Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Caixa de Ferramentas em Mediação II: Novos aportes
Caixa de Ferramentas em Mediação II: Novos aportes
Caixa de Ferramentas em Mediação II: Novos aportes
E-book877 páginas9 horas

Caixa de Ferramentas em Mediação II: Novos aportes

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Autores: Adolfo Braga Neto; Adriana Adler; Alexandre Palermo Simões; Ana Luiza Isoldi; Ana Siqueira; Ana Valéria Silva Gonçalves; André Martins Vilar de Carvalho; Andréa Lúcia Horta e Silva; Andrea Maia Brayer; Andrea Navarro Dias Cardoso Alves; Augusto Barros de Figueiredo e Silva Neto; Beatriz Vidigal Xavier da Silveira Rosa; Camila Garcia David; Carla Maria Alcofra Tocantins; Carlos Eduardo de Vasconcelos; Caroline Tuffani
David; Clara Ramos Jayme; Claudia Frankel Grosman; Cristiane Dias Carneiro; Diana Rosemberg; Diego Corrêa Lima de Aguiar Dias; Diego El-Jaick Rapozo; Dora Rocha Awad; Dulce Maria Martins do Nascimento; Fernanda Rocha Lourenço Levy; Fernanda Tartuce; Flavia Scarpinella Bueno; Flávio Faibischew Prado; Gabriela Faljoni Alario; Gevalmir Faciroli Carneiro; Giordani Flenik; Helena Gurfinkel Mandelbaum; Jose Antonio
Mangini Junior; Juliana Polloni; Leila Siqueira Pereira Amboni; Liana Gorberg Valdetaro; Luciana Drimel Dias; Manoel Vargas Franco Netto; Marcelo Girade Corrêa; Marcelo Lomacinsky Braunstein; Maria Cecília de Araujo Asperti; Maria do Céu Lamarão Battaglia; Mariana Freitas de Souza; Marilene de Almeida Marodin; Marselha Evangelista de Souza;
Mia Alessandra de Souza Reis Schneider; Mônica de Salles Lima; Paulo Valério Dal Pai Moraes; Philipe Ricardo Lantos; Renata Brandão Moritz Serpa Coelho; Renata Cantalice Fonkert; Renata Porto Adri; Roberto Baumgarten Kuster; Ronan Ramos de Oliveira Júnior; Samantha Pelajo; Sandra Regina Garcia Olivan Bayer; Sergio Nassim Harari; Silvia Maria
Costa Brega; Soraya Vieira Nunes; Tania Almeida; Vania Curi Yazbek; Vera Cecília Monteiro de Barros; Wanderley José Jacob.

Caixa de Ferramentas II chega para complementar a obra Caixa de Ferramentas — aporte práticos e teóricos em conteúdo e em diversidade temática. Produto dos mindsets de distintos autores, convidados a colaborar com ferramentas não abordadas
na primeira edição, a multiplicidade de suas produções vem corroborar com a ideia de que a Caixa de Ferramentas da Mediação se mantém aberta a novas contribuições, aditando aportes aos já existentes, a qualquer tempo, O caráter transdisciplinar da Mediação valida essa abertura à permanente ampliação de recursos, vindos de distintas disciplinas. Mantido o layout da primeira obra — objetivo, operacionalização e impacto esperado de cada ferramenta, assim como o suporte teórico que lhe confere alicerce —, o leitor conversará com as ideias de
distintos praticantes da Mediação e de alguns teóricos que lhe emprestam suas reflexões."
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de mai. de 2024
ISBN9786586201055
Caixa de Ferramentas em Mediação II: Novos aportes

Relacionado a Caixa de Ferramentas em Mediação II

Ebooks relacionados

Direito para você

Visualizar mais

Avaliações de Caixa de Ferramentas em Mediação II

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Caixa de Ferramentas em Mediação II - Tania Almeida

    Livro, Caixa de ferramentas na mediação II - novos aportes. Autor, Tania Almeida. Dash Editora.

    Autora organizadora

    Tania Almeida

    Caixa de Ferramentas na Mediação II

    Novos Aportes

    Coautores

    Adolfo Braga Neto; Adriana Adler; Alexandre Palermo Simões; Ana Luiza Isoldi; Ana Siqueira; Ana Valéria Silva Gonçalves; André Martins Vilar de Carvalho; Andréa Lúcia Horta e Silva; Andrea Maia Brayer; Andrea Navarro Dias Cardoso Alves; Augusto Barros de Figueiredo e Silva Neto; Beatriz Vidigal Xavier da Silveira Rosa; Camila Garcia David; Carla Maria Alcofra Tocantins; Carlos Eduardo de Vasconcelos; Caroline Tuffani David; Clara Ramos Jayme; Claudia Frankel Grosman; Cristiane Dias Carneiro; Diana Rosemberg; Diego Corrêa Lima de Aguiar Dias; Diego El-Jaick Rapozo; Dora Rocha Awad; Dulce Maria Martins do Nascimento; Fernanda Rocha Lourenço Levy; Fernanda Tartuce; Flavia Scarpinella Bueno; Flávio Faibischew Prado; Gabriela Faljoni Alario; Gevalmir Faciroli Carneiro; Giordani Flenik; Helena Gurfinkel Mandelbaum; Jose Antonio Mangini Junior; Juliana Polloni; Leila Siqueira Pereira Amboni; Liana Gorberg Valdetaro; Luciana Drimel Dias; Manoel Vargas Franco Netto; Marcelo Girade Corrêa; Marcelo Lomacinsky Braunstein; Maria Cecília de Araujo Asperti; Maria do Céu Lamarão Battaglia; Mariana Freitas de Souza; Marilene de Almeida Marodin; Marselha Evangelista de Souza; Mia Alessandra de Souza Reis Schneider; Mônica de Salles Lima; Paulo Valério Dal Pai Moraes; Philipe Ricardo Lantos; Renata Brandão Moritz Serpa Coelho; Renata Cantalice Fonkert; Renata Porto Adri; Roberto Baumgarten Kuster; Ronan Ramos de Oliveira Júnior; Samantha Pelajo; Sandra Regina Garcia Olivan Bayer; Sergio Nassim Harari; Silvia Maria Costa Brega; Soraya Vieira Nunes; Tania Almeida; Vania Curi Yazbek; Vera Cecília Monteiro de Barros; Wanderley José Jacob.

    Livro, Caixa de ferramentas na mediação II - novos aportes. Autor, Tania Almeida. Dash Editora.

    Meu agradecimento a cada autor/a que integra esta obra, contribuindo para que a Mediação se mantenha objeto de reflexão e de novos aportes.

    Agradeço também às mediadoras que compilaram e ajudaram a categorizar as ferramentas aqui reunidas: Camila David, Caroline Tuffani e Leila Amboni.

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO

    AMPLIANDO RECURSOS EM MEDIAÇÃO | TANIA ALMEIDA

    1. RECURSOS DE COMUNICAÇÃO

    O CENÁRIO DA COMUNICAÇÃO NO PROCESSO NEGOCIAL | TANIA ALMEIDA

    O TEMPO | FERNANDA LEVY

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    INVESTIGAÇÃO APRECIATIVA | JULIANA POLLONI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    O PROCEDIMENTO EM U | ADRIANA ADLER

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    O PODER DO TERCEIRO IMPARCIAL | CLAUDIA FRANKEL GROSMAN

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    A ESCUTA: O POSSÍVEL ENCONTRO COM O OUTRO | JOSÉ MANGINI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    EMPATIA | CRISTIANE CARNEIRO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    PLATAFORMA DE TRABALHO DESDE A PERSPECTIVA GENERATIVA | RENATA FONKERT

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    ESPELHAMENTO NA PERSPECTIVA TRANSFORMATIVA | ADOLFO BRAGA NETO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    PERGUNTAS CIRCULARES — REFLEXÃO, PROTAGONISMO E REVISÃO DE NARRATIVAS | CARLOS EDUARDO DE VASCONCELOS

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    PERGUNTAS SISTÊMICAS INSPIRADAS NAS ORDENS DO AMOR DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR DE BERT HELLINGER APLICÁVEIS À MEDIAÇÃO | ANA LUIZA ISOLDI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    PROTAGONISMO CONSCIENTE | ANA SIQUEIRA

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    SILÊNCIO | MARIA DO CÉU LAMARÃO BATTAGLIA

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    ASSERTIVIDADE | CLARA RAMOS JAYME

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    DISTINGUIR JULGAMENTOS DE OBSERVAÇÕES | LEILA AMBONI E MIA REIS

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    CRIAÇÃO DE MECANISMOS DE AJUDA MÚTUA | DORA ROCHA AWAD

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    CONVERSAR SOBRE A CONVERSA | FLÁVIO FAIBISCHEW PRADO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    FRAGMENTOS NARRATIVOS ESCRITOS OFERECIDOS PELO MEDIADOR | VANIA CURI YASBEK

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    2. RECURSOS DE NEGOCIAÇÃO

    BASE NEUROBIOLÓGICA DA MEDIAÇÃO COOPERATIVA | PAULO VALÉRIO DAL PAI MORAES

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    NUDGES: OS EMPURRÕEZINHOS QUE MOTIVAM E QUE TIRAM AS PARTES DA INÉRCIA | SANDRA BAYER

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    A BUSCA DO CONSENSO E A CONSENSUALIDADE | RENATA PORTO ADRI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    RECIPROCIDADE (TIT FOR TAT): COMO O MEDIADOR PODE AJUDAR AS PARTES A COMPARTILHAR INFORMAÇÕES DE FORMA CONJUNTA NA NEGOCIAÇÃO | GABRIELA ALARIO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    A FUNÇÃO DE UTILIDADE NAS SESSÕES DE MEDIAÇÃO | ROBERTO BAUMGARTEN

    Parte I – Prática

    Parte II — Teoria

    DESIGN THINKING NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS | MARCELO LOMACINSKY

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    BRAINSTORM E O ESTÍMULO À CRIATIVIDADE | CAMILA DAVID E GEVALMIR

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    ZONA DE POSSÍVEIS ACORDOS — ZOPA | MARCELO GIRADE CORRÊA

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    ESTRATÉGIAS PARA SOFISTICAR A FASE DE BARGANHA NAS NEGOCIAÇÕES | TANIA ALMEIDA

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    BRACKETING OU BRACKTES — APROXIMANDO EXPECTATIVAS | MÔNICA SALLES E RENATA MORITZ

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    BENEFÍCIO ECONÔMICO DA MEDIAÇÃO: CUSTO DE OPORTUNIDADE COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE DECISÃO ENTRE ALTERNATIVAS MUTUAMENTE EXCLUDENTES | SILVIA MARIA COSTA BREGA

    Parte I – Prática

    Parte II — Teoria

    ANÁLISE DE DECISÃO | ANDREA NAVARRO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    ACORDOS PROVISÓRIOS | CAROLINE TUFFANI

    Parte I — Teoria

    Parte II — Teoria

    3. RECURSOS DE APRIMORAMENTO PARA MEDIADORES

    USO DE METÁFORAS E OBSERVAÇÃO DA LINGUAGEM CORPORAL | ALEXANDRE SIMÕES E FLAVIA SCARPINELLA BUENO

    COLOCAR-SE (E MANTER-SE) PRESENTE — PREPARAÇÃO INDIVIDUAL E APERFEIÇOAMENTO PESSOAL DO MEDIADOR | WANDERLEY JACOB

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    AUTOCONHECIMENTO COMO RECURSO NA INTERVENÇÃO DO MEDIADOR | MARILENE MARODIN

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    MICROFOCO | FLÁVIO FAIBISCHEW PRADO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    4. RECURSOS DE INCREMENTO DO PROCEDIMENTO

    O USO DA TECNOLOGIA NA MEDIAÇÃO | MARCELO LOMACINSKY BRAUNSTEIN

    INFORMALIDADE E INTUIÇÃO | FERNANDA TARTUCE

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    NEGOCIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PELOS MEDIADORES E ADVOGADOS | SAMANTHA PELAJO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    ADVOCACIA NA MEDIAÇÃO | LIANA GORBERG VALDETARO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    PREPARAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ADVOCACIA PARA A MEDIAÇÃO | DULCE NASCIMENTO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    O ADVOGADO NA ETAPA DE PREPARAÇÃO PARA A MEDIAÇÃO | VERA CECÍLIA MONTEIRO DE BARROS

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    EARLY NEUTRAL EVALUATION | CAROLINE TUFFANI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    COMEDIAÇÃO | SORAYA NUNES

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    PREPARAÇÃO DO MEDIANDO — CUIDANDO DE ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS | RONAN RAMOS

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    A RODA DE MAPEAMENTO DO CONFLITO | PHILIPE LANTOS E SÉRGIO HARARI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    CAUCUS (OU REUNIÕES PRIVADAS) NA MEDIAÇÃO | MARIA CECILIA DE ARAUJO ASPERTI

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    MÉTODOS MISTOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS: UM DESENHO DE PROCEDIMENTO EM MEIO À INTERCULTURALIDADE E À DIVERSIDADE | LUCIANA DRIMEL DIAS

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    TECNOLOGIA AMPLIANDO ACESSO À JUSTIÇA | CARLA MARIA ALCOFRA TOCANTINS

    PARTE I — Prática

    Parte II — Teoria

    RESOLUÇÃO ON-LINE DE DISPUTAS | ANDREA MAIA BRAYER

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    5. RECURSOS PARA MEDIAÇÃO EMPRESARIAL

    OS MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO ÂMBITO DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS: EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL | DIANA ROSEMBERG

    MAPEAMENTO DO CONFLITO EM CASOS EMPRESARIAIS COMPLEXOS | MANOEL VARGAS

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    SENSIBILIZAÇÃO DO PREPOSTO PARA ATUAR NA MEDIAÇÃO — UMA ROTINA DE PREPARAÇÃO CONTINUADA | ANDREA HORTA E MARSELHA EVANGELISTA

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    MEDIAÇÃO E COMPLIANCE — ESCUTA ATIVA NA ÁREA DE COMPLIANCE E ÉTICA | DIANA ROSEMBERG

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    DESENHO DE SISTEMAS DE DISPUTA — DSD CORPORATIVO | DIANA ROSEMBERG

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    6. RECURSOS PARA MEDIAÇÃO FAMILIAR

    MEDIAÇÃO E FILOSOFIA: NOVOS PARADIGMAS, TRANSDISCIPLINARIDADE E REFORMA DO PENSAMENTO | ANDRÉ MARTINS

    ENTREVISTA RELACIONAL NA MEDIAÇÃO FAMILIAR | HELENA GURFINKEL MANDELBAUM

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    GENOGRAMA COMO INSTRUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO E COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES SIGNIFICATIVAS NA MEDIAÇÃO FAMILIAR | ANA VALÉRIA SILVA GONÇALVEZ

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    A INTERVENÇÃO NA PARENTALIDADE NAS MEDIAÇÕES FAMILIARES | GIORDANI FLENIK

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    7. RECURSOS PARA UTILIZAR A MEDIAÇÃO COM MÚLTIPLAS PARTES

    MIXED MODE — AMPLIANDO POSSIBILIDADES PARA A ESCOLHA DE MÉTODOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS | TANIA ALMEIDA

    DISPUTE BOARDS E MEDIAÇÃO | BEATRIZ VIDIGAL XAVIER DA SILVEIRA ROSA E AUGUSTO BARROS DE FIGUEIREDO E SILVA NETO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    DIRETRIZES INICIAIS PARA LIDAR COM MULTIDÕES RAIVOSAS EM PROCEDIMENTOS DE MÚLTIPLAS PARTES | DIEGO EL-JAICK RAPOZO

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    CONSTRUÇÃO DE CONSENSO — NEGOCIAÇÃO COM MÚLTIPLAS PARTES E TOMADAS DE DECISÃO COLEGIADAS | TANIA ALMEIDA

    Parte I — Prática

    Parte II — Teoria

    INTRODUÇÃO

    AMPLIANDO RECURSOS EM MEDIAÇÃO

    TANIA ALMEIDA

    Com muita alegria escrevo a introdução ao Caixa de Ferramentas II, desta vez abrigando textos e recursos oferecidos por diferentes autores, ampliando contribuições práticas e teóricas para o exercício da Mediação e da Facilitação de Diálogos.

    Por não fazer restrição a profissões de origem, a Mediação tem hoje uma robusta caixa de ferramentas, aberta para receber outras tantas, à medida que novos campos de convivência passam a adotar o ato de mediar como recurso para suas contendas, e novas abordagens ganham efetividade nesses contextos. Exemplo disso é a expansão do uso da Mediação nas questões coletivas e na administração pública.

    A modernidade nos brindou com a fragmentação do conhecimento permitindo que nos aprofundássemos em saberes vários, mas, também, distanciando todos esses saberes de um conjunto maior e complementar. Herdeiro do pensamento cartesiano, o saber fragmentado deu origem às profissões como as identificamos hoje, e oportunizou que cada uma delas criasse suas subespecialidades, tornando ainda mais específicos alguns desses conhecimentos. É assim no Direito, na Medicina, na Engenharia, na Psicologia, na Economia e por aí vamos, felizes por encontrarmos os subespecialistas cada vez que deles necessitamos. Essa ideia de fragmentação se repete no currículo multidisciplinar das nossas escolas, repartindo o tempo de aprendizagem entre Geografia, História, Matemática, Filosofia, Física.

    Em meados do século passado, o advento do Pensamento Sistêmico nos lembrou que somos parte de um todo, assim como nossos saberes, e que é a interação entre eles que viabiliza entender as questões humanas e planetárias. Disciplinas passaram então a conversar dando origem à interdiscliplinaridade, mas deixando ainda nítidas as fronteiras entre elas como o fazem a Psicologia Jurídica, a Engenharia Genética e outras tantas.

    Hoje, herdeiros do Pensamento Sistêmico, sabemos da interdependência entre os elementos de um todo, e que sua interação provoca resultados maiores do que a soma das partes — conceitos de interdependência e de totalidade, pilares da visão sistêmica.

    Um dos mais relevantes ganhos do Pensamento Sistêmico foi a constatação de que nossa visão é sempre parcial, sempre estaremos nos referindo à parte de um todo. Assim sendo, nossas intervenções, quando pautadas em uma única disciplina, serão igualmente sempre parciais. No que diz respeito ao cenário dos conflitos, se tratados pelo Direito, pela Sociologia, pela Psicologia ou por qualquer outra disciplina, esses tratamentos serão sempre de parte da totalidade que compõe os conflitos, que sabidamente são multifatoriais — com seus componentes psicológicos, sociais, legais, financeiros, entre tantos outros. Assim considerando, atuar nos conflitos com equipes multidisciplinares ou, como na Mediação, com uma ótica multidisciplinar e com intervenções advindas de distintas disciplinas, garante uma abordagem bem mais abrangente das desavenças.

    A Mediação, típica herdeira da contemporaneidade, nasce impregnada pelos valores conceituais de sua época. É instrumento transdisciplinar — composto pelo amálgama de múltiplos saberes, não deixando perceptível a fronteira entre eles. Todos que se dedicam à sua prática necessitam trocar suas lentes profissionais de origem, de natureza monofocal, pelas lentes multifocais da transdisciplinaridade. Daí a imprescindibilidade de uma capacitação específica para atuar como mediador. Como o aprendizado da ótica multifocal se incorpora, a tendência natural é que esses profissionais atuem no cotidiano — como pessoas ou no exercício laboral — lendo os eventos e as questões com lentes providas de mais focos e de espectro mais amplo.

    Esse livro reúne autores das mais diferentes áreas profissionais, mediadores ou com diferenciado conhecimento de Mediação de Conflitos, que escrevem sobre ferramentas e temas variados afeitos à autocomposição. À totalidade deles foi solicitado que compartilhassem com os leitores recursos que não foram contemplados no Caixa de Ferramentas I (escrito somente por mim e lançado em 2014), mantendo o layout de apresentação de conteúdo da publicação original. Aqui também o leitor encontrará os aportes práticos de cada recurso — objetivos, operacionalização e impactos esperados, na Parte I, e os respectivos aportes teóricos, na Parte II. Alguns autores nos oferecem textos afins com as distintas seções que compõem esta obra e suas contribuições foram alocadas no início de cada seção temática.

    Recursos de Comunicação, de Negociação, para o Aprimoramento de Mediadores e para o Incremento do Procedimento, assim como para a Mediação Empresarial, a Mediação Familiar e aquela dedicada a Múltiplas Partes integram as seções temáticas, assim identificadas.

    Para finalizar esta apresentação do Caixa de Ferramentas II, preciso confessar meu apreço pela transdisciplinaridade da Mediação. Talvez porque pode acolher minha formação profissional multidisciplinar, mas, especialmente, porque considero que a riqueza de intervenções e de propósitos da Mediação — tratar a matéria enquanto preserva relações — é originária de sua natureza transdisciplinar. A interação e a convergência de saberes que se potencializam, presentes na formação de mediadores, são responsáveis diretos pela qualidade de sua prática e pela amplitude de seu alcance social.

    1. RECURSOS DE COMUNICAÇÃO

    O CENÁRIO DA COMUNICAÇÃO NO PROCESSO NEGOCIAL

    TANIA ALMEIDA

    O ato de negociar é diuturno. Ocorre nas mais singelas passagens do cotidiano: desde a roupa que elegemos para vestir (negociações com nós mesmos), passando por quem vai entrar primeiro no elevador (negociações com desconhecidos), até as entradas e saídas de contratos empresariais ou familiares (negociações com parceiros).

    Para cada um desses cenários utilizamos recursos diversos, afetos à situação, à ocasião, ao histórico com esse Outro com quem negociamos, ao nosso estilo pessoal.

    A comunicação participa como música de fundo, o chão que sustenta os pés dos negociadores e a sua interação com o Outro. Em toda negociação a interdependência é norma oculta — só estamos em conversa com um Outro porque dependemos dele para coconstruir uma solução para eventual proposta, projeto ou dissonância. Podemos fazê-lo de forma combativa — maximizando nossos ganhos e tratando mal aquele de quem dependemos para obter um bom resultado; ou de forma colaborativa — acolhendo sua demanda e embrulhando para presente o nosso pleito para que possa ser também acolhido e tomado como objeto de consideração. Conteúdo (informação) e forma (embalagem) igualmente cuidados.

    Negociações se dão em cenário de comunicação. Sempre.

    Quando Como Chegar ao Sim — a negociação de acordos sem concessões nos oferece como primeiro princípio discriminar as questões das relações, as pessoas dos problemas, nos alerta para o fato de negociadores serem pessoas em relação, e de negociarem, em paralelo, a matéria e a forma como estão sendo tratados — historicamente e no momento presente.

    Desse primeiro princípio de negociação surgem duas pautas para serem trabalhadas em paralelo — uma pauta subjetiva, relacional; e uma pauta objetiva, relativa à matéria a ser negociada. Em consequência a essa recomendação dos autores daquela obra, emerge o jargão de fácil compreensão: ser duro com as questões e não com as pessoas. Batalhar pelo que se almeja sem atacar o outro.

    Aliada a essa compreensão — duas pautas a serem trabalhadas em paralelo, não uma em detrimento da outra —, a comunicação ganha a cena onde a negociação ocorrerá. De acordo com o padrão de cada cultura, a Mediação se ocupará de também preservar relações enquanto uma negociação é conduzida.

    Por sua contemporaneidade, é o instrumento que melhor conjuga o trato da questão com a sustentabilidade das interações, sendo, por esse motivo, eleita como melhor opção para as negociações que envolvem relações — de qualquer natureza: corporativas, contratuais, familiares, de vizinhança, de parceria — continuadas no tempo.

    Nessa trilha, vemos ratificada no Equilíbrio de Nash (uma contribuição da matemática) a ideia de que a colaboração é o melhor cenário para ganhos individuais e coletivos, quando a relação é continuada. Com parceiros, ganhamos e perdemos juntos.

    As ferramentas que se ocupam da comunicação humana são recursos imprescindíveis para profissionais que facilitam o diálogo entre pessoas. É corrente a ideia de que boas propostas de acordo são recusadas em função da forma como as pessoas estão ou vêm sendo tratadas na negociação; enquanto não tão bons acordos são firmados, também porque o respeito e a preservação de valores morais comuns integram o cenário da negociação.

    Cuidar da qualidade de comunicação com o Outro não é somente um ato de civilidade, mas, também, um recurso de aproximação para provocar uma escuta inclusiva e empática, possibilidade única de flexibilização de rígidas posições iniciais e de identificação de legitimidade de ideias distintas das próprias.

    Tomemos por certo que não são as intervenções dos mediadores que linearmente flexibilizam posições rígidas entre partes, mas sim a qualidade de escuta que estas possam oferecer umas às outras. As intervenções dos mediadores são estratégicas voltadas a inúmeros objetivos, inclusive aos relativos à expressão e à escuta entre os envolvidos.

    Dentre as qualidades do diálogo produtivo, destacamos a necessidade de expressões claras e cuidadosas; de escutas empáticas e inclusivas; e de apreço pelas diferenças. Três componentes do ato dialógico que se potencializam, exponencialmente, para alcançarmos resultados mais construtivos (que aproximam as relações e conferem lugar às diferenças a serem respeitadas), ou mais destrutivos (que esgarçam as relações e conferem lugar ao debate que visa identificar o vencedor).

    Desse conjunto de cuidados que a Mediação pode viabilizar, por meio da condução competente do mediador, surge a possibilidade de considerar legítimos a demanda, os interesses e as necessidades de todos os evolvidos e, por consequência, surgem as ofertas de soluções de benefício mútuo. Em dupla mão.

    O TEMPO

    FERNANDA LEVY

    Parte I — Prática

    Objetivos

    O tempo possui significado plural. Medido entre um acontecimento e outro, tempo cronológico, construção histórica, filosófica, física, religiosa, o tempo não deixa de ser ainda um grande mistério. Certo é que a percepção do tempo é pessoal e que seu conceito possui várias acepções a depender das lentes que o observam.

    Na mediação, o tempo é a ferramenta que tem por objetivo auxiliar no desenho do ritmo do processo de mediação — considerando as necessidades, possibilidades, interesses e expectativas dos envolvidos, — proporcionar aos mediandos oportunidade para obtenção de informações e reflexão para a tomada de decisões informadas e sustentáveis e trabalhar as emoções e opções para desconstruir impasses e prover um ambiente de acolhimento e respeito a todos os envolvidos no processo de mediação.

    O tempo é ainda ferramenta que auxilia na geração de confiança no processo de mediação e na relação da equipe que a compõe (mediandos, mediador e demais envolvidos, se houver).

    Operacionalização

    A ferramenta tempo é transversal a todo o processo de mediação, tanto no que diz respeito às suas fases, como em relação às demais ferramentas que podem ser utilizadas pelo mediador.

    No que diz respeito às fases ou etapas do processo de mediação, o tempo se faz útil e adequado desde a escolha do meio e do mediador (fase de pré-mediação), transita pela sua dinâmica nas narrativas iniciais do mediador e dos mediandos (e seus advogados, quando houver), na fase de construção da agenda, promoção do diálogo, geração de opções, construção de possíveis acordos e do encerramento.

    No que se refere às demais ferramentas utilizadas em mediação, o tempo pode e costuma ser utilizado pelo mediador de modo combinado, como um meio facilitador para que elas sejam aplicadas.

    O mediador utiliza a ferramenta tempo em um sistema de expansão e contenção, buscando a adequação desse movimento em cada ocasião.

    Impacto esperado

    Espera-se que a ferramenta tempo ofereça os seguintes impactos:

    Em relação aos mediandos: que eles possam se sentir devidamente escutados, tenham seus aspectos emocionais respeitados, que eles possam tomar decisões informadas e no momento que lhes é possível e desejado. Espera-se que os mediandos tenham a percepção de que foram tratados pelo mediador com isonomia e imparcialidade.

    Em relação ao processo: espera-se que o processo de mediação seja tempestivo, atendendo aos objetivos cronológicos dos envolvidos, e eficaz, produzindo efeitos sustentáveis a partir de decisões informadas e construídas em conjunto, com o respeito ao tempo de cada um para tanto.

    Em relação aos demais participantes: advogados, gestores e todos aqueles que possam de alguma maneira formar a equipe, que as utilidades da ferramenta tempo acima descritas também lhes sejam percebidas e aproveitadas nos moldes acima descritos.

    Parte II — Teoria

    Inicialmente, ressalta-se que, a depender do âmbito em que a mediação é aplicada, pode haver contornos específicos, como, por exemplo, em ambiente judicial a obrigatoriedade da participação de advogados; em ambiente extrajudicial a dinâmica do convite quando incialmente uma das partes propõe a mediação; em ambientes educacionais escolares em que a mediação é feita por pares e entre pares e, ainda assim, as bases da utilização do tempo como ferramenta são comuns e atendem aos princípios que regem a mediação e as diretrizes éticas que norteiam a sua prática¹.

    A ferramenta tempo é transversal a todo o processo de mediação, tanto no que diz respeito às suas fases, como em relação às demais ferramentas que podem ser utilizadas pelo mediador.

    Iniciemos pelas fases ou etapas da mediação². Na pré-mediação, o tempo é utilizado para oferecer oportunidade para que os mediandos se sintam confortáveis e confiantes em aderir ao processo de mediação, conhecendo ou ampliando o conhecimento sobre ele e procedendo a escolha do mediador.

    Momento a ser destacado, diz respeito àquele em que, em ambiente de mediação extrajudicial, os envolvidos chegam à pré-mediação de maneira individual e o convite precisaw ser realizado à outra parte ou partes.

    A gestão do tempo para dar e aguardar a resposta pode impactar na adesão ao processo, tanto no aspecto emocional dos mediandos, quanto na hipótese de haver impactos jurídicos, caso a mediação seja uma das fases de processos escalonados, ou mesmo quando implicar prescrição do direito de demandar em âmbito judicial ou arbitral³.

    Cada um dos mediandos está em seu tempo pessoal, e ao mediador cumpre a tarefa de perceber, esclarecer e balancear as expectativas de percepção de urgência de cada um em especial, em relação ao outro.

    Após o início da mediação, ou seja, durante a dinâmica da mediação, o tempo se apresenta como ferramenta que contempla a duração e periodicidade das reuniões de mediação e, inclusive, da própria mediação, como, por exemplo, se ela for convencionada por tempo determinado ou mesmo para a suspensão do processo de mediação.

    Vale neste ponto destacar a importância da flexibilidade na duração horária das reuniões, na possibilidade de reagendamento, da conciliação de agendas entre todos os participantes, situações que ainda são raramente encontradas em ambiente judicial.

    O tempo também é ferramenta que dá o ritmo procedimental da mediação. Questão que se mostra polêmica é a de saber a quem se confere essa atribuição, se ao mediador ou se aos mediandos. Há quem entenda que cabe ao mediador promover o ritmo, na medida em que a ele cabe conduzir o processo, e, por outro lado, há quem entenda que o ritmo é oferecido pelos mediandos, pois são eles os protagonistas do processo⁴.

    Entendemos que, na condução do processo, cabe ao mediador utilizar a ferramenta tempo para respeitar as possibilidades e disponibilidades de cada um e, ao mesmo tempo, cuidar do ritmo do processo. Mais lento ou mais rápido, é uma questão de percepção pessoal. O importante é que o mediador esteja atento às mensagens explícitas ou implícitas, verbais e não verbais, produzidas e recebidas, ou não, pelos envolvidos no que se refere ao tema e, ao mesmo tempo, cuide do passo da mediação em termos de avanços.

    O tempo é ferramenta para gerenciar emoções que podem impactar na tomada de decisões sustentáveis. A mente emocional e a mente racional possuem velocidades diferentes, e pausas podem gerar a oportunidade para que as emoções se acalmem, os primeiros impulsos sejam superados e o raciocínio possa também integrar os processos de ação e reação e decisório⁵. E nesse sentido, chegamos à utilização combinada de ferramentas. O tempo pode ser utilizado em conjunto (ou parceria) com outras ferramentas, como, por exemplo, tempo e escuta ativa, intervalos de tempos para o silêncio que comunica; tempo para respeitar a isonomia de tratamento dos mediandos no desenvolver das narrativas, nas reuniões privadas; tempo para realizar teste de realidade, exercitar a criatividade para geração de opções.

    Em outras palavras, o tempo possui também aspecto comunicacional e negocial. Ao mediador cabe a tarefa de utilizar o tempo aliado às demais ferramentas que se mostrarem adequadas para possibilitar a construção de espaços temporais comuns e compartilhados.

    O tempo é ferramenta que auxilia na geração de confiança no processo de mediação e na relação da equipe que compõe a mediação (mediandos, mediador e demais envolvidos, se houver). Confiança se constrói ou se reconstrói por meio de atitudes ao longo do tempo.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    Código de Ética para Mediadores do Fórum Nacional de Mediadores — FONAME. Disponível em: <https://fonamecombr.files.wordpress.com/2015/10/cc3b3digo-de-c3a9tica.pdf>. Acesso em 16 de Junho de 2023

    Código de Ética para Mediadores do Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem — CONIMA. Disponível em: <https://conima.org.br/mediacao/codigo-de-etica-para-mediadores/>. Acesso em 16 de Junho de 2023

    GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 2ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

    O autor aborda as emoções como fundamento essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. Mesclando aportes teóricos da psicologia e da neurociência e situações relacionais cotidianas, o autor trata do cérebro emocional, da inteligência emocional aplicada, momentos oportunos para o reaprendizado emocional, e faz um convite para que o aprendizado acerca das emoções rompa o analfabetismo emocional.

    KAUFMAN, O. Timing Is Everything. Disponível em: . Acesso em: 05 mar. 2023. Publicado em 09 de 2009.

    O autor enfrenta temas sobre o impacto do tempo no processo de mediação e questões práticas como quando a mediação ocorre, o tempo dos clientes, tempo entre as reuniões de mediação, como se deve manejar o tempo em situações em que uma das partes deseja mover a mediação mais rápido do que a outra.

    LEVY, F. R. L. Cláusulas escalonadas. A mediação no contexto da arbitragem. São Paulo: Editoria Saraiva, 2014.

    A autora trata da utilização da mediação comercial, isolada ou combinada com a arbitragem, seja de modo sucessivo, por meio do escalonamento de cláusulas (med-arb ou arb-med), ou complementar, por meio de janelas para mediação, demonstrando que os meios combinados são eficazes e juridicamente seguros para a solução de controvérsias comerciais, desde que sua eleição seja realizada com criteriosa análise estratégica, econômica e jurídica da adequação do método ao caso, a ser realizada por profissionais especializados na área.

    VASCONCELOS, C. E. Mediação de conflitos e práticas restaurativas. 5ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.

    O autor percorre temas basilares como teoria e evolução histórica do conflito, o lugar da mediação de conflitos no contexto do paradigma sistêmico da ciência, da linguagem do Direito, no âmbito dos Direitos Humanos, na Cultura de Paz, bem como a entender o marco legal da Mediação, a Mediação e seus modelos, procedimentos e ferramentas e seu arcabouço deontológico.

    Os Programas de Mediação Comunitária e de Justiça Restaurativa são descritos como um convite inspirador, para que sejam replicados pelo nosso país. Para complementar, Carlos Eduardo Vasconcelos nos oferece casos para mediação simulada, instrumento fundamental para a docência e aprendizagem.

    Código de Ética para Mediadores do Fórum Nacional de Mediadores — FONAME. Disponível em: . Acesso em 16 de junho de 2023. Código de Ética para Mediadores do Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem — CONIMA. Disponível em: . Acesso em 16 de junho de 2023

    A doutrina sobre o tema é farta. Ver VASCONCELOS, Carlos Eduardo. Mediação de Conflitos e Práticas Restaurativas. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.

    Ver LEVY, F. R. L. Cláusulas escalonadas. A mediação no contexto da arbitragem. São Paulo: Editoria Saraiva, 2014.

    Ver em KAUFMAN, O. Timing Is Everything. Disponível em: <https://www.mediate.com//articles/kaufmanO3.cfm>. Publicado em 09 de 2009.

    Ver em GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 2ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

    INVESTIGAÇÃO APRECIATIVA

    JULIANA POLLONI

    Parte I — Prática

    Objetivos

    Uma prática dialógica pós-moderna que apoia a gestão de mudanças.

    A Investigação Apreciativa promove o movimento das pessoas envolvidas numa situação de conflito a olhar para a riqueza dos recursos já existentes e a projetarem mudanças para alcançar o maior potencial que imaginam poder alcançar.

    Uma nova abordagem para a solução de problemas, uma vez que não olha para o problema. Em geral, quando as pessoas estão diante de uma situação conflito, começam a buscar a causa do problema e, com ela, um culpado. Nessa abordagem o objetivo é outro: o olhar está no que é positivo e naquilo que pode construir futuros mais desejáveis.

    Os conflitos são importantes sinalizadores de acomodações e necessidade de mudança. Porém, olhar para o conflito em busca de sua causa limita a potencialidade de soluções criativas que advém desse momento.

    A Investigação Apreciativa apoia a valorização de recursos possíveis e, estimula soluções criativas e encorajamento para a transformação. É um convite ao diálogo e à aprendizagem por todo o sistema através de um processo de entrevista apreciativa.

    Operacionalização

    A Investigação Apreciativa se desenvolve por meio de quatro etapas, conhecidas como Ciclo de 4-D [originários das palavras em inglês Discovery, Dream, Design e Destiny]. Em português temos as quatro etapas: Descoberta, Sonho, Planejamento e Destino.

    Por ser uma prática dialógica, as quatro etapas baseiam-se na criação de contextos conversacionais entre os envolvidos na mudança, que podem ser desde casais e famílias a grandes grupos organizacionais.

    O ciclo de 4-D pode ser realizado das mais diversas formas. Desde uma conversa informal até um processo formal envolvendo uma organização inteira. O que se percebe é que, quanto mais amplo o contexto, maior a necessidade de estruturar e sistematizar as etapas para manter o foco no objetivo da Investigação Apreciativa.

    A preparação envolve a criação de perguntas que irão disparar as conversações entre os participantes e que trarão consciência do núcleo positivo de cada contexto social ao qual essas pessoas estão inseridas.

    O uso de materiais e estratégias que promovam ludicidade é um disparador importante para o aflorar da criatividade que envolve as etapas da Investigação Apreciativa, como, por exemplo, materiais para colagem e desenhos, criação de músicas, poemas, apresentações cênicas.

    Em contextos comunitários, organizacionais ou familiares, as conversações acontecerão em sub-grupos. Como a experiência da Investigação Apreciativa com casais também tem se mostrado positiva, nesse contexto as etapas serão desenvolvidas por cada um e serão objeto de conversa depois.

    Na primeira etapa, a descoberta, os participantes são convidados a pensar naquilo que dá vida ao contexto que se está trabalhando. As perguntas são todas positivas e convidam a um olhar para as potenciais pessoas e do contexto.

    Descoberta — Descobrindo o melhor do que já foi feito e aquilo que as pessoas são. Exemplos de perguntas:

    Descreva um momento seu (sugerir o contexto grupo/equipe/comunidade/relacionamento) que você considera que foi uma experiência enriquecedora, um momento em que você esteve mais engajado, vivo e vibrante.

    Sem modéstia, diga: o que você mais valoriza em você mesmo, na sua participação nesse grupo/equipe/instituição/comunidade?

    Na sua opinião, quais são os fatores centrais que dão vida a esse grupo/ equipe/instituição/comunidade quando estamos no auge?

    Sonho — Indo além do estado das coisas, criando uma visão compartilhada em relação ao potencial descoberto e em relação a propósitos de futuro. Exemplos de perguntas:

    Quais são as competências/recursos disponíveis nessa equipe/grupo/instituição/comunidade?

    Sonhando com o melhor futuro possível e utilizando todo esse potencial, aonde podemos chegar?

    Imagine-se nesse contexto daqui a três anos. Diante de todo esse potencial, o que está acontecendo? Como as coisas estão? Quais resultados foram alcançados?

    Planejamento — Criando possíveis proposições para um projeto ideal, articulando um delineamento da proposta de forma que as pessoas se sintam capazes de participar. Sintetizando o sonho pelos interesses comuns. Exemplos de perguntas:

    O que precisamos fazer (plano de ação) para que esse sonho seja a nossa realidade do amanhã dessa equipe/grupo/instituição/comunidade?

    Pense no curto, no médio e no longo prazo. Como você escolhe participar dessa construção?

    O que você precisa para participar dessa forma que você está escolhendo?

    Destino — Fortalecendo a capacidade afirmativa, possibilitando construir esperança e sustentar a iniciativa por mudanças positivas. Promovendo um processo de ancoragem para a sustentação do processo decisório. Desenvolvendo um plano de ação. Exemplos de perguntas:

    Com essa forma de participação de cada um, temos todas as condições para realizar nosso projeto?

    (se for o caso) O que mais vamos precisar?

    Onde, quando, com quem vamos buscar esses recursos?

    Como vamos saber se estamos indo em direção ao nosso sonho — futuro desejado e agora possível?

    Após cada uma das etapas, as pessoas apresentam o que pensaram, desenvolveram, conversaram. Essa apresentação pode ser verbal e pode estar acompanhada pelas apresentações dos materiais, poemas, cenas, desenvolvidas pelo grupo para sintetizar o produto obtido por meio das conversações.

    O facilitador ou mediador que estiver utilizando esta metodologia da Investigação Apreciativa cuida de tudo o que for necessário para potencializar essas fases do Ciclo de 4-D e promover conversas generativas e colaborativas.

    O preparo dos participantes para cada etapa da entrevista apreciativa é que faz a diferença na qualidade do resultado. Percebe-se que quanto mais estímulo o facilitador promove para que a criatividade seja aflorada, melhor as pessoas respondem aos convites de apreciação.

    Criar um cenário da conversa, escolher músicas para dividir e abrir cada etapa, disponibilizar materiais, são recursos que estimulam muito a imersão no contexto apreciativo.

    As pessoas costumam ter dificuldade para realizar a etapa do sonho, por isso a condução do sonho é uma tarefa importante a ser pensada para cada contexto, por exemplo, utilizar uma música e conduzir uma mentalização do futuro, proporcionando fantasiar sem limites a sensação mental de estar num outro tempo.

    Em resumo, pode-se dizer que o facilitador é responsável pelo processo e os participantes do conteúdo. Confiar no processo e zelar para que ele seja percorrido da melhor forma possível será a melhor forma de gerar resultados criativos e sustentáveis.

    Impactos Esperados

    A tomada de consciência do núcleo positivo proporciona um olhar para a riqueza daquele contexto. A desesperança provocada pelo conflito é substituída pela esperança de que é possível recomeçar e construir novas formas de ser e estar no mundo.

    A construção dessas novas formas envolve a corresponsabilização de todos os integrantes do sistema, gerada por um processo colaborativo e generativo.

    A valorização de cada pessoa também tem o potencial de encorajamento, pois a valorização de si e dos outros e promove uma sensação de maior autoconfiança.

    Por consequência, a autoconfiança de cada um gera engajamento às ações sonhadas e planejadas durante o processo da Investigação Apreciativa, sabendo-se como um ser importante para a geração de mudanças sustentáveis.

    Com o envolvimento das pessoas, o clima da empresa, da comunidade ou da família se torna mais positivo, as pessoas sentem-se mais livres para ser quem são e respeitam os demais em suas diferentes potencialidades.

    O reconhecimento de que as diferenças são produtivas também é algo impactante, pois o sistema se reconhece como uma grande engrenagem, na qual cada um tem seu valor e todos, da forma como podem contribuir, formam a rede responsável pelos acontecimentos e relações que os envolvem.

    Parte II — Teoria

    Uma metodologia que assume a construção social da realidade

    A Investigação Apreciativa (IA) é uma prática dialógica e colaborativa, pautada nos princípios do Construcionismo Social. Dizer isso implica reconhecer que o conhecimento acontece através da interação com e dentro de um sistema social.

    O Construcionismo Social é um discurso que emerge com o paradigma da pós-modernidade e convida a compreender a vida humana tendo como foco as relações entre as pessoas.

    São ideias que movem a atenção para o modo como nós, humanos, coordenamos nossas ações no mundo, e como, com nossas relações, construímos, sustentamos e podemos transformar as realidades em que vivemos.

    Compreender a linguagem como ação, é um discurso que desafia a aprender uma nova forma de promover diálogos como pessoas e profissionais que buscam fazer de uma forma diferente o que de melhor já sabem fazer.

    Se linguagem é ação, ao fazermos perguntas, promovemos efeitos relacionados a elas. E foi a partir dessa ideia que David Cooperrider, em 1980, desenvolveu sua tese de Doutorado na Cleveland Clinic, em busca de perguntas que identificassem o melhor de cada organização ou comunidade.

    A IA é uma abordagem positiva, que visa descobrir o que dá vida ao sistema social, reacendendo a confiança de que as próprias pessoas envolvidas naquele sistema são a fonte da solução pela qual normalmente anseiam.

    A partir das narrativas sobre suas forças e potencialidades, as pessoas se abrem para a construção de um futuro criativo e possível, uma vez que foram estimuladas em sua criatividade a pensar de forma inovadora.

    O processo conversacional da IA caminha no sentido oposto ao processo que envolveria as conversas sobre solução de problemas, nas quais o assunto gira em torno da situação-problema, a fim de gerar soluções por meio da conscientização de que existem ali recursos ilimitados a serem descobertos e utilizados.

    São cinco os princípios que norteiam a IA: [1] o princípio construcionista, que diz respeito à ideia de que não existe uma única verdade sobre as coisas, que os sentidos são construídos socialmente e, por isso, admitem múltiplas narrativas; [2] o princípio da simultaneidade, de que ocorrem ao mesmo tempo a investigação e a mudança e que as perguntas vão construindo caminhos para a mente enquanto vão sendo feitas; [3] o princípio poético, que leva em conta como cada ser é autor de suas narrativas, na medida em que realiza escolhas daquilo que lhe é mais significativo contar em cada momento histórico e geográfico; [4] o princípio antecipatório, ou a consciência de que a forma como cada ser pensa sobre o futuro conduz suas ações para aquilo que imagina encontrar; [5] e o princípio positivo, que diz respeito ao foco colocado nas perguntas e, sendo ele positivo, gera engajamento mais profundo dos participantes no processo.

    Esses princípios inspiraram a IA desde seu desenvolvimento e continuam sendo perceptíveis quando de sua utilização.

    A IA promove uma imersão no que é positivo num determinado contexto, partindo da descoberta das forças e recursos existentes, passando pela projeção de um futuro desejável, que convida ao planejamento de estratégias para alcançá-lo e ações para ancorá-lo. Assim se percorre o Ciclo de 4-D, das palavras em inglês que compõem as etapas do processo de IA: Discovery, Dream, Design e Destiny. Em português Descoberta, Sonho, Planejamento, Destino.

    A mudança paradigmática de compreensão de mundo na pós-modernidade,de que a sociedade foi construindo as verdades ao longo de sua história a partir de uma ampla concordância social, e de que as pessoas fazem escolhas quando narram determinados fatos, gerando assim efeitos sociais, norteia a transformação de padrões proporcionada pela IA.

    Essa consciência de que as realidades não são estáticas e de que as mudanças podem ser promovidas pelas pessoas tocadas por conversações positivas e generativas é um fundamento que sustenta a IA como uma abordagem de grande potencial de construção de futuros desejáveis e transformações sociais

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    BOJER, M., Roehl H., Knuth M. e Magner, C. Mapeando diálogos: ferramentas essenciais para a mudança social. (L. Corsini, Trad.) Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2010.

    Esse não é um livro especificamente sobre IA. É um livro sobre várias práticas dialógicas, entre elas, a IA. Olhando para a complexidade das relações, essa obra situa a IA entre as possibilidades de práticas promotoras de conversas transformadoras e apresenta de forma sucinta a metodologia.

    COOPERRIDER, D. L. & WHITNEY, D. Investigação apreciativa: uma abordagem positiva para a gestão de mudanças (N. Freire, Trad.). Rio de Janeiro: QualityMark, 2005.

    Esse é um livro básico sobre a IA. Um guia que oferece uma visão geral do processo e dos princípios da IA, juntamente com casos que ilustram a aplicação e os benefícios obtidos pelo método em empresas bem-sucedidas.

    COOPERRIDER, D. L., WHITNEY, D., & STRSVOS, J. Manual da Investigação Apreciativa. Rio de Janeiro: QualityMark, 2009.

    Essa obra é a mais completa sobre o tema publicada na língua portuguesa. Nela estão todos os passos para o desenvolvimento de processos de IA em diversas modalidades de tempo e pessoas envolvidas. Na obra temos muitos exemplos dos processos desenvolvidos pelos autores em grandes organizações, promovendo grande inspiração para os leitores.

    MCNAMEE, S. Appreciative inquiry: Social construction in practice. In C. Dalsgaard, T. Meisner, & K. Voetmann (Orgs.), A symphony of appreciation: Development and renewal in organizations through working with appreciative inquiry (pp. 110-139). Copenhagen: Danish Psychology Press, 2002.

    Neste capítulo, disponível na internet em busca pelo nome, a autora, que é referência no Construcionismo Social, traz as principais ideias dessa abordagem e apresenta a IA como um recurso dialógico para contextos de múltiplas vozes e expressões da complexidade das relações.

    O PROCEDIMENTO EM U

    ADRIANA ADLER

    Parte I — Prática

    Objetivos

    O procedimento em U tem o objetivo de aprofundar e ressignificar a camada que está por trás dos papéis sociais e comportamentos. Tem como objetivo tornar os modelos mentais subjacentes conscientes e, portanto, passíveis de alterar. No âmbito das relações os conflitantes podem voltar a falar um com o outro e no âmbito dos fatos, podem combinar soluções e ações cossustentadas.

    Embora tenha atributos que também são vistos na Mediação Transformativa e na CNV, o procedimento em U, traz contribuições singulares. Por meio do tratamento das etapas, traz o foco para cada dimensão que está sendo aprofundada. Além do mais, é interessante, especificamente, no meio organizacional, por apresentar um processo que promove uma sensação de segurança e confiança no procedimento. Essa abordagem também pode ser utilizada entre áreas (departamentos de empresas) com adaptações. Neste texto aprofundaremos o processo entre pessoas.

    Operacionalização

    O mediador(a) promove o diálogo por meio de sua intervenção, utilizando métodos diferentes e adequados para cada fase no âmbito da percepção, ou quando se trata de empatia dos sentimentos e necessidades. É fundamental o incentivo em cada fase para que ocorra a expressão individual além do estímulo ao interesse pelo outro. Em cada fase há uma meta de intervenção e estímulo de autoexpressão que será detalhado mais adiante.

    Fig. 1

    Para a escolha do processo em U é importante que seja escolhido um tema concreto como ponto de partida do trabalho e que a transformação das funções da consciência seja vista como algo importante. Equivalente a agenda, este tema é escolhido a partir de um contorno (uma imagem) de interesse das partes.

    Alguns fatores ajudam a transformar nesta abordagem, sendo um dos principais, a conexão entre necessidades e emoções. O fundamental é que as pessoas reconhecem e compreendem a necessidade do outro, desenvolvendo a empatia. As pessoas se sentem ouvidas, seja pela confirmação ou paráfrase. Durante o trabalho parafraseamos o pensamento, espelhamos o sentimento e ressoamos. Se não houver ressonância, que vem através do coração, não existe conexão. O mediador interage individualmente no privado (como caucus), individualmente na frente da outra parte (Janela 1 e 2, conforme figura abaixo) e facilitando o diálogo de ambos.

    Impacto esperado

    O processo ajuda as pessoas a ouvir de outra forma, através das janelas 1 e 2, conseguindo se colocar no lugar do outro. Toca no sentimento, conecta, nivela, desarmando as pessoas, que passam a se enxergar como seres humanos. As partes se dão conta de seus sentimentos, nomeando e se apropriando do seu eu. É o caminho de empoderamento. A busca da verdadeira necessidade é a chave para que as partes possam diluir as suas tensões.

    Fig. 2

    Pode ser considerado um processo de cura uma vez que transforma o que estava cristalizado, dissolvendo e abrindo espaço para a relação humana. As ofertas abrem portas e quebram barreiras, especialmente ao perceber que a outra pessoa está com uma atitude diferente.

    Parte II: Teoria

    O procedimento em U está baseado em algumas teorias. Tudo começa no ser, e depois migra para o que acontece no interpessoal e no grupo (sistêmico). Esse processo diferencia sentimentos primários e secundários, muito importante para o trabalho em conflitos.

    Na imagem roda da consciência estão representadas as funções da alma, demonstrando que cada função pode estar vinculada a qualquer outra e, em caso de conflito, até mesmo emaranhada. O trabalho com a roda da consciência foi desenvolvido na psicologia humanista nos EUA. Desde então, ela passou a ser utilizada em muitas escolas e teorias.

    Fig. 3

    Funciona como base para a compreensão da dinâmica do conflito na pessoa e entre as pessoas, ou seja, perceber, pensar, sentir, querer, comportamento/ação.

    O objetivo é aprender a identificar cada vez mais essas funções da alma e aprofundar a vivência. Ou seja distinguir:

    — a percepção do pensamento de interpretação, a percepção do sentimento, o sentimento do pensamento, o sentimento da vontade, a vontade da ação prevista (planejamento).

    Dessa forma é possível criar habilidades para dissolver emaranhamentos interiores.

    A imagem da roda de consciência exibe as cinco funções da alma vinculadas.

    Somente quando a consciência predomina, essas funções estão claramente separadas e são relacionadas com a consciência perceptiva e compreensiva. Ao passo que se as emoções, instintos inconscientes ou emaranhamentos dominarem a alma, essas funções ficam fusionadas.

    Nesse caso, os instintos dominam, as emoções da antipatia conduzem à percepção e ao pensamento de tal forma, que somente o lado negativo no outro é percebido, criando um cenário catastrófico e um comportamento demonizado. A imagem bem conhecida na gestão de conflitos do iceberg ilustra bem esse padrão.

    A ideia desse procedimento é promover um movimento de consciência, como descrito a seguir.

    A seguir uma descrição de cada etapa:

    Fig. 4

    1. Introdução da Mediação: funciona e tem o papel de uma pré-mediação, de estruturar o trabalho e organizar as atividades. É recomedado apresentar o processo U no início da Mediação, como forma didática de promover a conscientização sobre o pensar (modos de ver) + sentir + necessidades (querer).

    É o momento para encontrar os contornos, identificar pontos de conflito e escolher um tema para trabalhar com os passos do processo em U.

    Fazem parte dessa etapa: esclarecer objetivos da Mediação, explicar procedimentos, clarear papéis, combinar regras, elaborar e assinar o contrato. Essa fase corresponde ao ponto de virada inicial: a disposição de entrar na Mediação.

    As perguntas que podem nortear: Que temas vocês querem discutir aqui? O que será diferente se a Mediação for bem-sucedida? Que eventos no desenrolar do conflito foram os mais desgastantes?

    2. Modos de ver: essa etapa tem o objetivo de entender a perspectiva e promover a compreensão mútua. É o Ponto de virada cognitivo. Coloca as pessoas em outro movimento de falar e ouvir. Objetiva transformar o olhar canalizado para que as distorções cognitivas sejam superadas. O pensar recupera a capacidade de compreender a si e ao outro. Cada parte deve contar seus modos de ver com relação ao tema demonstrando que está relatando sua forma de ver subjetiva: da minha perspectiva...’, cada parte deve ser capaz de ver a situação a partir da perspectiva da outra. Para essa fase, se utiliza a técnica de resumir e parafrasear as afirmações essenciais e sempre enfatizar a visão subjetiva: do seu ponto de vista.... Deve-se perguntar por percepções concretas, para objetivar o relato e distanciar-se de julgamentos: como foi isso exatamente? E esclarecer: o que você quer dizer quando diz...? Também tem o objetivo de neutralizar ofensas que não estão sendo produtivas. O mediador utiliza a técnica e estimula as partes a parafrasearem entre si.

    3. Sentimentos: essa fase tem o objetivo de recuperar a capacidade de empatia. A etapa deve promover a percepção e expressão de sentimentos em relação ao tema e à outra parte. As partes devem sentir e espelhar os sentimentos da outra parte. A ideia é vivenciar e expressar os sentimentos promovendo uma compreensão empática mútua. O mediador pode utilizar a técnica do espelhamento, reconhecimento... Estou percebendo..., espelhando o sentimento do outro. A ideia é tornar conscientes os sentimentos primários de frustração e impotência por trás dos sentimentos secundários. Essa etapa configura o ponto de virada emocional. No momento de espelhar os sentimentos é importante esclarecer na conversa se o que foi sentido está certo. Pode-se pedir que as partes do conflito repitam, para que expressem seus sentimentos de forma mais marcante. É importante nessa fase prestar atenção na linguagem corporal. Algumas perguntas que apoiam essa etapa:

    O que significa este silêncio? O que está acontecendo entre vocês? O que sentem? O que isto te traz? Como isto ressoa em você? Como isto te toca? Você conseguiria expressar os sentimentos que o outro expressou? Como você demonstraria este sentimento? Como o sentimento do outro ressoa em mim (mediador)? Como o sentimento do outro ressoa na outra parte?

    4. Necessidades: essa fase é o ponto de virada central no querer. É neste momento que pode ocorrer uma compaixão pelo outro, é onde o espelhamento diz respeito ao que falta e no que ambos já vivenciaram. É o momento que a outra parte é percebida de forma mais humanizada, estimulando a compreensão dos outros e suas motivações. Nessa fase o processo deve mobilizar as partes para que sintam e expressem suas necessidades, gerando a compreensão empática mútua das necessidades. As partes devem perceber e expressar o que lhes traz angústia, suas necessidades em relação ao tema e à outra parte no conflito.

    A essência ao passar pelo U verdadeiramente é quando as pessoas se encontram de forma já conectadas pelo sentir, e com empatia, reconhecendo que suas necessidades foram acolhidas. E, com a presença do mediador, ocorre o pulo do gato, ou seja, o encontro verdadeiro entre as pessoas.

    As perguntas que podem ser utilizadas nessa fase: O que lhe fez falta? Que necessidade

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1