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A sombra da culpa
A sombra da culpa
A sombra da culpa
E-book166 páginas2 horas

A sombra da culpa

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Sobre este e-book

Engoliu o orgulho para lhe pedir ajuda, mas não sabia se conseguiria resistir à tentação…
Valentina Ferranti sempre culpara o imprudente Gio Corretti pela morte do irmão. Os seus caminhos nunca mais se tinham cruzado desde o enterro de Mario, quando lhe dissera que não queria voltar a vê-lo. Com essa despedida, pusera fim ao que fora o seu primeiro amor platónico.
Sete anos depois, arruinada e com o seu prestígio arrasado por culpa da infame Carmela Corretti, Valentina precisava de ajuda de alguém. E só havia uma pessoa na Sicília a quem podia recorrer. Ao homem do seu passado que tinha voltado a aparecer na sua vida com um olhar cheio de culpa, arrependimento e desejo por ela.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de ago. de 2016
ISBN9788468788449
A sombra da culpa
Autor

Abby Green

Abby Green spent her teens reading Mills & Boon romances. She then spent many years working in the Film and TV industry as an Assistant Director. One day while standing outside an actor's trailer in the rain, she thought: there has to be more than this. So she sent off a partial to Harlequin Mills & Boon. After many rewrites, they accepted her first book and an author was born. She lives in Dublin, Ireland and you can find out more here: www.abby-green.com

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    Pré-visualização do livro

    A sombra da culpa - Abby Green

    Editado por Harlequin Ibérica.

    Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    Núñez de Balboa, 56

    28001 Madrid

    © 2013 Harlequin Books S.A.

    © 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    A sombra da culpa, n.º 56 - Agosto 2016

    Título original: A Shadow of Guilt

    Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

    Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

    ® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

    ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

    Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

    I.S.B.N.: 978-84-687-8844-9

    Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

    Sumário

    Página de título

    Créditos

    Sumário

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Se gostou deste livro…

    Capítulo 1

    Giacomo Corretti não conseguia parar de pensar que era ele que devia estar naquele caixão e não o amigo impetuoso. Viu, da sombra de uma árvore, como baixavam o caixão a pouco e pouco pelo buraco escavado na terra. O nó de dor que sentiu espalhou-se pelo resto do corpo. Nunca se sentira tão covarde como naquele momento.

    Conseguia ouvir o pranto da mãe de Mario. A pobre mulher não parava de chorar enquanto se apoiava no marido idoso. O som devastou-o. Pensava que ele nunca teria ninguém a chorar por ele de maneira tão sentida no seu funeral. Estava certo disso, mas não se compadecia.

    A filha, Valentina, que tinha a cabeça erguida e as costas muito direitas, contrastava com eles. Apanhara o cabelo castanho e comprido numa trança e cobrira a cabeça com um véu. O fato preto ficava-lhe muito largo. Aos dezassete anos, ainda não tinha as curvas necessárias para o encher.

    Embora não visse o seu rosto de onde estava, podia tê-lo desenhado de cor. Conseguia imaginar a pele bronzeada, tão suave como as pétalas de uma rosa, a curva exuberante da boca e os lábios femininos. Tinha os olhos de uma cor extraordinária, brilhante e quente como o âmbar. Lembrava-se bem do olhar de raiva, aborrecimento e medo quando o querido irmão mais velho e Gio namoriscavam com o perigo. Algo que tinham gostado de fazer com frequência.

    Como se a intensidade do seu olhar e os seus pensamentos lhe tivessem tocado, Valentina Ferranti virou-se e olhou para ele com os olhos amendoados. Viu como se semicerravam ameaçadoramente ao reconhecê-lo.

    Era demasiado tarde, não podia fugir. Valentina observou-o. Estava pálida e tinha o bonito rosto inchado de tanto chorar. Os olhos dela refletiam uma dor muito profunda. Tivera de enfrentar algo muito difícil para uma jovem daquela idade. Sabia que ele era o culpado daquela situação. Causara danos irreparáveis. Recordou o que lhe dissera de maneira muito despreocupada naquela noite.

    – Não te preocupes, estará novamente com os seus livros antes da meia-noite, como se fosse a Cinderela – troçara Gio.

    Sentiu um nó no estômago ao vê-la tão desolada. E susteve a respiração quando Valentina começou a aproximar-se. Viu que as mãos dela eram punhos e que o observava. Parecia furiosa. Deteve-se a poucos centímetros de distância. Estava tão perto que conseguia sentir o cheiro doce e fresco dela. Pareceu-lhe um cheiro que não encaixava com aquele momento de tanta dor.

    – Não és bem-vindo, Corretti – declarou, num tom rouco de tanto chorar.

    Gio não conseguia respirar. Tentou acalmar-se e respirou fundo, antes de responder:

    – Eu... sei.

    Parecia-lhe quase um milagre que tivesse sido capaz de pronunciar aquelas palavras. Mario, que fora o seu melhor amigo e quase um irmão, ajudara-o, com muita paciência, a superar a sua gaguez, da qual não conseguira livrar-se por completo até à adolescência. Aos vinte e dois anos, continuava a envergonhar-se quando acontecia, embora não fosse frequente. Era como se ainda tivesse essa cicatriz.

    Mas, naquele momento, não se teria importado de voltar a sentir a humilhação para que Valentina pudesse rir-se dele.

    Embora soubesse que ela não faria algo parecido, nunca o fizera. Sempre fora doce e tímida. E, quando Gio gaguejara à frente dela, nunca o usara contra ele para o magoar, como os outros tinham feito, sobretudo, a sua própria família. De repente, Valentina deu-lhe um murro que o apanhou de surpresa. Bateu-lhe no peito com a força suficiente para o fazer cambalear.

    – Ele era tudo para nós e, por tua causa, já não está cá! Foi-se embora para sempre! – acusou, com muita dor. – Ia acabar o curso no próximo ano e sei que teria tido muito êxito! Tu, pelo contrário... – murmurou. – O que podes fazer por nós agora? Nada! Fora daqui, Corretti! Manchas este lugar com a tua mera presença. Se não o tivesses encorajado a sair...

    Gio sentiu que ficava pálido.

    – Lamento... Lamento – desculpou-se.

    Viu como Valentina recuperava a compostura e voltava a levantar a cabeça para olhar para ele com dureza.

    – A culpa é tua e só tua. Odeio-te, Corretti. Sempre te odiarei porque tu estás vivo e ele, não.

    Aquelas palavras afetaram-no. Observava-o como se quisesse levá-lo até ao precipício mais próximo para o empurrar e vê-lo morrer.

    – Vamos, Valentina, temos de ir.

    Ambos reagiram com surpresa ao voltar à realidade quando o pai de Valentina se aproximou e a agarrou pelo braço. A sua voz parecia muito fraca e cansada.

    – Este não é o momento nem o lugar.

    Valentina, sem olhar para Gio, deixou que o pai a afastasse dali. Mas, depois de alguns metros, o pai de Mario deteve-se. Olhou para Gio com olhos muito tristes e limitou-se a abanar a cabeça com tristeza. Dava-lhe a impressão de que o homem envelhecera dez anos em apenas alguns dias. Quase teria preferido que lhe tivesse batido como Valentina fizera.

    A verdade era muito difícil. Se Mario não fosse amigo dele e se não o tivesse convencido a sair com ele naquela noite fatídica, nunca teria acontecido.

    Naquele momento, Gio queria morrer. Amava-o mais do que qualquer outra pessoa no mundo. Tudo o que tivera de bom na vida, tudo o que amara, desaparecera para sempre. Estragara tudo. Contudo, sabia que suicidar-se teria sido muito fácil e covarde. Muito mais fácil do que viver com aquela dor todos os dias. Viver com a dor de saber que devastara uma família com uma perda tão dolorosa. Essa era a herança com que teria de viver durante o resto da sua vida.

    Sete anos mais tarde...

    Era o casamento da década. Duas das famílias mais poderosas da Sicília iam unir-se em casamento. Valentina fez uma careta cheia de cinismo. Todos sabiam que o casamento de Alessandro Corretti e Alessia Battaglia não era por amor. Era mais uma jogada, uma aposta grande para conseguir o poder, a melhor maneira de a família Corretti se certificar do futuro das gerações vindouras. E se, para isso, um dos seus membros tivesse de se casar com alguém da família rival, seria isso que faria.

    Valentina deixou o que estava a fazer e levou uma mão ao peito. Bastava-lhe pensar na família Corretti para sentir um aperto no coração. Para cúmulo, estava a trabalhar para eles naquele momento. Teria adorado poder dizer a Carmela Corretti, a mãe do noivo, que se recusava a aceitar o seu trabalho, mas não podia dar-se a esse luxo. Era a dona de uma empresa pequena de catering e custara-lhe muito criá-la e tentar mantê-la aberta com a ajuda do seu pessoal.

    Além disso, era o único apoio económico que os seus pais idosos e doentes tinham.

    Carmela tinha a reputação, apesar da riqueza dos Corretti, de ser bastante miserável com o dinheiro. E Valentina sabia que tivera a sorte de conseguir esse trabalho por causa dos seus preços mais do que razoáveis. De facto, quase não teria lucro com aquele trabalho, mas pensava que valeria muito ter sido contratada para aquele evento. A longo prazo, essa experiência seria uma grande vantagem.

    Enquanto acabava de decorar uns canapés de caviar beluga, recordou a cara de Carmela Corretti e as suas palavras quando se encontrara com ela há semanas.

    – Tem de ser o evento mais sofisticado da década – declarara a mulher. – Se cometer um erro, menina Ferranti, não vai poder voltar a trabalhar nesta ilha. Sabe, não é?

    Valentina esforçara-se para não parecer tão aterrorizada como se sentira. Não podia deixar a Sicília sem os pais. E sabia que Carmela estava certa. Se alguma coisa corresse mal com a comida do casamento, seria o fim da sua empresa.

    – É óbvio, senhora Corretti, sei como este casamento é importante – afirmara, com humildade.

    Era por isso que o seu pessoal e ela estavam a receber uma miséria para criar aperitivos delicados com o caviar mais caro do mundo. Previamente, oferecera a Carmela uma degustação do menu que preparara para o casamento e fora a hora mais tensa da sua vida. Depois de provar tudo, limitara-se a aprovar o menu com um simples gesto da mão e uma careta desdenhosa. Valentina ficara a observá-la, chocada, até a outra mulher a devolver à realidade.

    – Do que estás à espera? Tens trabalho para fazer! – exclamara a mulher.

    Depois de ter a aprovação, fizera com que lhe servissem ovas de salmão real da Escócia e também salmão fumado. A carne para o almoço principal procedia da Irlanda. O caviar de beluga, como não poderia ter sido de outro modo, chegara da Rússia. O champanhe que reservara para a mesa principal era do ano de 1907 e preferia não pensar no preço de cada garrafa.

    O dinheiro não era um impedimento. Para aquela família, o importante era que o resto dos convidados pudesse ver e saborear a riqueza dos Corretti. Só não se importavam de poupar no dinheiro que pagavam ao pessoal que contratavam para essas ocasiões.

    Afastou uma madeixa que escapara e deu um passo atrás. Os seus próprios empregados aproximaram-se para olhar para as bandejas.

    – São como obras de arte, Valentina – elogiou Franco. – Desta vez, superaste-te.

    – Embora seja muito importante que a primeira impressão seja boa, o essencial é que acabem por comê-los – recordou-lhe ela.

    Mas estava quase certa de que conseguiria. O caviar do salmão real, embrulhado em salmão fumado e numa tarte, tinha um aspeto muito tentador. Sentiu que o estômago se queixava. Olhou para o relógio e deu um grito, enquanto arrancava o avental.

    Começou a dar ordens aos empregados, enquanto tirava o uniforme para esse dia da mala.

    – Franco, certifica-te de que os chefes estão prontos para servir a refeição principal a tempo. E, Sara, encarrega-te de que todo o pessoal esteja vestido e pronto para trazer as bandejas de aperitivos. Temos de tirar o resto dos canapés dos frigoríficos. Avisem Tomasso de que tem de verificar se todas as garrafas de champanhe estão nos seus respetivos baldes com gelo.

    O copo-d’água ia celebrar-se no Hotel Corretti, o estandarte do grupo hoteleiro familiar. Era à frente da bonita basílica medieval onde se celebrava a cerimónia do casamento. E tinham-lhe concedido pleno acesso às instalações fantásticas do hotel, aos seus cozinheiros e ao pessoal. O restaurante do hotel encontrava-se entre os melhores do país e não poderia ter pedido mais. Bastava-lhe fiscalizar tudo, já que era, em última instância, a responsável pelo menu.

    Foi até à zona de vestiários e tirou as calças de ganga e a t-shirt. Vestiu o fato preto e elegante e a camisa branca que usava para aquelas ocasiões. Estava muito nervosa. Sabia que Carmela

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