Gestão da Qualidade & Planejamento Estratégico
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Sobre este e-book
Para enfrentar o mercado, que tem como uma das características principais a mudança, utilizam-se o planejamento e a direção estratégica, e, para enfrentar a concorrência, utiliza-se um diferencial competitivo, no caso em estudo, a gestão da qualidade com suas ferramentas e técnicas.
Nesta leitura, você poderá constatar que a sistematização da gestão da qualidade, quando aplicada corretamente com suas ferramentas e propostas, é um importante fator de suporte para a gestão estratégica.
A pesquisa foi realizada através de revisão de artigos científicos e literaturas especializadas, evidenciando a importância da gestão da qualidade e suas ferramentas como suporte essencial para a alta direção.
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Gestão da Qualidade & Planejamento Estratégico - Romero Batista Dias Reis
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como finalidade realizar um estudo teórico referente à qualidade, considerando o planejamento estratégico das organizações, analisando como a Gestão da Qualidade pode dar suporte ao Direcionamento Estratégico.
A rápida evolução tecnológica, a facilidade de acesso aos serviços e produtos, a redução de tempo do ciclo de vida dos produtos, as mudanças constantes no mercado, a facilidade e rapidez de comunicação, a alta capacitação dos recursos humanos, o público cada dia mais exigente no consumo de serviços ou produtos, são apenas alguns dos fatores que fazem a concorrência se transformar no principal ponto de atenção para que uma empresa possa se manter no mercado. Diante disso, a inovação nos serviços, nos produtos e em modelos de gestão empresarial, passam a fazer parte do dia a dia das organizações.
Sendo assim, as empresas que buscam uma fatia do mercado tem que estar dispostas a enfrentar as mudanças, a tal ponto que, esse procedimento venha a ser quase uma rotina. Nos dias atuais, a mudança é inevitável para as organizações e ocorre repetidamente e em velocidade acelerada, sejam elas mudanças nos produtos/serviços, nos preços, na forma de gerir pessoal, no mercado de atuação, na legislação específica, na mudança de concorrentes, entre outras.
Então surge a necessidade do planejamento estratégico consolidado e forte, com o objetivo de tentar prever um futuro de forma mais real possível, estabelecendo objetivos novos ou ajustando os já em execução, para enfrentar o mercado até então desconhecido.
Para facilitar o foco no planejamento estratégico (futuro) é interessante que o modelo de gestão que está em ação no momento, esteja sendo executado da melhor forma possível. Essa base consolidada na gestão pode ser alcançada com ajuda do modelo de Gestão da Qualidade, suas ferramentas e técnicas.
No mercado de mudanças e altamente competitivo, as organizações buscam ferramentas e meios para se destacar, sendo esse o chamado diferencial competitivo. A Gestão da Qualidade, suas ferramentas e técnicas, oferecem um diferencial que também pode ser comprovado (no caso das certificações) ou também, que pode ir além de uma certificação específica e se espalhar por quase todos os processos da organização fazendo com que a Gestão da Qualidade seja uma base sólida para toda a empresa.
Para enfrentar o mercado que tem como uma das características principais a mudança, utiliza-se o planejamento e direção estratégica e, para enfrentar a concorrência, utiliza-se um diferencial competitivo, no caso em estudo, a Gestão da Qualidade com suas ferramentas e técnicas.
Nessa perspectiva, esta pesquisa apresenta como situação problema: Como a Gestão da Qualidade pode contribuir para o Direcionamento estratégico de uma empresa?
Em meio a este cenário, este trabalho se justifica por fomentar a discussão acerca da gestão de qualidade e planejamento estratégico, através das ferramentas da qualidade. Salienta-se ainda que por conta da eficiência produtiva que vem sendo buscada através de ações de planejamento, organização, direção, controle dos aspectos relacionados com a qualidade e nos processos produtivos. Entretanto, fazem-se necessários aspectos como: liderança, comprometimento e o envolvimento ativo da alta direção para com as diversas atividades a serem realizadas para o alcance dos objetivos estabelecidos.
Desse modo, este trabalho apresenta como objetivo geral: Apresentar a importância da Gestão da qualidade (técnicas e ferramentas) como suporte/base para o Direcionamento Estratégico das empresas. Sendo que, para atingir tal objetivo serão propostos como objetivos específicos: Analisar as principais ferramentas da qualidade; Discutir sobre direção e Planejamento Estratégico; Contextualizar Gestão da qualidade com o Direcionamento Estratégico.
2. MARCO TEÓRICO
2.1 HISTÓRICO DA QUALIDADE
A qualidade, em termos conceituais foi tomando dimensões diferentes com o passar dos anos, agregando cada vez mais valor ao produto ou serviço. Nessa perspectiva, um produto pode ser concebido como algo palpável, uma mercadoria tangível, ou seja, um objeto ou um artificio, algo que possui consistência física. Ao tempo que o serviço é intangível, consiste em um processo, uma execução, uma ação, um desempenho, um esforço (MAGNAGO, 2011).
De acordo com Santos (2012), a Gestão da Qualidade está sustentada em três pilares que precisam ser edificados pelas empresas, para que pratiquem a filosofia de gestão da qualidade no seu dia-a-dia, como pode ser visto na Figura 01.
Figura 01. Pilares básicos do gerenciamento da qualidade. Fonte: Santos (2012)
Dessa maneira, essa evolução contribuiu para a padronização do produto sendo levada em consideração a satisfação do consumidor final. Esse termo sempre esteve presente no cotidiano humano, no entanto, não havia um entendimento e uma definição específica sobre o termo. Desde o princípio da vida humana havia uma preocupação com a qualidade dos alimentos que eram extraídos da natureza para consumo, e uma preocupação com as pedras que eram selecionadas para fabricar armas e ferramentas utilizadas pelos homens, por exemplo, como situa Morais (2016).
Nessa perspectiva, a qualidade consiste em um conceito multifacetado, que vai estar em consonância com a situação, podendo estar em um processo de mudança contínua que acompanha o ritmo das mudanças, assim sendo, o conceito de qualidade é entendido como o valor; como conformação de especificações; como conformação a requisitos prévios; como ajustamento do produto/serviço para o usuário; como redução de perdas; como atendimento e/ou superação das expectativas dos consumidores, ou seja, o grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz aos requisitos, sendo o conjunto das propriedades que diferenciam o produto e que satisfazem as necessidades e expectativas dos clientes (BALDINI, 2015).
O conceito de qualidade foi se ressignificando ao longo do século XX, ao tempo que, a qualidade consistia apenas na conferência do trabalho dos artesãos. Na contemporaneidade, motivado pela intensa saturação de produtos nos mercados, a crescente competitividade entre as empresas e pela globalização econômica, esse conceito evoluiu e tornou-se uma exigência dos clientes e não mais uma oferta dos fabricantes. O histórico da qualidade demonstra que diferentes enfoques foram adotados ao longo do tempo, tornando-se questão primordial no sucesso das empresas, o seu perfeito entendimento, devido ao acirramento da competitividade em virtude da globalização da economia (ROTH, 2011).
Conforme a NBR ISO 9000 (2015), a qualidade implica na promoção de uma nova perspectiva de comportamentos e atitudes, atividades e processos que vislumbrem a satisfação das necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes envolvidas. Dessa maneira, a qualidade dos produtos e serviços de uma organização é determinada pela capacidade de satisfazer os clientes e pelo impacto pretendido e não pretendido nas partes interessadas pertinentes.
Com o advento da Revolução Industrial, a customização dos produtos deu lugar à padronização e a produção em série e em larga escala. A fragmentação do trabalho, fez com que a inspeção passasse a ser feita por mão de obra específica e surgiu, então, a figura do inspetor de qualidade. A produção em larga escala de produtos, como o ocorrido na linha de montagem da Ford, evidenciou a necessidade de uma maior conformidade entre projeto e execução. Nessa época, o controle da qualidade deu um grande salto com a criação dos gráficos de controle desenvolvidos por Shewhart, que também foi o responsável pelo desenvolvimento do ciclo PDCA (CARVALHO; PALADINI, 2012).
No limiar do século XX, Frederick Taylor, engenheiro e um dos precursores da administração, institucionalizou a função inspetor de qualidade atribuindo a ele a competência da qualidade dos produtos. Nessa linha, os produtos tinham que apresentar um padrão de qualidade centrando-se, assim na conformidade. Essa fase prevaleceu por muitos anos, não havendo uma análise crítica relacionada às causas do problema ou dos defeitos (COSTA, 2013).
A inquietação com a qualidade, em seu significado inicial, é milenária. Ao longo da trajetória humana compreende-se a obrigação de desenvolvimento de produtos, dentro dos padrões de conformidade