CANNABIS: Droga de rua, remédio caseiro ou medicamento?

De Pharmacology University

O que você sabe sobre a cannabis? Uma droga de rua, um remédio caseiro ou um medicamento? Talvez você possa ter uma resposta clara depois de ler este e-book.

A história da cannabis data de civilizações que vão desde a China antiga ao Império Romano. Diversas culturas fazem uso desta planta há mais de 4.000 anos, atraídas por suas propriedades terapêuticas relacionadas ao alívio de dores, reumatismo e gota. Todas as partes da planta também foram utilizadas desde as raízes, folhas e flores, como remédio, o caule para tecidos, fibras e fabricação de papel e finalmente as sementes como óleo e alimento. Naquela época, a cannabis era considerada legal como qualquer outra planta.

No início do século 20, múltiplos fatores e interesses surgiram para estigmatizar o uso de cannabis por meio de uma série de leis estaduais e locais. Essa ilegalidade resultou na disseminação de informações falsas que reforçaram o tabu contra a planta cannabis, apesar de sua origem natural e de seus grandes benefícios. Essa situação também dificulta a realização de inúmeros ensaios clínicos objetivos, ao contrário da coleta de informações através de enquetes que são bastante subjetivas.

No entanto, o interesse pelo seu uso terapêutico aumentou a partir de 1964, após a descoberta do sistema endocanabinoide humano e principal composto responsável pelas propriedades psicoativas da cannabis, o THC, que foi isolado pelo pesquisador Raphael Mechoulam. Foi revelado que o sistema SE está envolvido em múltiplos processos fisiológicos, homeostase e manutenção de um ambiente interno estável apesar das flutuações no ambiente externo, bem como sua relação com diversos tipos de patologias. Atualmente, tem sido usado no tratamento de dores crônicas e neuropáticas, diabetes, câncer e patologias neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Neste livro, você aprenderá sobre a história da cannabis, as causas de sua ilegalidade, a descoberta do sistema endocanabinoide, seus receptores e todas as funções homeostáticas - usos fisiológicos, terapêuticos, alternativas à cannabis como remédio caseiro, óleo de Rick Simpson (RSO) e seus benefícios, os boticários e a farmacologia dos princípios ativos da planta.

Se você estiver interessado em aprender muito mais sobre o incrível mundo da cannabis medicinal, nós o convidamos a aproveitar este livro que a Pharmacology University traz para você.

• Idioma: Português
• Editora: Pharmacology University
• Data de lançamento: 21 de jan. de 2022
• ISBN: 9781005170646

Pharmacology University

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CONTEXTO HISTÓRICO DO USO DA CANNABIS

A história da cannabis remonta ao mundo antigo A primeira evidência registrada sobre o uso terapêutico da cannabis, data do ano 2.737 a.C, na farmacopeia clássica, transcrita pelo lendário fundador da medicina chinesa: o Imperador Sheng Nung; que usou as propriedades medicinais da planta para aliviar dores, reumatismo e gota.

A história da cannabis remonta ao mundo antigo, onde foi relatado seu uso por mais de 4000 anos. A primeira evidência registrada sobre o uso terapêutico da cannabis, data do ano 2.737 a.C, na farmacopeia clássica, transcrita pelo lendário fundador da medicina chinesa: o Imperador Sheng Nung; que usou as propriedades medicinais da planta para aliviar dores, reumatismo e gota.

O Imperador Vermelho Shen Nung

Ao longo da história, todas as partes da planta foram utilizadas: a raiz, folhas e flores como remédio e uso espiritual; o caule para tecidos, fibras e papel; e as sementes para comida e óleo. Em 2003, em Uyghur, Xinjiang - China, uma cesta de couro com fragmentos de folhas e sementes de cannabis foi encontrada ao lado de um xamã mumificado, datando cerca de 2.500 a 2.800 anos de antiguidade.

Da mesma forma, no Egito e em outros países árabes, é documentado o uso terapêutico da cannabis como medicamento, por via oral, em pomadas e curativos. Em suas cerimônias religiosas, era usado sob o nome de qunubu, que infere a correlação entre a palavra hebraica qannabbos (cannabis) e a frase em hebraico bosem qené (cana aromática), usada pelos muçulmanos.

Na Índia (2000 a.C), o hinduísmo usou cannabis em ritos religiosos e sociais. Isso dogmatizou que a cannabis foi criação do deus Shiva como um elixir da vida. Eles basearam sua crença no bhang - uma bebida feita de folhas e botões de cannabis. Acreditava-se que o beber purificava o corpo do pecado e ajudava a evitar o perigo após a morte. Era usado também com o objetivo de dar agilidade à mente, proporcionando saúde e vida longa; além disso, foram atribuídas propriedades afrodisíacas e terapêuticas para tratar febre, insônia, lepra, enxaqueca, tosse convulsa, doenças venéreas e até tuberculose.

Depois, Dioscórides - médico e farmacologista grego - recolheu informações em suas viagens, sobre as propriedades curativas de várias plantas, incluindo a cannabis. Dioscorides escreveu o herbário sobre material Médico, um manual básico de farmacologia que descreve as propriedades da cannabis para o tratamento de inflamação, dor, edema e rigidez articular.

A planta cannabis foi usada em diferentes culturas devido a suas múltiplas propriedades. Foi no início do século 20, quando o descrédito do uso da cannabis começou através de uma série de leis estaduais e locais nos EUA.

A planta cannabis foi usada em diferentes culturas devido a suas múltiplas propriedades terapêuticas por mais de 5.000 anos. Foi no início do século 20, quando o descrédito do uso da cannabis começou através de uma série de leis estaduais e locais nos EUA. Até que seu uso foi proibido em 1961 pela Convenção Única sobre Entorpecentes da ONU.

Regulação da cannabis

Para entender um pouco melhor a cannabis e como a civilização de hoje a percebe, vamos falar sobre o conceito de 'droga'. Do ponto de vista médico e farmacêutico, é uma substância ou princípio ativo, capaz de prevenir, aliviar ou curar um distúrbio ou doença. Por outro lado, no plano social; a palavra droga é usada