(Con)Viver a Educação: Relatos de Práticas Cotidianas no Núcleo de Educação Infantil Paulistinha
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Sobre este e-book
Esta obra é destinada a professores, estudantes e a todos que se interessam pela educação infantil e buscam inspiração em práticas que trazem a criança para o centro do planejamento pedagógico.
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(Con)Viver a Educação - Dilma Antunes Silva
SUMÁRIO
O VIVIDO E O REVIVIDO: HISTÓRIAS NÃO CONTADAS SOBRE O NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PAULISTINHA
Adriana Aparecida Alves da Silva Pereira
POR QUE TEMOS UMA SOMBRA?
INQUIETAÇÕES DE UM GRUPO DE CRIANÇAS NA ESCOLA INFANTIL
Dilma Antunes Silva & Andréia Regina de Oliveira Camargo
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: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM CRIANÇAS DE 4 ANOS DE IDADE
Alessandra Carvalho Moreira & Ítalo Butzke
UMA PROPOSTA DE DANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: POSSIBILIDADES E EXPERIMENTAÇÕES
Tânia Maria Massaruto de Quintal
SOBRE OS AUTORES
O VIVIDO E O REVIVIDO: HISTÓRIAS NÃO CONTADAS SOBRE O NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PAULISTINHA
Adriana Aparecida Alves da Silva Pereira
Ao escrever nossa experiência, nosso fazer ganha visibilidade, torna-se documento ao qual podemos retornar para rever o vivido.
(OSTETTO, 2013, p. 13)
Ao iniciar a escrita deste texto, interrompido por muitas mamadas da Sarah, eu começo a rever o vivido, os escritos, as memórias e até sentir e ouvir os ecos que ficaram marcados em mim. Um movimento de resgate
das experiências vividas, registradas, guardadas, com o intuito de documentar algumas facetas do Núcleo de Educação Infantil – Paulistinha.
Este livro, escrito por muitas mãos, tem como objetivo dar visibilidade às práticas pedagógicas que vêm sendo desenvolvidas na instituição desde 2016, cuja lógica se contrapõe à perspectiva adultocêntrica, buscando, efetivamente, ter as crianças no centro do planejamento e da ação pedagógica.
Este texto inicial, pretende apresentar algumas facetas do contexto em que essas práticas foram desenvolvidas, documentar um percurso que envolve a recente da história do Núcleo de Educação Infantil, pontuando sua trajetória desde a fundação no início da década de 1970, na tentativa de revelar os vestígios que ficaram e que, de certa forma marcaram as pessoas, as relações, os espaços dessa instituição e consequentemente as práticas desenvolvidas.
Inicio falando da Escola Paulistinha de Educação, pois o Núcleo de Educação Infantil Paulistinha passa integrá-la algumas décadas mais tarde. Na sequência, discorro sobre a fundação do NEI Paulistinha¹, trazendo indícios de euforia, estranhamento e, até mesmo, de rejeição, que perpassam esses processos e o papel de uma unidade educação básica dentro da universidade.
Constitui a Escola Paulistinha de Educação
A década de 70 do século XX foi um período caracterizado pela ampliação e fortalecimento da luta dos movimentos sociais, muitos deles tinham a luta pela creche como direito das mulheres trabalhadoras. Reivindicação essa que cresceu pelo viés dos ideários feministas e pela necessidade de amparo aos filhos dos trabalhados com o aumento da inserção das mulheres no mercado de trabalho.
As instituições de educação infantil tanto eram propostas como meio agregador da família para apaziguar os conflitos sociais, quanto eram vistas como meio de educação para uma sociedade igualitária, como instrumento para a libertação da mulher do jugo das obrigações domésticas, como superação dos limites da estrutura familiar. As idéias socialistas e feministas, nesse caso, redirecionavam a questão do atendimento à pobreza para se pensar a educação da criança em equipamentos coletivos, como uma forma de se garantir às mães o direito ao trabalho. A luta pela pré-escola pública, democrática e popular se confundia com a luta pela transformação política e social mais ampla. (KUHLMANN, 2000, p. 10)
Outro ponto que cresceu na década de 70 foi a ideia de educação compensatória das crianças pobres. Segundo Kramer (2001) as crianças pobres eram consideradas inferiores e deficientes quando comparadas a um padrão estabelecido como normal e os programas educacionais tinham a função de suprir essa falta. Apesar da teoria compensatória ser equivocada, ela contribuiu para a ampliação da criação de creches. Segundo Nunes (2006, p.15):
As políticas educacionais da década de 1970, voltadas à educação de crianças de 0 a 6 anos, pautaram-se na educação compensatória, com vistas à compensação de carências culturais, deficiências linguísticas e defasagens afetivas das crianças provenientes das camadas populares. Influenciados por orientações de agências internacionais e por programas desenvolvidos nos Estados Unidos e na Europa, documentos oficiais do MEC e pareceres do então Conselho Federal de Educação defendiam a ideia de que a pré-escola poderia, por antecipação, salvar a escola dos problemas relativos ao fracasso