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A Criança e o Espaço Urbano: Percepções Ambientais na Amazônia
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A Criança e o Espaço Urbano: Percepções Ambientais na Amazônia
E-book156 páginas4 horas

A Criança e o Espaço Urbano: Percepções Ambientais na Amazônia

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Sobre este e-book

O livro A criança e o espaço urbano: percepções ambientais na Amazônia discute uma realidade socioambiental muito presente nas cidades brasileiras e, de modo especial, na Amazônia. Trata-se da degradação dos cursos d'água que banham ou circundam o espaço urbano. Esses espaços, outrora lugares preservados, apresentam-se, na grande maioria das cidades, com despejo inadequado de rejeitos e toda espécie de poluição, o que afeta diretamente o povo residente do lugar. Assim, os aparatos da vida social estabelecem-se no entorno de lagoas e lagos degradados, o que fragiliza as famílias que lá habitam. Para retratar essa situação-problema, a discussão investiga um lago inserido em um município do interior do Amazonas, Parintins, distante de Manaus a 369 km. Esse lago apresenta um estado lastimável de poluição de diversos elementos, todavia se torna um lugar de recreação das crianças que residem no entorno. A partir dessa constatação, esta obra faz um recorte para investigar a percepção ambiental das crianças residentes no entorno de recursos hídricos degradados, buscando identificar as formas de uso pelas crianças e a atribuição de significados dada por esses sujeitos a esse ambiente natural. A retórica do livro mostra focos que prevalecem nas decisões de uso social da Lagoa da Francesa e apresenta algumas percepções ambientais subjacentes a determinados usos das crianças, as quais põem em risco a saúde e as seguranças física e social de cada morador.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de jun. de 2019
ISBN9788547311841
A Criança e o Espaço Urbano: Percepções Ambientais na Amazônia

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    A Criança e o Espaço Urbano - Gracy Kelly M. Dutra

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO SUSTENTABILIDADE, IMPACTO, DIREITO, GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

    Aos meus pais,

    Raimunda e Humberto (in memoriam)...

    Tudo valeu a pena!

    AGRADECIMENTOS

    Aos que contribuíram direta, e indiretamente, para esta obra, em, especial:

    À Dra. Maria Inês Gasparetto Higuchi, nas orientações no curso de Mestrado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, durante o processo de norteamento teórico-metodológico e pelas palavras de incentivo.

    À Universidade Federal do Amazonas, através do Programa de Pós Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela oportunidade de aprimoramento acadêmico, através do processo de reconstrução do conhecimento a partir da Sustentabilidade.

    Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil (CNPq), pela concessão de bolsa, a qual viabilizou a realização desta pesquisa.

    À Universidade do Estado do Amazonas, por intermédio do Centro de Estudos Superiores de Parintins (CESP). Em apreço, destaco os professores do Colegiado de Pedagogia: Eliseu da Silva Souza e Gyane Karol Santana Leal.

    À Escola Municipal Mércia Cardoso Coimbra e Escola Estadual Prof. Aderson de Menezes que abriram suas portas para que eu pudesse realizar este estudo com suas crianças.

    E, por fim, às crianças que contribuíram para o alcance desta pesquisa, às identifico aqui na imagem de minha sobrinha Sarah. Perceber que as ações humanas maculam um ambiente natural saudável, faz com que este estudo sirva de alerta para as autoridades sobre os reflexos da degradação dos recursos ambientais inseridos nos espaços urbanos e seus impactos no cotidiano e na percepção dos sujeitos, em particular, dos pequenos moradores. Isto é de vocês e para vocês!

    PREFÁCIO

    Este livro é uma viagem pela experiência científica, vivida no espaço da concretização do objeto pensado e de toda carga do pensar lógico para decifrar ou compreender a complexidade de um pequeno lugar na Amazônia.

    As escolhas dos percursos do tema, dos eixos narrativos, são reveladores de situações ambientais que atingem diretamente e indiretamente as crianças vulneráveis, ao produzido e circulado do ambiente poluído e contaminado, Lagoa da Francesa, em Parintins. O exercício é uma impulsão à inteligência e à disposição de navegar nos resultados da pesquisa, traduzidos neste livro, estimulando a imaginação sociocultural, espacial, econômico e ambiental, refletidos nas percepções das crianças circunvizinhas e de toda coletividade, manifestadores de suas dinâmicas históricas no lugar.

    Há neste livro a suavidade da brisa, que balança a copa das grandes árvores da Amazônia e transporta várias sementes, que são depositadas em solos, germinam, formam raízes e crescem; a suavidade da leitura balança a mente que lê, transporta-a para o lugar de reflexão analítica que foi produto da pesquisa; deposita saber e germinam, quando são ressignificados em novos saberes, e crescendo faz abrir novos questionamentos sobre os impactos ambientais e sociais em cada lugar na cidade de Parintins.

    Quando se navega pelos rios da Amazônia, a imaginação transporta a curiosidade para saber o que há depois do meandro (curva do rio) ou o que existe até onde a vista alcança; na leitura, a imaginação da descoberta está na ansiedade de saber o que há na próxima página, porque beber nesse néctar de conhecimento é ir ao encontro do lugar apresentado e traduzido de forma inteligente, em escrita que mexe com a alma do leitor; este passa a se deleitar com a crítica sobre as questões impactantes existentes na Lagoa da Francesa, da cidade de Parintins.

    Esses impactos são realidades socioambientais vistos e analisados, em que a reflexão permite ir se envolvendo com cada palavra lida ou com cada parágrafo compreendido, porque é notável que Gracy Kelly Monteiro Dutra faça o convite para realizar o mergulho em a Amazônia e a produção do espaço urbano, como um processo contínuo de construção e reconstrução, reflexo da ação antrópica. Essa primeira parte deixa claro como as pessoas estão no seu habitat urbano, relacionando-se com o espaço dos quais são partícipes da construção e dos problemas de ordem ambiental. São participantes da degradação do ambiente porque não foram educados a cuidar dos resíduos produzidos, os quais são descartados nos ambientes inadequados; não foram educados a morar e viver na cidade; não compreendem que a cidade faz parte de cada um, como cada citadino faz parte da cidade. Nesse mergulho, já em águas turvas, é apresentada a degradação ambiental e vulnerabilidade social, porque quanto mais o ambiente é afetado pelo despejo do que o ser humano produz, criam-se possibilidades de propagação de fungos, bactérias, baratas, formigas, ratos e moscas, deixando o ambiente sem qualidade para viver. E o retorno a cada morador das proximidades da Lagoa da Francesa é que eles têm sido acometidos por doenças respiratórias, coceiras e outras enfermidades.

    Ao olhar o lugar descrito neste livro, a mente transporta o ser que olha aos momentos pretéritos que marcaram e ficaram registrados e que são traduzidos em saudade. Saudade é uma palavra que só existe no vocabulário brasileiro, mas é um sentimento que faz recordar com lágrimas nos olhos de saber que se perdeu muito da beleza natural do lugar. Olhar a Francesa, em tempos atuais, percebendo o quanto está poluída e contaminada pelos dejetos ali depositados. Saudade dos tempos das mulheres lavadeiras, que alvejavam as roupas brancas, deixando-as sobre a relva e depois as banhando nas águas limpas da lagoa. Saudade do pescador, que com sua canoa ou casco aproveitava para pescar seus alimentos. Saudade da vegetação ciliar, que produzia alimento para as aves, animais terrestres e aquáticos e protegia a lagoa do processo de assoreamento. Tudo se perdeu (transformou) com o crescimento da cidade e com isso se agravaram os problemas de ordem ambiental: água poluída e contaminada; acúmulo de resíduos sólidos no leito da lagoa; decomposição da matéria orgânica e a grande produção de gás metano; produção em grande escala de fungos, bactérias, ratos e animais peçonhentos.

    Ao mergulhar em cada parágrafo se adentra no universo da percepção do ambiente urbano pela criança, a qual vai, ao longo do tempo e dos anos, descobrindo as vulnerabilidades existentes no lugar, tanto no aspecto físico natural quanto no aspecto humano. Cada criança percebe o ambiente transformado pelos aterros, pelas ocupações irregulares, que se traduzem em um lugar degradado pela ação antrópica. Como viver no entorno e contemplar esse ambiente (Lagoa da Francesa) todo impactado negativamente, que traduzido na voz dos mais velhos projeta na mente um ambiente de rica beleza, onde o viver e o morar tinham significado de qualidade de vida, porque o ambiente era saudável. Esse ambiente aquático serviu – e ainda serve – como lugar de lazer e se percebe

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