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Surrealidade Púrpura
Surrealidade Púrpura
Surrealidade Púrpura
E-book171 páginas52 minutos

Surrealidade Púrpura

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Sobre este e-book

lydia gomes reúne diferentes fases/faces de sua poesia em um mesmo livro. a autora mantém-se fiel à plenitude da emoção – uma marca de todos os seus trabalhos – e, de modo explícito ou nas entrelinhas, acaba revelando muito de seu pessoal processo evolutivo e sua constante busca pela compreensão/aceitação da complexidade de seu próprio ser.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de out. de 2020
Surrealidade Púrpura

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    Surrealidade Púrpura - Lydia Gomes

    lydia gomes

    surrealidade

    púrpura

    antologia poética

    2000-2020

    surrealidade púrpura – antologia poética 2000-2020

    lydia gomes

    todos os direitos reservados.

    nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização prévia da autora.

    1ª edição.

    conceito de capa e arte final: lydia gomes

    dados bibliográficos

    GOMES, Lydia [Lydia Martha de Mendonça Gomes]. surrealidade púrpura – antologia poética 2000-2020. Poesia. 1ª edição. Nova Friburgo, 2020.

    ao tempo, que em sua paciência e justiça nos concede novas chances de acerto; à roda que move os destinos; ao amor que se equilibra entre ambos.

    surrealidade

    púrpura

    antologia poética

    2000-2020

    um calor inóspito e quase artificial

    sobre meus dias de espera na janela

    como quem contempla o tempo a olho nu

    e de ti nada sei, exceto pela maresia

    o ar que traz recordações esquecidas

    mas que seguem ao meu lado entre silêncios e atropelos

    preciso desfazer as intrigas formadas no interno

    muito mais do que os mal-entendidos do externo

    muito daquilo que esquecemos de dizer ou calar

    um calor inóspito e definitivamente artificial

    que faz mal à vida, faz mal aos sonhos

    mas que de um jeito ou de outro me faz companhia

    não preciso revelar o que me diz a paisagem

    talvez nem mesmo eu a esteja vendo de fato

    revelo apenas o que me embriaga os sentidos

    será este calor absurdo de um verão sem fim?

    ou será que desejo-te muito mais do que afirmo?

    (não, nada confirmo; chega de afirmações)

    voltemos às sensações

    calores extremos de um dia que não passa

    ou será que sou eu que perdi meu olhar no tempo?

    o olhar, o tempo, o pensamento e as sensações

    e eu, sim, inóspita, artificial

    sem um propósito maior a zelar por meus dias

    não! isso não! estou mentindo agora

    e mesmo que não confessasse a verdade você saberia

    pareço artificial, mas mantenho firme os propósitos de vida

    falando na vida, como vai a sua?

    ainda buscando as respostas

    ou já mudaram as perguntas?

    a minha está registrada em paisagem

    feito fotos de encontros e viagens

    algo como um filme surreal da década de vinte

    seria possível tamanha vintage?

    ou estou abusando demais da brincadeira que faço

    com palavras e pensamentos para entreter a nós dois?

    surreal como um quadro de dalí

    ou um filme do wood allen

    sou a rosa púrpura embriagada pela tela

    contemplo o que não vejo

    como quem não sente dor, fome ou vontade

    apenas a estranha artificialidade de um dia quente

    não. não aguento mais tamanho calor

    nenhuma brisa a balançar meus enredos

    e os contornos do tempo parecem rascunho, carbono

    todos os contornos derretendo junto com meus pensamentos

    que já não encontram grande razão de existir

    exceto...

    exceto a vontade de roubar sua atenção para mim

    surrealidade púrpura

    sempre se tem a noção errada de tudo sabido antes

    palavras, rabiscos

    e a certeza de que existem borrachas apagando as certezas

    parece que o ontem

    é algo distante demais do que enxergamos hoje

    como se nada tivesse registro

    como se a memória do mundo houvesse sido apagada

    e assim, de repente, do nada

    surgem ideias que bateriam de frente com antigos conceitos

    (se esses ainda existissem)

    mas por milagre divino

    ou imperfeição da genética

    temos os dados arrancados do banco central

    preciosidades da história comum virando pó

    e nada é mais como achávamos

    (antes)

    que deveria ser

    bombardeios mentais

    bloqueados por trincheiras do espírito

    e a não necessária clareza da mente

    fazem surgir um outro ser

    também independente

    mas ligado ao fio da vida de forma intermitente

    tendo assim impedida

    sua vontade de ir ao encontro do nada

    ou o impulso de seguir ao encontro de tudo

    certezas

    existe um lugar

    existe uma história a contar

    quem sabe um mergulho no mar

    ou apenas saber esperar

    e encontrar o lugar

    dentro de mim

    revelar, escapar pela boca, falar

    deixar quem quiser escutar

    ou apenas saber esperar

    e encontrar o lugar

    dentro de mim

    desprezar o que não há

    para o que há deixar rolar

    ou apenas saber encontrar

    dentro de mim o que espero, o lugar

    lugar em mim

    contam-se em horas as nossas inglórias

    revelam-se mortos os minutos confusos

    projetam-se

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