Não
De Jaime Brasil
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Sobre este e-book
Texto de Luiz Roberto Guedes.
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Não - Jaime Brasil
Não
você disse ter marcas de navalha no sangue
assim como há migalhas de mesa sobre o pão
curte telenovelas acesas nos velórios
e cenários de canários presos nas celas não sei quanto custam os costumes
as costuras do tecido social
mas compartilho das suas novidades etéreas
ando de roupa rasgada quando posso
e nu quando quero
nenhuma molécula de diamante
pedaço de dente ou de carne no osso
nenhum fosso profundo onde eu possa ver a minha cara
na superfície da água sem confundi-la com os sapos
que batem papo por lá
nenhuma lâmina na cama
escama de peixe ou de serpente onde a luz se reflita
em sutil refração rarefeita
nenhuma maldita palavra escrita na porta do banheiro
que me sirva de matéria-prima
para uma alquimia primitiva embaixo do chuveiro
vi por vias tangentes incoerentes vértices
vãos entre os seus dedos
a calma com que deslizam nos cabelos
a pressa com que buscam o copo
arcos sem cordas
bordas de um instrumento
mãos que apagam o tempo num movimento de adeus
era para ter dado certo, não era?
sementes lançadas na terra como dardos num colchão
mas as estrelas do mar não brilham na noite
nem as do céu quando amanhece
mesmo que as previsões do tempo não sejam boas
que tal um churrasco na chuva, na beira da piscina?
é que ainda que nada aconteça, acontece
o silêncio pode ser ouvido e a escuridão retina
sinto-me meio só
solene aterro de entulhos
limo num pedaço de muro diante do sol
que é o mesmo que meio morto
quase húmus de homem
horto de arte arterial em decomposição
passado de panos esburacados
não dá pra voltar atrás
as traças não traçam planos
e os próximos anos não servirão de retalhos
então me traga uma taça que me sirva de mordaça
brindemos ao mais ou menos que temos
antes que eu me dê por satisfeito
ando resignado resina de âmbar
de bar em bar barbitúricos
não é nada demais edemas
e o pouco que sobra sabres
cortam em retalhos a reta
com que faço do caminho calmo ninho
a fossa que se enfeita mais infecta
súbito bass bloom bit
hard cores sem limites no jardim
ai de mim com esses zumbidos de zumbis
hot rainbow e eu morrendo de frio
alergias fly like bees na primavera
e me deixam aqui inquieto made in Brazil
perdi tempo se ditei erudito
quem saberia dizer?
amor livre castiço
abstinência devassa
no banco da praça um folheto
pedaço do sermão da sexagésima
um exagero para os nossos quintais
no meu peito um discurso
um urso comendo salmão
com pauzinhos orientais
queria ser econômico feito um cômico mímico
uma pedra branca na areia branca
mas aí você pinta lábios e olhos
faz atos falhos brotarem como folhas de uma planta
filha do meu desassossego
é ainda cedo e já tudo se excede
cedo aos mais simples gestos
e me perco no arco da sua boca
não é nada disso!
nunca tive uma fase de oásis pois tudo na areia é caminho
e escolher uma direção não faz sentido
as tendas para o entendimento estão sempre em ambientes áridos
e eu não quero saber
prefiro, de grão em grão, fabricar meu próprio deserto
e dormir ao relento
espectro de aspecto pueril
poeira de estrada