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Absurdamente
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E-book126 páginas49 minutos

Absurdamente

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Sobre este e-book

Absurdamente, de Ednaldo Araújo, é um livro de poemas que, em sua estrutura, provoca paralelismos de sons e ideias por meio de jogos de palavras, que se entrelaçam conforme suas semelhanças linguísticas e alcançam uma dimensão um tanto filosófica e surrealista. A repetição de termos e expressões, assim como a dinâmica das derivações e flexões de classes gramaticais sinalizam que nada é somente o que parece. É como se o eu lírico estivesse a todo momento tentando nos convencer a reler o verso anterior para assimilar mais uma camada de sentidos antes de contrapor uma nova possibilidade. A poesia do absurdo pode ser bela e intrigante.
  
SOBRE O AUTOR
"Sou formado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco e fui bancário por 41 anos. Recebi menção honrosa da Academia Pernambucana de Letras pelo poema 'O voo final', no I Concurso de Poesia da UFPE. Fui ator no teatro pernambucano por nove anos. Comecei a escrever poesia em 1978, durante minha graduação. Sou de Recife, já morei em Fortaleza e estou em Salvador há 32 anos. A arte para mim é arte e sempre vivi conectado a ela. Toda expressão deve sair livre das amarras que podem não revelar sua verdadeira forma de se expressar. A percepção racional e sensitiva definem a lucidez para poetizar".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de out. de 2020
ISBN9786586410037
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    Absurdamente - Ednaldo Araújo

    Dedico este livro à minha

    mãe, Elisa Maria de Araújo,

    que sempre foi para mim

    um exemplo de fortaleza,

    mesmo diante de tantas

    incertezas sofridas na vida.

    (in memoriam)

    Agradeço a Deus pela minha

    vida, completamente vivida de

    realizações, experiências alegres

    e sofridas, que definiram tudo

    que eu quero e posso ser.

    Minha gratidão a todos que

    acreditaram e me incentivaram

    para esse momento acontecer,

    em especial a Carlão (Antonio

    Carlos do Espírito Santo),

    Celeste Correia, Elza Mota,

    Rafaela  Lima, Raquel Biondi,

    Nelson Moreira, Luíza Gouveia,

    Wendel Ribeiro, Olívia Castelo

    Branco, Raul Neto e Gleide Lima.

    Chegado aqui, onde hoje estou, conheço

    Que sou diverso no que informe estou.

    No meu próprio caminho me atravesso

    Não conheço quem fui no que hoje sou.

    Fernando Pessoa

    Apresentação

    O po­e­ma não é uma po­e­sia ape­nas es­té­ti­ca. Ces­sar, pa­rar, mu­ti­lar ou mes­mo ma­tar toda mi­nha ex­pres­são, ja­mais será pos­sí­vel e exis­ten­te essa de­ci­são. O que eu es­cre­vo, de­cla­ro, des­car­re­go com toda no­ção e sem no­ção de qual­quer sen­ti­men­to, sem pre­ten­são, ob­vi­a­men­te ple­no de toda des­pre­ten­são, será sem­pre mi­nha ex­pres­são ávi­da e bem vi­vi­da, ale­gre e so­fri­da, para de­ter­mi­nar toda a lin­gua­gem in­tri­gan­te e ex­tre­ma­men­te ex­pres­si­va para o sim e tam­bém para o não. 

    Os ter­mos in­sis­ten­te­men­te des­cri­tos, mui­tas ve­zes re­pe­ti­dos, são como uma de­ter­mi­na­ção pro­fun­da para que as pa­la­vras te­nham a ver­da­dei­ra sig­ni­fi­cân­cia dos ad­je­ti­vos num ver­so com rima ou não. Não há nada que pos­sa ten­tar su­bli­mar, ca­lar ou mes­mo si­len­ci­ar tudo que ex­pli­ci­ta­men­te lan­ço no re­pen­te de es­tro­fes dis­for­mes, que ao mes­mo tem­po não são po­e­mas com toda rima pos­sí­vel, mas que tra­du­zem todo o sen­ti­do pre­ci­so do que a es­sên­cia de toda es­cri­ta pode tra­du­zir na se­mân­ti­ca sen­ti­da, para qual­quer an­ta­gô­ni­ca po­e­sia exis­tir. 

    - Ed­nal­do Araú­jo

    A absurda mente é surda absurdamente

    A mente é absurda

    porque mente absurdamente

    sem ser surda.

    Tudo que ouve ou houve,

    nega e renega

    na sua surda absurda verdade,

    que quer sempre transformar em mentira,

    na sua absurda insensatez de se justificar.

    A verdade explicitamente viva

    da escuta mansa, rouca,

    expressiva ou apreensiva,

    que possa despertar todo o fim da surdez

    da mente que mente

    na sua imensa profunda farsa de ser absurda,

    no que se possa explicar.

    Palavras, ecos, frases,

    todos os sons e dissonantes outros sons

    fazem com que o recuo da mente,

    que sempre mente, absurda, absurdamente

    se esquive da verdade para escutar.

    A verdade realmente da mente,

    que mente e desmente sua verdade,

    é para tranquilamente permanecer

    como uma absurda e surda mente,

    para a verdade absurdamente não se revelar.

    A claridade da cegueira

    Hoje acordei com a certeza desse dia claro,

    que não tem nenhuma escuridão para mim.

    Tudo percebo da noite e do dia,

    como a forma perfeita do que acontece

    dentro e fora de mim.

    Gosto de perfumes que me traduzem presenças,

    lembranças e também outros cheiros

    que fazem parte de mim.

    Amo escutar os barulhos dos trovões

    e das bombas de São João,

    mesmo sem conhecer o antecipado clarão

    antes da explosão.

    Adoro meu corpo nu junto com outro corpo nu

    que me leva numa sensação de prazer

    de estar nas estrelas, 

    mesmo sem conhecer o brilho delas.

    O aroma da comida que eu faço

    é tão saboroso, que mantém todos os cheiros

    de temperos tão claros no paladar.

    O calor e o frio muitas vezes podem traduzir

    o que sinto do claro ou do escuro, 

    que para mim não determinam

    nenhuma razão ou emoção de mim.

    Sinto, ouço, falo e grito por tantas vezes

    o que para mim não representa claridade

    ou mesmo uma escura penumbra 

    de energias pesadas,

    que podem por fim escurecer o claro

    que na vida não pude ter.

    A felicidade em mim existe, 

    mesmo vivendo num escuro tão claro, 

    vivendo na claridade da cegueira,

    na visão em vida que eu não pude ter.

    A fala e a escuta

    Depois que se fala

    qualquer verdade ou mentira,

    já não se tem nenhuma desculpa

    para dizer que não se falou

    e

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