Recursos Hídricos em Minas Gerais: Bacia Hidrográfica do Rio Mucuri
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Sobre este e-book
Como um mantra ou uma litania, as causas desse cenário trágico repetem-se ainda hoje: queimadas, uso não adequado de máquinas, utilização indevida de agrotóxicos, a exposição do solo aos agentes de erosão. No entanto, o livro apresenta um alento, um sopro de esperança. A degradação ambiental no Mucuri não sinaliza um panorama de completa inércia. Se o cenário ambiental é alarmante, concomitantemente, apresenta alternativas claras de reversão, perfeitamente possíveis. Depende apenas do ser humano, o que pode significar uma tragédia ou uma apoteose.
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Pré-visualização do livro
Recursos Hídricos em Minas Gerais - Jairo Lisboa Rodrigues
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO SUSTENTABILIDADE, IMPACTO, DIREITO, GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A todas as pessoas que acreditam e lutam por um mundo mais fraterno e justo.
Agradecimentos
Agradeço a a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, ao Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia, ao Grupo de Pesquisa e Extensão em Agricultura Familiar e Grupo de Pesquisa e Extensão em Agricultura Familiar, por todo apoio estrutural de laboratórios, à ONG Movimento Pró Rio Todos os Santos e Mucuri, pelo apoio financeiro, sem o qual este estudo não seria possível. Ao SindComércio, pelo auxílio financeiro e ao Instituto Estadual de Florestas, pelo apoio e conhecimento.
APRESENTAÇÃO
A definição de uma identidade regional está na luta por se fazer demonstrar, fazer-se ver e se fazer conhecer. O discurso regionalista é uma demarcação de fronteiras de quem antes era ignorado, fazendo um grupo ser percebido e ser distinto, impondo uma nova visão ao mundo social, dando à região um novo limite. Engolido
pela cultura do Vale do Jequitinhonha ou incorporada à economia do Vale do Rio Doce, por um longo tempo, o Vale do Mucuri foi pouco visível, inclusive no próprio estado de Minas Gerais.
Nos últimos tempos, no entanto, tem crescido no Mucuri uma procura de identificação própria, uma busca não apenas de um referencial identitário, mas de um reconhecimento que passa por diversos segmentos, especialmente no meio acadêmico. Na produção científica, um problema trazido para o centro do debate é a questão ambiental, especialmente pelos dados alarmantes que se têm apresentado.
Um elemento determinante para compreender esse quadro regional foi o contexto da sua formação. A reocupação (considerando que já havia sido ocupada pelos indígenas) da região no século XIX vai ter um traço marcante para as relações sociais e econômicas, e muito particular se comparado com o período colonial. O discurso civilizatório e modernizante dos anos de 1800 vai carregar uma prática predatória ainda mais avassaladora do que os séculos anteriores. Esse modelo de reocupação do Mucuri iniciado no século XIX deixou marcas profundas que permanecem fortemente enraizadas até os dias atuais.
O desmatamento foi uma prática presente nas atividades da Companhia do Mucuri, continuada pela produção cafeeira e mantida na criação extensiva da pecuária. Essas práticas acarretaram, dentre outras coisas, efeitos no clima e na diminuição dos recursos hídricos. Assim, a principal responsável pelas dificuldades econômicas vivenciadas atualmente no Vale do Mucuri foram as atividades predatórias que marcaram a exploração agrícola desde o século XIX.
O impacto ambiental é sentido nessas primeiras décadas do século XXI em todo Mucuri. E as alternativas para a superação da grave situação vivenciada não têm sido buscadas nem por parte dos agricultores, nem do poder público. Pelo contrário, ao invés da recuperação da terra, tem crescido o plantio do eucalipto. Resultado: a Bacia do Mucuri não chega atualmente nem a um quinto de seus remanescentes florestais.
É a partir dessa formação e seus impactos nos dias atuais que surge em boa hora este livro produzido por várias mãos, dando contornos ainda mais nítidos à questão ambiental no Vale do Mucuri. Em uma costura muito bem alinhavada, a obra aponta dados fundamentais para entender a situação do Mucuri. Caso da distribuição da estrutura fundiária, a qual apresenta uma forte correlação entre grande propriedade-agricultura predatória (especialmente localizada no médio e baixo Mucuri) e a pequena propriedade-agricultura familiar (localizada no alto Mucuri). Como um mantra ou uma litania, as causas desse cenário trágico se repetem: excesso de desmatamento e queimadas, uso não adequado de máquinas, utilização indevida de agrotóxicos, a exposição do solo aos agentes de erosão.
Sociedade civil e poder público partilham ações pouco expressivas para mudar esse quadro. O resultado das pesquisas de monitoramento apresentadas neste trabalho deixa claro a existência, nas amostragens retiradas da Bacia do Mucuri em diversos pontos, de parâmetros em desacordo com a resolução Conama 357/2005. As alterações em elementos como o Alumínio, o Cobre, o Ferro e o Fósforo sinalizam que há muito ainda por fazer.
No entanto, o livro apresenta um alento, um sopro de esperança. A degradação ambiental no Mucuri não sinaliza um panorama de completa inércia. Diante da destruição humana, outros agentes buscam novos caminhos, navegam contra a maré. Destaca a ONG Pró Rio Todos os Santos e Mucuri, que tem realizado ações efetivas em favor da Bacia do Mucuri e proteção dos remanescentes de vegetação nativa regional, bem como a rica fauna local. A APA do Alto do Mucuri já é o resultado desse esforço coletivo.
Se o cenário ambiental é alarmante, concomitantemente, apresenta alternativas claras de reversão, perfeitamente possíveis. Depende apenas do ser humano, o que pode significar uma tragédia ou uma apoteose.
Márcio Achtschin Santos
Possui graduação em Ciências Sociais pela Fundação Educacional do Nordeste Mineiro (1989) mestrado em História pela Universidade Severino Sombra (2006) e doutorado em História e Cultura Política pela UFMG (2013). Professor da UFVJM e autor de vários livros, entre eles A formação econômica, política, social e cultural do Vale do Mucuri.
Sumário
CAPÍTULO I
ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS DO VALE
DO MUCURI 13
Leonel de Oliveira Pinheiro
Deliene Fracete Gutierrez
Luís Ricardo de Souza Corrêa
CAPÍTULO II
DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO MUCURI 35
Luiz Ricardo de Souza Corrêa
Mayra Soares Santos
Thamyris Souza Torres
Márcia Cristina da Silva Faria
Mariandry del Valle Rodriguez Rodriguez
Jairo Lisboa Rodrigues
CAPÍTULO III
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO ALTO DO MUCURI: DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS EM PROL DA SUSTENTABILIDADE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MUCURI 67
Janaina Mendonça Pereira
Antônio Marcos Pereira
SOBRE OS AUTORES 99
CAPÍTULO I
ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS DO VALE DO MUCURI
Minas na divisa com a Bahia vixi-maria meu Vale do Mucuri
Sou mineirando
gente boa baianeiro
em