Jornadas Da Alma
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Jornadas Da Alma - Rev. Osvaldo Chamorro
Sumário
Prefácio
Efemérides (datas comemorativas)
Carnaval – Alegria, alegria
Carnaval – Como entender o carnaval?
Quaresma – Por que não?
Domingo de Ramos – Jesus chorou
Domingo de Ramos – Bendito o que vem em nome do Senhor!
Domingo de Ramos – Alegra-te muito!
Domingo de Ramos – Ramos hipócritas
Domingo de Ramos – Uma porta, dois lados
Páscoa – Ele ressuscitou!
Páscoa – Lições da ressurreição
Páscoa – Ressurreição: oportunidade de recomeçar
Páscoa – "Credo quia absurdum est (creio porque é absurdo)"
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Natal – Benditos pastores
Natal – Festa diferente
Natal – Só tem uma estrebaria
Natal – Natal: retorno à vida
Natal – Epifania
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Natal – Fantasia e realidade
Natal – Ô de casa!
Natal – Tá escuuuuuro!
Ano Novo – Ano novo, vida nova?
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Ano Novo – Velocidade máxima
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Ano Novo – Decisões... e indecisões
Ano Novo – Vivendo e aprendendo
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Joio e trigo
Viver a vida
Viver a vida 2
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Comprometimento
Insatisfação
Satisfação!
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De volta à rotina
Prioridades
O amor é assunto de homem
Caminhos
O amor... sempre o amor
A graça do descanso
Aprenda a esperar em Deus
Dons e talentos queremos consagrar...
Quando a cabeça não pensa, o corpo padece
De bem com Deus
Negócio de pai para filho
Sem lenço nem documento
Vamos falar de amor?
Amar, amar...
Amamos a Deus, amando os irmãos
Acabou a novela?
O melhor lugar da Terra
Olha o ladrão!
Alegria?
Creio na santa igreja de Cristo
Dons espirituais são para hoje?
Cura ou salvação?
Dinheiro na mão é vendaval
Quando é o próximo feriado
Águas de março passam
Crer ou não crer, eis a questão
Errando e aprendendo
Fora do ar por uns dias
"Οικονομοσ: ordem na casa"
Dando o sangue
A alegria está no coração
"Un amigo en su camino"
Saúde pra dar e vender
É a cara do pai!
Sonhos
Tempos modernos
Que beleza!
Felizes para sempre?
A voz
Menino sem nome
Cadê minha família biológica?
O que é viver sem Deus
Andamos no fio da navalha
Eu ou nós
Ideal ou real
Megasena
Ursinho salvador
Coragem ou loucura
Egoísmo versus altruísmo
Deus, o artista
Abra a porta de casa
Fazer ou não fazer
Aos trancos e barrancos
"A política do politicamente correto"
"Deus se encontra conosco no chão da fábrica"
Conversa sincera
Dá um desconto!
Uma bela cidade
Mundo de Deus
Mensagem da Primavera
Generosidade
Contra estas coisas não há lei
Jesus e as mulheres
De médico e louco...
Os céus proclamam a glória de Deus
Gratidão: costume ou emoção?
Crise hídrica
Cordas humanas, laços de amor
Trapos
Pagou, levou
Nem, nem
Desandou!
Certeza incerta!
Estou focado
Está difícil escolher
Entre o bom e o ótimo
Amigos
Famoso quem?
Viola em cacos
Divertidamente
Gostei do convite
A culpa é minha...
Ninguém paga as minhas contas...
Milagre oculto
De mal a melhor!
Eu te conheço!
Balão mágico
Rindo à toa
Na luta
Menos briguentos, mais ‘contentos’
Não é justo!
...Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza...
Tudo está pelas nuvens...
Portas e janelas
Encontros e desencontros
"Kairos e Kronos (oportunidade e tempo)"
Interpretando o coração
Amigos, amigos, Facebook à parte
Entre dois amores
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Papo em outro nível
Uma declaração de amor
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O cachimbo faz a boca torta (uma questão de hábito)
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Colo de mamãe
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QI versus QE
Alhos por bugalhos
Família
Oração pelo filho
Com lágrimas
Nasceu uma criança!
Desculpe-me
Família perfeita? nem na Bíblia!
Famílias alegres
Coerência
Mistério misterioso
Bendita irresponsabilidade
Um por todos, todos por um
Independência no grito
Padecer no paraíso
Evangelização
Temos boas notícias
Você quer que a igreja cresça?
Ide por todo o mundo...
Prefácio
Como filha de pastor eu praticamente nasci na igreja
e sempre acompanhei o trabalho e ministério de meu pai, participando ativamente de muitas das atividades eclesiásticas. Durante todos esses anos sempre admirei a capacidade de ensino e aconselhamento do pastor Osvaldo, dom esse compartilhado muitas vezes por escrito nas meditações dominicais publicadas no boletim das igrejas por onde ele passou.
Nos últimos anos, após dois AVCs e diagnóstico de Alzheimer, além da pandemia, meu pai se afastou definitivamente do pastorado e das pessoas. Porém seu legado nunca foi esquecido, como algumas de suas ex-ovelhas
testemunham até hoje quando temos contato com elas.
Assim, através desta compilação de algumas de suas meditações, espero que a memória de meu pai e de seu ministério seja transmitida a outras gerações de crentes em Deus que buscam um relacionamento cada vez mais profundo e amoroso com nosso Criador.
Com carinho e gratidão pela vida e ministério do pastor Osvaldo Chamorro,
Patrícia Chamorro
Efemérides (datas comemorativas)
Carnaval – Alegria, alegria
Estamos em pleno carnaval. Assim é o Brasil.
Mas essa alegria esfuziante das ruas parece fazer muito mal aos crentes. Dá até a impressão que, para o cristão, é pecado ser alegre. É fato que a alegria do carnaval é pecaminosa, breve (como a cinza da 4ª feira).
A questão é que muitas vezes, como crentes, nos levamos muito a sério; tentamos ser perfeitos, e por isso somos carrancudos, bravos! É a doença do perfeccionismo moral. O remédio para essa doença é reconhecer diariamente que somos irremediavelmente pecadores, e assim suplicar que a cada dia, a graça de Cristo seja derramada, em perdão e força sobre nossas almas. Pronto! Como resultado desse remédio bendito, desfrutamos de uma profunda alegria. Alegria pelo perdão, pela aceitação, pela reconciliação com Deus.
O ministério de Jesus foi caracterizado pela alegria. Por tudo que Jesus representa em nós, deveríamos viver constantemente celebrando, em festa, comemorando, sorrindo de orelha a orelha. Quando experimentamos a vitória de Jesus sobre a morte, que renova nossas vidas, não há como ficarmos indiferentes, cabisbaixos, sérios!
O bom humor devia ser a marca registrada dos resgatados do inferno. A gratidão por esta bênção tremenda devia provocar uma constante festa em nossa mente.
Essa alegria exuberante deve ser fruto, não de algum sermão inspirado ou de uma música agitada, mas de experimentarmos a graça de Deus. Afinal, parece que o riso é a forma mais próxima da graça divina.
Carnaval – Como entender o carnaval?
O carnaval não é uma festa exclusiva do Brasil. O de Nova Orleans aparece muito nos filmes americanos; o de Veneza é famoso por acontecer nos canais que cortam a cidade italiana. Mas com certeza, nenhum se compara ao Carnaval do Brasil.
Surgiu na Grécia, 560 anos antes de Cristo, para agradecer aos deuses pelos benefícios das colheitas, e adotado pelo catolicismo na Idade Média, como preparação da Semana Santa, 50 dias depois. Seu nome, do latim, significa adeus à carne (carne vale). A ideia seria encontrar motivos de alegria antes de chorar pelo Cristo morto.
Nós sabemos hoje que de religioso o carnaval não tem nada. O carnaval nada mais é do que a tentativa, frustrada, de ser feliz sem Deus; de dar vazão aos sentidos da carne de forma estúpida e irresponsável, como se não tivéssemos que sofrer as consequências de nossos atos.
Tudo o que é investido no carnaval: vidas, arte, sacrifício, dinheiro, e muito mais, vira cinzas, na quarta-feira, com um gosto amargo de derrota, frustração, insatisfação.
Como é diferente a vida de quem tem Deus no comando! Não precisa de 4 dias para desgastar-se sendo feliz. Afinal, todos os dias o Senhor nos enche de motivos para nos alegrar, sermos felizes, termos um objetivo na vida. E tudo isso não acaba na 4ª feira de cinzas.
Quaresma – Por que não?
Pelo calendário litúrgico cristão, sabemos que os quarenta dias que antecedem a Semana Santa são chamados de Quaresma, que significa quarenta
.
O problema, para nós, evangélicos, é que estas comemorações estão muito ligadas aos rituais católicos; por isso, mesmo tendo um significado correto, bíblico, nós as rejeitamos como se fossem idolatria.
A quaresma é tempo de preparação. Assim como Deus avisou os israelitas que se preparassem espiritualmente para a última praga - a Páscoa, assim também nós nos preparamos para o grande evento da nossa fé: a morte e ressurreição de Cristo. Como? Com jejum, oração e atitudes concretas de quebrantamento e amor solidário.
O jejum é algo bom quando feito sob a ótica bíblica. É bom e agradável a Deus quando abandonamos hábitos e práticas pecaminosas. Não há absolutamente nada errado em guardar um tempo no qual vamos nos concentrar apenas na morte e ressurreição de Jesus. Entretanto, estas práticas
são coisas que devemos fazer sempre, não apenas nos 40 dias entre a Quarta-Feira de Cinzas e a Páscoa. Se você se sente movido por Deus para observar a quaresma, seja livre para fazê-lo. Mas lembre-se: seu arrependimento dos pecados e consagração a Deus, não devem ser feitos para tentar ganhar de Deus favor ou aumentar o Seu amor por você! É porque você O ama, e está disposto a demonstrar esse amor de forma profunda e sincera.
Domingo de Ramos – Jesus chorou
O Evangelho de Lucas (19.41-44), nos conta que no Domingo de Ramos, depois da entrada triunfal em Jerusalém, Cristo preocupou-se com a cidade. Chorou por ela. Um pouco antes, a cidade O recebera em festa, mas Jesus pressentia o que haveria de acontecer, em menos de uma semana, nessa mesma cidade. Ele seria crucificado, muitos o rejeitariam, e esta cidade seria palco de todos estes dramáticos acontecimentos. Por isso Jesus chorou!
1. Chorou porque encontrou uma cidade sem conhecimento. ... Se conheceras o que é devido à paz... Mas isso está oculto aos teus olhos
(vers.42)
Este versículo mostra que Jerusalém era uma cidade insensível. Os líderes e o povo mantinham uma relação de religiosidade tão fria e falsa com Deus, que jamais poderiam experimentar a verdadeira paz que resulta de uma comunhão íntima com o Pai. A ignorância de todos fazia com que praticassem atos que julgavam ser culto a Deus, mas não passavam de violência fanática em nome da religião. Jesus chora pela ignorância deste povo que não soube receber o Príncipe da Paz, antes O rejeitou por ignorância premeditada. O pior cego é aquele que não quer ver.
2. Chorou porque a cidade seria destruída. ... Os teus inimigos te cercarão... Não deixarão pedra sobre pedra...
(vers. 43,44).
Isto se cumpriu pouco tempo depois, no ano 70, quando o general romano Tito a invadiu. No caminho ao Calvário, Jesus volta a lamentar o destino da cidade, e exorta as mulheres que choram por Ele. Ainda hoje, Jesus chora por nossas cidades, que caminham para a destruição, insensíveis ao Seu amor, e lamenta a frieza de coração. Mas o fim chegará, como Pedro afirma (2 Pedro 3.7). Trabalhemos pela nossa cidade antes que chegue esse dia!
3. Chorou porque a cidade desperdiçou a oportunidade da Salvação. ... Não reconheceste a oportunidade da tua visitação...
(vers. 44).
Jerusalém faz parte do plano divino da salvação oferecido ao mundo. Ela foi palco de grandiosas e maravilhosas demonstrações do poder de Deus através da sua história. Ali começou a Igreja, quando o Espírito Santo foi derramado. Mas até hoje, continua a desperdiçar a oportunidade da salvação!
Jerusalém teve muitas oportunidades de reconhecer Cristo como o Messias enviado por Deus, como afirma Jesus em Mateus 23.37, mas O rejeitou!! Hoje parece que as pessoas se mostram muito mais interessadas em seus negócios, em sua profissão, em seus estudos, em seus amigos; há quem se preocupe com sua religião e seu templo, mas de forma legalista e burocrática, para cumprir seu compromisso. Sem dúvida, há quem esteja mais preocupado com o que dizem as autoridades políticas e econômicas do que com o que diz Jesus. A exortação é para que não desperdicemos a graça de Deus, oferecida a todos em nossos dias, como afirma Paulo em 2 Coríntios 6.1,2.
Vale a pena refletir nestas questões, neste Domingo de Ramos, quando lembramos que Jesus chorou pela cidade:
Qual o papel da nossa Igreja em nosso bairro?
Que impressão será que o nosso bairro tem da nossa Igreja?
Domingo de Ramos – Bendito o que vem em nome do Senhor!
No Domingo de Ramos, celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição. Nesse domingo o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. O povo o aclamava Rei dos Judeus
, Hosana ao Filho de Davi
, Salve o Messias
... E assim, Jesus entra triunfante despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa então a trama para condenar Jesus à morte de cruz.
O povo o aclama cheio de alegria e esperança, pois Jesus como o profeta de Nazaré da Galileia, o Messias, o Libertador, iria libertá-los da escravidão política e econômica imposta cruelmente pelos romanos naquela época e, religiosa que massacrava a todos.
O Domingo de Ramos pode ser chamado também de Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
, nele, a Bíblia nos relembra e nos convida a celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se entregou ao Pai como Vítima Perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão do pecado e da morte.
Crer nos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, é crer no mistério central da nossa fé, é crer na vida que vence a morte, é vencer o mal, é também ressuscitar com Cristo e, com Ele Vivo e Vitorioso viver eternamente. É proclamar, como nos diz São Paulo: ‘Jesus Cristo é o Senhor
, para a glória de Deus Pai’ (Fl 2.11).
Domingo de Ramos – Alegra-te muito!
"Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí vem o teu Rei, justo e salvador..."
Profeta algum é mais específico acerca da vinda do Messias do que Zacarias. Sua profecia está cheia de sentenças vívidas que foram cumpridas perfeitamente na vida e morte de Jesus Cristo.
Durante a reconstrução de Jerusalém, Zacarias tinha os olhos voltados para uma Cidade de Deus muito diferente, que seria construída na vinda do Messias. Espanta-nos a precisão de suas mensagens proféticas. Olhando para o passado podemos ver com que cuidado Deus se preparou para a Encarnação.
Jesus entrou em Jerusalém com os gritos da predição de Zacarias: um rei montado na cria de jumenta, mas ele sabia o que estava pela frente. Ele também tinha lido Zacarias 12.10. Ficamos a imaginar como ele se sentiu, sabendo que seria aquele trespassado por quem o povo haveria de lamentar.
A leitura de Zacarias ajuda-nos a compreender o que nossa salvação custou para Deus. Mas não havia outro modo. Seu amor gracioso e perdoador o exigiu. Ele não podia tolerar o pecado. É por isso que Cristo veio e a cruz foi necessária.
Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor!
Domingo de Ramos – Ramos hipócritas
Vivemos os dias do politicamente correto
. Você não pode chamar o negro de negro, mas de afrodescendente
. Chamar o deficiente dessa forma é um escândalo; tem que ser incapacitado fisicamente. E crianças que não foram informadas dessas novas leis dos adultos, vão atropelando o verbo e escandalizando os pais e demais ouvintes com sua sinceridade.
Nos tempos de Jesus, mesmo que não houvesse ainda a lei do politicamente correto, circulava a mais antiga das práticas sociais: bajular e logo apunhalar pelas costas. Tanto que alguns anos depois, o apóstolo Paulo recomendaria: "o amor seja sem hipocrisia". E a Timóteo, elogiaria sua fé sem fingimento.
No Domingo de Ramos, que inicia a Semana Santa, somos desafiados a examinar se nossos hosanas, hosanas, nossos louvores e demonstrações de fé são verdadeiros ou hipócritas, pois para o povo, em menos de uma semana, viraram crucifica-o, crucifica-o. Como é possível? Pura hipocrisia!
Mas Jesus, que não se deixa enganar por ninguém, porque sonda os corações, sabe da sinceridade de