A paixão está em jogo
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Sobre este e-book
Keir O'Connell soube que tinha que sair de Las Vegas quando se deu conta de que morria de desejo por Cassie, uma bailarina que trabalhava no famoso hotel da sua família. Parecia que o calor do deserto de Nevada lhe estava a afectar o cérebro!
Por isso, Keir partiu para o este e ali montou um novo negócio, mas as recordações daquela bailarina não o tinham abandonado por muito que o desejasse. E, então, Cassie voltou a aparecer na sua vida. De algum modo tinha conseguido que a contratassem no novo restaurante de Keir. Ele tinha pensado sempre que não se deviam misturar negócios com prazer, a única opção que tinha era fazer com que a sua empregada fosse também sua amante...
Sandra Marton
Sandra Marton is a USA Todday Bestselling Author. A four-time finalist for the RITA, the coveted award given by Romance Writers of America, she's also won eight Romantic Times Reviewers’ Choice Awards, the Holt Medallion, and Romantic Times’ Career Achievement Award. Sandra's heroes are powerful, sexy, take-charge men who think they have it all–until that one special woman comes along. Stand back, because together they're bound to set the world on fire.
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A paixão está em jogo - Sandra Marton
Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2003 Sandra Myles
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
A paixão está em jogo, n.º 760 - Novembro 2014
Título original: Keir O’Connell’s Mistress
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2004
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5918-0
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Volta
Capítulo 1
Final do verão, na estrada para Las Vegas.
O sol, com a sua luz dourada, tinha o reflexo do deserto enquanto Keir O’Connell atravessava o estado de Nevada.
A estrada estava vazia e ele conduzia a grande velocidade. O Ferrari negro devorava as milhas como um pura raça que era. Passou ao lado de um sinal luminoso tão rapidamente que Keir não conseguiu ver, mas não fazia diferença. Sabia o que dizia:
75 milhas para Las Vegas. Bem-vindo ao Hotel Casino Desert Song.
Setenta e cinco milhas. À velocidade a que conduzia não tardaria a chegar. Tranquilamente, Keir carregou no pedal do acelerador. Estava há dois dias na estrada a conduzir sem descanso. Sabia que se tinha distraído muito e que se não se apressasse perdia o casamento da sua mãe.
Perder o casamento da duquesa não era admissível. Esperaria que os seus seis filhos chegassem para pronunciar os votos que uniriam a Dan Coyle; depois, ocupar-se-ia de recriminar o responsável pelo atraso.
Perder o casamento não era uma boa opção. Além disso, Keir viu as horas no relógio do carro e confirmou que tinha tempo suficiente. A cerimónia não era até ao dia seguinte, disse a si próprio, ao conduzir tão depressa, porque queria passar algum tempo com a sua família. Em parte, era verdade, mas o certo era que conduzir depressa relaxava-o, tal como estar com uma mulher, mas isso era a última coisa de que necessitava naquele momento.
Não tocou numa mulher nos trinta dias em que esteve fora. Passou um mês desde que se comportou como um idiota sob o efeito do luar com Cassie Berk.
Um mês. Esteve somente um mês fora? Tomou tantas decisões importantes em apenas quatro semanas? Parecia impossível, sobretudo para ele. Passou a vida a suportar o gozo dos seus irmãos que lhe diziam que era um previdente rigoroso.
– Tem cuidado – disse a sua mãe no ano em que conseguiu o seu brevet de piloto. Um dos seus irmãos, provavelmente Sean, riu-se enquanto garantia à sua mãe que não havia nenhuma razão para se preocupar; Keir nunca teria um acidente a menos que o planeasse primeiro.
Keir franziu o sobrolho.
Então, como era possível que estivesse quase a despedir-se como director geral do Desert Song e a mudar-se para quatrocentos quilómetros de distância para instalar-se numa vinha em Connecticut, onde tinha investido uma pequena fortuna?
Keir mexeu-se no banco, tentando encontrar uma postura mais cómoda para as suas pernas.
O que estava quase a fazer, ia pô-lo ainda mais nervoso; a ideia de voltar a ver Cassie não lhe agradava. Não havia nada do que tinha feito que não fosse de recriminar. Apesar do que Cassie lhe chamou, não era suficientemente arrogante para pensar que ele era uma excepção. O que tinha feito naquela noite…
Devia-lhe uma desculpa, com o tempo ela acalmou-se. Mas na realidade tudo o que se tinha passado foi por culpa da lua, do excesso de champanhe, daquele baile agarrado e dele ter sido escolhido para padrinho de casamento de Gray Baron e Cassie para madrinha de Dawn Lincoln.
Mas a verdade era que tudo tinha sido por sua culpa e estava preparado para o admitir. Ele era o chefe de Cassie e sabia perfeitamente as regras sobre assédio sexual. Sabia? Tinha-as escrito para o hotel, não só as regras sobre assédio, mas também outras que reflectiam o que esperava do seu pessoal. Lógica, juízo, senso comum. Acreditava naqueles princípios, tinha construído a sua vida sobre eles… e, naquela noite com Cassie, esqueceu-os todos.
– És um arrogante, egoísta… – disse ela, quando ele tinha feito o correcto, retroceder um passo e desculpar-se.
Tinha-o deixado fazer? Nem pensar, ficou furiosa e chamou-lhe coisas que feriram o seu ego, mas que eram verdade. Nunca devia ter tentado nada com ela. Tinha-a colocado numa posição que a prejudicava, quer tivesse correspondido ou não. Mas estava feito. Ele tomou-a nos seus braços numa obscura esquina do jardim daquele rancho do Texas. Um segundo mais tarde, ela tinha correspondido apaixonadamente, abrindo a boca, gemendo quando ele deslizou as mãos por baixo do vestido, aquele vestido largo de pano que não a fazia parecer uma simples empregada das Vegas, mas antes a protagonista de um sonho.
Ele estava a uns oitenta quilómetros de Vegas e já tinham passado trinta dias e trinta noites após o sucedido, do que quase sucedeu, naquele jardim. Por que razão estava a pensar nisso outra vez?
Fora a Nova Iorque de férias, ainda que não fosse o plano original. Pensara conduzir até Tucson e depois até Phoenix, simplesmente para andar duas semanas a gozar o carro que tinha comprado há duas semanas, nas estradas largas e desertas.
Então, justamente depois da cerimónia, a sua mãe e Dan Coyle, o chefe da segurança do Desert Song, levaram-no a um canto.
– Keir – disse a duquesa agarrada ao braço de Dan Coyle, – sei que isto é uma surpresa para ti… querido, Dan e eu vamos casar.
Keir sorriu ao volante.
Uma surpresa? Sim, tinha-o apanhado em numerosas ocasiões a olhar para a duquesa de tal maneira que ela ficava corada como uma jovem.
Deu um beijo à sua mãe e um abraço a Dan, com palmadas nas costas. Depois, de todos se terem rido, a duquesa pegou na mão dele e disse que podia ir um mês de férias.
– As ordens do chefe são sempre para obedecer – disse Dan piscando um olho.
– Mereces umas verdadeiras férias – insistiu Mary, – verifica que voltas a tempo para o nosso casamento.
Dan disse-lhe o dia e a hora que escolheram para se casarem. Keir beijou a sua mãe e apertou a mão a Dan. Então, antes de se despedir, Keir respirou profundamente e disse que pensava que podia ser o momento para Mary voltar ao cargo da direcção do Desert Song e, assim, ele podia dedicar-se a outra coisa.
– Dizes isso porque vou casar com a tua mãe? – perguntou Dan. – Keir não é necessário. Não é preciso saíres.
– Não – disse Mary suavemente, – claro que não – o seu sorriso tremia ligeiramente. – Mas queres sair, não é, Keir? Dar-te a direcção do hotel nunca foi o que realmente querias fazer na vida – acrescentou acariciando-lhe o braço. – Creio que sempre soube.
Era verdade e Keir não negou. Os três estiveram a falar sobre como seriam as coisas sem Keir e com Mary na direcção.
– Partilhando as responsabilidades com Dan será mais fácil – disse ela com firmeza a Keir.
Ele gostava de Coyle e se alguém podia manter a duquesa no seu lugar, era Dan.
Keir voltou a pensar em Cassie, franziu o sobrolho e colocou os seus óculos de sol.
A sua intenção foi partir para Tucson na madrugada do dia seguinte, mas depois do fiasco no jardim, meteu as suas coisas no carro e dirigiu-se para Este em vez de Oeste. Não ia apenas à procura de umas férias, mas à procura da sua própria vida.
Era estupendo estar livre das responsabilidades que tinha assumido durante seis anos, mas livre para fazer o quê? A única certeza era que não queria voltar a trabalhar na Bolsa. Tinha feito uma fortuna no complicado mundo das acções e obrigações antes de assumir a direcção do Desert Song, mas aquilo era o passado.
Naquele momento, tinha de olhar para o futuro.
Por isso, e se calhar porque pensava que mantendo-se ocupado podia esquecer o comportamento tão estúpido que teve com Cassie, tinha-se informado discretamente em Nova Iorque junto de alguns colegas. Em poucos dias, um representante duma cadeia de hotéis franceses pôs-se em contacto com ele em relação à abertura dum cinco estrelas em Manhattan. Estava muito interessado nele e ofereceu-lhe um salário extraordinário. Depois dum almoço e dois jantares, Keir começava a pensar converter-se em consultor em Nova Iorque. A ideia agradava-lhe. Encantava-o a paz e o poder daquela cidade. Desejava deixar raízes naquele lugar.