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O Pequeno Construtor
O Pequeno Construtor
O Pequeno Construtor
E-book146 páginas1 hora

O Pequeno Construtor

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Sobre este e-book

Este livro aborda, de forma poética e lúdica, a estória de um humilde menino chamado Clarimundo, que sonhava em ver um mundo melhor. Para isto, deu asas à sua imaginação, criando uma roda-gigante na qual espalharia sementes de paz, esperança e renovação a todos os seres. Seus ideias de nobreza, generosidade e grandeza tornam esta estória uma bonita parábola sobre superação, amor e fé.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de set. de 2016
O Pequeno Construtor

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    O Pequeno Construtor - Daisy Silva De Senna

    O Pequeno Construtor

    Daisy Silva de Senna

    INTRODUÇÃO

    O Pequeno Construtor é a estória de um jovem, de

    suas aspirações espirituais, seu desejo de ver um mundo

    mais humano. Ele queria acabar com toda esta onda de

    violência que domina o mundo, através da fé, do

    reencontro com Deus. Ele sonha com uma roda gigante,

    um símbolo de força espiritual que pode transformar o

    mundo em que vivemos em algo melhor.

    O Pequeno Construtor é o nome que o personagem

    dá ao livro que escreve e deseja com isto mostrar que quer

    CONSTRUIR UM MUNDO MELHOR.

    É assim que, após vencer o medo e conhecer a

    felicidade que vem do encontro total com Cristo, que ele se

    torna o Pequeno Construtor e cumpre sua missão com

    muito amor.

    A estória é uma mensagem sincera e simples para

    as pessoas que, em sua trajetória, necessitam de um farol

    para iluminar os pontos escuros da mente.

    Ela é um apelo do Bem à não-violência, ao perdão,

    à justiça, à renovação da fé.

    Devemos crer no que nossos olhos não podem ver,

    mas o coração pode alcançar... Somente assim estaremos

    ajudando o Pequeno Construtor no seu compromisso

    definitivo com Deus: CONSTRUIR A PAZ UNIVERSAL.

    3

    I

    O dia amanhece, cobre-se de cinza a cidade do Rio

    de Janeiro. Uma névoa fina veste um manto branco na

    imagem do Cristo Redentor. A névoa afasta-se lentamente

    e a figura majestosa abençoa a cidade que se estende a

    seus pés, parecendo silenciosa, lá do alto.

    Lá embaixo o burburinho começa a agitar a cidade,

    os mendigos erguem-se do seu leito de trapos e asfalto, os

    vendedores ambulantes começam a aparecer, carros e

    ônibus correm para cima e para baixo, levando destinos

    diferentes, esperanças e lamentações.

    A cidade acorda para mais um dia de azáfama,

    incertezas e opções. Os trens correm velozes, rasgando o

    silêncio da manhã, abarrotados de gente que se acotovela,

    querendo garantir o seu lugar.

    Num modesto subúrbio do Rio de Janeiro começa,

    também, o dia para a família Oliveira.

    – Gabriela, vá levar esta trouxa na casa de Dona

    Almerinda.

    Dona Alice vai tirando as roupas sujas da outra

    trouxa e separa as peças para começar a lavagem.

    – Gabriela, não me ouviu, ou está se fazendo de

    surda?

    A menina gritou lá do quarto dos fundos:

    – Puxa, mãe, logo agora que comecei a enrolar o

    cabelo?!... Que droga!

    Dona Alice já estava na porta do quarto com as

    mãos pingando de água de sabão.

    Colocou as mãos na cintura:

    – Ora, esta é muito boa! Enquanto eu fico aqui me

    matando de lavar roupa para fora, vocês só querem saber

    de enrolar cabelo, ir para a casa das amiguinhas bater

    papo. Ora bolas, eu já estou de saco cheio! Só eu que

    trabalho nesta casa. Eu pra tudo! Como se já não bastasse

    o bêbado do teu pai!... E o Bruno? Aquele só quer saber de

    jogar bola. E Juliana. Onde está Juliana?...

    Mundinho assistia a tudo, calado. Estava sentado na

    sala, fazendo os deveres da escola. Ouviu a voz da mãe,

    vinda do quarto.

    – E o paspalhão do Mundinho, onde se escondeu?

    – Estou aqui na sala, mamãe...

    Ela chegou perto dele, lançou-lhe um olhar irônico:

    5

    – Ah, está aí? Pensei que estivesse no quintal,

    conversando com as galinhas.

    – Não, mãe, estou fazendo os deveres, mas se você

    quiser, eu vou à casa da Dona Almerinda levar a trouxa.

    – Está doido, menino? Desajeitado como é, faz

    como no outro dia que deixou cair toda a roupa na rua e

    me deu mais trabalho ainda...

    – Gabriela, anda logo, menina!

    – Já vou, mãe... Você me irrita!

    – E cala a boca, senão te meto uma bordoada!...

    Mundinho ergueu-se da cadeira, meio desanimado.

    "Puxa vida, mal começa o dia já tem confusão aqui em

    casa. E eu que quero sempre ajudar levo coice em cima de

    coice. Se pelo menos eu pudesse mudar tudo, mas é tão

    difícil..."

    Foi até a cozinha, ficou longo tempo parado,

    olhando para o teto. Ele estava todo enegrecido de

    gordura, os azulejos, de branco, já estavam amarelos, a

    toalha encardida e rasgada estava toda amarfanhada na

    velha mesinha de madeira, sobre a qual havia uma fruteira

    de louça toda lascada nas pontas... vazia...

    Sua imaginação começou a trabalhar. Via um Sol

    claro e forte entrar pela porta entreaberta, a velha fruteira

    quebrada transformou-se ante seu olhar brilhante num

    lindo cesto de frutas variadas: bananas, laranjas, caquis,

    uvas verdinhas e a toalha que cobria a mesa era um lindo

    pano de xadrez com quadradinhos vermelhos e brancos.

    Teto azul como o céu e azulejos branquinhos faiscavam

    ante seus olhos extasiados. De repente, o clarão do sol

    apagou-se, ele voltou à realidade.

    Passou as mãos pelo rosto. "Oh, meu Deus, o que

    é isto? Às vezes, fujo, vejo tudo diferente. Será que não

    estou bom da cabeça?"...

    – Mundinho!...

    – Sim, mamãe?

    – Vá até a casa da vizinha chamar a Juliana para ela

    vir me ajudar na cozinha.

    – Já vou, mãe...

    Enquanto caminhava pela rua, o Sol morno da

    manhã de inverno batia em seu rosto, chamando-o

    novamente ao seu mundo particular.

    "Um dia minha roda-gigante vai ficar pronta! Quero

    que ela seja a mais bela roda-gigante do mundo. Ela vai

    ser pequena, mas quero colocar nela muitos sinos, luzes e

    bonecos, imitando gente. Uma roda-gigante que vai fazer

    o mundo ficar mais bonito... Como num conto de fadas...

    Gostaria de prepará-la para um Natal. Natal é festa tão

    7

    bonita... Há muitos anos que minha casa não tem uma

    daquelas árvores verdinhas, toda enfeitada com bolas, os

    presentes espalhados no chão. E o presépio... que coisa

    mais linda... Eu ainda era muito pequeno quando armaram

    uma árvore de Natal na casa da vó Ana. Ela gostava muito

    de Natal e não deixava de dar presentes a ninguém. Como

    ela era boa! Tenho certeza que iria adorar a ideia da roda-

    gigante se estivesse viva....

    O garoto estava tão perdido em seus pensamentos

    que passou quase um quarteirão da casa da vizinha. Teve

    que retornar tudo. Corria pela calçada, enquanto pensava:

    "Ah, meu Deus, minha mãe vai me xingar. Vai pensar que

    fiquei sentado em alguma esquina, por aí. Como pude me

    distrair tanto..."

    – Juliana, Juliana!

    A garota apareceu na janela da casa da vizinha.

    – Oi mano, o que é?

    – A mãe está te chamando para ajudá-la na cozinha.

    – É? Que gracinha! E a Gabi? Não pode ajudar?

    – Ela foi levar a trouxa de roupa na casa da Dona

    Almerinda.

    – Olha, diz pra ela que eu estou terminando de pintar

    uma blusa pra Cristina e daqui a meia hora eu vou.

    – Ela vai brigar comigo. Vai achar que não te

    chamei.

    – Ora, Mundinho, não amola! Diz isto pra ela e se

    está com medo, vá para a cozinha você.

    Mundinho entrou em casa aflito. A mãe andava de

    um lado para ou outro, agitada.

    – Mãe, a Juliana disse que não demora. Está

    terminando de pintar uma blusa para a Cristina.

    – Ah, é! E você não disse que eu precisava dela

    aqui, agora?

    – Falei, mas...

    – Então, bota a chaleira no fogo e esquenta a água

    para fazer o arroz.

    Dizendo isso, saiu para o quintal.

    Bruno foi entrando, saltitante. Deu um empurrão em

    mundinho que foi ao chão. A chaleira rolou, esparramando-

    se a água.

    Dona Alice que vinha do quintal com uma pilha de

    roupas dos braços, parou no meio da cozinha. Bruno

    pegara água na geladeira e bebia pelo gargalo na maior

    tranquilidade. A mãe deu-lhe um safanão, a garrafa caiu

    exatamente em cima de Mundinho, que ficou molhado

    9

    como um pinto. O garoto estremeceu com o impacto da

    água gelada a escorrer pelos cabelos, nos braços e nas

    costas.

    – Seu sem-vergonha, eu já não lhe ensinei centena

    de vezes que não se bebe água na garrafa!

    Bruno não se alterou:

    – Ora bolas, os copos estão todos sujos dentro da

    pia.

    – E custava lavar um? Olha só o que você fez! Além

    de tudo, é um desastrado. Amassou minha chaleira.

    – Eu, por acaso, tenho culpa dele ser um palerma e

    deixar a chaleira cair?

    Mundinho continuou estendido no chão.

    – Ei, seu idiota, levanta daí! Está vendo, toda vez

    que peço para me ajudar só atrapalha.

    Bruno saiu da cozinha, tranquilo como entrou.

    Deixou a mãe descarregar a raiva em Mundinho.

    – Anda, levanta logo daí e vai para o quintal. É

    sempre assim. Seu eu não falo as coisas, esta casa

    apodrece. Ah, que vida!

    Mundinho levantou-se com dificuldade, passou a

    mão pelos cabelos molhados e

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