A arte de afinar o silêncio
De Mariel Reis
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A arte de afinar o silêncio - Mariel Reis
certa.
Bom Dia
O poste
As altas copas verdes das árvores substituídas por postes enormes que entortam a cabeça para dentro da minha janela. É a primeira diferença notada quando mudo de espaço, monto o escritório e arrumo os livros. A rua sempre barulhenta, vozes e buzinas confundidas, ambas estridentes, apregoam o dia nascendo rápido atrás do morro, dividindo a manhã em fatias comidas depressa nos bares – a média dos trabalhadores. A luz lenta infiltra-se pelo vidro canelado e desabrocha sobre o espelho uma flor de finíssimas pétalas, estalando sobre o corredor seu imenso caule transparente, inapelavelmente fugidio, quase uma flor de vapor, intocável, inamovível de sua brotação. Interrompo com meu corpo o tropismo, a flor agoniza, como se a rasgassem. Os postes, cabeças pendentes, apagam-se com um fechar de pálpebras, lento. Percebe-se a pouca luz abandonando suas pupilas. Imersos na treva, adormecem para acordar somente à noite, como vampiros que se estendessem nas sombras dos notívagos.
Programa Feminino