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Marjorie, por favor: A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade
Marjorie, por favor: A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade
Marjorie, por favor: A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade
E-book123 páginas1 hora

Marjorie, por favor: A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade

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Sobre este e-book

O livro Marjorie, por favor conta com excepcional qualidade a vida de Marjorie, desde os tempos em que era Asdrúbal, que relatou à autora, em detalhes, os mais delicados episódios que sofreu na Febem, nas suas diversas fases, da infância à adolescência. Considero que Marjorie tem um extraordinário mérito: professora de jovens, tanto em Guaianases, Cidade Tiradentes, como em Caconde, interior de São Paulo, percorreu os mais diversos lugares em prol da melhoria de vida das pessoas. Com a leitura desse livro, será possível conhecer as dificuldades tão grandes pelas quais Marjorie passou ao longo de sua vida, até efetivamente realizar sua transição e passar a ser respeitada e querida por sua família, por sua ex-companheira, hoje amiga que lhe dá força, e também pela filha e pelo filho, cujo carinho soube conquistar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de dez. de 2021
ISBN9788528306194
Marjorie, por favor: A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade

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    Marjorie, por favor - Luiza Pezzotti

    Capa do livro

    PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

    Reitora: Maria Amalia Pie Abib Andery

    EDITORA DA PUC-SP

    Direção: José Luiz Goldfarb

    Conselho Editorial

    Maria Amalia Pie Abib Andery (Presidente)

    Ana Mercês Bahia Bock

    Claudia Maria Costin

    José Luiz Goldfarb

    José Rodolpho Perazzolo

    Marcelo Perine

    Maria Carmelita Yazbek

    Maria Lucia Santaella Braga

    Matthias Grenzer

    Oswaldo Henrique Duek Marques

    Frontispício

    © Luiza Pezzotti. Foi feito o depósito legal.

    Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Reitora Nadir Gouvêa Kfouri / PUC-SP

    Pezzotti, Luiza

    Marjorie, por favor - A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade. - Luiza Pezzotti. - São Paulo : EDUC, 2018.

        1. Recurso on-line: ePub

    Disponível no formato impresso: >Marjorie, por favor - A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade. - Luiza Pezzotti. - São Paulo : EDUC, 2018. ISBN 978-85-283-0614-9

    Disponível para ler em: todas as mídias eletrônicas.

    Acesso restrito: http://pucsp.br/educ

        ISBN 978-85-283-0619-4

       1. Serrano, Marjorie. 2. FEBEM. 3. Intersexualidade. 4. Reportagens e repórteres - São Paulo, SP - Biografia. 5. Teatro e sociedade. I. Título

    CDD 070.433

    792.0233

    362.7

    EDUC – Editora da PUC-SP

    Direção

    José Luiz Goldfarb

    Produção Editorial

    Sonia Montone

    Preparação e Revisão

    Equipe Educ

    Editoração Eletrônica

    Gabriel Moraes

    Waldir Alves

    Capa

    Equipe Educ

    Administração e Vendas

    Ronaldo Decicino

    Produção do ebook

    Waldir Alves

    Revisão técnica do ebook

    Gabriel Moraes

    Rua Monte Alegre, 984 – sala S16

    CEP 05014-901 – São Paulo – SP

    Tel./Fax: (11) 3670-8085 e 3670-8558

    E-mail: educ@pucsp.br – Site: www.pucsp.br/educ

    Prefácio

    Sobre um encontro que possibilitou transformar um TCC neste livro Por Fabio Cypriano*

    Todos os anos, cerca de cem trabalhos de conclusão de curso (TCC) são apresentados no curso de Jornalismo da PUC-SP. São livros-reportagem, revistas experimentais, do­cumentários e outros formatos jornalísticos, nos quais alunas e alunos se dedicam por um ano inteiro, com ampla liberdade e apoio técnico e acadêmico, o que dificilmente se repetirá em suas carreiras.

    Por isso, muitos desses trabalhos ultrapassam os limites universitários e conquistam prêmios e visibilidade como um produto com qualidade acima da média, mesmo nos parâmetros da profissão. É o caso, por exemplo, do documentário Limpam com fogo, TCC dos alunos Rafael Crespo, Conrado Ferrato e César Vieira, orientados pelo professor Marcos Cripa, que ganhou os prêmios de melhor filme e melhor direção de documentário na Mostra Sesc de Cinema Paulista, em 2017, e aborda a ocorrência de incêndios nas favelas que servem à especulação imobiliária na cidade.

    É nesse contexto que se insere Marjorie, por favor. A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade, apresentado por Luiza Pezzotti, em 2016, para uma banca composta por Eduardo Suplicy e a professora Flávia Piovesan, obtendo nota dez após muitos elogios merecidos.

    Como orientador de Luiza, acompanhei seu processo de escolha de um tema, que a princípio tratava das possibilidades do teatro como alavanca de transformação pessoal e que, logo na primeira entrevista marcada, encontrou a personagem que iria mudar os rumos do trabalho em uma só história, urgente e necessária.

    É essencial na prática jornalística estar atento e perceber quando o mundo nos contempla com conteúdos inesperados além da pauta. Para Luiza, Marjorie foi esse encontro que no jornalismo se deve buscar todo dia: alguém que revele a complexidade do mundo em um relato singular, que passa pela Febem na época da ditadura militar, pelo teatro na abertura democrática e pela conquista de uma nova identidade no século 21.

    Há dois anos, quando a aluna começou seu percurso, os debates sobre gênero já eram intensos, mas não se podia prever o alcance que eles teriam, especialmente graças ao universo da música, que em 2017 explodiu na popularidade de Pablo Vittar, Liniker e Jonhy Hooker, entre tantas e tantos outros. Na PUC-SP, é essencial lembrar que, também em 2017, foi inaugurado o primeiro banheiro aberto a todos os gêneros.

    Entre as qualidades do TCC que agora se transforma em livro, também graças à PUC-SP, por meio de sua editora, está em apontar para a questão da intersexualidade, um tabu pouco conhecido e menos ainda debatido.

    Como trabalho jornalístico universitário, esse TCC cumpre assim também uma importante função social: dar voz e dignidade a uma história marginal e que só se resolve em um longo texto, sem sensacionalismo e espetacularização.

    Não é à toa, portanto, que esse é o primeiro TCC publicado pela PUC-SP, dentre tantos outros de qualidade, realizados não só no Jornalismo, mas em tantos outros cursos da Universidade.

    Em seu processo de escrita, posso afirmar que Luiza aprendeu lições importantes da prática jornalística, especialmente em como lidar com uma fonte com uma personalidade tão marcante, mantendo uma relação de meses, mas sabendo se distanciar quando necessário, em uma equação balanceada de escuta, afeto e independência.

    Para a atual publicação, Luiza Pezzotti manteve sua dedicação à Marjorie e voltou a ela para descobrir uma nova atuação de sua personagem, a vivência na Cracolândia, em São Paulo, em um projeto social que atendia usuários de crack na região central da cidade, em 2017, o que se tornou um novo capítulo agregado ao texto original do TCC como posfácio. Também foi acrescida uma nova entrevista no primeiro capítulo, fruto da típica e salutar obsessão jornalística em manter sempre atualizado um tema abordado.

    Como atual coordenador do curso de Jornalismo, fico ainda mais feliz que este trabalho seja publicado no contexto dos 40 anos do curso de Jornalismo da PUC-SP, onde eu mesmo me formei, tendo aprendido com Perseu Abramo, Flávio di Giorgio, Carlos Gardin, Luis Egypto e Stella Senra, entre tantos outros, como a prática jornalística pode se resumir à frase do artista espanhol Antoni Muntadas: Percepção requer envolvimento.

    O envolvimento de Luiza com Marjorie resulta de fato em um texto exemplar, do jornalismo necessário em épocas tão sombrias como as que vivemos no ano de 2018.

    * Fabio Cypriano é mestre e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e realizou pós-doutorado na USP com o tema A elite paulista e a Bienal de São Paulo. Atualmente, é coordenador do curso de Jornalismo da PUC-SP, onde lidera o grupo de pesquisa DOC_ARTE Práticas Documentais e Arte. É crítico de arte da Folha de S. Paulo e integrante do conselho editorial da revistas ARTE!Brasileiros e South as State of Mind (Grécia).

    Apresentação

    De como a dramaturgia – O Teatro do Oprimido – tanto contribuiu para que Marjorie conseguisse superar extraordinários obstáculos que caracterizaram a sua vida Por Eduardo Suplicy*

    Conheci Marjorie Serrano, então Asdrúbal Serrano, ao realizar palestra na Universidade Mackenzie, onde ela trabalhava como pedreira e fazia o curso de Letras. Foi então que ela me convidou para fazer uma palestra na Escola de Sociologia e Política a respeito da Renda Básica de Cidadania. Ao tomar conhecimento da proposta, abraçou-a com muito entusiasmo, com a convicção de que, se a RBC já fosse vigente no Brasil, muitos dos problemas vividos por ela e por sua família desde a infância teriam sido mais bem-resolvidos.

    Passamos a interagir bastante. Ela me apresentou o seu texto sobre os Guerreiros Urbanos e me relatou o quanto havia aprendido com os mestres do Teatro do Oprimido, como Augusto Boal e César Vieira, o Idibal Almeida Piveta, um dos fundadores do Teatro Popular União e Olho Vivo. Marjorie absorveu a utilização dos processos de criação coletiva, a dramaturgia popular e esteve sempre comprometida com o teatro de resistência.

    Sugeri a ela que escrevesse uma peça simples e direta que informasse o quanto a Renda Básica de Cidadania poderia contribuir para mudar a vida das pessoas, sejam as consumidoras de crack, sejam aquelas que trabalhavam no meio rural, como na plantação de café em Caconde. Ela escreveu A RBC na Cracolândia e a RBC no meio rural.

    Convidei-a para fazermos uma apresentação da peça em aula minha de Economia na Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas. Ela veio com o seu Grupo de Teatro de Caconde, mas resolveu dirigir a peça convidando diversos estudantes para atuarem em papéis, tais como o dono do boteco, que vendia o crack, o casal que

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