei com que todos fiquem em casa. Convocarei uma entrevista coletiva e direi que uma médium me avisou que o navio do cruzeiro vai afundar e todos pensarão que sou louca. Red vai me colocar na casa de repouso Pastos Verdejantes e dar um enorme suspiro de alívio. É isso que está me dizendo, Wanda?

    Wanda negou com a cabeça. — Neve — disse, com a voz ainda cansada, afundando um pouco na cadeira.

    Mirtes assentiu de forma encorajadora, como se tivesse entendido a declaração enigmática de Wanda. — Neve. Sim, neve.

    Puddin entrou, com as mãos nos quadris. — O Sr. Miles está aqui — anunciou para o teto, já que mantinha o nariz empinado na presença de Wanda.

    — Então agora você também tem um mordomo? — perguntou Miles, com animação quando entrou. Ao avistar Wanda, automaticamente colocou a mão perto da carteira. Wanda tinha muitas necessidades e, considerando a conexão familiar, Miles se sentia na obrigação de ajudar. Ela não pediu nada, apenas o cumprimentou com a voz cansada enquanto ele se sentava à mesa com elas.

    — Wanda estava me dizendo que estou correndo perigo e que não deveria fazer o cruzeiro.

    — Sei — disse Miles, com o ar de quem já tinha ouvido essa previsão antes. — Eu te disse que você deveria ter pago o seguro viagem. Caso contrário, estaria desafiando o destino.

    Mirtes continuou falando, o que era sua tática usual quando não gostava do rumo que a conversa estava tomando. — O navio não vai afundar. Pelo menos Wanda não previu isso. E me deu uma dica. Neve.

    Miles ergueu as sobrancelhas. — Muita neve no topo do Monte Denali, aposto. Não tenho certeza da quantidade que pode haver no chão.

    — É verdade. Estamos no final de junho e a viagem é no início de julho. Wanda, pode ser mais clara? Algo mais? Devo procurar alguma coisa na neve ou evitar a neve?

    — A visão... — Wanda deu de ombros.

    — Eu sei, eu sei — disse Mirtes, impaciente. — Não é assim que a visão acontece. O que é irritante demais.

    Miles optou por mudar de assunto, já que Mirte parecia aborrecida. — Wanda, qual é o plano para entregar os horóscopos enquanto estivermos fora? Normalmente você os entrega para Mirtes e ela leva para Sloan editar.

    Para dizer a verdade, Mirtes revisava completamente os horóscopos de Wanda para que ficassem o mais próximo da gramática correta antes de entregá-los para Sloan publicar no jornal local.

    Wanda deu de ombros outra vez. — Levarei para Sloan dentro de alguns dias. — Ela olhou para Mirtes. — Se importa se eu usar o banheiro?

    — Claro que não — respondeu Mirtes, que estava distraída pensando nos horóscopos e no desespero de Sloan quando tivesse que decifrá-los.

    — Você sabe que Sloan não vai entender os rabiscos de Wanda. Ela é analfabeta funcional — sussurou Miles, assim que Wanda saiu.

    — Eu sei disso — concordou Mirtes. — Mas ela também é precisa em suas previsões. Estranho que seja. E você sabe que ela é a nova estrela do Bradley Bugle. Sloan não pode parar de publicar os horóscopos agora. E não pode reciclar material antigo, isso não funciona com previsões. Vou conversar com ele. Preciso falar sobre a minha coluna também.

    — Já fez as malas?

    — Fiz o melhor que pude. Parece que vou precisar de roupas para várias temperaturas. Então, coloquei alguns suéteres na mala.

    — Está levando roupas elegantes para os jantares chiques? Vamos ter um jantar assim em uma noite, não vamos? Apesar de não saber como isso vai funcionar com uma criança em idade pré-escolar. Não seria o tipo de restaurante que tem giz de cera e papel para desenho nas mesas.

    — Ah, tem uma espécie de clube infantil ou algo assim. Jack vai brincar lá por um tempo para que escapar da fila do bufê e irmos direto para o restaurante. Ele vai ficar bem e será apenas por uma noite. Mas temos que reservar assim que embarcarmos no navio. E respondendo à sua pergunta, estou levando uma blusa elegante para combinar com minha calça preta. Acho que é apropriado para a ocasião, não acha? Você já fez um cruzeiro antes. Eu não faço ideia do que esperar.

    — Fiz um cruzeiro há vinte anos. Usei uma gravata borboleta branca amarrada à mão sobre uma camisa branca engomada e fraque com calça social preta. Hoje em dia, os passageiros me confundiriam com o garçom.

    — Ou pensariam que você é o mágico do clube infantil.

    — De qualquer forma, tenho certeza de que você vai estar elegante, não importa o que esteja usando. Dificilmente alguém vai dizer que está vestida de forma inapropriada. Está sendo muito pessimista. — E

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