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Era Uma Vez na América de Sergio Leone
Era Uma Vez na América de Sergio Leone
Era Uma Vez na América de Sergio Leone
E-book158 páginas1 hora

Era Uma Vez na América de Sergio Leone

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Sobre este e-book

"Era uma vez na América" é o último filme de Sergio Leone, aquele que o próprio realizador definiu como "o meu cinema".
Com uma gestação muito conturbada, tanto que demorou quinze anos desde a primeira ideia até à concretização final, e com uma duração global muito superior à extensão normal de um filme cinematográfico, este filme transforma-se numa discussão sobre o tempo, numa forma de transpor, com a infinita sabedoria de quem sabe misturar música e fotografia, cenografia e cor, ambientes e diálogos, a própria vida e as delicadas relações que cada um de nós estabelece ao longo da nossa existência.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de abr. de 2024
ISBN9798224521302
Era Uma Vez na América de Sergio Leone
Autor

Simone Malacrida

Simone Malacrida (1977) Ha lavorato nel settore della ricerca (ottica e nanotecnologie) e, in seguito, in quello industriale-impiantistico, in particolare nel Power, nell'Oil&Gas e nelle infrastrutture. E' interessato a problematiche finanziarie ed energetiche. Ha pubblicato un primo ciclo di 21 libri principali (10 divulgativi e didattici e 11 romanzi) + 91 manuali didattici derivati. Un secondo ciclo, sempre di 21 libri, è in corso di elaborazione e sviluppo.

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    Era Uma Vez na América de Sergio Leone - Simone Malacrida

    SIMONE MALACRIDA

    Era Uma Vez na América de Sergio Leone

    Simone Malacrida (1977)

    Engenheira e escritora, atuou em pesquisa, finanças, políticas energéticas e plantas industriais.

    ÍNDICE ANALÍTICO

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO 1 - FICHA TÉCNICA DO FILME

    CAPÍTULO 2 – A IDEIA E A ESTRUTURA

    CAPÍTULO 3 – TEMAS E SIGNIFICADOS

    CAPÍTULO 4 – CORRESPONDÊNCIAS

    CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E EVOLUÇÕES SUBSEQUENTES

    CONCLUSÕES

    BIBLIOGRAFIA

    NOTA DO AUTOR:

    As opiniões e reflexões presentes neste livro representam ideias pessoais do autor e são resultado de múltiplas visualizações de todas as versões de Era uma vez na América (e outras obras do diretor Sergio Leone).

    Tudo isso foi integrado ao que está presente na seção Bibliografia, extraindo ideias válidas de livros, entrevistas e análises anteriores.

    Era uma vez na América é o último filme de Sergio Leone, aquele que o próprio realizador definiu como o meu cinema.

    Com uma gestação muito conturbada, tanto que demorou quinze anos desde a primeira ideia até à concretização final, e com uma duração global muito superior à extensão normal de um filme cinematográfico, este filme transforma-se numa discussão sobre o tempo, numa forma de transpor, com a infinita sabedoria de quem sabe misturar música e fotografia, cenografia e cor, ambientes e diálogos, a própria vida e as delicadas relações que cada um de nós estabelece ao longo da nossa existência.

    " Era uma vez na América é o fim do mundo, o fim de um gênero, o fim do cinema ."

    ––––––––

    Depoimento de Sergio Leone presente no livro Era uma vez cinema.

    INTRODUÇÃO

    Em 1984, portanto há quarenta anos em relação à data de redação deste pequeno livreto e ensaio, foi distribuído Era uma vez na América, último filme de Sergio Leone que completou a trilogia da época, iniciada há quinze anos. . primeiro com Era uma vez no Ocidente.

    Aliás, este também foi o último filme do diretor italiano, que sofreu um infarto cinco anos depois.

    Depois de tanto tempo, a obra de Sergio Leone não foi parar no armário das memórias, pelo contrário, está mais conhecida e notada do que nunca.

    Principalmente graças à Dollar Trilogy, que redesenhou completamente o gênero western, decretando seu fim.

    Um divisor de águas muito específico, que hoje consideramos intransponível.

    Todo western anterior ao de Leone parece completamente datado em termos de temas, argumentos, apresentação de personagens e ambientes.

    Para Era uma vez na América, o assunto é muito mais complexo.

    A longa gestação da obra, que durou quinze anos, a dificuldade em encontrar um tema adequado e os processos progressivos que acabaram por prolongar o tempo, deram vida a um filme com mil implicações, cuja duração por si só dificultou a público e o prazer do filme são um teste difícil.

    Se combinarmos isto com as diferentes versões que circulam e com o facto de, dentro delas, se esconderem miríades de ligações, compreendemos como a abordagem a este filme é mais difícil.

    Apesar disso, o filme não pertence àquele círculo de obras conhecidas apenas pelos profissionais ou por um público de nicho.

    A popularidade desta obra é considerável, que tem crescido ao longo do tempo sem apresentar sinais de envelhecimento.

    Ciclicamente, foi exibido na televisão e agora há pessoas que conhecem o enredo e os personagens, reconhecem a música e as citações, mesmo tendo nascido depois de 1984.

    O interesse pelo filme é também denotado por um trabalho de restauro realizado em 2012 que devolveu ao público inúmeras cenas cortadas por motivos de distribuição, bem como uma cor mais semelhante ao original e a digitalização, necessária para preservar a obra dos efeitos prejudicial à destruição.

    Você tem que se perguntar o motivo de tudo isso.

    Reside, na opinião do escritor, na extrema modernidade dos conteúdos e temas abordados.

    Embora tenhamos percebido imediatamente a idade da obra (aliás, podemos dizer com segurança que parece pertencer à década de 1960 e não à década de 1980) e apesar de ter um ritmo deliberadamente lento, o que se discute é universal.

    Muito mais do que o assunto levado em consideração para descrever o período gangster na época da Lei Seca americana, ou seja, de 1918 a 1933.

    A inspiração veio de um romance biográfico de um ex-gangster americano de origem ucraniana e pertencente à comunidade judaica de Nova York.

    Essa foi a luz inicial, pois Leone procurava algo ambientado naquele mundo e naquela época.

    O resto, porém, foi obra do diretor italiano.

    Acréscimos de partes inteiras da trama, de um novo período histórico a ser considerado presente, mesmo que na realidade já antigo em relação a 1984.

    E depois a técnica narrativa de referências contínuas ao passado e referências ao futuro, a análise do detalhe, da fotografia e da música, dos figurinos e da cenografia.

    Por último, mas não menos importante, a reconstrução de lugares e ambientes, uma espécie de procura de um tempo e de um lugar perdido, para contar como era e como já não é.

    Tudo isto pode denotar uma abordagem muito particular e difícil de compreender.

    Algo desconhecido de todos, já que ninguém tinha mais experiência com isso, nem mesmo os próprios americanos.

    Normalmente, diante de uma situação como essa, tentamos estereotipar as cenas.

    O bem e o mal, a luta entre o bem e o mal ou os acontecimentos judiciais, familiares e históricos.

    Nada disso em Leão.

    A visão é pessoal e introspectiva.

    O homem com suas próprias dúvidas.

    Remorso, arrependimento, lidar com a consciência.

    Acima de tudo, temas universais como amor, amizade e traição.

    Os temas surgiram progressivamente, como uma descoberta lenta e uma marcha lenta de abordagem, não sem contradições e antíteses, paralelos e violência.

    Nada é poupado ao protagonista e aos espectadores.

    Por fim, o toque perspectivo do sonho e da projeção, de uma ilusão que poderia muito bem coincidir com a própria vida.

    Então o que resta?

    Talvez apenas a nostalgia de um tempo perdido, o da nossa juventude.

    Na encenação de cada pequeno detalhe, Sergio Leone derramou sua experiência pessoal e treinamento.

    Uma forma de expressar um ponto de vista unívoco, mas potencialmente abstraível da condição particular, dado que não são proferidos julgamentos nem sentenças.

    O final em si, aberto a pelo menos duas interpretações diferentes, deixa o espectador repleto daquela sensação de perda e abandono, doce e melancólico como a trilha sonora que, desde o início, se eleva a uma obra-prima absoluta.

    Cada um de nós pode encontrar, nos acontecimentos do Noodles, parte de nós mesmos ou parte da nossa própria história.

    Daí a modernidade e o cruzamento geracional.

    A renovação contínua de um filme que não se detém no filme de gangster, mas sim que a história contada é apenas um pretexto e todo o género é demolido.

    Mais, o cinema inteiro e o mundo inteiro.

    Esse mundo narrado.

    O diretor estava ciente disso, sabia desde a primeira exibição, chegando a declarar isso na abertura.

    O fim de tudo, o fim do mundo, o fim do cinema.

    O título poderia facilmente ser transliterado para Era uma vez cinema.

    Há muitas expressões emblemáticas nesse sentido, mas aqui cabe lembrar a resposta final e lapidar de Noodles ao seu amigo Max, que se transformou no senador Bailey.

    É apenas a maneira como vejo as coisas.

    Você não puxa o gatilho, mesmo que a lógica diga que um amigo traído não tem escolha a não ser atirar.

    Diante do roubo da vida, do dinheiro, da felicidade, do amor e do tempo, a resposta é sair pela porta dos fundos.

    Uma forma de levar consigo o fedor da rua, aquele sentimento de pertença típico de um mundo que já não existe, mas que cada um de nós pode admirar durante as quatro horas de filme.

    CAPÍTULO 1 - FICHA TÉCNICA DO FILME

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