Antologia poética #1: Poemas para ler antes das notícias.
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Sobre este e-book
Na segunda quinzena de agosto, como resultado de um projeto amoroso e delicado, a Cult apresenta uma publicação dedicada exclusivamente à poesia.
Por quê? Por paixão. Contra a desigualdade, a opressão e as injustiças diárias cada vez mais escancaradas, é na poesia que as vozes da luta têm encontrado lugar para um grito cada vez mais necessário, belo e preciso.
A Antologia Poética "Poemas para ler antes das notícias" surge para se somar a essas vozes chamando atenção para a enormidade da poesia contemporânea brasileira, sua beleza e força política.
Na primeira edição, a curadoria é do professor e poeta Alberto Pucheu. "Se a grande mídia e a política que hoje nos governam nos querem destituídos de qualquer capacidade de transformação, a poesia nos abre outras possibilidades. Uma poesia que assume seu fazer como uma tentativa de desarmar os poderes constituídos de nosso tempo", escreve em seu editorial.
O projeto gráfico é de Fernando Saraiva.
Participam os poetas:
André Luiz Pinto, Tatiana Pequeno,Danielle Magalhães, Bruna Mitrano, Luiz Guilherme Barbosa, Heitor Ferraz,Diego Vinhas, Tarso de Melo, Antônio Moura, Piero Eyben, Jarid Arraes, Heleine Fernandes, Paulo Ferraz, Carlos de Assumpção, Cuti, Lubi Prates, Conceição Evaristo, Nina Rizzi, Eliane Potiguari, Marcia Wayna Kambeba, Josoaldo Lima Rêgo, Reuben, Horácio Costa, Cláudio Oliveira, Natasha Felix, Helena Zelic, Tertuliana Lustosa, Catia Cernov, Bruno Domingues Machado, Pieta Poeta, Letícia Brito, Marcelo Diniz.
Artistas: PV Dias, Pedro Lemos, Marcelo D'Salete, Marilia Marz, Thiago TeGui, Bea Corradi, Guilhermina Augusti.
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Antologia poética #1 - Alberto Pucheu
Poemas
para ler
antes das
notícias
Editorial
Alberto Pucheu
Em um momento de horror como o que vivemos, a poesia é mais do que necessária. A ideia seria que o leitor tivesse acesso a algo como um poema por dia, para que o lesse antes das notícias cotidianas, antes de sair de casa para estudar ou trabalhar
. Foi algo assim que Daysi Bregantini me disse ao, generosamente, me convidar para a curadoria desta antologia. Por mais difícil que seja a tarefa, como negar um convite tão corajoso e relevante, vindo como um chamado da poesia, como uma chance de fazer com que poemas cheguem a um número maior de pessoas, afetando-as?
Já se disse que os telejornais e a grande mídia nos querem indignados, mas impotentes. O projeto que me foi proposto coloca-se como um antídoto a tal situação. Se a grande mídia e a política que hoje nos governam nos querem destituídos de qualquer capacidade de transformação, a poesia nos abre outras possibilidades. Trata-se de dar visibilidade a uma poesia que não relega à filosofia, à história, à sociologia, à antropologia, à pedagogia etc. o pensamento de nosso tempo. Muito menos ao jornalismo imperante. Uma poesia, poderia dizer, filosófica, histórica, sociológica, antropológica, pedagógica etc., que assume seu fazer como uma tentativa de desarmar os poderes constituídos de nosso tempo.
Esta reunião de poemas tem um pressuposto nítido a dar consistência ao corte realizado: o de optar por poemas que, dialogando de maneira explícita com nosso tempo, desejam, declaradamente, intervir nele, como uma contrapolítica ao imperante ou como uma política que todos deveriam escutar, pois há muito o que a política tem a aprender com a poesia. Assume-se aqui um posicionamento que se quer claro. Parafraseando uma das poetas, trata-se de poemas-denúncias; parafraseando outra, trata-se, certamente, de assumir um posicionamento do lado dos matáveis, para que sejam amáveis e não matáveis. Há uma denúncia contra a epidemia das exclusões violentas de que sofre nosso país. Há uma inclusão incisiva dos excluídos, que, em muitos casos, ocupam o lugar de enunciação, no repertório do que me parece ser o mais intenso da poesia contemporânea. Nestas páginas, há uma história do Brasil a contrapelo lida poeticamente desde hoje.
Para ampliar os horizontes do meu modo de divulgar a poesia dando visibilidade a uma diversidade maior de poetas, evitei escolher poetas que compareceram como estudados no blog O cuidado da poesia – poemas do e para o nosso tempo
, que mantive no site da Revista Cult. Evitei igualmente poetas que participaram da antologia contida no dossiê Poemas para o nosso tempo
, que organizei para a Revista Cult. Evitei ainda poetas com obras consolidadas, que têm recebido prêmios significativos, ocupado instituições de renome e outros lugares de visibilidade. Talvez haja uma ou outra exceção a esse capítulo das negativas.
Dos critérios afirmativos para a escolha, além do mencionado dois parágrafos acima, houve um seguido à risca: que fossem poetas vivos. Reli, li e ouvi muita poesia que conhecia e outro tanto que passei a conhecer, em busca de, pensando esse coletivo de poemas com alguma unidade que dê a ver uma força do nosso tempo, abrir-me a demandas hoje necessárias sem perder um critério seletivo. Sei, entretanto, que, sendo as demandas muitas e justas, é impossível atendê-las todas de uma vez, uma só pessoa. Há quantidades de poetas que, não estando aqui, poderiam estar. E, mesmo, deveriam estar. Assumir um projeto como este é assumir riscos. Que o riscado a que se arrisca nestas páginas possa tocar seus leitores.
Alberto Pucheu
É poeta e professor de Teoria Literária da UFRJ. Publicou, entre outros, apoesia contemporânea, Que porra é essa – poesia?, A fronteira desguarnecida, Poesia Reunida 1993-2007, mais cotidiano que o cotidiano e Para que poetas em tempos de terrorismo?, todos pela Azougue Editorial. Fez os documentários Leonardo Fróes: um animal na montanha, Vicente Franz Cecim: um animal na floresta. Realizou o projeto Autobiografias poético-políticas. No momento, se ocupa em fazer o documentário Carlos de Assumpção: Protesto.
Sumário
André Luiz Pinto
Tatiana Pequeno
Danielle Magalhães
Bruna Mitrano
Luiz Guilherme Barbosa
Heitor Ferraz
Diego Vinhas
Tarso de Melo
Antônio Moura
Piero Eyben
Jarid Arraes
Heleine Fernandes
Paulo Ferraz
Carlos de Assumpção
Cuti
Lubi Prates
Conceição Evaristo
Nina Rizzi
Eliane Potiguara
Márcia Wayna Kambeba
Josoaldo Lima Rêgo
Reuben
Horácio Costa
Cláudio Oliveira
Natasha Félix
Helena Zelic
Tertuliana Lustosa
Catia Cernov
Bruno Domingues Machado
Pieta Poeta
Letícia Brito
Marcelo Diniz
Sobre os artistas
André Luiz Pinto
Prazer, esse sou eu
filho de doméstica
numa época em que
patrões cismavam
em chamar de filhas
as mucamas. Eu
criado numa mansão
da Barra, obrigado a amar
patrões como avós
sem direito de herança.
Uma coisa aprendi:
a ler livros e a me irritar
com facilidade – lá, onde
o sinal está vermelho
e sempre acabo errando
a baliza – onde ninguém
divide nada, quando
até