Auditorias operacionais no controle das políticas públicas: estudo de caso do TCE-MG
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Sobre este e-book
A realização dessas auditorias no TCE-MG se iniciou por isomorfismo mimético e coercitivo, especialmente em relação ao TCU, e tem se institucionalizado, tendo sido produzidas importantes auditorias dessa natureza. Porém, em muitos aspectos, dada a trajetória histórica da instituição, são influenciadas pela lógica das auditorias de regularidade, comprometendo o alcance pleno da sua proposta.
Nesse sentido, o fato de as recomendações nelas produzidas, pelo grande lapso temporal de tramitação entre o relatório de auditoria e o monitoramento do cumprimento do plano de ação, se fundamentarem em contexto diferente do observado na verificação da adoção das medidas previstas, prejudica o impacto efetivo da auditoria para a gestão pública.
Assim, a definição de prazo máximo para a conclusão dessas auditorias e o maior compartilhamento de dados entre os auditados e o órgão podem contribuir para a maior efetividade nas suas contribuições à gestão pública. Ademais, o apontamento apenas das recomendações mais críticas e relevantes para o enfrentamento das principais deficiências identificadas pode gerar ganhos de eficiência.
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Pré-visualização do livro
Auditorias operacionais no controle das políticas públicas - Marina Moraes Raso Sardinha Fonseca
AGRADECIMENTOS
Após toda essa jornada desde o ingresso no curso de mestrado em Administração Pública na Fundação João Pinheiro (MG) até esta publicação, é chegado o momento de demonstrar minha gratidão e reconhecimento a todos que participaram do processo de escrita da minha dissertação de mestrado, que agora se transforma em livro.
Agradeço a Deus, por me conceder essa oportunidade e por me capacitar em todos os momentos em cada etapa desse trabalho. Sem Ele, nada posso fazer.
Ao meu marido, Leonardo, pela compreensão, paciência, apoio, amor em todo esse tempo.
Aos meus amados pais, Otávio e Luciana, meus grandes exemplos de vida, por me encorajarem, apoiarem, amarem, incentivarem incondicionalmente.
Aos meus irmãos, Laura e Fernando, por sempre torcerem pelo alcance dos meus objetivos.
Aos meus avós, Pedro (in memoriam) e Anna Lúcia, meus grandes encorajadores, por sempre acreditarem no meu potencial e me incentivarem a novas conquistas.
Aos meus amigos e pastores da Central, pelas orações e palavras de encorajamento em todo esse processo.
Aos professores e servidores do Programa de Mestrado da Fundação João Pinheiro, por toda capacitação oferecida.
Ao meu querido orientador da dissertação, professor Dr. Eduardo Cerqueira Batitucci, pelas preciosas instruções, pelos sábios conselhos acadêmicos e pela paciência comigo no desafiador processo de escrita da dissertação de mestrado.
Aos professores doutores Ricardo Carneiro, Bruno Lazzarotti Diniz Costa e Daniela Mello Coelho Haikal, por todas as ricas contribuições e reflexões proporcionadas na banca de aferição da dissertação de mestrado.
Ao Ryan e à equipe da CAOP, por todo o apoio me concedido nas explicações sobre o excelente trabalho de realização de auditorias operacionais que desempenham no TCE-MG.
Aos meus colegas de trabalho, por sempre incentivarem a minha capacitação profissional.
Enfim, a todos que, de alguma forma, contribuíram para essa conquista, meus eternos e sinceros agradecimentos.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PREFÁCIO
Honra-nos, Marina Moraes Raso Sardinha Fonseca, ao ceder-nos espaço nobre em seu livro Auditorias Operacionais no Controle das Políticas Públicas: estudo de caso do TCEMG
, para nele inserir estas notas prefaciais.
Na elaboração de seu livro a autora soube incorporar sua formação acadêmica adquirida na Fundação João Pinheiro, com o curso de graduação e mestrado em Políticas Públicas e Gestão Governamental, bem como sua graduação na Faculdade de Direito da UFMG.
A autora se debruçou sobre os paradigmas da nova gestão pública brasileira (capitulo 2), bem como analisou a Teoria Neoinstitucional, destacando a necessidade de as instituições reafirmarem sua legitimidade e justificativa de sua existência (capítulo 6).
Suas críticas são produto de detida reflexão, e se fazem acompanhar, quase sempre, de lúcidas sugestões. Revelam um espírito de devida aplicação de políticas públicas exigente e rigoroso.
O tema escolhido foi as auditorias operacionais e o recorte foram as auditorias operacionais realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerias.
Em sua pesquisa restou clara a influência do novo paradigma da Gestão Pública brasileira, sobretudo quanto à incessante busca por resultados e também a averiguação não só da eficiência, mas principalmente da economicidade, eficácia e efetividade das atividades desempenhadas pelo controle externo.
A autora, ao se debruçar acerca da Teoria Neo-institucional, observou como as instituições lutam incessantemente pela manutenção de seu status quo de instituição, o que não raramente levam à adoção de práticas independentemente de comprovação de suas eficácias.
Ao analisar de forma sistemática as auditorias realizadas pelo TCEMG em seus achados, a autora identificou que a realização destas auditorias teve início e função de isomorfismo mimético e coercitivo, notadamente em relação à outra instituição superior de controle – o TCU, e tem se institucionalizado no órgão como espécie reconhecida de auditoria governamental (capítulo 7).
Em sua obra a autora destaca a relevância das auditorias dessa natureza, uma vez que têm identificado significativas deficiências em políticas públicas do Estado de Minas Gerais e de seus mais de oitocentos municípios.
Por outro lado, em seu olhar perspicaz e atento à efetividade de políticas públicas, a autora alerta que, em muitos aspectos, dada a trajetória histórica da instituição, que por décadas se debruçou apenas sob a ótica de auditorias de conformidade com a lei, o desenvolvimento das auditorias operacionais, foi, ao menos em parte, influenciado por esta prática de atuação, implicando em alguns casos em similaridade destas com as auditorias de regularidade. Nesse sentido, a autora destaca a predominância de questões relacionadas a processos, de meta-avaliação em detrimento de estudos sobre impacto e sobre o custo-eficácia, a condução das auditorias sob a ótica rigorosa da lei em detrimento dos aspectos de sua tempestividade e urgência para sua maior efetividade.
A autora alerta também para o alto volume de recomendações feitas pelo TCEMG, o que muitas vezes pode gerar perda do foco e ineficiência no monitoramento.
Como alternativa para minimizar os impactos negativos das auditorias operacionais, a autora sugere seja elaborada uma normativa interna do TCEMG no sentido de estipular prazo máximo para a conclusão das auditorias operacionais, o que contribuiria para a celeridade de sua tramitação, viabilizando um monitoramento quase em tempo real e possibilitando maior eficácia e efetividade nas determinações do Tribunal, fortalecendo a melhor gestão dos recursos públicos, com sensíveis melhorias no controle externo de políticas públicas.
Outra medida sugerida pela autora é o compartilhamento de dados entre os jurisdicionados auditados e o TCEMG com vistas à redução de assimetria informacional entre os entes, ajudando sobremaneira no aumento do monitoramento de indicadores adotados pelos auditados no desenvolvimento de suas competências.
Por fim, a autora chama a atenção para a necessidade de redução do número de recomendações concentrando-as nas mais prementes e relevantes, objetivando a efetividade dos benefícios decorrentes da auditoria e a consequente melhoria da gestão do controle externo no tocante às políticas públicas.
Ao término destas modestas referências à magnífica contribuição que Marina Moraes Raso Sardinha Fonseca traz ao estudo das auditorias governamentais, no Brasil, no âmbito do controle externo, resta-nos externar nossa profunda convicção de que esta obra terá destaque merecido na bibliografia brasileira pertinente à efetividade das auditorias operacionais.
Nossas palavras finais traduzem confessada admiração pelo esforço desenvolvido por Marina, ao longo desses últimos anos dedicados à elaboração de seu livro, no qual revela plena consciência do especialista em políticas públicas, na busca incessante para a efetividade da gestão pública.
Luciana Moraes Raso Sardinha Pinto
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
1 – INTRODUÇÃO
2 – O PARADIGMA DA NOVA GESTÃO PÚBLICA
2.1 – ANTECEDENTES
2.2 – A NOVA GESTÃO PÚBLICA E SUAS PRINCIPAIS IDEIAS
2.3 – CRÍTICAS À NOVA GESTÃO PÚBLICA E NOVAS TENDÊNCIAS NO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2.4 – PERMANÊNCIA DE VALORIZAÇÃO E BUSCA POR RESULTADOS NO ÂMBITO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
3 – CONTROLE EXTERNO
3.1 – A ATIVIDADE DE CONTROLE
3.2 – CLASSIFICAÇÕES DO CONTROLE
3.3 – SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO E ENTIDADES DE FISCALIZAÇÃO SUPERIOR (EFS)
3.4 – O CONTROLE EXTERNO E OS TRIBUNAIS DE CONTAS NA CRFB/88
3.5 – A INCORPORAÇÃO DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS NO PORTFÓLIO DE ATIVIDADES DAS EFS
4 – AUDITORIAS OPERACIONAIS
4.1 – AUDITORIA DO SETOR PÚBLICO
4.2 – AUDITORIA OPERACIONAL X AUDITORIA DE REGULARIDADE
5 – PRINCIPAIS ASPECTOS RELACIONADOS À REALIZAÇÃO DE AUDITORIAS OPERACIONAIS PELAS EFS E PELO TCE-MG
5.1 – OBJETOS DE ESTUDO DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS
5.2 – CRITÉRIOS ADOTADOS NAS AUDITORIAS OPERACIONAIS
5.3 – REFLEXÕES SOBRE O OFÍCIO DOS AUDITORES OPERACIONAIS
5.4 – MÉTODOS UTILIZADOS NAS AUDITORIAS OPERACIONAIS
5.5 – PRODUTOS DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS
5.6 – IMPACTOS DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS
6 – AS AUDITORIAS OPERACIONAIS COMO ELEMENTO DE REFORÇO DE LEGITIMIDADE PARA O TCE-MG DENTRO DA LÓGICA DO SISTEMA DE CONTROLE EXTERNO
6.1 – TEORIA NEOINSTITUCIONAL E SUAS PRINCIPAIS IDEIAS
6.2 – LEGITIMIDADE, ISOMORFISMO E RITUALISMO
6.3 – REFLEXÕES SOBRE A NOVA GESTÃO PÚBLICA A PARTIR DA TEORIA NEOINSTITUCIONAL
6.4 – AS AUDITORIAS OPERACIONAIS E A LEGITIMIDADE DO TCE-MG PERANTE AS EFS
6.5 – A INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS NO TCE-MG – AVANÇOS E DESAFIOS
7 – ANÁLISE DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS DO TCE-MG COMO INSTRUMENTOS DE CONTROLE EXTERNO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
7.1 – A IMPORTÂNCIA DA FASE DE MONITORAMENTO DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS PARA A SUA EFETIVIDADE NO CONTROLE DE POLÍTICAS PÚBLICAS
7.2 – APONTAMENTOS SOBRE O MONITORAMENTO DAS AUDITORIAS OPERACIONAIS CONCLUÍDAS PELO TCE-MG
8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO APLICADO AOS AUDITORES OPERACIONAIS DO TCE-MG
APÊNDICE B - ROTEIRO DA ENTREVISTA REALIZADA COM O COORDENADOR DA CAOP DO TCE-MG
APÊNDICE C - QUESTÕES E SUBQUESTÕES DE AUDITORIA CLASSIFICADAS CONFORME SEUS ENFOQUES
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
1 – INTRODUÇÃO
O desafio referente ao aprimoramento das políticas públicas é cada vez maior, sobretudo diante de um contexto em que os recursos são escassos e as cobranças por efetividade, eficiência e eficácia das ações governamentais aumentam a cada dia. Essa tendência é percebida em diversos aspectos da atividade estatal, inclusive no âmbito do controle externo. Como bem destaca Willeman,
[...] a opinião pública tem seus olhos cada vez mais voltados para a atuação do Estado-Administração, e os Tribunais de Contas têm protagonizado a adoção de medidas amplamente debatidas no que tange à execução de políticas governamentais. Além disso, o direito à boa administração, a busca pela ética, pela responsabilidade e pela transparência na gestão dos recursos públicos – viabilizando-se o acesso fácil e oportuno dos atores sociais a informações fidedignas, completas e compreensíveis – são assuntos que se encontram na ordem do dia e que levantam uma série de desafios a serem superados, em grande parte, pelos órgãos de controle (WILLEMAN, 2020, p. 38-39).
Conforme aponta Lima, as aceleradas mudanças características da sociedade da informação têm produzido fortes impactos na Administração Pública de todos os países e, consequentemente, imposto transformações e adaptações na atuação do Controle Externo
(LIMA, 2019, p. 21). Com isso,
Essencialmente, exige-se do Controle Externo cada vez maior agilidade e objetividade, substituindo preocupações ritualísticas por prioridades finalísticas. Nas sociedades democráticas, aumentam as pressões populares por maior transparência e eficiência na atuação do Poder Público e na gestão financeira do Estado. Crescem, em igual proporção, as cobranças do Parlamento e as responsabilidades das instituições profissionais do controle externo (LIMA, 2019, p. 21-22).
Nesse sentido, a realização de auditorias operacionais é percebida pelos órgãos de controle brasileiros como uma das principais formas de combate a problemas de ineficiência gerencial na administração pública (COBRA, 2014). Diante desse contexto, se justificam pesquisas no sentido de se buscar compreender ferramentas das quais os tribunais de contas se utilizam atualmente para buscarem melhores resultados da atuação estatal, uma vez que compreender a atuação dos Tribunais de Contas no Brasil e investigar suas potencialidades para a concretude do direito fundamental à boa administração pública é tema indiscutivelmente dotado de relevância e atualidade
(WILLEMAN, 2020, p. 38). Nessa perspectiva,
A força motriz que motiva os estudos nessa área é a busca de um Estado eficiente, eficaz e efetivo, que é capaz de responder aos anseios e necessidades da população. Essa consciência da necessidade de promover o controle e fomentar indicadores de medição precisa passar a fazer parte da cultura organizacional da administração pública e de outras instâncias de controle (CASTRO; CASTRO, 2020, p. 368).
Assim, considerando as abordagens sociológica e histórica do neoinstitucionalismo, o qual procura identificar os fatores determinantes para a criação e a mudança de instituições, bem como a relação entre