O Destino Dos Aramis

De Darci Men

A falsidade e a galanteria foram pavoneadas pela imprensa e, por força delas, temos hoje o nome de americanos . Essa frase, atribuída ao historiador Capistrano de Abreu, ilustra bem porque o nome América foi atribuído ao Novo Mundo . Américo Vespúcio, comprovadamente um coadjuvante dos grandes navegadores da época, não merecia tamanha honraria. No entanto, ele escreveu sobre isso, algumas verdades e outras nem tanto, mas, o que escreveu foi publicado e daí a sua fama e a injusta homenagem. Algo mais ou menos parecido aconteceu com o naufrágio do Titanic que, de tanto ser explorado pela mídia, tornou-se mundialmente conhecido. Em contra partida, o espetacular naufrágio do transatlântico Príncipe de Astúrias, acontecido no litoral brasileiro, na mesma época, nas mesmas proporções, com um mistério ainda maior e, não por acaso, conhecido com O Titanic Brasileiro , ainda permanece desconhecido da maioria das pessoas. O Livro O Destino dos Aramis tenta resgatar essa incrível história, intercalado por um gostoso romance e, ao mesmo tempo, trazendo outros fatos importante da época, além de muitas curiosidades.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 5 de ago. de 2021

Pré-visualização do livro

O Destino dos Aramis

A História do Titanic Brasileiro

Por Darci Men

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São Paulo – SP

Primeira Edição

Edição do autor

Agosto de 2021

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FICHA CARTOGRAFICA

Projeto e autoria: Darci Men

Revisão e diagramação: Jorge P. S. Silva

Fotos e Ilustração: Darci Men

Capa: Karina Martinez Men

ISBN:

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Observação Importante: Esta é uma obra de ficção e foi criada para o entretenimento como estímulo à leitura, à cultura e ao conhecimento. Por abordar temas pessoais, regionais e históricos poderão ocorrer coincidências com nomes, datas, lugares etc.

Direitos Reservados: Todos os direitos foram reservados, ficando proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem a prévia autorização do Autor.

Outras Observações: Foram empregados muitos esforços, técnica, zelo e, acima de tudo, muito carinho na edição desta obra. Contudo, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou mesmo dúvidas consensuais. Em qualquer caso, conto com a colaboração dos leitores para que o fato seja comunicado e corrigido ou até mesmo esclarecido. Assim, antecipadamente, agradeço qualquer participação.

Darci Men – [e-mail]

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2017 04 03 - Darci Men

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Pensamentos:

Na dúvida entre a verdade e a lenda, prefira a segunda, pois esta é uma mentira verdadeira. - Darci Men

Quando você aceita viver nas suas próprias prisões é porque tem medo da liberdade. - Darci Men

Em algum lugar, alguma coisa importante e incrível está esperando você descobri-la. - Carl Sagan

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Agradecimentos

Escrever nunca é um esforço solitário e nenhum escritor consegue concluir uma obra sozinho! Então, preciso agradecer à muitas pessoas que, de um jeito ou de outro, contribuíram para a conclusão deste livro.

No entanto, não tenho como citar nominalmente todos que me ajudaram, mas faço questão de deixar um agradecimento especial a Doce Cléo pela sua fabulosa colaboração. Deixo, também, um agradecimento especial a minha querida esposa Angélica e aos meus filhos Fernando, Karina e Aline, que, além da colaboração específica nesta obra, sempre estiveram presentes nas minhas horas difíceis.

Então, do fundo do meu velho e remendado coração, os meus mais sinceros agradecimentos a todos.

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Breves Notas do Autor

Este livro, em sua essência, é uma obra de ficção. No entanto, ele também foi baseado em alguns fatos e personagens reais.

Portanto, é um romance histórico, originalmente fictício em sua temática base, mas rico em fatos reais e deliciosamente aventureiro, curioso e intrigante como um todo.

Em suas páginas o leitor vai encontrar uma narrativa viva, deliciosamente intercalada na cronologia real dos fatos, resultando em uma aventura fictícia leve, bela e gostosamente misteriosa.

O seu enredo, de pessoas comuns do cotidiano, mas com uma história eloquente e fiel à cronologia, mostra ao leitor que a sociedade de massas, sempre foi um rebanho de ovelhas à mercê de seus líderes e manipulados por eles ao seu bel-prazer, confirmando, assim, que somente alguns pequenos grupos conseguem, a duras penas, se livrarem desse cruel destino.

O livro traz ainda um rico relato da tragédia do "Titanic Brasileiro" (naufrágio do transatlântico Príncipe de Astúrias), levando o leitor a uma profunda reflexão desse incrível acontecimento histórico que ocorreu no litoral brasileiro, mas, ao contrário do fato similar ocorrido com o Titanic verdadeiro, foi pouco divulgado. O imenso mistério que envolveu o trágico destino desse magnífico transatlântico é, até hoje, mais de um século depois, motivo de discussão entre os historiadores.

Da mesma forma, fala também de outras tragédias como, por exemplo, o afundamento do Cruzador Bahia, da Marinha Brasileira, a Guerra do Contestado e outros acontecimentos da época.

Finalmente esclareço que o meu objetivo com esta obra (assim como todas que escrevo) é contar um bem-humorado romance histórico, mas, também, como um incentivo à leitura, à cultura e ao conhecimento.

Uma boa leitura a todos.

Darci Men

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Sumário

CAP.      HISTÓRICO

I - Um Certo Dia no Rio de Janeiro

II - O Cruzador Bahia

III - Lendo o Livro do Oleg

IV - A Absurda Primeira Guerra Mundial

V - O Aramis

VI - O Príncipe de Astúrias

VII - A Doce Carmen

VIII - Surge um Problema com o Capitão

IX - O Divertido Pepe

X - A Branca de Neve

XI - As Misteriosas Caixas

XII - A Alteração da Rota

XIII - O Brutal Naufrágio

XIV - O Incrível Hospital

XV - O Milagre na Praia da Serraria

XVI - O Pesadelo Continua

XVII -       A Guerra do Contestado

XVIII - O Cargueiro Vega

XIX - As Consequências do Naufrágio

XX - O Final do Livro do Oleg e o Susto da Olga

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I – Um Certo Dia no Rio de Janeiro

O dia estava amanhecendo no final do outono carioca de 2016. O Parque do Flamengo, como sempre, estava lindo, mas ainda mantinha o típico e abafado calor do Rio de Janeiro, só amenizado pela leve brisa que vinha do oceano e trazia um certo frescor para quem por ali circulava.

Uma dessas pessoas era Oleg que, apesar dos seus 76 anos, ainda mantinha boa saúde, boa aparência, grande disposição e não se importava muito com o calor reinante.

Alto e magro, com a pele levemente avermelhado-escura, demonstrando ser de uma mistura de raças indo-europeu. Ele era do tipo refinado e gostava de andar sempre bem vestido, geralmente com terno e gravata em cores suaves e um belíssimo chapéu branco de aba estreita, (parecendo aqueles sambistas cariocas dos bons tempos), além de sempre carregar consigo uma reluzente pasta preta, do tipo 007, em couro legítimo e ricamente trabalhada.

Perfeccionista em quase tudo que fazia, detestava chegar atrasado e, consequentemente, chegou cedo demais ao compromisso daquele dia.

A exemplo dele, Olga também chegou adiantada por ali. Ela tinha a pele bem mais clara que ele e, embora também fosse idosa e magra, era bem mais jovem que ele e, também a exemplo dele, estava elegantemente vestida e com uma ótima aparência.

Ela era do tipo faladeira, com o espírito jovem e com facilidade para fazer amigos. Instantaneamente uma simpatia mútua se apoderou dos dois e logo estavam em uma animada conversa, como se fossem velhos amigos.

Inicialmente o tema da conversa foi o motivo que levou aqueles dois até aquele local, além, é claro, das belas paisagens da Cidade Maravilhosa, como o Monumento dos Pracinhas e a Enseada da Glória, que se descortinava bem à frente deles, com seus inúmeros barcos que deslizavam suavemente de um lado para o outro.

Se ali estivesse um casal de jovens, certamente a conversa continuaria sobre amenidades, mas, para aqueles dois, ambos com tanta experiência de vida acumulada, a conversa logo voltou-se para os acontecimentos daquele início de ano.

E, sobre isso, a pauta era farta e variada, pois aquele ano de 2016 começou agitado para os brasileiros: logo nos primeiros dias, a preocupação era com a gravíssima questão do zika vírus que, associado à microcefalia, estava deixando em pânico tanto as autoridades de saúde quanto a população em si.

Logo depois a conversa migrou para a atrapalhada, corrupta e ineficiente política brasileira, culminando com as manifestações públicas contra ela, principalmente as famosas concentrações do dia 13/03/2016, já que, em mais de 300 cidades, milhões de pessoas fizeram passeatas nas ruas em protesto contra os políticos em geral.

Continuando com esse tema, não faltou o inédito fato de o ex-presidente Lula ter sido levado de forma coercitiva para depor na Polícia Federal e o bate-boca aqui e ali que o fato causou em todo o país.

Ainda seguindo nessa linha, o papo chegou a outro inédito, atrapalhado e pitoresco ato político, quando, com receio de ser preso definitivamente, o ex-presidente foi nomeado pela presidenta Dilma Rousseff como ministro da casa civil. Mas, pressionada, teve de revogar a decisão.

Claro, no papo animado daquele casal, não faltaram comentários variados sobre a decisão da Câmara dos Deputados que, em 17/04/2016, aprovou o prosseguimento do processo de impeachment da presidenta. (Ela seria afastada definitivamente em 31/08/2016).

— A bruxa está à solta! — disse Olga, em um momento de maior descontração e não deixando de citar outro fato lamentável, quando, em 21.04.2016, duas pessoas morreram no desabamento de um trecho da Ciclovia Tim Maia, construída exatamente para ser um dos cartões postais do Rio de Janeiro. (A cidade se preparava para sediar os Jogos Olímpicos de Verão, cuja abertura aconteceria em 05/08/2016).

Naquela altura da conversa o Oleg olhou um tanto preocupado para o seu relógio de pulso e comentou com um leve sorriso:

— Hum! Está quase na hora! É melhor irmos andando.

Enquanto seguiam, ambos voltaram suas mentes para o motivo que os levaram até aquela enseada: ali, naquele belo local, junto ao Monumento dos Pracinhas, eles participariam da comemoração dos 71 anos do final da Segunda Guerra Mundial.

(A comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial se celebra no dia oito de maio, em alusão ao dia 08/05/1945, que foi o dia da assinatura formal da rendição alemã. Na verdade, a assinatura da rendição deu-se no dia 07/05/1945, porém só foi ratificada no dia seguinte. No entanto, no ano de 2016, esse dia caiu em um domingo e as autoridades do Rio de Janeiro resolveram adiar para a segunda-feira, afinal, o Carioca não é de ferro e o domingo é dia de praia).

Tanto o Oleg como a Olga participariam daquela comemoração representando ex-combatentes brasileiros da Segunda Guerra Mundial que seriam homenageados postumamente por heroísmo.

Assim, ambos receberiam as honrarias em nome dos parentes já falecidos, ele como filho único de um oficial da marinha, morto no Atlântico, e ela como sobrinha de um soldado de infantaria, morto na Itália.

A cerimônia, como não poderia deixar de ser, foi um tanto espartana e cansativa. Começou leve com