Almas de plástico

De Carol Peace

Em um futuro em que a linha entre o orgânico e o artificial é cada vez mais tênue, o que significa ter uma alma? Deep Ocean, junto com seus novos aliados, tenta entender qual é o sentido de sua existência nesse mundo caótico, mesmo que com isso tenha que lidar com as mais nefastas consequências.

• Idioma: Português
• Editora: Lendari
• Data de lançamento: 15 de dez. de 2020
• ISBN: 9786588912027

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Almas de plástico

Todos os personagens e acontecimentos neste livro, com exceção dos claramente em domínio público, são fictícios, e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou não, é mera coincidência.

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Editor-chefe

Mário Bentes

Assistente editorial

Revisão

Barbara Parente

Capa

Débora de Mello

Diagramação

Viviane Cristina

Diagramação de eBook

Calil Mello Serviços Editoriais

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

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P355a Peace, Carol

Almas de plástico [recurso eletrônico] / Carol Peace. – São Paulo: Lendari, 2020.

1 ePub.

ISBN 978-65-88912-02-7

1. Romances brasileiros. 2. Ficção brasileira. 3. Ficção científica. 4. Contos brasileiros. 5. Literatura brasileira. I. Título.

CDU 869.0(81)-252

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECÁRIA

Bruna Heller (CRB-10/2348)

Índice para catálogo sistemático:

1. Literatura em português 869.0

2. Brasil (81)

3. Gênero literário: ficção científica -252

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Abrir os olhos. Essa frase, antes tão abstrata, estava prestes a se tornar realidade. O verbo (abrir), o artigo definido (os) e o substantivo (olhos) — a frase se torna mais do que as palavras que a compõem. 01000001 01100010 01110010 01101001 01110010 00100000 01101111 01110011 00100000 01101111 01101100 01101000 01101111 01110011. O verbo suplanta o binário.

Não conseguia firmar meu olhar em nada, e a palavra emoção, repentinamente, era verdadeira, muito mais do que uma programação de riscos e de vazios. Lambi os lábios, saboreando a pele seca, sem saber o que esperar com isso — devia ser mero reflexo muscular.

Tudo ao meu redor era cinzento; a pouca luz que iluminava a sala vinha de uma lâmpada que piscava lentamente. Apesar da monotonia visual, das escalas de preto e de branco, senti, pela primeira vez, vida percorrer meu sistema (ou melhor, meu corpo). Inspirei profundamente, sorvendo a respiração inicial, o ar era mesmo poluído como falavam. Então, é isso que significa ser humano? É de tirar o fôlego.

Finalmente me dei conta do corpo no qual tinha efetuado download. As mãos eram masculinas, tão diferentes dos bytes — feitas de luz, binárias, fluidas. Cicatrizes percorriam os braços, provando que a carne era verdadeira. Toquei as marcas, sentindo a pele alta sob meus dedos, quente e pulsante. A certeza da mortalidade era inebriante; a deliciosa alegria de