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Amor Silencioso: Memórias de Um Encanto Eterno
Amor Silencioso: Memórias de Um Encanto Eterno
Amor Silencioso: Memórias de Um Encanto Eterno
E-book241 páginas3 horas

Amor Silencioso: Memórias de Um Encanto Eterno

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Sobre este e-book

O jovem Gabriel Cuna acha-se desesperado sobre sua vida – sonhos, desejos e identidade – quando os pais decidem que ele tem que viver com a sua avó, uma mulher reformada e religiosa. De imediato o Gabriel fascina-se, após visitar à igreja obrigado pela avó, por uma jovem mulher que passado um tempo ele descobre que o nome dela é Sara. Forçado pela veemência dos sentimentos ele começa uma jornada em busca de claridade sobre o amor e a vida. Entretanto, o que estava para ser uma jornada de vislumbre agradável, torna-se um caminho enlameado de dúvidas, dor e confusão porque a vida revela-se como é, crua, cruel e sem avisos. Em pouco tempo começa a ter crises graves de saúde, conhecer a Sara traz consigo surpresas dolorosas e o seu passado frustrante reaparece, o que lhe acresce as dores do coração. Toda sua cultura, um mosaico de tradição, crenças e ideologias ocidentais, mostra-se muitas vezes superficial para enfrentar os momentos mais difíceis da vida. Em tudo ele questiona: para que serve o amor quando a vida está sempre a acabar?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de nov. de 2020
ISBN9781526032324
Amor Silencioso: Memórias de Um Encanto Eterno
Autor

A. J. Vilanculo

A.J. Vilanculo é um jovem autor, natural e residente em Maputo, Moçambique. É graduado em Engenharia Agronómica pela Universidade Eduardo Mondlane. Começou a escrever histórias infantis nos primeiros anos de adolescência. Durante o período na universidade desenvolveu mais a sua paixão escrevendo seu primeiro romance completo que não foi publicado. Isso quase o levou a parar de escrever. Depois de uma serie de experiencias reviveu na escrita e começou a estudar a arte de escrever histórias, tendo resultado nesta sua primeira obra “Amor Silencioso: Memórias de Um Encanto Eterno”.

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    Amor Silencioso - A. J. Vilanculo

    Amor Silencioso

    Memórias de Um Encanto Eterno

    J. Vilanculo

    2020

    Para os meus irmãos

    E para os meus amigos

    | Índice

    Prólogo

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Capítulo 12

    Capítulo 13

    Capítulo 14

    Capítulo 15

    Capítulo 16

    Capítulo 17

    Capítulo 18

    Capítulo 19

    Capítulo 20

    Capítulo 21

    Capítulo 22

    Capítulo 23

    Capítulo 24

    Prólogo

    A terra esqueceu, a terra mudou

    O velho Cuna, cegado pela escuridão vespertina, fez gritarias para toda casa ordenando que se fizesse a luz.

    ― Armando, Armando! ― Era o único nome que lembrava ser de alguém. Todos lhe estavam mortos.

    A velhice lhe tornara rabugento e enfadonho. Eram as cicatrizes da antiguidade e da guerra que lhe tinham circuncidado os modos, a cultura, o amor e a humanidade. Quando adulto ainda sabia fingir todas as coisas dos homens, mas agora apenas sobejavam-lhe os lamentos e a estranheza. Não mais conseguia esconder as amarguras e loucuras da vida. Por isso, ninguém se abrigava voluntariamente sob a sombra amaldiçoada dos seus delírios. Apenas o seu amigo da velhice, o Fumo, achegava-se regularmente, no partir do sol diário, para lhe exorcizar os maus espíritos. Talvez estivesse fazendo companhia ao quase defunto Cuna.

    ― Nos roubaram os hábitos, as formas e os amores. Agora, as mulheres não sabem ajoelhar-se diante dos seus donos que lhes providenciam filhos, pão e segurança. Esqueceram que lutei pela terra e pelo povo. O que ganho? ― Contrariado falava sozinho enxotando a escuridão que lhe roubava a alegria de ver. 

    O Fumo sabia chegar na hora que o seu compadre começava a desfiar-se de si mesmo. Assim foi naquela noite. Seus passos espreguiçados faziam sua presença quase ausente. Ele estava fumando o cigarro enquanto deixava-se escutar as lamúrias do Cuna e este o tornava visível aos sentidos do Cuna. Engoliu mais uns fumos rápidos e forçados e tossiu tosses negras. Aproximou-se do degrau que levava ao interior da varanda. Cuspiu a saliva para terra. Apagou o cigarro e escondeu a sobra no bolso da camisa. Assim sentia-se com o ânimo preparado para aquele que era quase o último dia que conversaria com o compadre na terra dos vivos.

    ― Fumo, Fumo, tu gostas de fumar coisas dos brancos. Rapé é melhor que estas coisas que nos lembram que as cadeias quebradas das mãos foram colocadas na mente e na alma do homem de cor.

    ― Não fique louco Cuna. Até que os gajos fazem esquecer estas coisas. Enquanto o rapé lembra-me que me foram roubados os costumes. E tu deves descansar mais! Não se levantam os mortos da guerra nem se voltam aos tempos que eram. Tudo está a ser esquecido. 

    ― Senta-te meu amigo. Grita-me o desgraçado do Armando para que venha com o candeeiro. Preciso ver. O que me lembra da vida é o ver Fumito. Estes moços não sabem destas coisas. As mães deixaram de ser mães, querem extinguir a pátria. Criam homens bonecos, homens que choram por papa. Chuparam muito as mamas das mamãs. Precisam de guerra, sangue e um pouco de fome. 

    ― Ó Cuna, por que invocas estes fantasmas todos os dias. Azedas demais. Eu vou ficando cheio de ti. Não vês que os teus filhos não têm prazer nisso! 

    ― Porras, que se danem! Que morram infelizes. Não sabem ser gratos. Chamar-me-ão herói quando morto enquanto agora já me contam defunto.

    Poucos instantes depois o Armando lá estava servindo às ordens do pai: iluminar a varanda, arrumar a mesa para o jantar dos compadres e estar aos pés dos velhos para ouvir a sabedoria dos antigos. A herança dos antigos cabia-lhe. Pelo menos era o que seu velho pai queria. O Armando era o filho mais novo da casa, nascido da Teresa, a esposa mais nova e a mais bela de todas outras. Ele soubera ir à escola e continuava aprendendo das coisas vindas dalém do Índico e do Atlântico. O caminho que lhe levaria às glórias dos estrangeiros, os exploradores corruptos, também parecia desmoronar-lhe os hábitos, a língua, a tradição e o ser. Isso enlouquecia o velho. 

    ― Este não se pode perder. A guerra roubou-me de fazer herdeiros. Fiz sacanas, bêbados e fracos que só sabem lamentar.

    O Cuna não mais tempo teria, então precisava seguir com o rito de coroamento. Não se colocavam mais coroas na cabeça, pois os colonos destruíram os tronos e as coroas. Agora, deviam os velhos, coroar no coração e na alma. Para a desilusão de muitos, os mais novos escolhiam coroas dos estrangeiros pois diziam que não viam mais tronos para assentar-se neles nem servos para reinar sobres eles.

    ― Nosso pai foi a guerra. A guerra matou o nosso pai. Ele voltou só esqueleto. Só nos resta lamentar. ― Era o lamento dos filhos inúteis do Cuna.

    A única esperança viva naquele lar era o Armando. Este precisava que se iniciasse das tradições. Mas isso envolvia guerrear porque a mãe parecia fiel aos caminhos forasteiros.

    ― Lembro-me Fumo. Aquela donzela que escolhi para gerar o meu herdeiro está a trair-me com Jesus, o padre e todas estas coisas que estão a mudar a nossa terra. Eu lhe disse que as virgens e os santos que ela reza geraram feras que envenenaram a nossa terra, decapitaram os reis, vendaram os vivos e enterraram a tradições. Encheram a terra de sangue.  Ela é louca, traidora e sem coração. Depois de muito sangue derramado na guerra, paguei o lobolo¹ e as minhas pensões vão para ela cuidar do meu herdeiro. Mesmo com isso, ela é ingrata. Fumo, Teresa já não é mulher.

    A Teresa era a mulher que ele amara de verdade. Não era só mãe do filho, era sua esposa. Ela que lhe afugentava os fantasmas da guerra e o fazia homem de verdade. Ele tinha ordenado que esta não cantasse canções religiosas dos seus inimigos ao seu filho pois temia que este viria a ser o Judas da casa. Para ele, aqueles que importaram Jesus não o amavam. Usavam os rótulos de Jesus, espalhavam seus beijos venenosos na terra. Porque estes eram verdadeiramente discípulos de Judas.

    Prosseguiu o Cuna:

    ― A mãe deste Aramando insiste comigo: deixe-me ensinar o miúdo formas que não são da guerra. O padre disse isso, aquilo e tudo. Eu respondo-a que o padre não é deus nem lhe deu um filho como eu. Agora ela ama o padre mais que a mim. O padre é um político, embaixador dos colonos, não se pode confiar. O padre manda na igreja, na minha casa são as minhas ordens. Não quero estes feitiços no meu filho.

    ― Calma Cuna. Tens que saber conter o teu coração. O rapaz nos ouve. Queres que ele te odeie mais? Ou que odeie a Teresa? Não precisas lamentar. Talvez tu não lhe tenhas dado amor.

    ― Nada disso. Quero que ele saiba que a mãe é uma traidora. Sim, Fumito. Temo a cada dia que este meu filho me esteja empunhando uma faca pela face. Ele não vem atrás de mim, permanece diante de mim. É o que esta mulher está a tramar-me mas eu já estou morto para temer. Meu amor por ela é passado.

    O Armando, pobre rapaz, sentava-se entre o rio das melancolias e instruções paternas e o mar fechado dos carinhos e ensinamentos maternos. O Cuna lhe sentia perto e distante. Desconfiava que a mãe lhe deixasse perto dele para depois lhe purificar dos caminhos paternos ainda mais. As crianças fazem o que vê. O pai já não tinha tradição nem religião. Era um ser de dizeres cujos costumes morreram na guerra, no ódio e na desilusão. 

    ― Não lhe queira culpar meu amigo. Os tempos estão destinados a mudança. Destruíram-nos as machambas e plantaram os prédios, pelo que agora vivemos para o patrão. Deixavam-nos com o mato que nós ainda seríamos patrões. As armas, as minas e as facas roubaram-nos a glória. A nossa cultura se enamorará destas coisas. É o mundo, é a vida. Nossos netos serão outra estirpe. As mulheres serão mais lembradas.

    ― Temos a resistência. A Força de Libertação Mental. Somos a força. 

    ― Que resistência meu amigo! Adoramos os ossos e vivemos com sangue. Já não sei o que é. Os corpos enterrados cuidam do que há debaixo da terra e nós deste lado do que há sobre a terra. Abraçamos mistérios, até o Messias morreu nas mãos do Todo-poderoso. Por isso, deixemo-nos crucificar. Deixemos a luta entre as divindades que mostrem o seu poder e castiguem os homens. Ressuscitem o que importa e morra para sempre o que deve morrer.

    ― Não seja tolo. Lutemos como os sacerdotes da terra. Que serão os nossos filhos? Amaldiçoados? Precisamos apaziguar os nervos dos espíritos. 

    ― Lá se foi o tempo! Nós vendemos a nossa terra e decapitamos as cabeças dos nossos irmãos. Raios se partam! Há muito disso que é a maldição escondida desta tradição. Vivemos para nos matarmos e culpamos os mortos. Isso tudo é religião falida. Repito: deixe os deuses defenderem a sua causa. Eu vou morrendo vazio disso, sem tradição, sem religião. Que os nossos filhos encontrem a luz.

    Os pratos vazios, as mãos cheirando comida e o silêncio. O Fumo parecia era a companhia ainda mais desgostosa que o Cuna tinha nos últimos dias de vida pois achava-o derrotado e perdido. Estes homens tinham sido forjados no sofrimento e vestidos de aculturação. O tempo chegaria que as pessoas seriam forjadas pela abundância e pelas memórias da guerra. A guerra gerou fugitivos. Muitos fugiram de tudo e novos caminhos abraçaram.

    As histórias, as lamentações, as risadas e as discussões dos dois velhos tinham um único propósito: impregnar as impressões da identidade dos Cunas, dos rongas, changanas, bitongas² e todos do perdido reino do Sul. Os hábitos e os costumes da terra amada nunca mais seriam os mesmos. Mais sangue e pólvora batizariam a terra, mais tragédia e mais sepulcros, sepulcros ao céu aberto. Então, uma geração, a geração dos filhos de Armando Cuna, viveria para tapar os buracos da guerra e ensinar novos caminhos aos homens. Talvez teria que aprender novos caminhos primeiro. Da cidade à localidade mais recôndita os homens seriam doutrinados nas novas vivências.

    ― Os novos sacerdotes farão seu trabalho. Descansemos. Se a pátria estiver nas mãos dos nossos herdeiros pelo menos estaremos felizes. Haja luz para vocês, herdeiros da terra. Vamos sem nada deixar senão esta terra. ― As palavras do Fumo preanunciaram o que viria a ser. Houve sabedoria antigamente.

    Capítulo 1

    O céu escuro coberto de luminares revelava que a noite já regressara à terra. Os gritos, os choros e as expectativas eram o único retrato que se conseguia contemplar naquela noite. Foi nesse sábado que me mudei da casa dos meus pais para viver com a minha avó. Depois de muita conversa estéril e frustrada consenti que era a melhor coisa a acontecer, mesmo não acreditando que fosse o caso. Embora a viagem da Matola para a cidade de Maputo fosse muito curta, cerca de dezasseis quilómetros donde morava com os meus pais, senti-me percorrendo uma estrada infinita.

    Um sentimento nostálgico apossou-se da minha alma ao regressar aquela casa. Agora eu devia chamar meu lar, minha casa. Os olhos divagaram em cada canto e parede reverentemente. Estava a enamorar-me pela primeira vez como se nunca fizesse parte daquilo tudo. Tudo permanecia modesto e belo, simples e cativante. As memórias das férias em família despertaram-me a alegria e as boas vivências que tivera noutros tempos. Era monumental. Suas paredes e espaços fizeram-me recordar do tempo que tudo era feliz. Então eu sorri.

    ― Isso nunca muda. Mesmo cheiro, mesmo parecer e mesmo espírito. ― Falei.

    ― É verdade. Talvez venhas a criar novos e bons momentos. ― A minha avó tentou animar-me.

    Seu nome era Ana Malembe, a doce e amada Vó’Ana. Seu vigor ainda era visível e intrigante. Ela aproximou-se e deu-me um beijo na testa e assim cada um foi para o seu quarto. 

    Passei aquela noite lembrando as coisas boas daquele lugar. Aquele momento foi um verdadeiro tição capaz de incendiar todo meu mundo. O novo gozo, o sonho mais sublime e o amor de verdade talvez jorrariam no deserto da minha vida. A casa parecia a casa de Deus na terra. O Deus da minha imaginação vivia ali transformando aquele lugar. Isso é o que não queria experimentar: encontro entre o terreno e transcendente, humano e divino. A dança da alma em ritmos incompreensíveis e profundos envolvia-me para novos paradigmas. Só para esclarecer uma coisa nisso tudo: a casa da Vó’Ana exigiria que eu parasse de ser o que era, pelo menos era assim que eu pensava. Vivendo em terras alheias estava a aventurar-me a metamorfoses inesperadas da vida.

    Amanheceu. O sol radiava a cidade, sua caminhada matinal despertava o dia morto para os urbanos. Santo dia! O dia dos religiosos. O dia de nada para muitos. Meu desejo era permanecer deitado toda a manhã até que a voz da Vó'Ana ecoou no meu quarto ordenando que eu levantasse para viver a experiencia dominical dos religiosos. 

    ― Hoje é o santo domingo, filho. Precisas preparar-te agora para que cheguemos a tempo.

    Seu entusiasmo era tão evidente que parecia que ela tinha investido todos os dias da semana para aquele dia. Ela estava entusiasmada demais. Em poucos minutos estava com os pés firmes no chão mas ainda meio acordado. Caminhei até a sala carregado de preguiça. Ela olhou-me sorridente e imaginando os meus íntimos pensamentos.

    ― Não te faças de dorminhoco. Vais gostar, as pessoas são incríveis por lá, especialmente nestes últimos tempos. Bem, algumas pessoas são maravilhosas. Outras continuam estranhas. Não espera demais das pessoas. ― Interpretei pelas palavras que mesmos os que aventuram no caminho dos santos são pessoas avariadas como eu.

    Pelas suas palavras ponderei que talvez este fosse meu último domingo desgostoso na vida. Ou talvez a vida começaria a ganhar novos paladares. Motivei-me com este pensamento.

    Poucos instantes depois já estávamos prontos. Tomamos o matabicho e fizemos a breve caminhada à igreja. Era o dia mais estranho para os que viviam na cidade ― o silêncio. Ainda amargava dentro de mim abandonar a minha cama em pleno domingo apenas por ir á um edifício de cimento e ferro que chamavam casa de Deus e ouvir canções aborrecidas. Era a maneira como encarava um lugar religioso. Para mim não fazia diferença, eram todos a mesma coisa sendo diferenciados por algumas coisas estranhas que cada grupo acreditava e praticava.

    A Vó’Ana mudara-se para uma comunidade de fé protestante depois de muitos anos frequentando uma comunidade católica, lugar que ela amava e dava mais fogo ao seu relacionamento com o meu avô. Ele era um católico até a última ponta do cabelo e a amava mais quando ela se devotava ao catolicismo. Mas faziam alguns anos que o prezado tinha passado do mundo dos vivos. Por isso, pensei no princípio que talvez a solidão intensa em sua alma a fizera sentir-se vazia e desejosa de um lugar com novos hábitos e divorciar-se do fantasma dele que lhe atormentava todos os domingos de missa. Ora, o que vim a saber como sendo a razão de tal mudança foi o facto de que a sua melhor amiga, a tia Catarina, estava a frequentar aquela comunidade. Isso lhe aconteceu depois que se tornou viúva. Ela era uma metodista mas mudara-se para esta comunidade com a filha. Talvez fosse um lugar que se importava tanto com viúvas e, em parte, pude constatar isso, afinal a filha da tia Catarina era igualmente viúva e frequentava a mesma igreja.

    Poucos minutos depois de uma caminhada descontraída durante a qual a minha querida avó havia, com algum sucesso, tentado preparar o meu espírito e levantar o ânimo antes que chegássemos ao lugar do

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