Gestão de Organizações de Ensino: Uma Perspectiva Pedagógica
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Sobre este e-book
O capítulo 2 é dedicado à apresentação de uma Proposta de Modelo Pedagógico que tem a expectativa de provocar mudança no curso de Administração, passando este a ser o condutor das mudanças nas Organizações Educacionais. É nesse capítulo que se apresenta o ensaio de uma nova abordagem: a da Nova Ordem Social (NOS). Nele, propõe-se um estilo de gestão para as Organizações Educacionais baseado no desenvolvimento das pessoas, de forma que equipes, corpo técnico e docentes sejam equipes de trabalho auto-organizadas, com capacidade de transformar complexidade em desempenho.
O capítulo 3, "Yes, we Can", relata a possibilidade factível da aplicação da Teoria da Aprendizagem Organizacional em uma instituição de ensino onde foi feito um estudo de caso. Mostra, portanto, o contexto da investigação, indicando a possibilidade de reversão do modelo tradicional de gestão de IES por um modelo que traga benefícios não apenas para a instituição, mas para a sociedade em geral. Assim, a sua responsabilidade passa a ser a de formar profissionais competentes e responsáveis moral e eticamente, com capacidade de atuar na sociedade de forma criativa, inovadora, colaborativa e transformadora.
No capítulo 4, apresenta-se a análise do desempenho pedagógico da instituição pesquisada, quando os ganhos educacionais, a partir da implementação da NOS, são reconhecidos. Já o capítulo 5 aborda os dados do ponto de vista da gestão da instituição estudada.
A conclusão retoma a questão de pesquisa – qual a interferência do modelo de gestão sobre o Projeto Pedagógico de uma Instituição de Ensino Superior e qual o reflexo dessa interferência nas atitudes de formação do aluno e em sua atividade profissional? – presente no estudo relatado e discutido ao longo do livro. E, a partir de sua resposta, justifica e formaliza sua proposta de um novo modelo de gestão para as Organizações de Ensino.
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Gestão de Organizações de Ensino - Josefa Sônia Pereira da Fonseca
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2018 do autor
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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
AGRADECIMENTOS
A palavra agradecer tem origem no latim obligatus, e significa ligar, amarrar; também está relacionado à gratidão, entendida como agradável. Nesse sentido, meu agradecimento especial à conspiração Cósmica, por ter sido sempre tão generosa comigo. Nasci em uma família certa. Não poderia ser melhor. Tive um pai que viveu 90 anos, sendo exemplo de coerência e ética. Um grande homem! Minha mãe, em plena atividade física e mental aos 94 anos, espalha otimismo e generosidade. Uma mulher guerreira, sempre à frente de seu tempo. Que privilégio o meu, ter sido fruto desses dois seres lindos. À minha mãe e ao meu pai, rendo homenagens eternas.
Aos amigos também tenho muito a agradecer. Eles são poucos, mas nos sentimos ligados agradavelmente nessa jornada. Especialmente, o meu obligatus à Sandra Magina, incentivadora constante do meu desenvolvimento intelectual e acadêmico.
Agradeço muito aos sujeitos da pesquisa base desta obra. Eles se colocaram inteiramente à disposição, colaborando para que os acertos da instituição fossem realçados e as peculiaridades
corrigidas. Os diálogos sinceros que sempre tivemos muito ajudaram na condução da gestão e na materialização deste livro.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo apoio financeiro no estágio de doutoramento na Universidade de Lisboa.
Aos meus eternos orientadores, Marcos Mazetto e António Nóvoa, pelos inúmeros ensinamentos, em especial aquele que me ensinou a ser uma pesquisadora, sem perder a vocação e ternura presentes na educadora.
Por fim, agradeço à vida, que nos oferece presentes todos os dias. O que precisamos é desenvolver olhos e ouvidos que compreendam sua generosidade em todas as suas dimensões. Nesse dia, saberemos agradecer ao grande teatro da vida e, assim, tornaremos nossas vidas mais produtivas e felizes.
A autora
PREFÁCIO
Debatendo sobre o futuro em seu livro da História Universal, H.G Wells (1920) profetizava: O futuro será uma corrida entre a educação e a catástrofe.
Ao trazer essa frase para a realidade brasileira, parece que a catástrofe largou na frente.
O País melhorou em várias áreas da educação – do básico ao superior – na questão de acesso e permanência no ensino, mas precisa evoluir bastante nos itens de qualidade e gestão dos processos.
Dinheiro não falta para educação no País, o que é necessário é administração efetiva e eficiente desses recursos, e aí está o papel do administrador, garantir que o retorno – não necessariamente financeiro, mas social e cultural – desse investimento gere progresso para todos os extratos da sociedade.
Atualmente, a área de Administração é a que possui o maior número de matriculados, cerca 1.300.000 (entre bacharelado e Cursos Superiores de Tecnologia), segundo dados do Ministério da Educação (MEC) de 2015.
Os cursos de Administração passam por um período de readequação a modelos de negócio, pedagógicos e demandas de mercado.
Grande parte do incremento no número de matrículas foi absorvida por instituições particulares, no interior do País, com o item custo da mensalidade como diferencial; outras foram atendidas por cursos a distância com polos regionais. Como garantir a qualidade desses cursos e a uniformidade da oferta nos diversos pontos do País passou a ser uma preocupação das IES.
O mercado aumentou sua exigência por velocidade na formação dos estudantes, e o ingresso de profissionais, fora da faixa esperada do ensino superior de 17 a 24 anos, no ambiente universitário aumentou, em muito, a oferta de cursos de menor duração, focados em uma área ou um segmento específico, daí a força que os Cursos Superiores em Tecnologia assumiram nesta década.
Dialogando com essas diferentes tendências, o livro da professora e administradora Sônia Fonseca apresenta uma proposta de organização pedagógica que facilitará o desenvolvimento das organizações, suas equipes, e permitirá maior qualidade no processo de ensino-aprendizagem.
A união da Abordagem da Nova Ordem Social (NOS) com as teorias de Aprendizagem Organizacional propõe, nas próprias palavras da autora, formar profissionais competentes e responsáveis moral e eticamente com capacidade de atuar na sociedade de forma criativa, inovadora, colaborativa e transformadora
(FONSECA, 2017, s/p).
A professora Sônia Fonseca tem buscado, ao longo de sua exitosa carreira, formas de complementar as Teorias Pedagógicas com a Ciência e Técnicas da Administração. Trabalhando, em especial, com o papel da inovação em processos como catalizador de uma série de mudanças que possibilitem um futuro melhor para nossos cursos de administração e, por conseguinte, para o País.
Leitura recomendada para profissionais da área de Administração e Gestão Educacional, bem como alunos de especialização, mestrado e doutorado nessas áreas.
Adm. Roberto Carvalho Cardoso
Presidente do Conselho de Administração do Estado de São Paulo (CRA-SP)
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
UMA RETROSPECTIVA DAS PERSPECTIVAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA GESTÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
INTRODUÇÃO
1.1 UMA VIAGEM NO TEMPO DA GESTÃO
1.2 A ADMINISTRAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
1.2.1 Perspectiva Estruturalista
1.2.2 Perspectiva Humanista
1.2.3 Perspectiva Integrativa
1.2.4 Modelo de Aprendizagem Organizacional
CAPÍTULO II
UMA PROPOSTA DE MODELO PEDAGÓGICO: EXPECTATIVA DE MUDANÇA
INTRODUÇÃO
2.1 POR QUE O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO?
2.2 A GESTÃO DE IES E A ABORDAGEM DA NOVA ORDEM SOCIAL (NOS)
2.2.1 Uma polissemia
2.2.2 A cultura organizacional como ferramenta da Nova Ordem Social
2.2.3 Priorizando a gestão
2.2.3.1 Dimensão da gestão: Pessoas, Estrutura e Processos (PEPs)
2.2.3.2 A dimensão pedagógica de uma IES na abordagem da
Nova Ordem Social (NOS)
CAPÍTULO III
YES, WE CAN
INTRODUÇÃO
3.1 O CONTEXTO DA INVESTIGAÇÃO
3.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO
3.2.1 Perfil dos grupos
3.2.1.1 Perfil dos estudantes – atuais e egressos
3.2.1.2 Perfil dos docentes
3.2.1.3 Perfil dos colaboradores
3.2.1.4 Perfil dos gestores
CAPÍTULO IV
ANÁLISE DO DESEMPENHO PEDAGÓGICO NA VISÃO DOS
SUJEITOS PESQUISADOS
INTRODUÇÃO
4.1 O AMBIENTE INTERNO
4.2 DESENVOLVIMENTO DE ATITUDES E HABILIDADES
4.3 ATITUDES DA INSTITUIÇÃO
4.4 CRÍTICAS À INSTITUIÇÃO
4.5 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PEDAGÓGICO
4.5.1 Desempenho pedagógico da IES na visão dos estudantes – atuais e egressos
4.5.2 Desempenho pedagógico da IES na visão dos docentes
4.5.3 Desempenho pedagógico da IES na visão dos colaboradores
CAPÍTULO V
ANÁLISE DA GESTÃO
INTRODUÇÃO
5.1 AVALIAÇÃO GERAL DA GESTÃO DA IES
5.2 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES SISTEMÁTICAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1 SÍNTESE DA ANÁLISE DOS DADOS
2 RESPONDENDO À QUESTÃO DE PESQUISA
REFERÊNCIAS
CAPÍTULO I
UMA RETROSPECTIVA DAS PERSPECTIVAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA GESTÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Uma empresa que não é capaz de imaginar o futuro não sobreviverá para desfrutá-lo.
(C. K. Prahalad)
INTRODUÇÃO
Este capítulo tem por objetivo revisitar os diversos modelos de gestão e sua influência na forma de gerenciamento das Instituições de Ensino Superior (IES), fazendo um percurso histórico dos modelos de ações administrativas realizadas pelas civilizações antigas, que influenciaram na construção dos conceitos da Administração desde a Administração Científica até as teorias sobre organizações da aprendizagem, tidas como as mais atuais em nossos dias.
Na sequência, a Administração será apresentada na contemporaneidade, pautada nas três Perspectivas da Administração (Estruturalista, Humanista e Integrativa), além do modelo de Organização da Aprendizagem que fornecerá elementos para, na continuidade do trabalho, promover uma reflexão particular sobre um novo olhar que aqui identificaremos como Abordagem da Nova Ordem Social (NOS), no âmbito das IES.
Ao discorrer a respeito das perspectivas, procuramos fazer uma relação entre os modelos de gestão utilizados nas organizações não educacionais (empresas) e nas IES. Para efeito dos objetivos deste estudo, será dada maior ênfase ao modelo de Organização da Aprendizagem, sob a predominância das teorias de Chris Argyris e Peter Senge. Juntas, essas teorias servirão de andaimes para a construção da NOS, proposta por mim com base em minha experiência de mais de 20 anos de gestão de IES, como também na pesquisa realizada em uma Instituição de Ensino localizada no Sudeste do Brasil.
1.1 UMA VIAGEM NO TEMPO DA GESTÃO
Para discutir os modelos de gestão utilizados pelas IES na atualidade e, sobretudo, para discutir a abordagem proposta por este estudo, primeiro, é necessário revisitar as teorias da Administração, situando-as no tempo e no espaço, e pontuar suas principais características e contribuições.
O final do século XX pautou-se pela ampliação do market share¹ nas organizações em decorrência da economia global, que ofereceu maiores oportunidades de expansão às empresas em geral.
O mesmo se verificou anteriormente com a Revolução Comercial (1450-1800) e, também, com a Revolução Industrial (1760 a 1840), embora na época as organizações não dispusessem dos avançados meios de comunicação, como Internet, nem mesmo das facilidades da globalização e do market share, como instrumento de desenvolvimento de negócios.
Assim, concebemos que administrar é um ato inerente ao ser humano e, portanto, está presente em todas as etapas da evolução da sociedade e dos negócios.
Na Mesopotâmia (1700 a 610 a.C.), os princípios da Administração, como, por exemplo, o controle executado pelo Código de Hamurabi, foram utilizados na Administração Pública. O mesmo ocorreu na civilização egípcia, que trouxe, como grande contribuição à Administração contemporânea, as técnicas de planejamento, liderança e controle demonstradas pela construção das pirâmides e o uso das águas do rio Nilo. As pirâmides, uma das grandes maravilhas do mundo, até hoje, guardam mistério para a humanidade, no sentido dos conceitos de Administração e tecnologia, em razão de sua grandiosidade² e complexidade enquanto obra.
Nos templos situados às margens do rio Nilo, canais destinados à irrigação eram construídos para indicar o planejamento e o controle de arrecadação de tributos. Quando suas águas atingiam um nível considerado pelo faraó como nível farto
, significava que toda sua margem tinha sido banhada e, consequentemente, esperava-se que a agricultura do período fosse farta, dando aos agricultores ribeirinhos uma possibilidade maior de riqueza e, portanto, poderiam pagar mais tributos. Ganhavam os agricultores, o governo e a sociedade local, além de praticarem o conceito de equidade.
A figura a seguir refere-se a uma fotografia feita por mim, do Templo de Kom Ombo, entre Luxor e Edfu, a 450 km da cidade do Cairo, construído no reinado de Ptolomeu VI (180-145 a.C.), localizado às margens do rio Nilo, onde está exposto um esquema explícito sobre o conceito de equidade e controle administrativo utilizado há mais de dois mil anos, conhecido como nilômetro.
FIGURA 1 – FOTOGRAFIA DA PLANTA DO TEMPLO DE KOM OMBO
FONTE: Fotografado pela autora, em 2012.
Portanto, como em um lance de coerência, todas as contribuições dadas pelas civilizações à Administração condiziam com o grau de cultura de seus povos, mostrando, inclusive, que quanto mais avançada fosse sua cultura, maior seria a participação do povo no processo de gestão do país. Assim, obviamente, cada contribuição vem a seu tempo.
Na civilização chinesa, século IV a.C., Sun Tzu (544 a.C) introduziu princípios de Administração pelo uso da estratégia e comportamento ético nos negócios privados, governamentais e na vida social. Sun Tzu, em seu livro célebre A Arte da Guerra, mostra-nos que:
A arte da guerra é, portanto, governada por cinco fatores