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Noções básicas de Neurorreabilitação: Sistema Nervoso Simpático  A ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS) leva ao aumento geral d
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E-book327 páginas3 horas

Noções básicas de Neurorreabilitação: Sistema Nervoso Simpático A ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS) leva ao aumento geral d

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Sobre este e-book

Autores:

•Dr.Erkin (Dzhamanbaev) – Diretor Médico do Centro Internacional de Reabilitação Neurológica Adeli (Eslováquia), Doutor em Medicina. Doutor em Medicina Interna, Anestesista, Especialista em Gerenciamento da Dor, Especialista em Medicina de Desastres, Doutor em Ayurveda e Yogaterapia.

•Dra. Diana Pohilko – Licenciada em Consultoria de Saúde Mental, Psicoterapeuta, Especialista em Gestalt Terapia e supervisora de ensino em Gestalt Terapia.

•M.Sc. Katarina Bolerazska, Licenciada em Fonoaudiologia.

Este livro é dividido em uma série de partes principais:

1.Conceito moderno da neurorreabilitação

2.Classificações e definições das doenças neurológicas

3.Algumas estruturas anatômicas importantes e menos conhecidas no processo de neurorreabilitação

4.As causas mais comuns que levam aos problemas neurológicos

5.Métodos de reabilitação praticados no mundo (mais comumente)

6.Aspectos psicológicos na neurorreabilitação

7.Entendendo a fonoaudiologia

O livro é escrito para os pacientes, suas famílias e profissionais da saúde interessados nas questões sobre reabilitação.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento17 de jun. de 2022
ISBN9781667435480
Noções básicas de Neurorreabilitação: Sistema Nervoso Simpático  A ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS) leva ao aumento geral d

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    Noções básicas de Neurorreabilitação - Erkinbek Dzhamanbaev

    Noções básicas de

    Neurorreabilitação

    Para pacientes, familiares e profissionais da saúde

    Erkinbek Dzhamanbaev (Dr.Erkin)

    Noções básicas de neurorreabilitação

    Todos os direitos reservados

    Primeira Edição, 2021

    © Erkinbek Dzhamanbaev, 2021

    Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em sistemas de recuperação, ou transmitida, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotocopiador, gravador ou de qualquer outra forma, sem a autorização prévia por escrito do autor.

    Noções básicas de neurorreabilitação

    Para pacientes, familiares e profissionais da saúde

    Autores:

    •  Dr.Erkin (Dzhamanbaev) – Diretor Médico do Centro Internacional de Reabilitação Neurológica Adeli (Eslováquia), Doutor em Medicina. Doutor em Medicina Interna, Anestesista, Especialista em Gerenciamento da Dor, Especialista em Medicina de Desastres, Doutor em Ayurveda e Yogaterapia.

    •  Dra. Diana Pohilko – Licenciada em Consultoria de Saúde Mental, Psicoterapeuta, Especialista em Gestalt Terapia e supervisora de ensino em Gestalt Terapia.

    •  M.Sc. Katarina Bolerazska, Licenciada em Fonoaudiologia.

    Este livro é dividido em uma série de partes principais:

    Conceito moderno da neurorreabilitação

    Classificações e definições das doenças neurológicas

    Algumas estruturas anatômicas importantes e menos conhecidas no processo de neurorreabilitação

    As causas mais comuns que levam aos problemas neurológicos

    Métodos de reabilitação praticados no mundo (mais comumente)

    Aspectos psicológicos na neurorreabilitação

    Entendendo a fonoaudiologia

    O livro é escrito para os pacientes, suas famílias e profissionais da saúde interessados nas questões sobre reabilitação.

    Sumário

    PARTE 1. QUAL É O CONCEITO MODERNO DE REABILITAÇÃO?....1

    INCAPACIDADE E REABILITAÇÃO..................................1

    Reabilitação..............................................................................................................1

    O que é reabilitação:................................................2

    Reabilitação de distúrbios neurológicos.................................3

    PRINCÍPIOS DA REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA......................5

    DEFICIÊNCIA, INCAPACIDADE E DESVANTAGEM....................6

    OS MODELOS MÉDICO E SOCIAL DE INCAPACIDADE.................7

    ABORDAGENS BÁSICAS EM REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA..........9

    A EQUIPE DE REABILITAÇÃO......................................11

    PARTE 2. ALGUMAS ESTRUTURAS E CONDIÇÕES CRÍTICAMENTE IMPORTANTES .................................................................................................................11

    Sistema Nervoso Autônomo.........................................11

    Simpático.......................................................12

    Parassimpático....................................................13

    O que é fáscia?...................................................13

    ESPASTICIDADE..................................................14

    PARALISIA.......................................................17

    PARTE 3 CLASSIFICAÇÃO........................................20

    CIF..............................................................20

    A CIF classifica a funcionalidade e a incapacidade associadas aos estados de saúde......................................................................................................................21

    Relação entre a ICIDH e a CIF.......................................21

    Princípios fundamentais da CIF......................................22

    v

    PARTE 4 DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS...........................25

    Manifestações e exames clínicos .....................................27

    DOENÇAS GENÉTICAS............................................28

    Tipos de doenças genéticas:.........................................28

    Lesões cerebrais traumáticas........................................30

    Incapacidade por Traumatismo Cranioencefálico........................30

    Acidente Vascular Encefálico.......................................31

    Neuroinfecções...................................................33

    Encefalite viral...................................................33

    Doenças parasitárias...............................................35

    Toxoplasmose....................................................35

    Esclerose múltipla................................................36

    Epilepsia........................................................38

    Dor associada a distúrbios neurológicos................................41

    Paralisia cerebral..................................................46

    Lesão da medular espinhal..........................................48

    Outros tipos de lesões da medula espinhal..............................49

    Condições secundárias à lesão da medula espinhal.......................52

    PARTE 4. MÉTODOS DE TERAPIA.................................54

    Visão geral sobre órteses...........................................55

    QUIROPRAXIA....................................................56

    Terapia manual...................................................59

    Massagem.......................................................62

    TERAPIA A LASER................................................64

    TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE Extracorpóreas.....................66

    TERAPIA COM ULTRASSOM.......................................67

    MANIPULAÇÃO VISCERAL........................................71

    PARTE 5 Aspectos psicológicos da reabilitação.........................73

    O que acontece se o seu filho for portador de incapacidade?................83

    Aqui estão algumas dicas:..........................................87

    O que deve ser feito?..............................................89

    Recomendações para pais de filhos com incapacidades:...................90

    O que acontece quando você é adulto e tem problema de trauma severo ou incapacidade?.....91

    Fatores que afetam o processo de reabilitação psicológica:.................93

    Os principais focos terapêuticos são:..................................94

    Efeitos psicológicos negativos.......................................95

    O problema da estigmatização das pessoas com incapacidades..............99

    Isso está diretamente ligado ao problema da estigmatização................100

    PARTE 6 O QUE É A PATOLOGIA DA FALA E LINGUAGEM?.......101

    ONDE ENCONTRAR PATOLOGISTAS DA FALA E LINGUAGEM?.......102

    Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).........................103

    Disartria.......................................................103

    Diagnóstico de disartria...........................................107

    Terapia para disartria.............................................108

    Terapia da fala - núcleo:...........................................111

    Afasia.........................................................112

    Diagnóstico de afasia.............................................116

    Terapia para afasia...............................................119

    Dispraxia verbal do desenvolvimento.................................120

    Problemas de terminologia:........................................120

    Diagnósticos de dispraxia verbal do desenvolvimento....................122

    Terapia para dispraxia verbal do desenvolvimento......................123

    Apraxia da fala adquirida..........................................124

    Terapia para Apraxia da Fala Adquirida...............................125

    Gagueira.......................................................126

    Taquifemia.....................................................127

    Diagnóstico de Gagueira...........................................128

    Diagnóstico de Taquifemia.........................................129

    Terapia para Gagueira.............................................129

    Terapia para Taquifemia...........................................131

    Disfagia........................................................131

    Disfagia infantil.................................................132

    Diagnóstico de disfagia............................................135

    Terapia para disfagia...............................................................................................................140

    Distúrbios do som da fala..........................................142

    Diagnóstico de distúrbios do som da fala..............................145

    Terapia para distúrbios do som da fala................................146

    Fala de fenda palatina.............................................147

    Diagnóstico da fala de fenda palatina.................................149

    Terapia para fala de fenda palatina...................................151

    Incapacidades específicas de aprendizagem............................154

    Diagnóstico de incapacidades específicas de aprendizagem...............157

    Terapia para incapacidades específicas de aprendizagem.................159

    Distúrbios da voz................................................160

    Diagnóstico de distúrbios da voz....................................161

    Terapia para distúrbios da voz......................................163

    ––––––––

    ––––––––

    QUAL É O CONCEITO MODERNO DE REABILITAÇÃO?

    INCAPACIDADE E REABILITAÇÃO

    Muitos distúrbios e condições neurológicas afetam a funcionalidade de um indivíduo e resultam em incapacidades, ou limitam suas atividades e restringem sua participação na sociedade. De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), o modelo médico vê a incapacidade como um atributo da pessoa, diretamente causado por doença, trauma ou outras condições de saúde, que requerem cuidados médicos na forma de tratamento individualizado.

    O manejo da incapacidade tem como objetivo a cura ou a adaptação do indivíduo, além da mudança de comportamento. O modelo social de incapacidade vê a questão, principalmente, como um problema socialmente criado e uma questão relacionada à plena integração do indivíduo à sociedade.

    Reabilitação

    A OMS define reabilitação como um processo ativo pelo qual pessoas afetadas por lesão ou doença alcançam uma recuperação completa ou, se uma recuperação completa não for possível, atingem seu potencial físico, mental e social ideal e são integradas de forma mais adaptada ao seu ambiente. A reabilitação é um dos componentes essenciais da estratégia de atenção primária em saúde, e da promoção, prevenção e tratamento. Enquanto a promoção e a prevenção visam, principalmente, os fatores de risco de doenças, e o tratamento visa a doença, a reabilitação visa a funcionalidade humana. Tal como acontece com outras estratégias essenciais em saúde, ela tem importância variável e é relevante para todas as outras especialidades médicas e áreas da saúde.

    A reabilitação tem como objetivo permitir que as pessoas que experimentam ou estão em risco de incapacidade, alcancem a funcionalidade ideal, a autonomia e a autodeterminação na interação com um ambiente físico, social e econômico mais amplo. Ela se baseia no modelo integrador de funcionalidade humana, incapacidade e saúde, que entende a funcionalidade e incapacidade humana como uma experiência em relação às condições de saúde, deficiência, e interação com o meio ambiente. A reabilitação envolve um processo colaborativo e iterativo de resolução de problemas, ao longo da continuidade de cuidados desde o hospital até a comunidade.

    Baseia-se em quatro abordagens fundamentais que integram um amplo espectro de intervenções:

    1)  abordagens biomédicas e de engenharia;

    2)  construir e fortalecer os recursos da pessoa;

    3)  proporcionar um ambiente facilitador;

    4)  orientar serviços, setores e financiadores.

    Intervenções específicas de reabilitação incluem medicina física, farmacologia e nutrição, psicologia e comportamento, educação e aconselhamento, orientação ocupacional e vocacional, serviços sociais e de apoio, arquitetura e engenharia e outras intervenções.

    O que é reabilitação:

    •  Prevenção da perda de função

    •  Diminuição da taxa de perda de função

    •  Melhoria ou restauração de função

    •  Compensação da função perdida

    •  Manutenção da função atual

    Os serviços de reabilitação são como pontes entre o isolamento e a exclusão – muitas vezes o primeiro passo para alcançar os direitos fundamentais. A saúde é um direito fundamental, e a reabilitação é uma poderosa ferramenta para proporcionar autonomia pessoal.

    O processo iterativo de resolução de problemas é chamado de Rehab-CYCLE. O Rehab-CYCLE envolve quatro etapas: avaliar, atribuir, intervir e verificar. O processo é aplicado em dois níveis. O primeiro refere-se à orientação ao longo da continuidade do cuidado, e o segundo à prestação de um serviço específico.

    A etapa de avaliação inclui a identificação dos problemas e necessidades da pessoa, avaliação do potencial de reabilitação e prognóstico, e a definição do atendimento de longo prazo e objetivos do programa de intervenção.

    A etapa de atribuição refere-se à atribuição a um serviço e a um programa de intervenção. Do ponto de vista da orientação, a etapa de intervenção não é bem especificada.

    A etapa de verificação refere-se ao atendimento e ao alcance do objetivo da intervenção. Da perspectiva do serviço, a etapa de avaliação inclui a identificação dos problemas de uma pessoa, a revisão e modificação potencial do serviço ou objetivos do programa de intervenção, e a definição dos primeiros objetivos e alvos de intervenção do Rehab-CYCLE.

    A etapa de intervenção refere-se à especificação das técnicas de intervenção, à definição das medidas de indicadores para acompanhar o progresso da intervenção e à definição dos valores-alvo a serem alcançados em um período pré-determinado.

    A etapa de verificação refere-se à verificação do alcance da meta em relação aos valores alvo especificados das medidas do indicador, as metas do Rehab-CYCLE e, finalmente, as metas do programa de intervenção. Também inclui a decisão sobre a necessidade de outro ciclo de intervenção com base em uma reavaliação.

    Reabilitação de distúrbios neurológicos.

    A reabilitação deve começar o mais rápido possível após o diagnóstico de um distúrbio ou condição neurológica, e deve se concentrar na perspectiva da reabilitação na comunidade. A reabilitação é frequentemente associada exclusivamente a esforços multidisciplinares bem estabelecidos e coordenados por serviços especializados de reabilitação. Uma vez que a disponibilidade e o acesso a esses serviços especializados de internação ou de ambulatório estão no centro de uma reabilitação bem-sucedida, existe a necessidade de proporcionar o fornecimento de serviços de reabilitação. Desde os centros de urgência até ao hospital de bairro e à comunidade, os profissionais de saúde muitas vezes não são especializados em reabilitação, mas trabalham em estreita colaboração com os profissionais em reabilitação. É essencial reconhecer que os esforços de reabilitação na comunidade podem ser realizados por profissionais de fora do setor da saúde, idealmente em colaboração com profissionais em reabilitação.

    A filosofia da reabilitação enfatiza a educação do paciente e o autogerenciamento, e é bastante adequada para algumas condições neurológicas. A base para uma neurorreabilitação bem-sucedida é a compreensão e mensuração aprofundadas da funcionalidade, e a aplicação de intervenções, programas de intervenção e serviços eficazes. Uma ampla gama de intervenções de reabilitação, programas de intervenção e serviços demonstrou contribuir efetivamente para a optimização da funcionalidade das pessoas com condições neurológicas. Uma neurorreabilitação eficaz é baseada em avaliação especializada e multidisciplinar, programas realistas e orientados a objetivos, e avaliação do impacto do processo nas conquistas de reabilitação do paciente; a avaliação com base científica e as medidas de resultados clinicamente apropriadas também devem incorporar as perspectivas do paciente e da família.

    Existem diversas complexidades no processo de neurorreabilitação, pois os pacientes podem apresentar sequelas diversas, dentre elas:

    As limitações de funcionalidade física podem ser evidentes de várias maneiras – como paralisia do corpo ou de seus lados – limitando a capacidade da pessoa de realizar muitas atividades da vida diária, além de limitar a mobilidade do indivíduo na comunidade e, eventualmente, a capacidade de retornar a frequentar a escola. Os pacientes também podem apresentar rigidez, movimentos descoordenados e debilidade.

    As pessoas com incapacidades têm acesso mínimo a serviços de reabilitação e tecnologia assistiva apropriada, assim como cadeiras de rodas adequadas. As pessoas com traumatismo craniano que necessitam de cadeiras de rodas para se posicionar e se locomover adequadamente, podem ser gravemente prejudicadas em sua possibilidade de sair de casa e participar de atividades comunitárias, acessar instalações educacionais ou trabalhar.

    As deficiências cognitivas podem se manifestar como problemas de memória e atenção, deficiência intelectual leve a grave, falta de perseverança e capacidade limitada de aprendizagem. Isso pode impossibilitar o retorno ao trabalho, afetar a estabilidade emocional e limitar o desempenho no trabalho ou em casa. Todos esses problemas afetarão o estado emocional de uma pessoa e de sua família e amigos. Podendo também significar isolamento social a longo prazo, agravando a depressão.

    Problemas comportamentais como controle deficiente de impulsos, raiva e impulsos sexuais descontrolados, falta de percepção e perseverança, e a impossibilidade de aprender com os erros do passado, são apenas algumas das sequelas comportamentais que afetam a capacidade de envolvimento da pessoa. E isso passa ser aceito socialmente e limitar ainda mais a possibilidade de retorno aos serviços educacionais ou vocacionais. Problemas comportamentais também podem se tornar evidentes quando a pessoa afetada percebe a gravidade de suas limitações e o fato de que elas podem ser permanentes. Deficiências de comunicação na forma de problemas de fala, vocalização deficiente ou estomas, combinados com a falta de acesso a dispositivos de comunicação aumentativa ou alternativa, são meios certos de isolamento social.

    As atividades da vida diária necessárias são afetadas por limitações funcionais e cognitivas. Coisas como, por exemplo, se vestir ou levar uma colher de comida à boca podem ser impossíveis. As barreiras psicossociais, como o acesso limitado à educação, a impossibilidade de recuperar o status profissional ou ser realocado profissionalmente, são consequências das limitações mencionadas anteriormente. Estas impactam ainda mais os aspectos comportamentais, físicos e cognitivos da pessoa afetada por um distúrbio neurológico que causa incapacidade.

    PRINCÍPIOS DA REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA

    A reabilitação neurológica é, em muitos aspectos, diferente dos outros ramos da neurologia. A reabilitação é um processo de educação da pessoa com incapacidade, que tem como objetivo final ajudá-la a conviver com a família, amigos, trabalho e lazer da forma mais independente possível. É um processo que envolve, de forma centralizada, a pessoa com incapacidade na elaboração de planos e estabelecimento de metas essenciais e relevantes para suas circunstâncias particulares. Em outras palavras, é um processo que não é feito para a pessoa com incapacidade, mas um processo que é feito pela própria pessoa com incapacidade, mas com a orientação, apoio e ajuda de uma ampla gama de profissionais.

    A reabilitação tem que ir além dos limites relativamente estreitos da doença física, e precisa lidar com as consequências psicológicas da incapacidade e o meio social em que a pessoa com incapacidade tem que atuar. Assim, um fator chave que diferencia a reabilitação de grande parte da neurologia, é que não é um processo que os neurologistas podem realizar sozinhos, mas requer uma parceria ativa com toda uma gama de profissionais de saúde e serviço social.

    O processo de reabilitação

    •  Um processo educacional

    •  Envolvimento central da pessoa com incapacidade no planejamento do programa

    •  Envolvimento fundamental da família, amigos e colegas

    •  Um processo que requer metas claras a serem definidas e medidas

    •  Um processo interdisciplinar

    •  Um processo baseado nos conceitos de incapacidade (atividade) e desvantagem (participação)

    Devido à complexidade da reabilitação baseada no modelo integrativo mencionado acima, os serviços de reabilitação e as intervenções que aplicam a estratégia de reabilitação, precisam ser coordenados ao longo da continuidade do atendimento em serviços especializados e não especializados, setores e financiadores.

    DEFICIÊNCIA, INCAPACIDADE E DESVANTAGEM

    Estes são conceitos-chave que formam os princípios básicos da reabilitação neurológica. Os conceitos foram desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde em 1980. Embora os termos tenham sido modernizados recentemente (e as novas definições são discutidas abaixo), os três termos originais — incapacidade, deficiência e desvantagem — são tão conhecidos e tão arraigados na filosofia da reabilitação neurológica, que vale a pena discutir os termos mais antigos primeiramente. Deficiência é apenas um termo descritivo. Não pressupõe nada sobre consequência.

    Exemplos são hemiparesia direita, perda sensorial do lado esquerdo ou hemianopsia homônima.

    No entanto, uma hemiparesia direita pode obviamente ser relativamente leve e levar a praticamente nenhuma consequência funcional, ou grave e levar a uma completa impossibilidade de andar. A consequência funcional da deficiência é uma incapacidade. A neurologia investigativa e diagnóstica precisa claramente identificar a deficiência para levar a investigações apropriadas e ao eventual diagnóstico. No entanto, a reabilitação neurológica vai além da deficiência e olha para a consequência funcional, tentando minimizar o impacto da incapacidade no indivíduo.

    Assim, a reabilitação neurológica lida principalmente com a incapacidade. No entanto, o conceito de desvantagem é igualmente importante. Desvantagem é a descrição do contexto

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