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DENTRO DO TEU OLHAR
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DENTRO DO TEU OLHAR
E-book150 páginas2 horas

DENTRO DO TEU OLHAR

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Sobre este e-book

Don e Angel estão separados por um oceano e uma 'existência' de distância.Embora não se conheçam, fisicamente, suas almas se buscam e se reencontram desde o princípio dos tempos.Eles não se consideram 'almas gêmeas', mas, o amor que os une, é tão inexplicável, como sem precedentes, embora, descobrirão com o tempo, isso não os torna imunes às paixões mundanas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de ago. de 2022
ISBN9786553910560
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    DENTRO DO TEU OLHAR - Sili Romani

    Prólogo

    Era um entardecer de domingo como qualquer outro na vida de Angel, não fosse o fato de ter ficado sem cigarros, o que raramente acontecia.

    Havia poucos estabelecimentos comerciais abertos aos domingos na pacata cidade litorânea do sul do Brasil, onde Angel morava com a mãe e o filho de 10 anos.

    Angel pegou a bolsa e as chaves do carro e dirigiu-se até a beira-mar, onde costumavam ter alguns poucos bares abertos, ainda no final de temporada. Quando o verão terminasse, eles fechariam suas portas para reabrirem, somente, no início do verão do ano seguinte.

    Dois quarteirões depois desses bares, havia um hotel novo construído há poucos meses, onde talvez ela encontrasse o que procurava. Mas ela preferia entrar em um local mais modesto. Não se sentia vestida de acordo para entrar no hotel que, diga-se de passagem, só conhecia por fora. Nunca havia entrado ali.

    O entardecer estava lindo! O sol alaranjado deixava a praia com um ar misterioso, como se a água pudesse estar incendiando.

    O mar estava calmo, o que não era comum para essa região de águas, geralmente, bem agitadas. Uma brisa suave soprava para refrescar um dia que havia sido particularmente quente. Nada estava como costumava ser. Calor demais e vento de menos. Isso não era costumeiro.

    Ao estacionar o carro, Angel deu uma olhada panorâmica nos bares enfileirados, lado a lado. Alguns fechados. Três abertos. Rapidamente, resolveu entrar no mais próximo, apesar de ser o mais cheio. — É entrar, comprar e sair - pensou ela.

    Percebeu que havia uma placa indicando que a porta por onde ia entrar, era a saída. Deu a volta e encontrou a porta de entrada. Observou que o bar estava mais cheio do que parecia, visto de fora. Havia muitas pessoas sentadas às mesas e muito barulho ali. As pessoas conversavam bastante, riam alto... enfim, se divertiam.

    Direto ao balcão, Angel pediu o maço de cigarros e ficou de pé, aguardando que o balconista fosse buscar no estoque, já que havia terminado no mostruário do balcão.

    Não havia se passado dois minutos quando Angel, mesmo de costas para a porta de entrada, sentiu uma presença muito forte, algo que já havia sentido antes, mas que ficara no passado e que, nesse momento, não tinha como explicar.

    Automaticamente, ela virou o corpo de lado e a cabeça o suficiente para olhar em direção à porta.

    Há poucos metros da entrada, no corredor do bar, um homem aparentando 30 anos, vestindo jeans e camiseta azul com gola polo, cabelos castanhos escuros e medindo aproximadamente 1,80 m.

    Ele estava parado. Imóvel. Os olhos de Angel, fixos nos olhos negros e profundos daquele estranho, por um tempo que pareceu uma eternidade. Ela tinha a impressão de sempre ter estado mergulhada naquele olhar.

    Mil coisas se passaram na mente de Angel, sem que ela conseguisse assimilar nada. Até que uma voz vinda do balcão a tirou do transe: — O cigarro. - disse o balconista.

    Angel virou-se para o balcão pegando o maço de cigarros. Colocou-o na bolsa e, com as mãos trêmulas, procurou a carteira. Pagou o atendente e virou levemente a cabeça para procurar aquele olhar que a havia perturbado tanto, mas já não havia ninguém lá.

    Com uma tristeza inexplicável e profunda, ela baixou os olhos em direção ao chão, tentando entender o significado disso que acabara de acontecer, mas antes que alguma resposta lhe ocorresse, uma mão pousou suavemente em seu ombro.

    Todos os sons daquele ambiente, sumiram. Angel sentiu como se estivesse sozinha ali. Nenhum barulho, nenhuma pessoa. Apenas ela e uma mão em seu ombro. Um toque..., mas não qualquer toque. Esse fez com que seu coração acelerasse e sua respiração ficasse ofegante. Seu estômago embrulhado e uma vertigem fizeram sua cabeça rodar. Então, ela disse a si mesma: — Respira, Angel, respira.

    Angel virou para trás, muito lentamente, porque se mexer, era quase impossível. O esforço que fazia para mexer seus músculos, era descomunal. E então, seus olhos mergulharam novamente naqueles olhos negros infinitos, que pareciam conter em si todos os mistérios do mundo.

    Mesmo com a certeza de jamais ter visto aquele rosto, sem expressão alguma, aquele olhar lhe era extremamente íntimo. Novamente, veio a impressão de ter passado sua vida inteira dentro daquele olhar.

    E foi então que, com uma voz grave e ao mesmo tempo doce como mel, o estranho disse as palavras que mudariam sua vida para sempre:

    — Amor da minha vida! Amor de todas as minhas vidas!

    CAPÍTULO 1

    Angel

    Angel tinha tido uma boa vida de classe média no Brasil. Nascida no sul do país, cresceu com os pais e três irmãos. Estudou em boas escolas, cursou faculdade de Secretariado e trabalhou em diversas empresas da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, onde viveu até os 28 anos de idade.

    Foi uma criança feliz e uma adolescente típica, com seus altos e baixos emocionais.

    De estatura mediana; magra (mais do que gostaria); cabelos cacheados, quase ruivos; pele branca e com sardas, que ela detestava, apesar de não serem muitas; e olhos cor de mel, praticamente da mesma cor de seus cabelos. Sua autoestima era oscilante, mas na adolescência ela geralmente era mais baixa do que alta.

    Apesar de comunicar-se bem com as pessoas, Angel não apreciava muitas festas. Sempre preferiu a companhia de poucos amigos. Um bom bate-papo, ouvir uma boa música ou passear em um parque, acompanhada da melhor amiga ou de algum namoradinho da escola.

    Nas férias escolares, costumava viajar com a família pelo país a fora, ou mesmo para o exterior. Também para a casa de praia que ficava a 100 Km da capital, ou para a casa de campo que ficava a 100 Km no sentido oposto.

    O contato com a natureza quase sempre lhe fazia bem. Às vezes a deixava introspectiva demais.

    Mesmo frequentando poucas festas, conheceu muitas pessoas e se aproximava delas com certa facilidade.

    Tinha até uma certa ânsia por conhecer novas pessoas. Parecia que procurava por alguém em especial, embora isso não fizesse muito sentido, pelo menos à época.

    Quando encontrava um garoto que lhe interessava, vivia uma paixão intensa, como um fogo que dizimava um balde de palha seca em segundos. E, quando apagava, não sobrava nada além de um grande vazio e uma frustração muito grande.

    Não entendia a paixão. Acreditava que aquilo que sentia era amor. Sendo assim, pensava ser incapaz de amar. Mas no âmago do seu ser, algo dizia que um dia encontraria o seu amor. Dessa forma, continuava tentando encontrá-lo.

    Angel tinha apenas 18 anos quando engravidou. Nove meses depois, se viu casada, com um filho no colo e muitas dúvidas na cabeça. A paixão que sentira pelo pai de seu filho, já havia terminado, como tantas outras. E o casamento, também.

    Seu filho, Rafael, era motivo de muita felicidade. Era um menino lindo, esperto e inteligente. Ele fazia seus dias mais felizes. Mas não foi fácil criá-lo, sendo Angel tão jovem, cursando a faculdade e trabalhando. Sua mãe, que já havia se aposentado, ajudava a criá-lo. Mesmo com todo seu tempo tomado, Angel por vezes sentia um vazio no peito. Tinha uma lacuna não preenchida em si.

    Três anos após ter se tornado mãe, Angel, agora contando com 21 anos, terminou a faculdade. Ela já trabalhava em uma empresa, mas procurava sempre por outra melhor. Assim, trabalhou em diferentes empresas, conheceu muitas pessoas, se apaixonou algumas vezes. Mas seus relacionamentos, continuavam com princípio e fim. Não havia meio. Eram muito rápidos. Novas paixões...novas frustrações.

    Quando Rafael estava com 5 anos e Angel com 23, ela se envolveu em um relacionamento com um colega de trabalho. Esse, parecia estar durando um pouco mais. Mas quando estariam quase completando um ano de namoro, o namorado veio a falecer, devido a um acidente de carro. Foi um choque para Angel. Era um homem jovem, com 27 anos e cheio de futuro, pensava ela: — Não está certo.

    Durante a semana seguinte, Angel chorou dia e noite, inconsolável. Não importava se estava em casa, na rua ou no trabalho.

    Nascida em uma família católica, ela buscou conforto na religião. Mas não encontrou.

    Depois de uma semana, um amigo de Angel, Clésio, perguntou se ela conhecia o espiritismo. Angel respondeu que já tinha ouvido falar, mas que não sabia, exatamente, do que se tratava.

    Clésio explicou a Angel, rapidamente, do que se tratava e perguntou se ela gostaria de ir com ele à casa espírita que ele costumava frequentar. Disse que, provavelmente, ela encontraria o conforto que tanto precisava naquele local. Ela aceitou, pensando não ter o que perder. Precisava tirar essa dor do seu peito.

    No dia seguinte, Angel acompanhou o amigo a tal casa espírita. Viu-se sentada em uma sala repleta de outras pessoas, tendo à frente do recinto alguns trabalhadores da casa, de pé. Sentado no meio de uma grande mesa, estava um homem, também trabalhador da casa, proferindo uma palestra. Angel, ainda transtornada, não entendia muito bem sobre o que o homem falava e nem o que estaria ela fazendo ali.

    Quando a palestra terminou e Angel pensou que finalmente iria embora, uma das trabalhadoras da casa, que estava de pé na frente da sala, dirigiu-se a ela e começou a falar:

    — Fique tranquila, irmãzinha! – disse ela. — Ele está bem e amanhã você também estará.

    Angel saiu da casa ao término do trabalho e, de fato, sentia-se um pouco melhor.

    À noite durante um sonho, que parecia muito real, ela se viu sentada em um banco de pedra, desses que se costuma encontrar nas praças das cidades. Esse banco estava em uma espécie de círculo, demarcado por outros bancos iguais. Existia uma névoa encobrindo tudo que ultrapassava esse círculo, no qual Angel se encontrava.

    Ela sabia que esperava por algo, ou alguém, mas não sabia o que, ou quem seria.

    Após um curto período, Angel viu surgir, do meio do nevoeiro, o namorado morto recentemente no acidente de carro. Ele estava acompanhado de duas pessoas, que o amparavam pelos braços, suavemente. Todos vestiam roupas compridas, feitas de um tecido leve e branco.

    Angel levantou-se e foi até ele. Abraçou-o por um bom tempo, no que foi correspondida. Em seguida, uma das pessoas que o acompanhava fez um sinal com a mão estendida para que eles

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