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Golpe
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E-book261 páginas3 horas

Golpe

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Sobre este e-book

Um romance de suspense e amor na Costa del Crime

Um suspense sensual, romântico, de tirar o fôlego, da autora de Trust e Black Widow.

Acho que te amo. Agora me mate.

O que fazer quando a mulher por quem você se apaixonou exigir uma coisa impossível? Obedeça e você irá perdê-la para sempre. Recuse e você irá perdê-la mesmo assim...

Não sou o tipo de cara que namora. Eu não me apaixono.

Nunca precisei.

Sou o cara mau, aquele com uma fama. Um bandido de Londres, agora vivendo na Costa del Crime da Espanha. Homens maus como eu sempre atraem mulheres corretas - e as vigaristas também. Às vezes é difícil dizer, e ainda não me decidi sobre ela.

Imelda.

Desde o começo, ela tinha Encrenca escrito na testa. Isso e o fato de um dos senhores do crime mais temidos da Costa estar observando cada movimento seu.

O mais sensato seria dar as costas e deixá-los em paz. Fazer qualquer coisa, menos me permitir me apaixonar por ela.

Mas quem eu estava tentando enganar? Desde aquele primeiro encontro, sensatez não estava no nosso vocabulário.

Golpe: Um suspense sensual, romântico, de tirar o fôlego, da autora de Trust e Black Widow.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de fev. de 2021
ISBN9781071587300
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    Pré-visualização do livro

    Golpe - PJ Adams

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    Contéudo

    GOLPE

    Sobremesa: sobre o autor, e prévias quentes de outros livros

    §

    Golpe

    §

    Prólogo

    No meu ramo de trabalho, contato visual é tudo.

    Você tem que ser capaz de ler as pessoas. Saber o que estão pensando – às vezes antes de eles mesmos saberem o que estão pensando.

    Está tudo no olhar.

    Você está em uma balada, casualmente encostado no balcão do bar.

    Alguém lhe observa não muito de perto. Uma espiada rápida e um desvio de olhar logo em seguida. Você está sendo julgado, mas não querem que saiba que é isso que estão fazendo.

    Há quem fique muito perto, que faça muito contato visual. Há quem veja sua cabeça raspada, as tatuagens, os músculos ganhos de uma vida na academia e talvez alguns esteroides demais, e olhe para você como um desafio, uma afronta à masculinidade.

    Há quem tente entrar na balada sem ser visto, vestindo uma jaqueta, sendo que o sol espanhol da Costa del Crime é quente demais para tanto couro. De novo, está no olhar: as pálpebras entreabertas devido à dilatação das pupilas, o piscar e a contração dos olhos fixos de cocaína de alguém em uma situação delicada, mas que está aqui agora e precisa dar um jeito naquele pacote escondido dentro da jaqueta.

    Os olhos de anfetamina e cocaína – seja um assassino de aluguel ou um malandro esquentadinho, são sempre um problema, sempre propensos a reagir de modo exagerado, a explodir.

    Você precisa ser capaz de ler todos eles. Perceba os sinais. Reaja primeiro.

    §

    Mas há também um outro tipo de olhar. Aquele que pode ser o mais perigoso de todos.

    Como o que ela me deu.

    Imelda – embora não soubesse que era esse seu nome quando a vi pela primeira vez, ainda não estou convencido de que o nome seja verdadeiro.

    O olhar que ela me deu quando entrei no bar do Lloyd Feroz, em Puerto Libre.

    Bati o olho nela assim que se virou em minha direção.

    E quem não a olharia?

    Estava de salto alto e uma saia vermelha cintilante que começava abaixo dos joelhos e ia até as costelas, ou era o que parecia; ela exalava elegância por todos os poros.

    Com aquele jeito sombrio e sensual, poderia ser espanhola ou italiana, ou facilmente sul-americana – a Costa era um dos lugares mais cosmopolitas que já tinha visto: cheia de estrangeiros, como muitos expatriados britânicos já haviam me contado.

    As unhas eram do mesmo tom de vermelho da saia. Os lábios carnudos também.

    Olhávamos fixamente um para o outro.

    Como sempre digo, no meu ramo de trabalho você tem que ser capaz de ler as pessoas, mas qualquer um teria entendido o olhar que ela me deu.

    Tem olhares que dizem Não mexa comigo.

    Outros que dizem Vou te matar.

    E então tem os olhares de Imelda, que dizem Eu quero você. Quero você e vou ter você.

    Nunca fui de fugir, mas quando ela me olhou daquele jeito, se eu realmente soubesse das consequências, correria para bem longe.

    §

    1.

    Puerto Libre é o que há.

    Os apartamentos de luxo com vista para o porto. Os iates de milhões de libras enfileirados na marina. Os estacionamentos cheios de Porsches e Ferraris.

    Esse é o estilo de vida a que todos aspiram aqui, quer tenha chegado à Costa por opção, quer esteja fugindo de algo. Ou, no meu caso, uma mistura das duas coisas.

    Enquanto caminhava pela praia naquela manhã, em direção ao bar do Feroz, ficou óbvio que eu não estava sozinho. Caras mais velhos sentindo o peso do ouro nos dedos e no pescoço. Homens mais jovens e mais em forma, de óculos escuro e roupas de grife. As tatuagens e cicatrizes. Os guarda-costas. Para o turista despreocupado, eram apenas pessoas comuns com dinheiro, mas eu conseguia ver seus olhares a quilômetros de distância. De novo: está tudo no olhar.

    Nunca tinha visto tantos bandidos em um só lugar.

    E as mulheres. Cara, as mulheres!

    O fato da Imelda se destacar no meio de tantas quando coloquei os olhos nela, diz algo bem especial sobre ela, porque as mulheres em Puerto Libre eram de outro nível, uma espécie diferente daquela à qual estava acostumado. Loiras pernudas, sereias negras sensuais, belas curvas latinas. Certeza que Puerto Libre era o lugar onde clonavam todas as modelos do mundo.

    Saí cedo da minha casa na periferia da cidade, caminhando à beira-mar – não tinha visitado os lugares mais importantes de Puerto ainda. Absorvia tudo: os complexos de apartamentos, os iates, os carros esportivos.

    Era difícil entender por que não vim para cá antes. As duras ruas de Londres pareciam muito, muito distantes.

    Isso sim era vida.

    A vida que mereci.

    Sendo totalmente honesto, para um bandido como eu, Puerto Libre era o fino do fino.

    §

    O bar do Feroz ficava bem no coração de tudo, localização privilegiada com vista para o porto. Era um lugar elegante, não do tipo com traficantes de drogas em cantos escuros e quartos alugados por garotas, embora ele também fosse dono de alguns assim. Era o tipo de lugar que tinha segurança na porta às onze da manhã, só para garantir um ambiente seguro para Feroz e seus amigos.

    Era o tipo de lugar onde se podia ver alguns dos outros rostos da Costa ocupando uma mesa, bebendo em paz, sabendo que estavam em um lugar seguro, território neutro em um litoral onde a guerra aberta entre gangues era um fato cotidiano, e uma visita às montanhas sempre era uma viagem só de ida.

    Normalmente você encontraria o Feroz aqui, em sua mesa favorita na parte mais distante do bar, perto de uma janela com vista para o mar.

    Feroz era das antigas. Estava em Puerto Libre desde que as circunstâncias ditaram que, no final dos anos 1990, uma mudança para longe de Londres se mostrava uma ótima escolha. Estava por aqui tempo suficiente para ganhar bastante respeito nos bairros certos, e essa era uma moeda que valia muito mais do que euros, dólares ou barras de ouro.

    O bar já foi uma cópia de um pub inglês tradicional, algo popular aqui no litoral sul da Espanha, mas, na época do Feroz, pouco a pouco a costa começou a ser habitada por pessoas com dinheiro, até que tudo o que restou da sua origem foi o bar em estilo inglês e o nome, O Galo e o Touro. E então ele trocou o nome, e o lugar passou a se chamar Los Cojones.

    Parei na entrada, levantei as mãos brevemente para indicar que não estava armado, e disse ao fortão na porta: Salve, Pablo. O Feroz tá aí?

    Não sei se seu nome era Pablo ou não, mas quando se tratava de brigas, o cara era um verdadeiro Picasso e isso era tudo que eu precisava saber. O segurança sorriu e balançou a cabeça positivamente. Claro, senõr Bailey. O gobiernador, ele tá aqui.

    Era engraçado ouvir palavras como governador com um forte sotaque espanhol, mas, novamente, tratava-se de respeito. Todo mundo aqui sabia que Feroz era o gobiernador.

    §

    Como era de se esperar, ele estava lá. Um homem negro e grande, cabelos prateados e ralos na parte de cima; um pesado anel de ouro na orelha esquerda e vários outros nos dedos das mãos grandes e roliças. Em todos os sentidos, Feroz era lendário, um personagem que você jamais conseguiria inventar.

    Estava em pé, não na mesa de sempre, mas ao lado do balcão do bar, com um copo de cerveja, e uma mulher de costas para mim em um dos banquinhos, alta e cheia de curvas.

    Quando me viu, afastou-se do bar e abriu os braços.

    Fala Lee, meu garoto! Quanto tempo. A voz era grave, e o sotaque puro cockney do East End.

    Não sou exatamente um fracote de quarenta e cinco quilos, mas no meio do abraço do Feroz eu era uma casca de ovo delicada, apenas esperando para ser esmagada. Ele cheirava a suor, loção pós-barba cítrica e cerveja amanhecida.

    Fala, Feroz, disse. Bom te ver.

    O Eddie falou com você?

    Essa sempre era a primeira pergunta, embora Feroz provavelmente conversasse por telefone com meu pai na prisão com mais frequência do que eu. Os dois se conheciam há anos. Feroz foi o braço direito do meu pai quando os dois comandavam metade do leste de Londres.

    A mesma coisa de sempre, eu disse.

    Quando Feroz se sentou, espiei quem bebia em sua companhia e consegui ver quem era: Imelda.

    Meus olhos percorreram os cabelos pretos, perfeitamente sedosos, percorreram o pedaço de costas expostas, a pele impecável, os braços nus, o corte da saia que levava longas pernas a sapatos de salto agulha que gritavam sexo, para então fazer todo caminho de volta.

    Quando finalmente olhei em seus olhos, ela estava me encarando. Lançando aquele olhar.

    Se os sapatos diziam Sexo, o olhar dizia Agora.

    Não estou sendo arrogante quando digo que caras como eu recebem esse tipo de olhar com bastante frequência. Quando você é chefe de segurança em uma casa noturna ou está tomando conta de alguém importante, acontece o tempo todo. Você é um alvo. Há todo um tipo de mulheres que querem um pedaço seu, de donas de casa classe média a novinhas. São atraídas por glamour e dinheiro, mas também pelo bruto, os músculos e o perigo – e é exatamente isso que sou.

    Mas o olhar da Imelda me atingiu em cheio e envergou alguma coisa dentro de mim.

    Nunca tinha visto algo assim.

    Alonguei os ombros, enfiando a cabeça dentro do pescoço. Precisava me concentrar.

    Como se percebesse o que estava acontecendo, Feroz ergueu uma sobrancelha para Imelda e disse: Querida?

    Ela sabia que essa era a deixa, se afastou do bar e ajeitou a saia.

    Disse algo em espanhol, rápido demais para se entender, e começou a ir embora.

    Imediatamente dei um passo para trás para deixá-la passar. Ela parou, olhou em meus olhos, deu um leve sorriso e seguiu em frente.

    Desviei os olhos e Feroz estava sorrindo.

    "O que foi isso?" Eu disse.

    Ele balançou a cabeça. Isso foi Imelda, disse, antes de acrescentar, também conhecida como Encrenca, mas eu já sabia dessa última parte.

    Fomos até a mesa do Feroz, depois de convencê-lo de que eu não precisava de uma bebida.

    Tentando ficar sóbrio, disse. Ele sabia que eu passava longas horas na sua academia, trabalhando duro para substituir o que os esteroides e a anfetamina um dia haviam me proporcionado. Mesmo correndo o risco de me tornar um cara sem-graça, me senti muito melhor fazendo as coisas desse jeito. Amava estar em forma de novo.

    Por essas bandas, não é uma coisa ruim ficar sóbrio, filho, disse Feroz. Aqui no litoral é fácil demais vacilar.

    Quando nos sentamos, ele apoiou os cotovelos pesados na mesa, as mãos cruzadas à frente, e me lançou um olhar que já transformou o sangue de muitos homens em gelo – mas para mim ele era apenas o Feroz, ou Tio Feroz, na época em que eu e meus irmãos éramos mais novos. Aparentemente ninguém sabia se Feroz era apelido ou se ele realmente foi registrado assim quando nasceu.

    Então, Lee, disse. Qual o problema? Por que você queria me ver, hein?

    Olhei para ele, tentando encontrar as palavras.

    Estive aqui o verão todo, desde que deixei Londres com meu irmão Dean, sua namorada Jess e uma mala cheia de dinheiro que pertencia a mafiosos russos. Enquanto Dean e Jess investiram sua parte do dinheiro com sabedoria, eu torrei a minha e não sobrou quase nada. Ejaculação precoce, como diria Feroz.

    Quero voltar, disse. Quero minha vida de volta.

    §

    Se alguém poderia entender aquilo, essa pessoa era o Feroz.

    Vim até aqui, gastei uma fortuna e fiz muitos amigos temporários no processo. Aproveitei a vida que levava. Perdi o rumo.

    Mas há um limite para alguém como eu conseguir manter o ritmo.

    Feroz tinha feito algo parecido no final dos anos 1990. Eu conhecia as histórias. Prostitutas, cocaína e álcool. Desentendimentos com bandidos e policiais locais até aprender como as coisas funcionavam. Mas o velho amigo do meu pai conseguiu virar a página. Deve ter chegado na mesma situação que a minha, e percebeu que queria mais da vida.

    E olhe para ele agora, uma das figuras mais antigas e respeitadas da Costa del Crime.

    Você quer sua vida de volta, filho? Disse Feroz balançando a cabeça. Não acha que devia ter pensado nisso antes de sair de Londres?

    Mas ele tinha entendido, deu para perceber. Não se tratava de dinheiro, embora dinheiro estivesse incluso no pacote. A questão não era Londres. Era aquela vida. O frenesi.

    Era olhar nos olhos das pessoas quando você entrava em um bar. O reconhecimento de que você estava no jogo, de que tinha algum valor.

    A questão era o respeito.

    Estava de saco cheio de ser um turista. Queria mais.

    Estava na hora de voltar à ativa.

    Tem certeza disso? Perguntou Feroz.

    Concordei com a cabeça. "Preciso de mais na minha vida", disse.

    "Mas isso? Com um aceno de mão, Feroz apontou para o bar, o porto, mas eu sabia que queria dizer algo totalmente diferente: o lugar, a vida e tudo ligado a ela. Você não precisa voltar para essa vida, filho. Ela vai te comer vivo. Não precisa voltar a fazer o que fazia, garoto."

    Dei de ombros.

    Pensei muito sobre isso, disse. E se tem uma coisa que percebi é que não sei fazer mais nada. Entende?

    "As coisas são muito diferentes aqui, filho. Tudo aqui é... bem, é intenso. Mais extremo. Mais perigoso. Mais complicado. Em Londres você conhecia as pessoas, conhecia as regras. Você tinha uma reputação. Aqui você não tem nada disso."

    "Mas você tem, Feroz. Por isso que eu tô aqui. Tô pedindo sua ajuda. Pra me apresentar pessoas. Pra me dar uma chance de me provar.

    Aqui não é Londres, Lee. O pior erro que você pode cometer é achar que é.

    Então era assim? Estava me dispensando?

    Ele se levantou, bateu uma das mãos pesadas no meu ombro e apontou com a cabeça em direção ao porto. Venha comigo, filho, disse, e o segui até o espaço externo do bar, uma varanda elevada onde cadeiras e mesas de madeira estavam dispostas sob enormes guarda-sois brancos.

    Fomos até o parapeito, uma vista deslumbrante se estendia na baía, de um lado as montanhas, do outro, o azul profundo do mar Mediterrâneo.

    Esse lugar, ele me disse, dá uma olhada, filho.

    Quando olhei, vi iates e lanchas chamativas, apartamentos de alto padrão alinhados ao longo da orla, grandes vilas no alto das montanhas. Eu vi dinheiro. Sucesso. E queria um pouco daquilo tudo para mim.

    Esse lugar..., continuou Feroz. "Esse litoral inteiro... foi construído com dinheiro sujo. Tem drogas vindo da África toda noite. A maior parte da coca e da maconha que entra na Europa chega pela Espanha, por essa rota do norte da África, ou pelos narcos colombianos que a transportam em quantidades enormes da América do Sul através da Galícia, no Norte.

    "E quando o preço das drogas começou a cair alguns anos atrás, as gangues mudaram para o tráfico de

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