Como cuidar da saúde mental?

De Fabiana Burdini Margonato

Em "Como cuidar da saúde mental?" a autora trata do tema de uma maneira simples e considera vários aspectos importantes que vão além da medicação. Assuntos como a busca da identidade, o que é ser normal e se de fato existe uma normalidade são tratados de uma maneira leve que ajuda o leitor a pensar se de fato vive em sintonia com seus maiores sonhos. Uma ótima leitura para todas as pessoas que desejam se medicar menos e viver mais.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 29 de ago. de 2022
• ISBN: 9786525424521

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Prefácio

Desde criança, um dos meus passatempos sempre foi observar as pessoas. Observar seus aspectos físicos e também os modos de ser. Esse meu interesse, durante os anos de trabalho como farmacêutica, me ajudou a observar que existem muitos motivos que vão além dos aspectos fisiológicos que motivam a busca por tratamento farmacológico, especialmente na área de saúde mental. O que sempre me chamou a atenção foi que a maioria das pessoas que buscam atendimento médico ou farmacêutico procuram muito além de um simples produto a ser prescrito e dispensado na farmácia. A necessidade de encontrar as causas mais profundas dos seus problemas não se satisfaz pelo uso de medicamentos. É essencial procurar na própria vida as soluções que nos levem a uma vida mais plena. Pela escrita deste livro gostaria de ajudar todas aquelas pessoas que não sabem quando procurar ajuda profissional e ficam em dúvida até mesmo sobre até quando devem seguir os padrões sociais de normalidade. Espero, de coração, que a leitura deste livro ajude na o leitor na reflexão sobre suas motivações e sonhos. O que desejo a todos é uma vida mais plena, cheia de autoaceitação e felicidade.

Como cuidar da saúde mental?

Saúde mental. Nos dias de hoje, um dos mais complexos temas com o qual precisamos lidar. As mudanças no estilo de vida, que em poucos anos se tornou atrelado à uma vida nas redes sociais trouxeram novas necessidades. Enquanto o acesso à informação aumenta em nossas rotinas, os cuidados com os sentimentos e emoções não aumentaram na mesma proporção. Esse descompasso pode acarretar em sérios problemas em saúde física e mental.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, em 2021, havia no mundo mais de 350 milhões de pessoas diagnosticadas com depressão. Além disso, no Brasil, cerca de 5,8% da população sofre pela doença. A depressão é uma condição que pode ser incapacitante. Além disso, influencia a vida das pessoas que sofrem pela doença, como também daquelas de sua convivência. Em tempos pandêmicos, o problema se tornou ainda maior. O medo de morrer, de perder pessoas próximas e várias outras incertezas potencializaram ainda mais o surgimento de novos problemas de saúde mental.

Muitas preocupações têm surgido diante de tantas mudanças. Cada vez mais pessoas sentem dúvidas e ansiedade em relação à própria saúde mental. As novidades constantes nas redes sociais nos fazem questionar se temos uma vida realmente completa. Nos perguntarmos se é normal não estarmos felizes o tempo todo. E será que alguém está? Os sentimentos de tristeza e frustração podem acontecer, ou devemos nos esforçar para nos sentirmos bem sempre? As redes sociais criaram um padrão de perfeição a ser seguido, independente das nossas possibilidades e do que é real em nossa vida. Por isso, quando não estamos felizes, corremos o risco de acreditar que estamos doentes.

Em meio a tantas incertezas, recorrer ao uso de medicamentos é uma maneira de buscar alívio para nossas dores emocionais. É comum não nos sentirmos enquadrados nos padrões de beleza, status social e todas as outras áreas da vida. É natural acreditarmos que precisamos até mesmo de tratamento farmacológico para nos igualarmos aos modelos sociais que prevalecem.

Sua saúde, como vai?

Responder a essa pergunta exige que levemos em consideração diversas questões. Em primeiro lugar, devemos pensar: o que é necessário para ter saúde? Muitas pessoas consideram SAÚDE apenas o oposto de doença. Outras acham que ser saudável se restringe ao acesso a uma ampla gama de profissionais e serviços especializados.

Ter saúde vai além disso. Viver de forma equilibrada, buscando medidas de prevenção e promoção de bem estar são maneiras de conquistar uma vida melhor e mais duradoura. Para tanto, é preciso deixar de lado a ideia que a saúde está restrita aos aspectos físicos. Saúde não é apenas o contrário de doença física. Questões mentais, emocionais, sociais e até mesmo espirituais também precisam ser trabalhadas.

Existem fatores externos e internos que nos impulsionam a ter mais ou menos saúde. Embora muitas vezes não percebamos, as emoções podem influenciar o desempenho do nosso corpo e da nossa mente. Há estudos que indicam que emoções reprimidas podem desencadear processos patológicos e agir como fator prejudicial à recuperação de indivíduos doentes que fazem tratamentos. Um exemplo é o que foi observado por duas pesquisadoras Universidade de Brasília (UnB), em