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O segredo de Sam Black
O segredo de Sam Black
O segredo de Sam Black
E-book92 páginas1 hora

O segredo de Sam Black

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Sobre este e-book

O ex-agente da CIA Samuel Black é um homem acostumado a guardar segredos para proteger seu país e, principalmente, àqueles que ama. Fugir para a Rússia com Evelyn Lacerda, uma novata agente da Abin envolvida em uma conspiração, não mudou isso. Apesar de suas boas intenções, Sam se vê mergulhado em uma antiga e silenciosa guerra entre duas nações gigantescas, que se estende por quase um século. Sua lealdade a uma e a traição a outra lhe cobram um preço muito alto, que ele está disposto a pagar para garantir a felicidade e a segurança da mulher por quem se apaixonou em sua última missão no Brasil, pela agência estadunidense. Mas será que este amor é capaz de suportar tantas mentiras?
IdiomaPortuguês
EditoraBookerang
Data de lançamento13 de dez. de 2015
ISBNB019D6JIDG
O segredo de Sam Black
Autor

Josy Stoque

Josy Stoque is a publicist by profession and author by vocation. She has been writing since discovering poetry as a child. Her debut novel, Marked by Fire, the first book in the Four Elements saga, was nominated for the 2013 Codex de Ouro Annual Literary Prize when published in Brazil in the original Portuguese. The second title in the series has also been published in Portuguese, and the author will release the remaining two books through Amazon’s Kindle Direct Publishing platform in 2014. Marked by Fire is her English-language debut.

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    O segredo de Sam Black - Josy Stoque

    Parte 1

    Um desejo de Ano-Novo

    A contagem regressiva para o Ano-Novo começa e, mesmo sabendo ser inútil, eu faço um pedido, como é costume na Rússia nesta data. Reforço ao Universo o mesmo desejo de antes por um pouco de normalidade, que eu tanto queria que tivéssemos após a loucura pela qual passamos durante a Copa do Mundo no Brasil. É tudo o que merecemos. Apesar disso, não reclamo. Temos uma boa vida aqui na capital, Moscou ou Moscovo, como se fôssemos russos de berço. Evelyn Lacerda, quer dizer, Eveshka e eu nos adaptamos depressa.

    Foi mais fácil para mim do que para Eve se adaptar, por vários motivos. Um deles é a impressionante semelhança do país com os Estados Unidos da América, minha terra de origem, no sentido de república independente, potência militar mundialmente reconhecida e com grande influência político-econômica. Também possui sua constituição embasada nos direitos humanos e na religião que, no caso da Rússia, é o catolicismo ortodoxo.

    O país é um dos cinco estados conhecidos do mundo que possuem armas nucleares, além de ter o maior arsenal de armas de destruição em massa do planeta. Não foi à toa que teve um papel decisivo no fim da Segunda Guerra Mundial a favor dos aliados. Ambos são tão parecidos e poderosos que, inevitavelmente, firmaram relações diplomáticas amigáveis após a longa Guerra Fria, que culminou na dissolução da conhecida União Soviética (URSS) e a criação da Federação Russa em 1991. Entretanto, volta e meia, as discussões entre eles soltam faíscas.

    Para completar as similaridades, tem o mesmo clima temperado do hemisfério norte, que tanto me fazia falta. Viver no Brasil foi como passar uma temporada no inferno. Aqui em território russo, o friozinho glacial me lembra de lar. Não podia me sentir mais em casa!

    Para minha amada e louca brasileira, no entanto, a sensação é exatamente oposta, apesar de eu acreditar que ela esteja se saindo muito bem para seu primeiro inverno abaixo de zero. Estamos trancados no nosso apartamento aquecido, enquanto o Kuranty, — o relógio principal do Kremlin, a sede do governo russo em Moscou — conta os segundos para o início do novo ano e eu penso, pela milionésima vez: a quem estou querendo enganar? Sou um homem sem direito a uma vida normal. Eu soube disso desde o momento em que fui recrutado pelo serviço secreto estadunidense.

    Eu, Samuel Black, ex-agente da CIA — Central Intelligence Agency —, fui condenado à morte por conspiração e obrigado a trair minha pátria natal para salvar a mim e a mulher que amo, uma brasileirinha viciada em adrenalina, e ex-novata na Abin — Agência Brasileira de Inteligência. Reneguei quem fui e de onde vim, e hoje sou Samuil, cidadão russo, filantropo e informante da FSB — agência russa de serviços de informações para assuntos domésticos — nas horas vagas. Gosto de pensar que estou à frente dos Estados Unidos, não só preservando duas vidas que eles faziam questão de exterminar da face da Terra, como também celebrando a chegada do novo ano antes deles.

    As doze badaladas se unem ao coro de feliz ano-novo que explode em russo pela vizinhança, na parte histórica de Moscovo, junto com os fogos de artifício que iluminam a noite. Dou um beijo estalado em Eve, enquanto a ergo do chão em um abraço apertado, carregando-a às cegas até as janelas lacradas da sala. Como moramos muito perto da Praça Vermelha, podemos ver o espetáculo de cores e luzes ao vivo, ignorando a transmissão pelo canal de televisão local.

    Os russos ficam bastante animados quando o ano-novo chega porque, com ele, começa um prolongado feriado nacional que dura dez dias. O país fica praticamente parado, mantendo somente os serviços essenciais. Diferentemente dos países católicos ocidentais, a igreja ortodoxa russa segue o calendário Juliano, por isso, o Natal na Rússia é comemorado treze dias para frente, ou seja, em sete de janeiro.

    Por conta dessa bizarrice, Evelyn celebrou o tradicional vinte e cinco de dezembro online com sua família no Brasil, no horário de Brasília, através de uma conexão segura e criptografada que eu programei para ela. O que me lembra da carta do meu pai, que releio sempre, apesar de conhecer as palavras de cor. O senhor Black me perdoou pelos anos de afastamento e disse que um dia fará uma viagem a Rússia para conhecer a mulher que me tirou da CIA. Espero muito pela chegada dessa data, ainda que não faça ideia de quando vai acontecer. Estamos aguardando que seja totalmente seguro antes de nos revermos. Se ele for seguido, todo nosso esforço para nos escondermos não terá valido de nada.

    Alguns corajosos correm pela rua coberta de gelo abaixo de nós, gritando e festejando com amigos e estranhos, provavelmente animados pela vodca que começaram a tomar mais cedo. Adoraria travar uma guerra de bola de neve com Eve, mas não existe santo capaz de fazê-la enfrentar o gelo lá fora, não durante a noite, pelo menos. A primeira vez que ela saiu comigo nesse inverno, em uma viagem que fizemos aos Alpes Lagonaki, tivemos que voltar para casa mais cedo, encerrando nosso passeio romântico, devido a um início de pneumonia que lhe acometeu. Mesmo se agasalhando bem, é comum ficar doente em temperaturas tão baixas.

    Eveshka aprendeu da pior forma que permanecer em um local fechado é bem mais seguro, no entanto, seu tédio cavalar me tira do sério, como sempre. Evito brigas e discussões desnecessárias, apesar de ela não fazer a menor questão de melhorar o humor. Acabei sugerindo que escrevesse um blog, como se fosse um diário das viagens que fazemos pelo país. Além de ser uma forma de manter a família informada do que anda fazendo, também ocupa seu tempo ocioso. Ela gostou tanto da ideia que decidiu oferecer dicas

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