Malasartes: Histórias de um camarada chamado Pedro
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Sobre este e-book
Pois este personagem que está mais para um anti-herói nacional é protagonista de boas e divertidas histórias. No livro, ilustrado com maestria por Roberta Lewis, as melhores peripécias do camarada Pedro são recontadas em verso e prosa, ao sabor da tradição popular. Contos como "Um emprego para Malasartes", "A árvore que dava dinheiro", "Sopa de pedra" e o surpreendente "Malasartes no céu", em que o matuto engana São Pedro, e tantos outros presentes no livro, comprovam a sagacidade do caipira e mostram como a cultura popular ainda tem muito o que contar para as novas gerações.
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Malasartes - Augusto Pessôa
Como é essa história? Como foi que começou?
A história do malandro que muita gente enganou.
Ele é Pedro e Malasartes. Da arte sempre será.
Se quiser, eu conto. Posso logo começar.
Pois então vamos lá. Ouve-se em toda parte.
É história de esperteza. É de Pedro Malasartes.
O menino tinha família. Tinha pai, mãe e irmão.
Vivia sua vidinha como todo bom cristão.
O irmão, que era mais velho, um trabalho procurou.
Encontrou um fazendeiro que logo o contratou.
O patrão, muito ladino, ofereceu ao empregado
Um acordo diferente. Coisa de malandro safado:
"Te dou um bom trabalho, mas não gosto de falação.
Nem a minha, nem a tua, não quero reclamação!
Se um de nós reclamar, o castigo assim será:
Uma tira de couro das costas perderá!"
AAAAIIIIIIII!
Para onde vai essa história? Onde é que vai dar?
Qual é a arte boa? Qual é a arte má?
Que Pedro é Malasartes. Isto não vai mudar.
Eu comecei a história e vou continuar.
Isto é arte do tinhoso. É coisa de gente má.
Uma proposta dessa não dá para aceitar.
Mas o pobre do empregado o acordo aceitou.
São coisas dessa vida!
, assim o rapaz falou.
O malvado fazendeiro tratou de arrumar
Todo trabalho do mundo para o empregado reclamar.
Mas o pobre do empregado trabalhava sem cessar
Um dia (ai, que dia!) o rapaz não aguentou.
Sem força nenhuma, do trabalho reclamou.
O fazendeiro sem piedade fez o combinado.
Tirou tira de couro das costas do coitado.
AAAAIIIIIIII!
Que maldade terrível! Que raiva que dá!
Qual é a arte boa? Qual é a arte má?
Que Pedro é Malasartes. Ele sempre será.
A história continua. Vou contar no que vai dar.
Para casa, cabisbaixo, voltou o empregado.
Sem uma tira das costas e com o olho esbugalhado.
O caçula, quando soube, com muita raiva ficou.
Uma vingança medonha ele logo planejou.
Foi até a fazenda e o fazendeiro encontrou.
Pediu um emprego e assim escutou:
"Te dou um bom trabalho, mas não gosto de falação.
Nem a minha, nem a tua, não quero reclamação.
Se um de nós reclamar, o castigo assim será:
Uma tira de couro das costas perderá!"
AAAAIIIIIIII!
Para onde vai essa história? Onde é que vai dar?
Qual é a arte boa? Qual é a arte má?
Que Pedro é Malasartes. Ele vai se vingar.
Eu comecei a história e tenho que continuar.
Malasartes assim quis e o trabalho começou.
O fazendeiro danado muito trabalho arranjou.
Sem nada reclamar, mas fazendo tudo errado,
Malasartes trabalhava de modo atrapalhado.
Vendeu os bois da fazenda e com o dinheiro ficou.
Queimou o roçado e até os porcos matou.
O fazendeiro ia firme, até que não aguentou.
Botou a boca no mundo. O homem assim falou:
"Que bagunça é essa? Que tanta enrolação!
Um empregado assim vai ser minha perdição.
Faço qualquer negócio. Qualquer arrumação.
Só quero que vá embora. Não quero você aqui não!"
Essa história tem um fim? Ela já vai terminar?
Qual é a arte boa? Qual é a arte má?
Que Pedro é Malasartes. Ele já se vingou.
Eu sei como termina: ponho o fim e acabou.
Malasartes deu um sorriso. Um sorriso de lado a lado.
Não podia ir embora sem resolver o combinado.
Uma nova proposta o Pedro fez ao patrão.
Queria muito dinheiro! Muito dinheiro na mão!
Com medo de perder o couro, o fazendeiro aceitou.
Na mão de Malasartes, muito dinheiro deixou.
O malandro foi embora. Ganhou rumo na estrada.
E essa história acabou. Assim foi terminada.
Um emprego para MalasartesDiz que Malasartes depois de enganar aquele fazendeiro ladino e gastar todo o dinheiro que conseguiu, resolveu voltar para casa. E um fato quase mudou seu destino. A mãe de nosso Pedro estava muito doente. Ela estava à beira da morte. A pobre senhora num último fôlego pediu que o filho caçula arrumasse uma ocupação! Um trabalho decente como todo bom cristão. Fez o pedido e foi para terra dos pés juntos... bateu os canecos... vestiu paletó de madeira... morreu!
Malasartes decidiu satisfazer o desejo da falecida mãe. Foi batendo de porta em porta atrás de emprego. Depois de muito bater e receber muitas portas na cara, Malasartes foi até uma fazenda e encontrou a proprietária. A mulher perguntou o que ele queria e Pedro respondeu:
– Procuro um trabalho... uma ocupação... um serviço de bom cristão. Será que na sua fazenda não tem um lugar pra mim?
– Talvez tenha, mas preciso falar com meu marido! – E ela gritou: – Marido!
Apareceu um homenzinho com uma cara engraçada. A fazendeira explicou que Malasartes queria um emprego. O fazendeiro perguntou o que ele sabia fazer.