O Esquema do Mensalão: como um mecanismo de formação de maioria parlamentar no país da fluidez
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O Esquema do Mensalão - Ari Martins Alves Filho
explicativa.
CAPÍTULO 01
Reverberações sociais e culturais no espaço político brasileiro
Pela própria diversidade que lhe é inerente, inúmeras são as interpretações existentes sobre o Brasil. Para alguns, este seria o País do jeitinho
. Para outros, apesar da dura realidade, a terra da alegria. Enfim, há entendimentos variados. Apesar desta bricolagem interpretativa, nos trilhos de identificar elementos estruturais e sistêmicos da cultura e da sociabilidade brasileiras que abririam ou fechariam espaços para a corrupção, este capítulo dedica-se a visitar três clássicos interpretativos da realidade nacional: Sérgio Buarque de Holanda, Victor Nunes Leal e Raymundo Faoro. Espera-se, com isso, pintar sucinto painel das características do universo social e cultural que, por sua própria força constituidora e constituída, no nosso entendimento, são incorporadas ao universo político.
Em seguida à visita acima citada, as teses dos clássicos serão submetidas a um paralelo com alguns dados, resultantes da PESB – Pesquisa Social Brasileira – de 2007, com o propósito de verificar sua atualidade. Trata-se de um confronto, com fins de analogia, das teses dos citados clássicos e os resultados da PESB. Realizada sob forte metodologia quantitativa, a PESB apresenta um enumerado de características do Brasil, a partir da ótica dos próprios brasileiros e brasileiras. Acredita-se que tal confronto cumpre a função de atualizar o debate em torno de entendimentos que podem ser tidos como mais resultantes de percepções atentas, do que de material empírico sólido.
1.1 - Leituras clássicas
1.1.1 - A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda
Preocupado com a difícil tarefa enfrentada pela colonização portuguesa na América, dada a extensão do continente e a cultura milenar nele já existente à época da descoberta, Sérgio Buarque de Holanda, em seu livro Raízes do Brasil³, chama a atenção para a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica.
Segundo o autor, as nações ibéricas seriam marcadas por uma característica peculiar e distintiva: a cultura da personalidade. Nas palavras de Holanda,
Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. (HOLANDA, 2007, 32)
Talvez, à primeira vista, não fique claro ao leitor a armadilha que tal característica pode ocultar. O culto à importância particular de cada um se contrapõe frontalmente a graus mais robustos de sociabilidade. Neste cenário, fortifica-se a pessoa. Contudo, como seu contraponto, as instituições para além dela tendem a ser enfraquecidas. A pessoa, enquanto força idiossincrática e voluntariosa, movendo-se em um espectro – o universo social – que, para ser durável e sólido, demanda bases de apoio para além dela própria, apresenta-se, desta maneira, com primazia sobre aquilo que é coletivo. Estabelece-se, assim, a possibilidade do arbítrio particular. O resultado? Frouxidão da estrutura social e falta de hierarquia organizada, ou seja, uma coesão social de traços peculiares, para não dizer enfraquecidos. Isto atestando, corroborando tal tese, diz o autor,
os elementos anárquicos sempre frutificaram aqui facilmente, com a cumplicidade ou a indolência displicente das instituições e costumes. (HOLANDA, 2007,