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Igreja Evangélica Batista de João Pessoa: uma igreja que avança
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E-book466 páginas3 horas

Igreja Evangélica Batista de João Pessoa: uma igreja que avança

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Sobre este e-book

O livro apresenta uma análise aprofundada da impactante trajetória da Igreja Evangélica Batista de João Pessoa, com base em pesquisa exaustiva e imparcial nas atas e anais da igreja, e na bibliografia sobre os batistas brasileiros, em particular na Paraíba. Trata-se de uma abordagem meticulosa e apaixonada desenvolvida pelo autor sobre os 100 (cem) anos de história desta igreja, dos quais 43 (quarenta e três) deles foram experenciados pelo autor.

Ao manusear as páginas do livro, percebe-se a boa mão do Senhor conduzindo a Igreja em toda a sua existência e demonstrando que a Igreja que avança é a Igreja revestida pelo poder do Espírito Santo de Deus, com o firme propósito de estabelecer o Reino de Deus entre nós.

É uma valiosa contribuição para os estudiosos da religião, historiadores e todos interessados na história e influência da igreja Evangélica Batista de João Pessoa, que perpassou os rincões da cidade, chegando aos mais distantes povoados da Paraíba, e alcançou outros países. Tendo ao longo de sua história aberto 21 (vinte e uma) novas igrejas, consagrados 58 (cinquenta e oito) pastores, e enviado muitos missionários pelo Brasil afora e outros países. E continua firme no propósito de ser canal de bênção aos de perto e aos de longe, através de seus membros, pastores, missionários e líderes em geral. Até que Jesus Cristo volte!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jan. de 2024
ISBN9786527019008
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    Igreja Evangélica Batista de João Pessoa - Josué Peixoto

    1. OS BATISTAS NO MUNDO, NO BRASIL E NA PARAÍBA

    Os batistas estão presentes em todo o mundo, com milhões de membros, em mais de trezentas mil comunidades locais, chamadas igrejas batistas. É uma denominação organizada, bem estruturada, com uma visão teológica muito clara, numa perspectiva coerente em que a parte se subordina ao todo. Sua história é rica e nobre, cujo surgimento se deu em função de princípios e valores bíblicos, e não em função de disputa por dinheiro ou poder.

    Na história do movimento evangélico, os batistas têm oferecido alguns dos maiores missionários, alguns dos maiores evangelistas e alguns dos maiores teólogos. Figuras como: William Carey, Billy Graham e Martin Luther King Jr são figuras de destaques.

    A sua origem no cenário mundial pode ser enfocada por três ângulos, dependendo da percepção de cada um, quais sejam:

    1. Pelo ângulo da sucessão histórica, há a Teoria JJJ: Jerusalém, João e Jordão. A ideia é que os batistas começaram a existir no rio Jordão, com João Batista, quando este batizou Jesus. Alguns historiadores defendem este entendimento. Esta teoria tenta ligar os batistas com João Batista e Jesus, traçando uma linhagem espiritual e teológica daqueles tempos até o surgimento da primeira igreja batista no mundo.

    2. Pelo ângulo puramente espiritual, os batistas descenderiam dos anabatistas, tais como os anabatistas alemães, holandeses, suíços e seitas como novacianos, donatistas e outros. Nesse caso, a sucessão não seria histórica, mas espiritual.

    3. Pelo ângulo da teoria histórica, os batistas surgiram entre os dissidentes ingleses, ou separatistas ingleses, que defendiam o governo congregacional e o batismo apenas de adultos convertidos. Esta tese apresenta correntes diferentes. Historicamente, segundo uma delas, o início foi em 1609, na Holanda, quando John Smyth, Thomas Helwys e uma congregação de 40 pessoas ali se instalaram, fugindo da perseguição da Igreja Anglicana. Outra corrente, defendida pelo grande teólogo Strong, liga o surgimento dos batistas a um grupo que, em 1641, na Inglaterra, começou a batizar por imersão, na igreja de Southwark. O grupo de Smyth e Helwys, batizava por afusão. Na realidade, os batistas só adotaram a imersão depois de seu contato com os menonitas, não sendo no início imersionistas. Daí a idéia de Strong. Este ângulo interpretativo se preocupa mais com a linha teológica que com a histórica linear.

    Atualmente, a corrente mais aceita pela maioria dos batistas é que sua origem reporta ao movimento separatista inglês, tendo em vista possuir mais consistência histórica e documental.

    A respeito desse contexto e ambiente do século XVII, vejamos o que disse Zaqueu Moreira de Oliveira, em seu livro Liberdade e exclusivismo: ensaios sobre os batistas ingleses:

    Neste ambiente foi que surgiu a primeira igreja batista cujo pastor foi João Smyth, que tinha formação teológica em Cambridge. Ele contou com um auxiliar muito importante, que era leigo e também advogado, Tomás Helwys. Eles, que antes eram anglicanos, tornaram-se seguidamente puritanos, separatistas e finalmente batistas. Quando aderiram à posição separatista, no reino de Tiago I, decidiram fugir com todos os homens da Igreja para a Holanda, onde havia tolerância religiosa. Lá encontraram outros grupos evangélicos, inclusive o dos menonitas que, conforme referido anteriormente, provinham do movimento anabatista do Século 16. Contudo, deles diferiam em vários aspectos, inclusive teológicos, pelo que ao se convencerem de que o batismo correto é o de crentes, rejeitando o batismo infantil, formaram uma igreja própria, sempre no ideal de restituir a igreja neotestamentária em toda a sua inteireza. Assim nasceu a primeira igreja batista (OLIVEIRA, 1997, p. 29-30, grafia original).

    Os primeiros batistas eram homens sérios, muito preocupados com a verdade bíblica e com a correção doutrinária. Devemos muito a eles, porque abriram o caminho, começando do nada. Os batistas estavam registrando suas posições, escrevendo para orientar e deixando claro quem são e o que creem.

    1.1. OS BATISTAS NO MUNDO

    A história começa com a organização da Igreja em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612, por Thomas Helwys e seus seguidores, já batizados na Igreja em Amsterdã. Foi esta Igreja que iniciou a linhagem de igrejas batistas e que começaram a crescer na Inglaterra sob severa perseguição, por discordarem da igreja oficial, a Igreja Anglicana.

    A perseguição aos batistas e a outros grupos separatistas os levou a várias partes do mundo e, em especial, às colônias da América do Norte, em busca da liberdade religiosa.

    Dois ilustres homens, são considerados fundadores das igrejas batistas em solo americano: Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rode Island; e John Clark, que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rode Island, conhecida desde 1648. Os batistas se espalharam pelas diversas colônias da América do Norte e foram influentes na formação da Constituição Americana de 1781, especialmente, na defesa da liberdade individual de cada cidadão.

    1.2. OS BATISTAS NO BRASIL

    No Brasil, os batistas estão presentes desde 1871, quando, em 10 de setembro, um grupo de norte-americanos que saíram dos Estados Unidos por causa da Guerra Civil, ou Guerra da Secessão (1861 – 1865), organizaram uma igreja em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, próximo ao que hoje conhecemos pela região polarizada por Americana. Esta igreja deixou de existir, mas foi ela quem pediu missionários à Convenção do Sul, nos EUA, para evangelizar os brasileiros. Foi nela que se batizou o primeiro batista brasileiro, o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque.

    A igreja deixou de existir, mas o prédio em que ela se reunia continua de pé. Fica no Cemitério dos Pioneiros, em S. Bárbara. O local abrigou três igrejas evangélicas que se reuniam no domingo: metodistas, batistas e presbiterianos.

    Durante muito tempo, os batistas insistiram que a primeira igreja batista no Brasil foi a de Salvador, organizada em 1882, ignorando que foi a de Sta. Bárbara que sustentou o Pr. Quinlan como missionário, em seu campo, buscando a evangelização, inclusive de brasileiros. No seu livro: O Marco Inicial Batista, o pastor Marcelo Santos, afirma:

    Depois da elaboração da pesquisa bibliográfica e documental, da apresentação dos seus conteúdos e da análise, é possível apontar algumas considerações. A primeira delas é quanto à questão do marco inicial dos batistas no Brasil, sob uma perspectiva histórico-religiosa, deve-se afirmar que o início do trabalho batista no Brasil está na organização da Primeira Igreja Batista de Santa Bárbara, São Paulo, em 1871 (SANTOS, 2011).

    O que se percebe é que as falas de Santos corroboram com outros trabalhos publicados sobre o mesmo tema. Este equívoco do passado foi devidamente consertado, fato é que em 10 de setembro de 2021 foi celebrado na cidade de Santa Bárbara d’Oeste o Sesquicentenário da presença batista no Brasil.

    Vale ressaltar que o trabalho missionário entre os brasileiros começou a se desenhar mais nitidamente quando o Gal. Hawthorne, americano, veio para o Brasil com os saídos dos EUA. Depois, ele foi aos EUA e pediu à Junta de Richmond que enviasse missionários, mas a Junta estava mais interessada em trabalho na China, pois considerava o Brasil como país cristão.

    Por sua insistência, veio a encontrar o jovem William Buck Bagby, com 23 anos, que também pensava na China e nem tinha noção de onde era o Brasil. Convencido, o jovem Bagby decidiu-se a vir para o Brasil juntamente com sua esposa, Ana Luther, filha de John Luther, presidente da Baylor University.

    Ao desembarcarem no Rio de Janeiro, o casal Bagby foi encaminhado a Sta. Bárbara, onde encontrou seus conterrâneos batistas e um alagoano, o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque. Este foi batizado (ou aceito, nada se pode afirmar com certeza) na igreja metodista, tornando-se o primeiro metodista brasileiro. Ao continuar, entretanto, os estudos das Escrituras, convenceu-se que o batismo era por imersão e saiu de São Paulo até St. Bárbara para ser batizado. Ele, o casal Bagby e outro casal, Zacarias e Kate Taylor, foram para Salvador e organizaram a primeira igreja batista voltada para evangelização de brasileiros, em 15.de outubro de 1882.

    1.2.1. O avanço da obra Batista no Brasil

    O casal Bagby – William e Anna – deixou o trabalho de Salvador com os Taylor e foi para o Rio de Janeiro, onde organizou a PIB do Rio, em 1884. Eles eram dotados de uma grande capacidade de trabalho e uma profunda paixão pela evangelização e por missões.

    Os batistas imprimiram folhetos contando a conversão de Teixeira, e estes foram enviados para Maceió. Lá, um grupo de 50 pessoas começou, por estes folhetos, a estudar a Bíblia. Escreveram à Missão na Bahia para enviar alguém para ajudá-los. Em 17/05/1885 se organizou a PIB de Maceió, com 10 membros. Diante deste fato, o ex-padre, agora pastor, decide voltar à sua terra e trabalhar na formação do trabalho batista em solo alagoano. Teve a felicidade de batizar seus pais que, quando ele deixara a batina, haviam se recusado até a reconhecê-lo como filho.

    O trabalho de evangelização prosseguiu, e em 1886 chega mais um missionário: Charles Davis Daniel. Daniel foi para Recife, onde Mello Lins, que fora consagrado ao ministério em Maceió, vinha evangelizando algumas pessoas conhecidas. Daniel batizou dois homens: João Francisco de Souza e João da Cruz Lima. A partir de então, com 6 membros, foi organizada a PIB de Recife em 04/04/1886.

    Assim, em quatro anos desde o início do trabalho missionário em Salvador/BA já havia quatro igrejas batistas em solo brasileiro. O trabalho continuou até que, em 1907, sob a inspiração do ex-judeu Salomão Ginsburg, se organizou a Convenção Batista Brasileira. Antes disso, também o primeiro seminário para formação de obreiros para evangelização do Brasil, o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil – STBNB (1902). O objetivo da nova instituição foi expresso por ocasião de sua fundação, quando o primeiro diretor, Jefté Hamilton, disse: O Seminário não faz ministros, pois é Deus quem chama. [...] É muito honroso e louvável ser pregador do evangelho; mais do que ser um grande político ou presidente da República.

    1.3. OS BATISTAS NA PARAÍBA

    Para este capítulo, faço-me valer do excelente trabalho de pesquisa do Pr. Francisco Bonato Pereira, publicado em seu blog em 30/01/2013 (1), que passarei a apresentar resumidamente.

    1.3.1. Primeira Igreja Batista Da Parahyba Do Norte (1914)

    1.3.1.1. Os primórdios

    Os presbiterianos foram os primeiros cristãos protestantes a chegar ao Estado da Paraíba para pregar o Evangelho de Cristo, através do missionário John Rockwell Smith, que iniciou a pregação do Evangelho e organizou a Igreja Presbiteriana da Parahyba (1884).

    1.3.1.2. A Organização

    Segundo o pastor Francisco Bonato, um grupo de oito irmãos oriundos da Igreja Presbiteriana, depois de ler e comentar, juntos, o Capítulo 3 do Evangelho de João, com referência ao batismo de Jesus, procuraram ouvir a opinião de alguns batistas residentes na capital paraibana, sobre as diferenças do modo de batizar. E manifestaram o desejo de serem submetidos ao batismo por imersão. Os dois grupos (batistas e ex-presbiterianos) mandaram convidar o Pr. João Borges da Rocha, da Primeira Igreja Batista do Recife, a fim de ouvir mais sobre o assunto e consultar sobre o que fazer por não haver na cidade, igreja ou congregação batista. MESQUITA diz que: Havia um grupo de crentes prontos a professar sua fé, os quais declararam estar de acordo com as normas dos batistas e estarem de coração desejosos de servir a Jesus

    Após a profissão de fé dos novos crentes (08), estes foram batizados no Rio Jaguaribe pelo pastor João Borges da Rocha. O grupo, os recém-batizados e membros de outras igrejas batistas, pediram sua organização em igreja, a qual foi organizada com o nome de Primeira Egreja Baptista da Parahyba do Norte, no dia 19 de janeiro de 1914, em Concilio formado pelo missionário David Luke Hamilton e pelo pastor João Borges da Rocha, na residência do casal Julieta e Manoel Pires, situada na Rua do Melão, atual Rua Beaurepaire Rohan, com 15 membros fundadores.

    A igreja escolheu João Borges da Rocha como seu primeiro pastor. E se filiou à União Batista Leão do Norte, que congregava as Igrejas Batistas nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No mesmo ano a União Batista, razão da extensão do campo, passou a ser chamada de Convenção Batista Regional [MESQUITA, Antonio N. História dos Batistas em Pernambuco, p. 154].

    1.3.2. Igreja Batista De Itabaiana (1918)

    A Igreja Batista de Itabaiana (PB) foi organizada em 22 de setembro de 1918, por iniciativa do missionário David Luke Hamilton, com a presença do Pr. Pedro Falcão e Augusto Felipe Santiago, seu primeiro pastor. A congregação original foi fruto da evangelização da PIB da Parahyba do Norte, apoiada pela Missão Batista Norte e do Seminário Batista, que enviava seminaristas (STBNB), para dirigir os cultos e pregar a cada semana. (FEITOSA, Jose Alves. HISTÓRIA DOS BATISTAS DO BRASIL).

    A Igreja Batista de Itabaiana, pastoreada a partir de 1918, pelo Pr. Augusto Felipe Santiago, foi recebida na Convenção Batista Regional na Assembleia de 1920, realizada na Igreja Batista do Cordeiro (PEREIRA, Francisco Bonato. Nota à História dos Baptistas em Pernambuco).

    A eclosão do Movimento Radical (1923) levou a Igreja a se posicionar ao lado do grupo radical, que rompeu relações com a Missão Batista do Norte, em oposição ao grupo construtivista, que aceitou continuar cooperando com a Missão. No Estado da Paraíba duas igrejas cerraram fileira com o grupo radical: a IB Itabaiana e a PIB Brasileira da Parahyba do Norte (hoje IEB João Pessoa).

    A IB Itabaiana frutificou e organizou as igrejas: IB Serrinha (hoje Juripiranga, 1928), IB do Pilar (1945), dentre outras.

    1.3.3. Primeira Igreja Batista De Campina Grande (1922)

    A Primeira Igreja Batista de Campina Grande (PB) foi organizada em 5 de março de 1922, por iniciativa do pastor Jose Joaquim Lemos de Vasconcelos e da Igreja Batista do Arruda, no Recife (PE), o qual, vindo com a esposa em busca de clima saudável, encontrou na cidade um grupo de batistas. Com este, iniciou uma congregação, onde se converteram oito pessoas, batizados na tarde de 5 de março de 1922, no Açude Velho (MESQUITA, Antonio N. História dos Batistas em Pernambuco, p. 208). Naquele dia a congregação foi examinada com vista a sua emancipação, sendo o Concilio composto dos Pastores William Carey Taylor e Leslie Leonidas Johnson Augusto Felipe Santiago e José de Lemos de Vasconcelos, na Rua do Silvestre, 34 (MESQUITA, Antonio N. História dos Batistas em Pernambuco, p. 208). O primeiro pastor foi Augusto Santiago, natural de Timbaúba/PE.

    A primeira congregação da igreja foi instalada na vizinha cidade de Esperança. Além de Esperança, a PIB de Campina Grande, organizou a PIB Solanea e PIB de Itaporanga, todas na Paraíba.

    1.3.4. Convenção Batista Paraibana (1924)

    Ao eclodir o Movimento Radical (1923), o missionário Arnald Edmund Hayes mudou-se para a cidade da Paraíba do Norte e assumiu o pastorado da PIB daquela cidade. Manteve entendimentos com o Pr. Augusto Felipe Santiago (PIB - Campina Grande) e com as outras igrejas e pastores do campo e, em 4 e 5 de janeiro de 1924, foi realizada (templo da PIB Paraíba do Norte), a assembleia dos mensageiros das igrejas: (a) PIB Parahyba do Norte (1914); (b) PIB de Campina Grande (1922); (c) IB de Cruz das Armas, em João Pessoa (1923); (d) PIB Natal (1919); (e) IB de Guarabira (1923), que deliberou se organizar como Convenção Batista Paraibana, para dirigir o trabalho cooperativo dos batistas, presidida pelo Pastor Augusto Felipe Santiago e orientada pelo missionário Arnald E. Hayes (secretário executivo-tesoureiro), adquirindo a autonomia o campo paraibano.

    O missionário Arnald E. Hayes dirigiu a PIB Parahyba do Norte no período de 1923 a 1925, quando também coordenou o trabalho da Convenção Batista Paraibana, sendo sucedido pelos pastores: Jorge Bentemuller (1926-1928) e Antonio Marques Lisboa Dorta (1929-1932).

    2. PRIMEIRA IGREJA BATISTA BRASILEIRA NA PARAÍBA DO NORTE

    2.1. MOVIMENTO RADICAL BATISTA

    Para o historiador protestante Émile G. Léonard (1981), O Movimento Radical Batista no Norte teve seu início

    com a redistribuição das atividades da Missão batista de Pernambuco, em 1920, entregando-se ao Missionário Muirheard a direção do Colégio Batista de Recife, dirigido por muitos anos pelo seu colega Hamilton, e a sua pronta recusa em ver-se assim reduzido às funções de professor, surge nova crise no seio da denominação batista, ao norte do país (p. 172-173).

    Hamilton tinha o apreço de muitos líderes regionais, que procuraram fazer tornar-lhe às mãos a direção do Colégio, mas nada conseguindo. Léonard, assim, se expressou sobre o ocorrido:

    As ‘histórias pessoais’, quando se mostram assim duradouras são apenas a manifestação de oposições mais profundas e certamente mais legítimas, que não se podem explicar por simples encontro de temperamentos ou de ambições, como pretendem alguns expectadores ‘avisados (p. 173).

    Já o pastor Francisco Bonato, defende a tese de que

    o movimento radical surgiu, de início, em razão de divergências entre os missionários americanos e os obreiros nacionais sobre as prioridades do trabalho e sobre a utilização das verbas enviadas pela Junta de Richmond, entre educação (prioridade dos missionários) e evangelização (prioridade dos nacionais), além de quem controlaria os recursos.

    O problema similar surgira, de início, numa outra denominação, de modo semelhante à questão maçônica, quando obreiros nacionais se indispuseram com missionários norte-americanos, em face de intolerância dos primeiros no tocante à filiação a Maçonaria. Neste sentido o LÉONARD (1981, p. 173) menciona que os propagandistas batistas, brasileiros e mesmo americanos, se mostraram desinteressados, por todo meio de evangelização que não se exercesse de maneira direta, já presbiterianos e metodistas seguiram noutra direção, priorizando a fundação de colégios paralelamente às igrejas. Estes últimos, entendiam que ligados aos colégios surgiriam toda uma atmosfera cultural e social, de uma civilização, que se acreditava necessária à evangelização, muito embora é sabido que batistas também construíram colégios nas principais cidades onde se estabeleceram, além de iniciativas individuais de pastores, que aliado às igrejas estabeleceram educandários para alfabetizar os nacionais e levar os princípios bíblicos à comunidade do entorno.

    Os principais historiadores do tema são categóricos em defender a tese de que a questão radical teve pano de fundo inicial com a questão do sustento próprio, quando os missionários americanos passaram a defender o princípio de que cada igreja devia sustentar o seu obreiro e o maior volume dos recursos deveriam ser encaminhados para educação e outras finalidades, ou seja, o modelo missiológico adotado pela maioria dos missionários norte-americanos era de que o ensino deveria ser prioritário.

    Daí surgiu um ponto forte de divergência entre os missionários e os líderes nacionais. Os missionários entendiam que a gerência dos recursos financeiros deveria ser deles, em razão da política adotada pela Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos (Junta de Richmond) em relação aos seus campos missionários. Os obreiros nacionais, por seu lado, desejavam administrar esses recursos e aplicá-los no trabalho de evangelização, inclusive no sustento dos obreiros. O fato é que os missionários ainda não consideravam os líderes locais preparados para administrar os recursos financeiros e estes, por sua vez, se sentiam diminuídos pelo procedimento adotado.

    A crise eclodiu durante a Assembléia Convencional de 1922, realizada na Igreja Batista de Gravatá. Acarretou a divisão do trabalho Batista no Estado em dois grupos antagônicos: os radicais e os construtivistas.

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