Uma casa para dois
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Sobre este e-book
Por muito que tentasse resistir aos encantos de Ana, aquele bonito homem solteiro depressa se encontrou totalmente cativado pelo seu espírito livre e cheio de vida e pelas suas curvas sinuosas. No entanto, a sua verdadeira identidade continuava a ser um mistério: quem era realmente Ana Birch? Por que é que aparecia no testamento do seu avô? E como é que ia poder afastar-se dela quando aquele mês chegasse ao fim?
Anne Marie Winston
Anne Marie Winston is a Pennsylvania native and former educator. She sold her first book, Best Kept Secrets, to Silhouette Desire in 1991. She has received various awards from the romance writing industry, and several of her books have made USA TODAY’s bestseller list. Learn more on her web site at: www.annemariewinston.com or write to her at P.O. Box 302, Zullinger, PA 17272.
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Uma casa para dois - Anne Marie Winston
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2002 Anne Marie Rodgers
© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Uma casa para dois, n.º 488 - dezembro 2018
Título original: Billionaire Bachelors: Garrett
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1307-314-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
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Capítulo Um
Garrett Holden saiu do carro e subiu os degraus do alpendre da casa. Quando ali chegou, abanou a cabeça desgostoso, enquanto contemplava a humilde vivenda.
Era bem feito por ter insistido em ser ele mesmo a notificar da morte do seu padrasto a mulher que Robin Underwood mencionava no seu testamento. Pelo menos, verificara com alívio que dali poderia vigiar o lugar onde estacionara o seu carro desportivo e importado. Não vira ninguém suspeito, mas a zona tinha o aspecto de albergar vários bandos de criminosos. Não conseguia imaginar como é que Robin conhecera alguém num bairro daqueles. Aquela parte de Baltimore não era a que ele e o seu padrasto costumavam frequentar.
«A dama em questão pode sentir-se com sorte», pensou Garrett, enquanto observava o pequeno terreno ermo que rodeava a casa. Premiu com força a campainha da porta. Nenhum som pareceu avisar os habitantes da casa da chegada de visitas. Garrett colou o nariz ao vidro da porta, que estava tapado com uma cortina branca, e tentou olhar para dentro de casa, mas não conseguiu. Daquela vez, bateu com a mão na porta.
– Olá? Está alguém em casa? – inquiriu.
– Um momento – replicou uma voz feminina, do outro lado da porta.
Garrett esperou com impaciência, a olhar para o seu relógio, até que alguém correu a cortina antes de abrir.
Garrett deu um passo atrás. Não era o que esperava. Na realidade, não sabia o que esperava, mas nada parecido com o que estava a ver.
Primeiro, não era tão velha como pensara ser alguma conhecida de Robin e, segundo, aquela era uma das mulheres mais bonitas que vira na sua vida. Era uma beldade, inclusive, com aquela cabeleira de cabelo ruivo apanhado sobre a sua cabeça num carrapito despenteado. Tinha os olhos de um intenso azul esverdeado e umas pestanas enormes e curvas, sob umas sobrancelhas em forma de meia lua. Os seus lábios cor-de-rosa contrastavam com o tom de marfim acetinado da sua pele.
E, para concluir, o seu corpo era muito «bem feito», aquela era a única expressão que lhe vinha à cabeça. Sob a T-shirt cor de jade, que combinava com os seus olhos, escondia-se uma figura cheia de curvas que nem a T-shirt mais larga poderia ocultar.
E a dela não era precisamente larga, parecia ter encolhido vários números depois de lavada, e deixava um ombro à mostra. Garrett teve vontade de estender a mão e tocar naquele ombro nu. Aquela mulher trazia na mão um ramo de fitas de todas as cores, que flutuavam à sua volta enquanto ela se mexia. Uma das fitas tinha descaído e enrolava-se emvolta do seu seio esquerdo, marcando a sua redondez. Garrett não conseguia afastar o olhar daquela fita, enquanto tentava imaginar a ligação entre aquela mulher e o seu padrasto.
De repente, pensou numa verdade desagradável: aquela mulher deveria ter sido a amante de Robin. Por que outra razão teria estado em contacto com alguém tão novo e tão pouco adequado para ele?
– Deseja alguma coisa? – inquiriu ela, com uma clara pronúncia britânica, fitando-o sem sorrir.
– Estou à procura de Ana Birch.
– Pois então, encontrou-a. Mas estou muito ocupada e não estou interessada em nada que me queira vender – replicou Ana, enquanto começava a fechar a porta.
– Acho que isto lhe vai interessar – replicou Garrett, lembrando-se do que o trouxera até àquele inóspito bairro. – O meu nome é Garrett Holden. A menina conhecia Robin Underwood?
– Garrett!
Ana levou as mãos ao rosto e a sua expressão mudou radicalmente. Um enorme sorriso transformou a seriedade do seu rosto numa expressão bela e cordial. Um brilho inteligente espreitou no seu olhar, enquanto abria a porta para sair até ao alpendre e colocar-se ao lado de Garrett.
– Robin falou-me muito de ti. Vieste com ele?
Ele fitou-a fixamente, ignorando a mão que ela lhe estendia. Era evidente que não sabia de nada. Uma onda de raiva e de dor atravessou a garganta de Garrett como um fogo ardente.
– Robin morreu – declarou, secamente.
– O quê?
Ana levou a mão ao pescoço, enquanto o seu ramo de fitas caía ao chão. Abanou energicamente a cabeça.
– Desculpa, acho que não compreendi bem…
Ele fitou-a friamente, sem se importar por lhe mostrar abertamente a sua antipatia.
– Compreendeu muito bem.
A cor desapareceu do rosto de Ana. Agora tinha o rosto branco como papel, segurou-se no corrimão da varanda do alpendre e conseguiu finalmente sentar-se nos degraus. Durante todo aquele tempo, manteve o olhar fixo em Garrett.
– Por favor, diz-me que é uma brincadeira de mau gosto – murmurou.
Ele negou com a cabeça. Sentiu uma pontada de culpa, mas lembrou-se de que aquela mulher não merecia a sua simpatia, a não ser que quisesse consolá-la por ter perdido um homem rico que certamente desejara caçar.
– Como é que aconteceu? – inquiriu ela, num fio de voz.
– Um ataque de coração. Não chegou a acordar. O médico diz que não sentiu nada.
Aquela mulher parecia mesmo afectada pela notícia, quaisquer que fossem as suas razões. Certamente, magoava-a ter que se despedir da pequena fortuna que teria conseguido se tivesse tido tempo de convencer Robin a casar com ela.
Ana abanou a cabeça como se tentasse negar a realidade; de repente, cruzou os braços em volta do seu próprio corpo, como se quisesse abraçar-se. Parecia muito mais pequena.
– Quando é o funeral?
Garrett demorou uns minutos para responder. Não esperaria ser convidada para o funeral…?
– Foi ontem.
Ela ficou ainda mais branca, se isso fosse possível. Virou-lhe as costas e Garrett pôde ver como os seus ombros começavam a agitar-se. De repente, os joelhos pareceram fraquejar-lhe e caiu ao chão.
Garrett reagiu instintivamente. Segurou-a por trás, mesmo a tempo de evitar que ela caísse. O instinto de macho, acumulado durante séculos, disparou no seu cérebro. A sua mente recolheu a aproximação de um corpo feminino, o quente aroma de mulher.
Ana virou-se e soltou-se dos seus braços. Não tinha desmaiado, como ele pensara no início. Garrett processou aquele dado só com metade do seu cérebro. A outra metade estava ocupada a analisar o momento anterior.
Tentou voltar à realidade, estava zangado consigo mesmo. Deus do céu! Aquela mulher fora a amante do seu padrasto, um homem de setenta e três anos. Quantos anos teria ela? Vinte? E ali estava ele, deixando-se também levar pelo seu corpo. Claro que Robin não podia tê-la satisfeito sexualmente… Seria melhor não pensar nisso.
Ana interrompeu os seus pensamentos. Tinha-se virado e estava a olhar para ele.
– Desculpe. Tenho que entrar.
– Espere…
Demasiado tarde. Ana já estava no interior da casa. Garrett permaneceu atrás da cortina da porta. As fitas continuavam espalhadas pelo chão do alpendre.
– Menina Birch, preciso de falar consigo. Menina Birch? – insistiu, levantando a voz.
Não obteve resposta.
Então, ouviu o inconfundível som de um choro. Soluços profundos com o que parecia uma terrível dor. O tipo de sons que ele não teria podido emitir, embora tivesse vontade de o fazer, desde que o mordomo de Robin lhe telefonara para lhe comunicar que o seu padrasto tinha falecido durante a noite.
Bom, aquelas lágrimas eram a prova de que Ana não iria sair outra vez. Nenhuma mulher que tem os olhos vermelhos de chorar gosta de ser vista em público.
Garrett tirou um dos seus cartões e, com uma caneta de ouro que tirou do bolso, escreveu umas linhas:
O seu nome aparece no testamento. Telefone-me.
Certamente aquilo seria suficiente e entrou no carro muito contente por poder sair daquele bairro deprimente e com uma atmosfera ameaçadora. De facto, apostava que teria notícias dela antes do dia acabar. Ao saber que havia dinheiro, atiraria a dor pela janela e iria a correr.
Garrett arrancou no seu carro desportivo e dirigiu-se para a estrada