Ao norte, ao chão
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Sobre este e-book
O amor também se mostra, indiretamente, no seu trabalho em relação às imagens, que se encadeiam, reproduzindo a dinâmica da rede. Em Ao norte, ao chão, as imagens se desdobram em outras, o que garante uma série de emoções a um mesmo símbolo, seja ele o "mar", seja ele o "bolso" – duas constantes na poesia de Laís Ferreira.
Contudo, o verso "é próximo ao chão/ embora se escalone ao céu", sugerindo uma poética de contrastes. Eles estão presentes em referências a patologias contemporâneas e à perspectiva trágica de certos poemas, como "Os sem nomes do amor": "É triste, mas não somos a terra:/ não retemos poeira, grão e cal./ O que cai em nós não germina,/ não há morte precursora da vida.// No entanto, sob as unhas descansam/ um verso por quem se foi, a esperança." É uma obra que, nos contrastes, desvela que tudo está tão próximo e tão distante.
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Ao norte, ao chão - Laís Ferreira
Créditos
A maré
Neste volume dos bolsos, aguardo
um maço de lenços, um raio
para que se ilumine, irradie
a junção das vértebras
a instabilidade dos homens,
a estabilidade tardia da fé.
Meus amigos foram às ilhas,
ilhas se perdem na paisagem
enquanto ainda a chamamos
sabendo que há fronteira, tráfego
lixo amontoado, as liquidações
a insistirem que a continuidade
constitui um sentença sem juiz.
Amanhã virá, é claro, o sol
estará lá, como o mar e a terra
talvez mais sujos, talvez o barro
não apareça tanto. As marés
parecem dizer algo de amor.
Hoje se cruza a costa, navega-se
amanhã, impossível molhar os pés.
Hoje não falaremos de amor
Hoje não falaremos de amor.
Não que não nos interesse:
é claro, na manhã passada
um beija-flor alcançou a beira
do nono andar. A escuta
alcançou a paciência do outro.
Trançamos nossos cabelos,
os rostos pedem este vento
calma e alguma ternura.
Mas não falaremos de amor.
Os homens estão errados,
as flores morrem na rua
e nos livros que lemos
a realidade parece incrédula
frente à própria ficção.
A palavra segue no bolso
como um recado, receita
para cozinhar legumes
sem que percam a água
proteínas. Hoje, quebramos
o primeiro ovo podre
desde quando partilhamos
este alimento, esta esperança.
Mas