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Crônicas Reunidas
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E-book222 páginas2 horas

Crônicas Reunidas

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Sobre este e-book

Certa vez Carlos Drummond de Andrade chamou as suas crônicas de croniquices . É que, antigamente, a crônica era algo mais sisudo e se limitava a compilações de grandes fatos históricos. Então, o que Drummond quis dizer nas entrelinhas é que, no mundo contemporâneo, esse tipo de escrita passou a refletir quase tudo, desde a vida cotidiana, a política, os costumes, as piadas e até a história propriamente dita. Claro, também vieram as crônicas especializadas disso ou daquilo, mas, a crônica a que Drummond se referiu e que é dominante neste livro, é aquela sem amarras , leve, variada e dispensando certas especializações. UMA ESPÉCIE DE MISTURA ENTRE O JORNALISMO E A LITERATURA. isso tudo se encaixa perfeitamente nos agitados dias atuais, muitas vezes em um território livre da imaginação, mas sem esquecer da realidade, pois usa textos curtos, linguagem simples, poucos personagens e, quase sempre, com algum item cultural, além das pitadas de humor e de críticas, resultando em uma leitura agradável, proveitosa e própria para a agitada vida em que vivemos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de jun. de 2022
Crônicas Reunidas

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    Crônicas Reunidas - Darci Men

    Crônicas Reunidas

    (Do Blog Cachorro Solitário)

    Por Darci Men

    São Paulo – SP

    Primeira edição

    Edição do Autor

    Junho de 2022

    - o -

    Créditos

    CRÔNICAS originalmente PUBLICADAS

    NO BLOG: cachorrosolitario

    www.cachorrosolitario.com.br

    Texto e autoria: Darci Men

    Edição: Diogo Scooby Lima

    Capa: Karina Martinez

    Revisão: Sara Santos

    Imagens: Arquivo pessoal, Vecteezy e Pexels

    ISBN:

    Direitos reservados: Todos os direitos foram reservados, ficando proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem a prévia autorização do autor.

    - o –

    Pensamentos:

    O mundo não é perfeito, mas não há beleza que supere o charme de alguém que sabe carregar com classe as suas próprias imperfeições.

    Darci Men

    A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.

    Charles Chaplin

    Ao vencido, o ódio ou a compaixão; ao vencedor, as batatas!

    Machado de Assis

    - o –

    Agradecimentos

    É inegável que escrever um livro nunca é um ato solitário.

    O caso deste livro não foi diferente e foram várias pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que esta obra se tornasse uma realidade.

    Assim, deixo o meu agradecimento a todos que colaboraram e, em especial, aos amigos Diogo Scooby Lima e Sara Santos, pela fabulosa parceria neste projeto.

    Então, do fundo do meu velho e remendado coração, os meus mais sinceros agradecimentos a todos.

    Darci Men

    - o –

    Breves notas do autor:

    Certa vez Carlos Drummond de Andrade chamou as suas crônicas de "croniquices".

    É que, antigamente, a crônica era algo mais sisudo e se limitava a compilações de grandes fatos históricos.

    O que Drummond quis dizer nas entrelinhas, é que, no mundo contemporâneo, a crônica mudou e esse tipo de escrita passou a refletir quase tudo, desde a vida social, a política, os costumes, o cotidiano, o esporte, as piadas e até a história propriamente dita. Claro, também passou a existir as crônicas específicas disso ou daquilo, mas, a crônica a que ele se referiu e a que eu gosto de fazer é aquela sem amarras, leve e dispensando certas especializações.

    Uma espécie de mistura entre o jornalismo e a literatura.

    Ela se encaixa perfeitamente nos dias atuais, pois atua no território livre da imaginação, mas sem esquecer-se da realidade, com textos curtos, linguagem simples, poucos personagens e, quase sempre, com algum item cultural, de humor e de críticas, resultando em uma leitura agradável, proveitosa e própria para a agitada vida em que vivemos.

    Apesar de tudo, os brasileiros não são muito chegados a ela. No entanto, devido à importância da literatura para o nosso povo, continuo escrevendo e insistindo para todos lerem mais e mais...

    Então, uma boa leitura das minhas croniquices.

    Darci Men

    - o -

    Sumário:

    Nº      Histórico

    01      O Celular (jul/2009)

    02      O Espanador (nov/2009)

    03      O Bacalhau e a Paella (dez/2009)

    04      A Garagem (jan/2010)

    05      A Mulher dos Meus Sonhos (jan/2010)

    06      Corinthians 1964 (jan/2010)

    07      Os Ossos do Imperador      (fev/2010)

    08      A Chuva (mar/2010)

    09      A Rebimboca da Parafuseta (mar/2010)

    10      O Drama do Aquário (jun/2010)

    11      O Pescador (out/2010)

    12      Maria Louca (jan/2011)

    13      A Lenda do Aparecido      (jun/2012)

    14      A Sombra do Burro (jun/2012)

    15      A Morte do Meu Pior Inimigo (ago/2012)

    16      Sua Majestade o Computador (ago/2012)

    17      Assim Caminha a Humanidade (out/2012)

    18      Portujures (nov/2012)

    19      O Reino do Faz de Conta (mar/2013)

    20      O Mico       (set/2014)

    21      Uma História de Amor      (nov/2014)

    22      A Divina Proporção e o Erro 1618 (set/2016)

    23      Se eu Fosse Para o Céu (set/2016)

    24      Somos Todos Alienados? (2019)

    25      Palavra Rica (fev/2020)

    26      A Cerveja (mar/2020)

    27      A Batalha da Madrugada (jun/2020)

    28      Um Exemplo de Superação (jun/2020)

    29      A Arte e a Vida       (jul/2020)

    30      Os Larápios (fev/2021)

    31      A Força do Equilíbrio (jul/2021)

    32      O Jogo de Tênis (jul/2021)

    33      De Poeta e Louco... (ago/2021)

    34      O Chato (ago/2021)

    35      Existem Políticos Honestos? (set/2021)

    36      O Café      (set/2021)

    37      O Reflexo do Passado (set/2021)

    38      Vá Urinar Lá Fora (set/2021)

    39      O Ixibido (out/2021)

    40      Conversando Sobre Matemática       (out/2021)

    - o -

    1 - O CELULAR

    (Escrito por Darci Men – jul/2009)

    Dia desses, minha filha Karina veio com a seguinte conversa:

    — Pai, eu sei que você não gosta de celular, mas comprei um novo aparelho e você não quer ficar com o antigo? Olha que ele é um excelente celular: tira fotografias, acessa a internet, toca música, tem jogos e até serve como telefone!

    Bem, eu realmente não gosto de celulares, acho um incomodo e vivo esquecendo o danado aqui e ali, mas acabei aceitando, afinal, dizem que cavalo dado não se olha os dentes.

    Isto me lembrou de uma crônica que li algum tempo atrás, acho que era do Diogo Mainardi, mas não tenho certeza. Na ocasião tinha levado minha garota ao médico e lá estava um monte de revistas para passar o tempo. Acabei lendo um texto que achei muito interessante e vou reproduzi-lo com minhas palavras:

    O telefone celular é uma novidade bem recente que ainda não consta em muitos dicionários e o mestre Aurélio morreu conhecendo, no máximo, um telefone sem fio.

    Na maioria dos dicionários, vai encontrar assim: celular: que tem células; celulífero, celuloso. Não fala nada de telefone. Mas o telefone celular tem células? Mas, isso todos nós temos! Muitas! Menos o ovo que só tem uma e não fala ao telefone!

    Porque esse aparelhinho tão sofisticado se chama celular?

    Eis a grande questão!

    Ele poderia se chamar telefone atômico, móbil (como o chamam os espanhóis), ou telefone molecular. Poderia ser telefone celuloide. Mas não! É telefone celular e não se fala mais nisso!

    Se for celular é celulífero ou será que isso deve significar que quem o usa é um viciado em células? Já celuloso seria o sujeito que fica todo metido a besta com o seu celular. Aquela coisa pegajosa, aquele cara que não larga o aparelho nem para ir fazer as suas necessidades. É o usuário celuloso. Urina com ele em uma das mãos.

    Diz mais o dicionário: relativo a cadeias penitenciárias. Agora complicou mais ainda! Cadeias penitenciárias? Talvez porque os presidiários brasileiros gostam tanto de celular. Será que o mestre Aurélio já previa isso?

    O fato é que a coisa pegou e quem não tem, está, literalmente, por fora. Fora do ar!

    É de deixar qualquer um de boca caída e torta. Sim, porque cada vez eles estão com maiores funções.

    Outra coisa que não dá para entender é por que a secretária do celular se chama caixa postal. Que se sabe postal é relativo a correios. E caixa é caixa. Ou será que o recado fica dentro de uma caixinha, esperando o dono para abri-la?

    Claro que já inventaram a piada do português que recebe uma ligação da esposa, em pleno motel, e, assustado, pergunta:

    — Maria, como é que você sabia que eu estava aqui no motel?

    E quando o celular do amante toca debaixo da cama ou dentro do guarda-roupa? Não há caixa postal que o salve! Outro dia estava no jornal que o ladrão se escondeu dentro de um sofá e não é que o celular dele tocou? Preso com a boca na botija. Ou seria no bocal?

    Certo está o cara arredio a tal novidade, afirmando:

    Está louco, meu: a minha mulher vai ficar atrás de mim o dia todo!

    Mas ele esquece que, como toda a novidade, pode-se desligar e acaba se desligando que pode desligar o tal aparelho.

    Que a paz esteja com todos.

    Darci Men

    - o –

    2 – O ESPANADOR

    (Escrito por Darci Men – nov/2009)

    Resolvi contar esse episódio baseado em uma experiência em que participei, pois, além de um caso curioso e cômico, também se pode medir a dificuldade e a descrença que algumas pessoas têm com coisas novas, com as mudanças, exceto quando o assunto lhe interessa.

    Vamos começar com alguns fatos históricos:

    No século VI a. C., o matemático grego Pitágoras (582-497 a. C.), disse que a Terra era redonda, mas poucos acreditaram nele. No século II a. C., o astrônomo grego Aristarco (310-230 a. C.), disse que a Terra girava em torno do Sol, mas a ideia não foi aceita. No século I a. C., o também grego Aristóteles (276-194 a. C.), mediu com quase absoluta precisão o perímetro da Terra (cerca de 40.000 km.), mas, também neste caso, ninguém acreditou nele. No século II da nossa era (d. C.), outro grego e também astrônomo, chamado C. Ptolomeu (95-165 d. C.), afirmou que a Terra era o centro do Universo e todos acreditaram nele nos seguintes 1.400 anos.

    Pois então. Agora vamos a tempos mais recentes:

    Há alguns anos, no começo da década de 1970, os caixas bancários só executavam tarefas relacionadas com dinheiro vivo, ou seja: ficavam naquelas gaiolas e limitavam a receber ou pagar em dinheiro, as demais tarefas eram executadas por outros funcionários.

    Um jovem do departamento de organização e métodos do Banco onde eu trabalhava, visando maior desempenho e melhorar custos, teve a ideia de ampliar essas tarefas, fazendo com que os caixas passassem a executar quase todas as tarefas de uma agência bancária. Ele chamou essa nova função de caixa executivo.

    Quando apresentou a sua proposta à diretoria do banco, o jovem, todo entusiasmado, relatava as vantagens da sua ideia:

    — Estamos desperdiçando mão de obra! – Dizia ele – Imaginem os senhores que, com os caixas executando várias tarefas, poderemos reduzir nosso efetivo de pessoal, dar mais conforto aos nossos clientes, maior rapidez no atendimento ao público, etc.

    A recepção ao novo projeto foi recebida com entusiasmo, mas um dos diretores, da ala conservadora, indagou preocupado:

    — Mas, se esses caixas, além de pagamentos e recebimentos, vão também atender os problemas dos clientes, verificarem saldos, fazer cálculos de juros, transferências, etc., então teremos, também, que comprar um espanador para cada um!

    — Espanador?! Perguntou o espantado jovem, não entendendo nada.

    — Sim! – Confirmou o diretor, com cara de gozador — Porque, se esses caixas podem fazer tantas coisas ao mesmo tempo, basta enfiar-lhes um espanador no rabo e eles limparão, também, a poeira do recinto.

    NOTA: Este foi um fato verídico. Apesar da contrariedade de dois diretores, o projeto foi aprovado e implantado. Um ano mais tarde, quase todos os bancos adotaram sistemas similares, que perduram até hoje.

    Que a paz esteja com todos.

    Darci Men

    - o -

    3 - O BACALHAU E A PAELLA

    (Escrito por Darci Men – dez/2009)

    Certos fatos históricos a gente aprende na escola de uma maneira e mais tarde descobrimos que está cheio de erros.

    O caso do descobrimento do Brasil é um deles, senão vejamos:

    O primeiro erro histórico é que, tecnicamente, o Brasil não foi descoberto. Uma terra só pode ser descoberta se não for habitada. E aqui (e na América como um todo) existiam inúmeras nações indígenas, em diversos graus de cultura e desenvolvimento. O certo é dizer que o Brasil, foi achado, encontrado (invadido ou ocupado) pelos europeus.

    O segundo erro dá conta de que nosso querido Pedro Álvares, não foi o primeiro europeu a pisar nessa terra. Na verdade, ele não foi o segundo e nem o terceiro, acompanhe comigo:

    Comprovadamente, o primeiro europeu a pisar em nosso solo, foi o português Duarte Pacheco Pereira, que aportou em algum ponto entre o Pará e o Maranhão, em 1498 (esse fato foi revelado recentemente pelos portugueses). E, meses antes

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