Palavras e Sentidos

De Ednaldo Barros

Palavras e sentidos é a fórmula e a busca do autor por lapidar perspectivas, modos e expressões dos sentimentos, além de aprofundar os significados dos sentidos subjacentes a cada emoção experimentada na vida cotidiana, embates, conflitos e construções diárias, que muitas vezes solicitam posicionamentos impossíveis, explodindo em miasmas, infecções da realidade, cujo movimento é capaz de aturdir, mas também de fazer brilhar aquilo que permanece oculto, transmutando o feio em beleza original. Vê-se, claramente, que a arte da palavra é capaz de colocar o mundo em ordem através do seu poder descritivo e desvendador, ainda que pela força das metáforas.
O ofício de escrever poema só se completa quando ele é lido, compartilhado, experimentado na própria carne, posto em luz na forma de escrita para abrir os horizontes para as significações e ressignificações a que somos convidados. Temos assim, o encontro entre aquele que produz, o fruto que se origina e o apreciador. Sem essa tríade estaria abolido o trabalho do artista para quem as palavras pronunciadas e transformadas em poesia não teriam sentido se alguém não fosse atingido por suas setas. É desse modo que germinam as sementes das palavras que o autor semeia ao escrever o poema.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 12 de abr. de 2021
• ISBN: 9786556749440

Pré-visualização do livro

www.editoraviseu.com

Sobre querer, não!

Não quero ficar bem

Não quero aparentar tranquilidade

Não quero seus conselhos piedosos

Quero não dar respostas analíticas

Eu não estou a fim de olhar para as coisas

Destruí-las seria muito mais coerente.

Tenho uma força enorme dentro da minha cabeça

Queria poder quebrar a cara do presidente, mas sem sangue

Sangue tem a cor do remorso e do redentorismo, que não me serve

Quero mesmo é sair de dentro de mim e ir para o mundo que não me quer

Tudo parece me tolher

Tudo me soa estranho

Tudo me faz querer não querer.

Devaneios

Um medo tão grande de me olhar

Uma vontade vazia de chorar sem lágrimas

As folhas secas no chão me esperam ansiosas

Eu tardarei a chegar

Caminho sem vontade

Não estou disposto a dar explicações

Eu queria vender minhas desculpas

Talvez uma cerveja me ajudasse

Mas só se eu conversasse por pensamentos

Que tal uma fogueira na