Estratégia & ação: BSC no contexto das organizações de saúde

De Valdir Ribeiro Borba

Estratégia & ação

Nos últimos anos, de forma cada vez mais acelerada, o modelo de gestão empresarial da Saúde vem sofrendo uma profunda modificação com um rápido amadurecimento nas tomadas de decisão.

O livro se concentra na metodologia do Balanced Scorecard (BSC), que é uma ferramenta de gestão estratégica utilizada para traduzir a estratégia em ações concretas e mensuráveis. Ele explora como o BSC pode ser aplicado especificamente em organizações da saúde, fornecendo exemplos práticos de como ele pode ser usado para melhorar a qualidade do atendimento, aumentar a eficiência operacional e alcançar metas estratégicas a longo prazo.

Ao ler este livro, você obterá uma compreensão aprofundada de como o BSC pode ser adaptado para o setor de saúde, como definir e medir indicadores-chave de desempenho específicos para as organizações de saúde e como usar esses indicadores para tomar decisões estratégicas informadas.

Essa obra perspicaz e inovadora pode ser o seu caminho ao sucesso e excelência em aplicações de projetos com a metodologia explicada.

• Idioma: Português
• Editora: Doc Content
• Data de lançamento: 14 de jun. de 2011
• ISBN: 9788584000241

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UMA VISÃO DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL

por Marcos Borges, Rita Garcia e Viviane Hérica

{Medir é entender; entender é ganhar conhecimento; ter conhecimento é ter poder. Desde os primórdios dos tempos, o que distingue os seres humanos dos outros animais é sua capacidade de observar, medir, analisar e usar essas informações para realizar mudanças.

H. James Harrington (1997)

Imagine-se entrando num centro cirúrgico com um médico utilizando apenas um único instrumento para realizar a sua cirurgia. Como você se sentiria após a seguinte conversa com o médico?

Paciente: Doutor! Não imaginei que realizasse o ato cirúrgico com monitoramento de um único instrumento. O que ele mede?

Médico: Batimentos cardíacos. Estou controlando com muita atenção a sua frequência cardíaca.

Paciente: Ótimo. A frequência cardíaca deve ser importante, mas e a pressão arterial? Um medidor de pressão não ajudaria?

Médico: Não. Aprendi a controlar a pressão arterial apenas observando a aparência do paciente.

Paciente: Doutor, o senhor sequer tem um medidor de pressão arterial?

Médico: Não há necessidade, a técnica que desenvolvi de observar a aparência do paciente é suficiente.

Paciente: Mas você não tem sequer um oxímetro, que mede a quantidade de oxigênio no sangue?

Médico: A quantidade de oxigênio no sangue é importante. Mas não consigo me concentrar em tantas coisas ao mesmo tempo. Até porque preciso estar atento à manipulação do bisturi na minha mão, pois basta qualquer erro e posso me cortar. Por este motivo, a minha preocupação maior é controlar o batimento cardíaco e o bisturi apenas. Quando eu aprender a aferir a pressão arterial tão bem quanto os batimentos cardíacos, vou me preocupar com o oxímetro. Por enquanto, preciso focar minha atenção no bisturi.

Acreditamos que, depois desta conversa, você não faria mais a cirurgia com este médico. Mesmo que ele mostrasse um desempenho excepcional na realização de cirurgias, você morreria de medo de sofrer uma queda de pressão sem que o médico tenha um medidor. Obviamente esta conversa é uma fantasia, pois nenhum médico se arriscaria a entrar num centro cirúrgico sem os instrumentos necessários. Hoje em dia, médicos experientes só realizam a cirurgia após análise de uma infinidade de indicadores pré-cirúrgicos.

No entanto, conduzir organizações modernas de saúde, em meio ao ambiente altamente competitivo é, no mínimo, tão complicado quanto administrar um procedimento cirúrgico. Por que deveríamos acreditar que um gestor pode se contentar com apenas um tipo de indicador para conduzir a organização? Os gestores, assim como os médicos, precisam de indicadores sobre vários aspectos do ambiente e do desempenho organizacional, sem os quais não teriam como manter o rumo da excelência