Pangu

De Edson Santos

Uma garota é sequestrada por uma seita, homens que usam máscaras brancas e que se disfarçam no carnaval, por sorte ela é resgatada por um professor que irá passar todo seu conhecimento sobre magia natural, numa aventura envolvendo misticismo, suspense e seres mitológicos, uma historia que se perde entre fatos históricos e a ficção, em busca de um alto grau de conhecimento e comunhão com a natureza.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 9 de mai. de 2022
• ISBN: 9781526056122

Pré-visualização do livro

cover.png

Prólogo

Uma porta se abre lentamente rangendo tão forte que me fez acordar, sinto uma dormência nos braços, não sei como vim parar aqui, era uma noite normal de sábado à noite, estávamos todos animados com a noitada de um bar clássico da cidade, não por ser o melhor ou mais antigo, mas por estar situado as margens do rio, ter bons drinks e ser um ponto de encontro dos jovens que gostam de lugares alternativos, e agora estou aqui amordaçada, amarrada e de olhos vedados, sinto toda a umidade do lugar na pele, me sinto gélida, a escuridão é tão profunda que deixa a alma sentindo-se solitária;

Os passos se aproximam lentamente, ouço o barulho cintilante de uma bandeja sendo posta ao chão, seguido pelo som de água sendo servida.

-Chiiiiiiiiiiiihhh.

Minha respiração está ofegante, sinto seu cheiro e sua respiração próximo ao meu rosto, suas mãos calçadas por uma luva fina tocam meu rosto suavemente com as costas das mãos, esta é a segunda vez que vem até mim, da primeira vez cheguei a quase surtar esperando o pior, muitas moças são estupradas e em seguida assassinadas por psicopatas sexuais que nos olham como um animal carnívoro que observa cada detalhe e movimento de sua presa, infelizmente é comum este tipo de assédio, porém de alguma forma ele não me tocou com teor sexual;

-Chiiiiiiiiiiiiihhh.

Solta um pouco minhas mordaças para que eu possa beber um pouco de água, minha boca e garganta estão secas, não sei se pelo tempo que estou aqui ou pela ressaca da noite passada, e com isto consigo ver um pouco por uma brecha na venda que isola meus olhos;

Meu visitante veste um sobretudo preto com capuz, luvas brancas e usa uma máscara branca sem expressões, uma visão horrenda, principalmente para alguém que se encontra na situação em que estou;

Após beber um pouco de água, um bramido de dor e agonia se mistura ao gosto de sangue na boca, uma mordida na mão e a taça de vidro se quebra ao cair no chão, o som que se sucede é o estalar de um tapa em meu rosto, ardeu os meus lábios, mas juro que valeu muito a pena;

Ele saiu aos palavrões me xingando, talvez o olhar frio que a pouco cuidava de mim tenha se magoado, mas dane-se inferno, eu fui sequestrada; pensava que isto só acontecia com pessoas famosas ou muito ricas, mas comigo não faz sentido, sou neta e filha de agricultores, acostumada a brincar na roça, fazendo bonecas e petecas com as espigas de milho, cortando as asas das cigarras e fazendo pequenos currais como se fossem gado pois não tínhamos dinheiro para comprar brinquedos industrializados;

Recordar a minha infância traz a mente a imagem dos meus avós e isso me dá força, preciso fazer algo para tentar sair daqui, porém com os pés e mãos