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Jeito de cravar eternidades
Jeito de cravar eternidades
Jeito de cravar eternidades
E-book100 páginas28 minutos

Jeito de cravar eternidades

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Sobre este e-book

Em "Jeito de Cravar Eternidades", o escritor angolano Fanini Patrício Cundumbila apresenta-nos a ideia de um mundo mais próximo do original, no seu estado inalterado. Expurga simultaneamente, através dos seus versos, os vícios e falhas deste que agora habitamos, em jeito de catarse pessoal. Neste livro, o poeta representa a solidão, ao mesmo tempo deseja-a para si. Questiona o vazio, o interior e tudo o que o rodeia. O poeta explora a sua identidade - e dela faz parte uma Angola exuberante. Em seus versos, Fanini Cundumbila presta-lhe homenagem, escrevendo sobre a Serra da Leba, o rio Kwanza e as míticas quitandeiras, em um livro de poemas cru, natural, forte em imagens e sensações. "Jeito de cravar eternidades" é um livro que defende o "culto ao amor como mecanismo de sobrevivência", rejeitando a desistência, pois "a vida é a mais perfeita de todas as excentricidades".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jun. de 2021
ISBN9789898938985
Jeito de cravar eternidades

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    Jeito de cravar eternidades - Fanini Cundumbila

    Biografia

    I

    Desistir é um ato repugnante,

    É uma ofensa à humanidade

    Não te prendas nesta pandora.

    Assim de nada valeria a fuga da caverna

    Teu sonho é inédito, e é falta de siso para o

    [presente.

    Desistir é um ato repugnante

    Para toda alma desistente que a morte lhe deva

    [o dobro da morte

    Para toda alma desistente que se lhe amputem

    [os verbos.

    Se desistirmos, quem anunciará novos mundos?

    Quem propagará o amanhã, quem venderá os

    [sonhos?

    Se desistirmos quem anunciará o perdão?

    Desistir é repugnante, é uma ofensa a Deus

    I

    Quão profundo é o que sinto

    Por esta razão não fujo

    Não me importa esta lacuna

    Nem as lutas que fujas

    Este sentimento é profundo

    Meu código

    Não posso transgredi-lo

    Se fugir!

    Estaria a oferecer-me ao vulgo

    Talvez ao inferno

    Quando contigo sento em minh’alma

    Sinto a ausência de não oferecer-te dizeres

    E a tua distância fere-me a alma

    Que por vezes sinto ela nas entranhas a desterrar

    Como se meu corpo estivesse sendo arrancado

    [de si mesmo

    Quão profundo é o que sinto.

    Por mais que reinvento fazeres

    Faz-se luz na saudade a tua ausência

    Quão mafioso, bandido e mortífero

    É este sentimento

    Se o vender!

    Far-me-ei anos-luz de ti

    Portanto prefiro amar-te.

    II

    Na decomposição do dia

    Ginga ela de maneira serena

    Decorando-se sem luz e silêncio

    No amputar de alguns passos faz-se sublime.

    Como ela é esbelta! Como ela é astuta!

    Com o seu cálice viciante

    Liberta todo tipo de desejos

    Desde a liberdade a libertinagem

    Todos os filhos do tempo são lindos

    Mas só ela desmente os momentos tenazes.

    Dela todos esperam…

    Nos dias, finais de sete dias

    Calça-se de zelo e furor

    Oferecendo a ela momentos de folia.

    Como ela é esbelta e astuta!

    E quando se faz presente…

    Só ela tem o jeito de cravar eternidades.

    LIII

    Na noite silenciada pela ausência

    Adormecida, sussurra entre os ventos, calada

    Na arte pelo luar desvendada

    Brisa dúlcida que transcende o relento

    Suscitando o tempo cálido

    Insípido aos insanos que perpetuam prantos

    Metade da noite é surda, carece de solvência

    Com susto de enlear a morte.

    Inconfidências frias, manifestam a ilusão

    Pedaço de trevas destoam o amor

    Agasalho imprescindível ao coração.

    III

    A estética torna-nos trivial, roubando-nos a

    [essência

    Com grilhões dissipa dos atos a inocência.

    Decorando-nos com adornos comuns,

    Multiplica os passos em cadeia

    Como se dela não existíssemos ausente

    E não

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