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Competências Arquivísticas no Mercado de Trabalho
Competências Arquivísticas no Mercado de Trabalho
Competências Arquivísticas no Mercado de Trabalho
E-book591 páginas4 horas

Competências Arquivísticas no Mercado de Trabalho

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Sobre este e-book

Este livro revela a tríade composta por cursos de formação em Arquivologia no Brasil e o mercado de trabalho em consonância com o arquivista, desenhando um panorama do mercado de trabalho nessa área.

Embarcar em uma pesquisa requer a busca de novos conhecimentos sobre o assunto, uma visão crítica das normas vigentes do mercado laboral numa conjuntura de profunda revolução tecnológica e de alteração nas práxis profissionais dos arquivistas, além de compreender que a profissão enfrenta alterações profundas nas grades curriculares. A realidade em termos de formação dos arquivistas cria habilidades de aprendizagem de novos conhecimentos.

A obra apresenta elementos que são os principais componentes para o estudo da formação da Arquivologia e a análise das diversas formas de diálogo entre arquivistas, acadêmicos estudantes, professores, pesquisadores e outros especialistas em informação em Competências Arquivísticas no Mercado Laboral, que, certamente, se tornarão referência nos estudos desse campo do conhecimento.

Eliana Maria dos Santos Bahia responde, nesta obra, a muitas perguntas relacionadas à área de Competências arquivistas no mercado de trabalho.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de set. de 2018
ISBN9788547315030
Competências Arquivísticas no Mercado de Trabalho

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    Competências Arquivísticas no Mercado de Trabalho - Eliana Maria dos Santos Bahia

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2018 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS

    Agradeço a Deus, sempre; à minha família, que compartilha todos os momentos da minha vida; e aos meus filhos, David e Fernando.

    Dedico aos meus alunos e ex-alunos,

    por todo o conhecimento compartilhado.

    PREFÁCIO

    O livro que precede estas palavras recorre, em grande parte, aos resultados obtidos na tese de doutorado de Eliana Maria dos Santos Bahia. O esforço deste estudo concentrou-se em dois grandes assuntos. O primeiro consiste em analisar as expectativas que o setor empresarial e institucional brasileiro tem em respeito aos arquivos. Essas expectativas manifestam-se com evidência total nas exigências expressadas nas ofertas de emprego. Nesse caso, por meio do site sobre anúncios de ofertas de emprego, no qual se estabelece um diálogo dessas ofertas entre os contratantes e os candidatos. O segundo consiste em ordenar as relações ao amplíssimo, disperso e variado vocabulário extraído das referidas ofertas, valendo-se de uma estrutura taxonômica para dar sentido aos anúncios.

    O ponto de partida do estudo foi o pedido das necessidades empresariais, de acordo com os argumentos, com as competências e as necessidades que se ajustam aos perfis e às atividades solicitadas. De nada serve um diploma se não garante uma resposta conveniente para o que esperam as empresas. De modo que, de entrada, os planos de estudo têm que ser adequados aos candidatos, aos contratantes e aos requisitos do mercado. A investigação realizada é, em definitiva, uma avaliação oportuna de encargo para a sociedade e é constituída pela universidade mediante os resultados que realizam os diplomados no mercado de trabalho. E, embora o ensino universitário não tenha unicamente a finalidade da parte técnica, as competências e aptidões alcançadas têm que responder aos requisitos das empresas e entidades contratantes. Em definitivo, não é mais algo que se trata de revisar a partir dos propósitos sociais e laborais exclusivos, mas voltado também à eficácia da universidade na hora de preparação dos estudantes para o mundo, visto que as amplitudes do mercado de trabalho se modificam e evoluem rapidamente.

    No momento de analisar as ofertas de trabalho, apresentam-se várias possibilidades. O foco central nesta análise é a verificação da comprovação dos requerimentos das publicações que aparecem nos anúncios das ofertas de trabalho com as certificações do candidato, no qual a análise de conteúdo é uma técnica para verificar as competências exigidas. Para isso, foram selecionadas as ofertas no portal Catho, a partir dos termos chave, depois foram examinados os conteúdos dos anúncios. Atuar assim oferece vantagens em conhecer o que os empregadores querem de seus candidatos, sem a necessidade da entrevista. Por outro lado, também tem o perfil traçado de necessidade da empresa contratante. Dessa forma, na atualidade, é uma prática muito habitual estudar o mercado de trabalho desde os seus anúncios de emprego. A informação é elaborada por meio de ferramentas de análise de conteúdo, com a ajuda de critérios estatísticos, e cada vez com maior frequência se extrai e analisa as ofertas que têm aparecido nas listas de distribuição de empregos.

    Como aporte técnico deste estudo foi criado um sistema taxonômico para ordenar e classificar as ofertas de emprego, visando a demonstrar a eficácia da organização dos recursos informacionais frente à sua classe hierárquica. Essa generalidade é utilizada e está presente nos sistemas de SOC, nos esquemas de metadados, nos tesauros, nos Topic Maps e nas ontologias. Por esse motivo, não é de se estranhar que o conjunto de termos de uma taxonomia também é entendido como o conjunto de SOC.

    Bem, é certo que, em realidade, a taxonomia elaborada nesta ocasião é uma lista ordenada de termos controlados com seus sinônimos e que segue um esquema de classificação hierárquico. A relação entre a taxonomia e os termos que a compõem responde à sua própria cobertura de aplicação: na arquivística e sua oferta de serviços às corporações, instituições e empresas. Por lógica, o sistema tem que ser dinâmico para se adaptar às mudanças desses setores, de forma que a presença, a exclusão ou a alteração dos termos empregados para representar esse contexto de aplicação leve a desenhar uma taxonomia facilmente modificável.

    A estrutura taxonômica facilitou não só a ordenação do vocabulário, mas também:

    •  Normalizar os termos extraídos e estabelecer os preferidos;

    •  Relacionar os termos sinônimos com suas preferências;

    •  Quantificar as aparições de cada conceito, representado pelo termo referente mais seus termos sinônimos, de acordo com a coleção de ofertas/anúncios analisados e, de certa maneira, valorizar sua importância;

    •  Visualizar a representação de cada classe com o auxílio gráfico do software TemaTres.

    Com esses estímulos, demos boas-vindas a esta obra, que foi realizada com um sério compromisso universitário, com rigor e entrega para a área de Arquivologia e áreas afins da Ciência da Informação.

    José Antonio Moreiro González

    Professor catedrático da Universidad Carlos III de Madrid –

    Departamento de Biblioteconomia e Documentação

    Getafe, Espanha, março de 2016.

    PREFÁCIO

    El libro al que preceden estas palabras recoge gran parte de los resultados obtenidos en la tesis doctoral de Eliana Maria dos Santos Bahia. El esfuerzo investigador que realizó se concretó en dos grandes asuntos. El primero consistió en analizar las expectativas que el sector empresarial e institucional brasileño tiene respecto a los archiveros. Estas expectativas se manifiestan con total evidencia en las exigncias expresadas en las ofertas de empleo que hacen. En este caso mediante la web catho sobre cuyos anuncios de ofertas de empleo se establece un diálogo entre lo que las empresas ofertan y lo que los candidatos ofrecen. El segundo consistía en poner orden al amplísimo, disperso y variado vocabulario extraído de las ofertas, valiéndose de una estructura taxonómica que le diese sentido y provecho.

    El punto de partida fue que la demanda de las necesidades empresariales debe de ser respondida, en este caso por los archiveros, con unas competencias y habilidades que se ajusten a los perfiles y actividades solicitados. De nada sirve un diploma si no garantiza una respuesta conveniente a lo que esperan las empresas. De modo que, de entrada, los planes de estudio han tenido que formar adecuadamente a los candidatos, pues en caso de no hacerlo los contratos se irán para quienes cumplan los requisitos. La investigación realizada es, en definitiva, una evaluación oportuna del encargo que la sociedad hace a la universidad a través de los resultados que sus diplomados alcanzan en el mercado de trabajo. Y, aunque la enseñanza universitaria no puede limitarse a dar una preparación tan solo técnica, las competencias y aptitudes alcanzadas tienen que responder a los requisitos de las empresas y entidades contratantes. En definitiva, no es otra cosa trata más que revisar desde la cercanía a los propósitos sociales y laborales, la eficacia de la universidad a la hora de preparar a sus estudiantes para unas profesiones determinadas, en el momento presente caracterizado por una evolución muy rápida.

    A la hora de analizar las ofertas de trabajo se presentaban varias posibilidades. Dado que se quería comprobar si los requerimientos de las descripciones que aparecen en los anuncios de ofertas de trabajo coinciden con lo que se exige en el proceso de certificación académica, lo más indicado era emplear las técnicas de análisis de contenido textual. Se seleccionaron las ofertas entre miles de ellas presentes en el portal Catho mediante términos clave, luego se examinaron los contenidos de los anuncios. Actuar así ofrecía la ventaja de conocer lo que en realidad querían los empleadores sin tener que entrevistarles ni de enviarles cuestionarios cuyo cumplimiento no siempre es bienvenido. De manera que las empresas e instituciones describen espontánea y voluntariamente lo que de verdad necesitan. Por eso, en la actualidad, es una práctica muy habitual estudiar el mercado de trabajo desde las ofertas de empleo. La información se suele manejar mediante herramientas de análisis de contenido, con ayuda de criterios estadísticos. Y cada vez con mayor frecuencia se recopilan y analizan las ofertas que han aparecido precisamente en listas de distribución.

    Ya decíamos que, para organizar el extenso cuerpo de términos extraído de la ofertas de trabajo, se ha servido de la construcción de una taxonomía, por su demostrada eficacia cuando se trata de organizar recursos de información en clases jerárquicas. Tal es la generalidad de su uso que está presente no solo en los SOC conocidos como Taxonomías sino también en los esquemas de metadatos, los tesauros, los Topic Maps y las ontologías. Por ello no resulta extraño que, en muchas ocasiones, el nombre de término taxonomía haga referencia al conjunto de los SOC.

    Bien es cierto que, en realidad, la taxonomía elaborada en esta ocasión es una lista ordenada de términos controlados con sus sinónimos y que sigue un esquema de clasificación jerárquico. La relación entre la taxonomía y los términos que la componen responde a su propia cobertura de aplicación: la archivística y su oferta de servicios a las corporaciones, instituciones y empresas. Por lógica, tiene que ser dinámica para adaptarse a los cambios que en estos sectores se dan de continuo. De forma que la presencia, exclusión o alteración de los términos empleados para representar ese contexto de aplicación llevó a diseñar una taxonomía fácilmente modificable.

    La estructura taxonómica facilitó no solo poner orden en el vocabulario, si no:

    •  Normalizar los términos extraídos y establecer los preferentes.

    •  Relacionar los términos sinónimos con sus preferentes.

    •  Contar las apariciones que cada concepto, representado por el término preferente más sus términos sinónimos, había tenido en la colección de ofertas analizadas y, de esta manera, valorar su importancia.

    •  Visualizar la representación de cada clase con el empleo de las ayudas gráficas del software TemaTres.

    Con estos alicientes, demos, pues, la bienvenida a esta obra, que se ha realizado desde un serio compromiso universitario y con el rigor y entrega de aquello que por vocación tanto se quiere.

    José Antonio Moreiro González

    Professor catedrático da Universidade Carlos III de Madrid –

    Departamento de Biblioteconomia e Documentação

    Getafe Espanha do, Madri, março de 2016.

    AGRADECIMENTOS

    A jornada no processo de doutoramento requer dedicação, persistência, leituras e reflexões para a realização do estudo. Não basta simplesmente dizer que a tese está pronta, é necessário contextualizar o país de onde provêm os dados, neste caso, o Brasil.

    Esta obra tem origem na tese de doutoramento realizado na Universidade Carlos III de Madrid, Departamento de Biblioteconomía y Documentación, no Programa de Doctorado en Documentación: Archiveiros y Bibliotecas em el entorno digital, sob o título El mercado de trabajo para archiveiros según los anúncios brasileños de empleo (2012-2014): análisis y organización terminológicos de ofertas empresariales.

    Agradeço à instituição na qual realizei esta pesquisa, ao departamento, aos professores, aos colegas pela acolhida e pelos ensinamentos em seu país, a Espanha. À Universidade Federal de Santa Catarina, pela liberação para a realização do estudo, e aos colegas do Departamento de Ciência da Informação, pelo apoio dado.

    Ao colega Prof. Dr. Adilson Pinto da Luz, pelo incentivo em seguir a caminhada. À Prof.ª Dr.ª Ursula Blattmann, sou grata pela força, o encorajamento e a amizade a mim dedicada. À amiga Juliana Fachin, obrigada por sua amizade. Aos amigos de longa jornada, Ezmir Dippe Elias e Marcus Vinícius Saul, brindamos a nossa amizade sincera e verdadeira.

    E em especial, ao meu diretor de tese, Prof. Dr. José Antonio Moreiro González, agradeço a acolhida, os ensinamentos e a orientação no processo de aprendizagem, posso dizer que ganhei um amigo.

    A todos, meu muito obrigada.

    APRESENTAÇÃO

    A gestão de arquivos requer competências específicas para desempenhar com qualidade, segurança e competitividade a informação.

    Para compreender o contexto, Eliana Maria dos Santos Bahia estudou os currículos dos cursos de formação em Arquivologia no Brasil, as demandas e o panorama do mercado de trabalho.

    O livro Competências arquivísticas no mercado de trabalho surge da pesquisa de doutorado realizada na Universidade Carlos III de Madrid, Espanha. Com foco em buscar e esclarecer quais são os novos conhecimentos sobre o assunto, a autora apresenta uma visão crítica do mercado de laboral numa conjuntura pautada na revolução tecnológica e de alteração da práxis profissional dos arquivistas. Consequentemente, aponta as alterações profundas na formação do profissional e sugere mudanças nas disciplinas curriculares dos cursos de Arquivologia para que desenvolvam habilidades de aprendizagem de novos conhecimentos.

    A obra é indicada para os agentes de transformação da gestão de arquivos, isto é, aos praticantes e estudiosos da área da Arquivologia. Uma leitura para entender os diversos diálogos entre arquivistas, acadêmicos, estudantes, professores, pesquisadores e outros especialistas em informação sobre Competências arquivísticas no mercado de trabalho que, certamente, se tornarão referência nos estudos da área da Arquivologia.

    Dr.ª Ursula Blattmann

    Professora na área de Arquivologia da Universidade Federal de Santa Catarina

    Sumário

    1

    NECESSIDADE DE ESTUDOS SOBRE O MERCADO DE TRABALHO ARQUIVISTA NO BRASIL

    2

    COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PARA UM NOVO CONTEXTO LABORAL E SOCIAL

    2.1 O que significa competência? 

    2.2 Relação entre conhecimento e competência 

    2.2.1 Competências em Ciência da Informação 

    2.2.2 Classificação brasileira de ocupações em atividades de informação arquivística

    2.2.3 Formação arquivística no Brasil 

    2.2.4 Lei de Diretrizes e Bases do Currículo Mínimo (LDB) 

    2.3 Perfil profissional do arquivista 

    2.3.1 Características do perfil profissional do gestor de arquivo

    2.3.2 Características do perfil profissional do administrador de arquivo

    2.3.3 As competências dos profissionais arquivistas 

    2.3.4 Diferentes perfis nas ocupações dos arquivistas 

    2.3.5 A ocupação do arquivista 

    2.3.6 As competências e a aprendizagem na educação 

    2.3.7 Importância da gestão por competências para as organizações 

    2.3.8 Competências no ensino superior 

    2.3.9 O profissional e suas competências e habilidades 

    2.3.10 A dimensão da informação

    2.3.11 A dimensão da comunicação 

    2.3.12 A dimensão da ética e o impacto social

    2.3.13 Portal Empresarial Catho 

    3

    METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DA TAXONOMIA DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

    3.1 Compilação do conhecimento na construção da taxonomia 

    3.1.1 Processo de construção da taxonomia 

    3.1.2 As categorias e as classes

    3.1.3 Administração Empresarial

    3.1.4 Arquivos

    3.1.5 Aspectos legais na gestão da informação 

    3.1.6 Competências Sistêmicas 

    3.1.7 Ética 

    3.1.8 Digitalização do acervo documental 

    3.1.9 Gestão Documental 

    3.2 Avaliação da Taxonomia 

    3.2.1 Publicação da primeira versão da Taxonomia 

    3.2.2 Aplicação do software livre TemaTres – Construção da Taxonomia Hierarquizada 

    4

    RESULTADOS DA PESQUISA UTILIZANDO A TAXONOMIA

    5

    ANÁLISE DAS OFERTAS DE EMPREGO

    5.1 Atividades, conhecimentos e tarefas mais solicitados 

    5.2 Aptidões, competências e habilidades 

    6

    ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO

    6.1 Habilidades e competências mais solicitadas nos anúncios 

    6.1.1 Habilidades destacadas nos anúncios 

    6.1.2 Competências destacadas nos anúncios 

    6.1.3 Comparação entre os resultados obtidos por anos 

    6.1.4 Perfil do profissional arquivista requerido pelas ofertas 

    6.1.5 As empresas, indústrias e organizações 

    6.2 Tarefas solicitadas pelas empresas, indústrias e organizações 

    6.2.1 Trabalho autônomo 

    6.2.2 Estágios

    6.2.3 Trabalho CLT

    6.2.4 Trabalho temporário 

    6.2.5 Remuneração por habilidades e competências

    6.2.6 Salários

    6.2.7 Faixas etárias

    6.2.8 Sexo 

    6.3 Auxílios concedidos aos profissionais arquivistas contratados pelas empresas 

    6.3.1 Panorama das análises geoespaciais das ofertas de emprego 

    6.3.2 Região Sudeste do Brasil 

    6.3.3 Região Sul do Brasil 

    6.3.4 Região Centro-Oeste do Brasil 

    6.3.5 Região Nordeste do Brasil 

    6.3.6 Região Norte do Brasil 

    CONCLUSÕES

    REFERÊNCIAS

    1

    NECESSIDADE DE ESTUDOS SOBRE O MERCADO DE TRABALHO ARQUIVISTA NO BRASIL

    O livro baseia-se na pesquisa desenvolvida e apresentada como tese de doutorado no Programa Oficial de Doutora em Documentação: Arquivos e Bibliotecas no Entorno Digital da Universidade Carlos III de Madrid¹, em janeiro de 2016, com o título El mercado de trabajo para archiveros según los anúncios brasileños de empleo (2012-2014): análisis y organización terminológicos de ofertas empresariales.

    O acesso às informações, à sua estrutura e à análise por meio de pesquisas científicas produzem novos conhecimentos, e os arquivistas em seu desempenho no mercado de trabalho, para transformar informação e conhecimento em matérias-primas de valor para as empresas, precisam estar um passo à frente de seus colegas concorrentes disseminando ou potencializando a capacidade que a informação possui de fortalecer as empresas, as indústrias e as organizações para gerar seus produtos.

    A inovação científica impulsionada pelas teorias de Joseph Schumpeter investigou e identificou as influências e os benefícios resultantes da inovação para a economia. A sua investigação tem caracterizado o mercado de trabalho por meio de estudos, livros e artigos. Seus conceitos influenciaram o manual de Oslo (2006), o estado de fator estratégico das noções de competitividade no mercado mundial globalizado (SCHUMPETER, 1982, p. 53).

    O trabalho de campo para profissionais treinados na área de arquivo se desenvolve com base nas necessidades latentes da sociedade marcadas por uma intensa produção exponencial da informação. Os dados de empresas, indústrias e organizações integradas pela rede de computadores, isto é, com uso intensivo da internet, precisam ser recolhidos, identificados, classificados, indexados, armazenados, preservados, restaurados, digitalizados e disseminados. O ambiente de trabalho de caracterização arquivista e as competências e habilidades precisam estar adequados com os requisitos impostos pelo mercado de trabalho e a sociedade.

    O mercado é pautado pela inovação tecnológica no sentido de ser um dos importantes fatores estratégicos para o sucesso econômico e social das nações. Na economia, para aumentar a competitividade das empresas, indústrias e organizações; e na sociedade, aumentando aspectos da empregabilidade dos seus colaboradores. O resultado é diretamente proporcional à capacidade de inovar na sua capacidade técnica e tecnológica, por meio da educação permanente e consistente de habilidades e competências de excelência.

    O contexto global em transformação, intensificado pela mudança tecnológica, requer adaptação de paradigmas e novas formas de organização da sociedade. A informação é um componente intrínseco da organização e por meio dela vivemos uma revolução de poder latente irreversível. Para Rifkin (2012), a primeira revolução industrial é baseada na energia gerada a partir do carvão e na mídia impressa; a segunda revolução foi impulsionada pelo petróleo e pela alta capacidade de comunicação por telefone, rádio e televisão na sociedade em que vivemos na era da proliferação de acesso à informação, recursos e tecnologias inteligentes que permitem que ela seja diária, escalável e em tempo rápido (real).

    Desta vez, estamos no limiar de um novo regime de energia da tecnologia do hidrogênio e da tecnologia das células de combustível que estão entrando na arena comercial, portanto, a aurora dos novos sistemas de energia é sempre um indicador do futuro promissor.

    O mundo funciona em torno da comunicação em rede. Bauman (2009) dá a esse fenômeno o nome de modernidade líquida, ao contrário da modernidade sólida que prevaleceu até 1950. Ao se referir à modernidade líquida, surge o alerta para a extrema volatilidade dos tempos: tudo muda cada vez mais rápido, tudo pode ser desconstruído e reconstruído novamente de outra forma, não há nenhuma garantia. Dominou a lógica da nova mudança, em comparação com o seguro e estável no passado; basta olhar para a velocidade com que somos afetados pela avalanche de informações disponíveis no ciberespaço. As mudanças sociais e a fluidez da rede são elementos de transformação no mundo da vida cotidiana no mercado de trabalho.

    A Revolução Informativa, tendo em vista Lévy (2010), ou seja, máquinas inteligentes, programas de computador, robótica, nanotecnologia e biotecnologia foram rapidamente substituindo não só a força física do trabalhador, mas também a capacidade de tomar decisões baseadas em informações fragmentadas, em conjuntos de dados a serem analisados.

    Da Era do Acervo passa-se à Era do Acesso, caracterizada pela diversificação da informação do consumidor impulsionada por múltiplas plataformas baseadas na computação. Emerge disso a relevância dos recursos da Web 2.0, isto é, de especialistas em marketing para facilitar o uso da informação.

    A computação social se constrói e compartilha a ação coletiva em colaboração numérica na escala global. Observa-se, por exemplo, acervos de instituições renomadas como a Biblioteca do Congresso norte-americano utilizar o Flickr para disponibilizar as fotografias digitalizadas, e observa-se o compartilhamento de vídeos no ambiente YouTube, de músicas no DailyMotion, o BitTorrent, o compartilhamento dos favoritos da web no Delicius ou o conhecimento sistematizado de cunho enciclopédico na Wikipédia. Usam tecnologias para aproximar pessoas, informações e estimular o compartilhamento do conhecimento por meio de recursos como o Facebook e o Friendfeed, o Twitter, o LinkedIn, entre outros. Se no começo era necessária uma estrutura de equipamentos que ocupavam uma sala, a convergência das tecnologias possibilitou sincronizar em tablets, smartphones, e-readers, viabilizando a prática e a leitura nos ambientes virtuais de informação digital do mundo com informações instantâneas – e paralelamente fragmentadas – no processo de colaboração.

    Da evolução que pode ser tratada como uma segunda revolução industrial pelo uso das redes de energia passa-se para uma terceira revolução baseada em computadores, na análise de fluxos de dados comerciais, financeiros, sociais e que usam os mesmos princípios estruturais e a tecnologia inteligente que permitiram o princípio da documentação do final do século XIX criada por Paul Otlet a organizar a documentação para ser recuperada, acessada e utilizada. A nova revolução partilha a infraestrutura das redes de energia e da informação oriunda da rede de computadores. Cria-se uma nova forma descentralizada de consumo pelas redes sociais possibilitadas por um toque de estar continuamente ativa no conjunto de relações, sejam elas econômicas, financeiras, educacionais, políticas, sociais, entre outros aspectos.

    A revolução da informação exige habilidades e competências da administração e o controle das organizações, porque as atividades de negócios são realizadas por informações obtidas e analisadas para subsidiar as etapas do planejamento à execução. Temos a base para uma revolução sem precedentes que terá um impacto sobre nossa longevidade, nosso bem-estar e nossa qualidade de vida. Medicina e biologia apoiadas por computação, nanotecnologia e biotecnologia vão unir suas possibilidades para fornecer os dados obtidos pelo sequenciamento do genoma e a identificação de doenças hereditárias. A procura da sociedade pela transparência das relações e a ampliação contínua dos contatos exigem uma nova velocidade do movimento de ideias e comportamentos.

    Rifkin (2012) afirma que as grandes mudanças na história do mundo ocorreram quando novos regimes de energia impulsionaram a transferência da informação no sentido de comunicar as pessoas. Percebem-se as mudanças no cotidiano das pessoas, por exemplo, ao realizarem compras no mercado em que as balanças além de emitirem o peso, contabilizam o preço, relacionam estoques. E também nas esferas profissionais observa-se uma mudança de comportamento na sociedade ao participar de evento internacional promovido pelo Conselho Internacional de Arquivos (ICA), em Girona, Espanha², em 2014, enfatizando os arquivos como pilares da sociedade moderna.

    Os arquivos são produtos da estrutura organizacional das instituições e precisam desempenhar um papel estratégico nos processos de gestão. Alguns dos desafios enfrentados pelas organizações são os de atrair, reter e gerenciar talentos no mercado de trabalho. Gestores de empresas na Era da Informação têm forçosamente de manter um conhecimento profundo de know-how da sua organização, a fim de gerir eficazmente os seus ativos intelectuais. Esses gestores necessitam imediatamente de dados e informações com valor agregado para gerenciar com eficiência e investir na melhoria de habilidades individuais e coletivas. No mundo contemporâneo, espera-se que os arquivistas tenham em seu perfil aspectos mais objetivos do que subjetivos, e profissionais ao invés de amadores. O mercado de trabalho exige inovação e criatividade na busca de diferenciação com base em qualificações continuadas. Pode-se dizer que são necessárias competências, habilidades e atitudes profissionais e comprometidas com a sociedade.

    Thomassen (1999) acredita que a primeira revolução científica do arquivista estava em superar a Diplomática (lei notarial), que analisou as peças documentais individuais e a solidificação da tradição administrativa, caracterizada pelo valor do fundo conceito documental (fonds d´archives) e pela estrutura orgânica dos arquivos. Ele menciona que o novo paradigma da Arquivologia não é o velho paradigma com uma leitora óptica presa a ele, o que significa que não podemos tratar a Arquivologia atual como se fosse a clássica com as novidades tecnológicas, e outras necessidades advindas do crescimento dessas tecnologias que podem sobrecarregar as pessoas envolvidas. A sociedade clama pelo acompanhamento das mudanças e das transformações também na Arquivologia. Essa ciência não poderá ser somente multidisciplinar, ela terá de ir além, de remodelar-se e, talvez, até mesmo de reinventar-se para corresponder às expectativas e às demandas da sociedade. Esse reinventar não significa romper com as bases sólidas do conhecimento arquivístico, mas reafirmar esses conhecimentos permitindo que eles sejam permeados com a realidade contemporânea.

    O paradigma da tradição administrativa cria uma nova perspectiva de pós-moderna ou pós-prisão, ou seja, o documento de arquivo torna-se objeto físico e objeto conceitual, pois seus componentes são: estrutura, conteúdo e contexto, com várias formas de armazenamento de dados. (COOK, 1997; FONSECA, 2005, p. 63). O valor da informação como um recurso que define a competitividade entre as pessoas, as empresas, as organizações e outras atividades que coexistem no mercado de trabalho tem uma demanda crescente no mercado para profissionais da informação. Com a implementação do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – Reuni³, em 2007, foi possível criar mais de seis cursos de Arquivologia no Brasil, com um total de 16 cursos em 2014, visando a eliminar as deficiências existentes.

    O conceito de competição originalmente era focado no indivíduo, ou pelo menos na possibilidade de que um indivíduo tem ou pode adquirir. A competição é definida como um processo dinâmico e contínuo de desenvolvimento que reúne vários componentes. Habilidades podem ser caracterizadas como relacionadas ao ambiente da organização ou ao contexto de trabalho a que se destinam. Fernandes (2004) observa que os estudos sobre habilidades como componentes básicos incluem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes a que são adicionados valores quando aplicados a contextos organizacionais.

    Marta Valentim (2008) caracteriza o perfil profissional em praticar suas habilidades no mercado de trabalho. Para Silva, Dib e Moreira (2007), por exemplo, quando se compara o mercado de trabalho nas instituições públicas federais brasileiras é necessário realizar uma análise documental do processo de seleção institucional. E para Arruda, Marteleto e Souza (2000), é utilizado como um método de avaliação da literatura, a fim de demonstrar que a procura de um novo perfil profissional não é única para o campo de informação, mas faz parte e está entrelaçada com as mudanças no mercado de trabalho e da demanda do setor produtivo para um trabalhador qualificado.

    De acordo com Rezende e Enio (2008), a concorrência é estabelecida com a capacidade de funcionários e empresas relacionada com o domínio e a aplicação do conhecimento destes, para todos os tipos de profissão, cargos e atividades são exigidas habilidades específicas. No entanto, não há limite especificado, como existem novas funções e profissões, novas habilidades e capacidades que são necessárias no mercado de trabalho e que são advindas das mudanças na sociedade. O modificador da ordem mundial, especialmente a variável tecnológica, exige modificação do perfil do arquivista, com valor acrescentado para os elementos organizacionais de gestão, a identificação de trabalho, as mudanças de atitude profissional, a influência do mercado e a competitividade. Portanto, existe uma necessidade de habilidades sociais, tecnológicas, comerciais, de produtividade e de competitividade, levando a mudanças no perfil do arquivista.

    As competências abrangem um amplo conhecimento e habilidades que permitam que o arquivista profissional desenvolva um papel importante na vida econômica, social e cultural. Ser competente significa saber como fazê-lo de forma independente e eficaz para resolver problemas, tomadas de decisão e de aprendizagem contínua.

    Para Zarifian (2011, p. 15), o objetivo do concurso que mobiliza o indivíduo diante de uma situação profissional está mudando e cada vez mais complexamente. Ele considera que a concorrência pessoal é [...] tomar a iniciativa e assumir a responsabilidade para o indivíduo em situações profissionais que enfrentam. Portanto, essa complexidade das situações exige pensar na construção de outras habilidades na formação do arquivista para que ele assuma com tranquilidade o mercado de trabalho.

    Nessa linha de pensamento, Moreiro González e Vergueiro (2012, p. 233) argumentam na pesquisa sobre o mercado de trabalho que é necessário avaliar o lugar que os arquivistas estão atuando na sociedade e/ou a função desempenhada. Implica que a universidade tem a obrigação de saber o que as empresas buscam nos perfis profissionais, a fim de ajustar o currículo para ter adquiridas as competências exigidas pelo mercado de trabalho. Neste contexto, para as profissões cujo objeto de trabalho é a informação existe um mercado favorável e seu amplo campo de ação. As instituições de ensino superior (faculdades, escolas, institutos, cursos de universidades) procuram efetuar mudanças adequadas e acompanhar as demandas da sociedade e do mercado de trabalho, no sentido de buscar e adaptar seus perfis para novas competências e habilidades, de modo que o arquivista

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