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Loucura...é Não Procurar O Psiquiatra
Loucura...é Não Procurar O Psiquiatra
Loucura...é Não Procurar O Psiquiatra
E-book210 páginas7 horas

Loucura...é Não Procurar O Psiquiatra

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Sobre este e-book

Este livro se destina a uma abordagem para vencer o preconceito existente ao procurar uma ajuda médica psiquiátrica. Baseado em casos reais, as histórias retratam a vida de pessoas comuns que não estão loucas , porém, sofrem de condições emocionais que prejudicam suas vidas, mas que não sabem que são motivos para procurar um psiquiatra. O livro tem casos clínicos, depoimentos e artigos sobre diversos temas em psiquiatria.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de jul. de 2020
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    Loucura...é Não Procurar O Psiquiatra - Paula Borba

    1ª edição - Natal/RN - 2019

    ©2019 Paula Borba

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida, total ou parcialmente, por qualquer meio ou forma sem a citação da fonte.

    Projeto gráfico e capa Heverton R.

    Imagem da capa iStock - ID da foto:1142868329 - Victor_Tongdee

    Imagens abertura

    Parte I: iStock - ID da ilustração:165907618 - Jayesh

    Parte II: iStock - ID da ilustração:1168894271 - Ponomariova_Maria

    Parte III: iStock - ID da ilustração:963854108 - Lidiia Moor

    Revisão

    Libny Freire

    Impressão

    Offset Gráfica e Editora www.offsetgrafica.com.br

    Catalogação na fonte: Ana Cláudia Carvalho de Miranda - CRB15/261

    B726l Borba, Paula.

                      Loucura... é não procurar o psiquiatra / Paula Borba - Natal/RN: 

                8 Editora, 2019.

                      214 p. :il.

                      ISBN: 978-85-54358-24-2

    1.Psiquiatria - Casos clínicos. 2. Medicina Psiquiátrica - Preconceito.

                3. Depressão. I. Título.

    CDU: 616.89

    APRESENTAÇÃO

    Este livro se destina a uma abordagem para vencer o preconceito existente ao procurar uma ajuda médica psiquiátrica. Baseado em casos reais, o livro busca provocar no leitor uma identificação em si ou em alguém que ele convive com as histórias de vida e os sintomas que o alertam para situações de adoecimento mental e que necessitam de uma avaliação profissional. Os casos retratam a vida de pessoas comuns que não estão loucas, porém, sofrem de condições emocionais que prejudicam suas vidas, mas não sabem que são motivos para procurar um psiquiatra. O livro é dividido em partes independentes que facilita ao leitor ler o tema que lhe é interessante, apresenta casos clínicos atendidos pela autora, depoimentos de seus pacientes e seus artigos publicados na mídia, dando um caráter genuíno à obra.

    A autora é psiquiatra clínica há 15 anos, doutora em Neuropsiquiatria e professora universitária há 10 anos, com experiência na área de atendimentos a pacientes, participou de inúmeras palestras sobre os temas aqui apresentados, entrevistas e ações de promoção e prevenção à saúde mental, combatendo o preconceito e estigma. Com linguagem acessível e retratando a realidade, a maior intenção deste livro é estimular a prevenção em saúde mental quando o leitor se identificar com as histórias aqui contadas.

    Desconheço livro voltado para vencer o tema do preconceito em saúde mental, ou seja, psicofobia, principalmente à base de relatos reais. Permite uma leitura livre, sem estar preso à ordem dos capítulos, abordagem de variados temas em psiquiatria, acessíveis ao leigo, mas importante para os profissionais da área, pois podem se inteirar sobre histórias clínicas e seus desfechos.

    As pessoas tendem a procurar informações que lhe identificam ou retratam coisas em pessoas que convive estreitamente com o objetivo de entender o que se passa ou compreender as atitudes do outro. Neste livro, o leitor terá o relato de vários exemplos de vida, com muitos temas de adoecimento mental falados atualmente, em uma narrativa leve e compreensível, esclarecendo, por meio informal, o entendimento do que concerne um atendimento em psiquiatria sem serem casos de loucura.

    Paula Borba

    INTRODUÇÃO

    O preconceito é o analfabetismo da alma.

    Autor desconhecido

    Você é normal? Se respondeu sim, você pode ser uma pessoa em potencial a procurar um psiquiatra. Sabe por quê? Porque os normais é que vão procurar ajuda. Os loucos podem nem perceber que assim estão e, portanto, não vão, pelo menos espontaneamente, ao médico psiquiatra. Entretanto, se você percebe que algo em si próprio ou em sua maneira de levar a vida não está muito saudável, você certamente desejará melhorar. Pois, assim são os atuais pacientes psiquiátricos: pessoas normais que querem melhorar algo em sua vida.

    Ainda se você respondeu que é normal, também pode estar certo, porém não precisa esperar que algo lhe tire da normalidade para se beneficiar de uma ajuda profissional. Pode-se perceber algo que você deseje melhorar. Vamos lá, sem preconceito, pense em como e/ou quanto você poderia ser ajudado por um profissional da psiquiatria ou da psicologia para conversar sobre algum conflito existencial, reflexões de sua vida ou prevenir um potencial adoecimento mental. Nesse mundo atual de tantos estímulos externos, cobranças, exigências e também frustrações e preocupações, as pessoas estão sujeitas a um estado de adoecimento psíquico o qual prejudica o desempenho do dia a dia, e que pode evoluir para um transtorno mental como ansiedade, depressão ou transtorno de adaptação. Na rotina do dia a dia surgem fatores externos, potencialmente estressores, que desencadeiam ou servem de gatilho para o adoecimento mental: separação conjugal, traição, demissão ou desemprego, nascimento de filho, mudança para outra cidade, perdas de amigos e familiares, pressões em desempenho escolar e trabalho, acometimento por doenças graves e tantos outros.

    Hoje em dia, uma situação bem comum de sofrimento psíquico, que provoca ansiedade e humor deprimido, é o enfrentamento de um ambiente de trabalho estressante. Ambientes de trabalho com pressão psicológica, sobrecarga ou desavenças podem levar a estados de intensa ansiedade, inclusive manifestado por um adoecimento físico, fazendo surgir várias doenças no corpo daquele que sofre. São causas de doenças dermatológicas, gastrites, doenças intestinais, perdas ou ganhos de peso desproporcional, insônia, hipertensão, dores de cabeça e dores crônicas. As doenças citadas são uma linguagem do corpo, refletindo o sofrimento psíquico que o indivíduo está passando. Quantas pessoas sofreram com sintomas aparentemente de uma doença física, os quais foram investigados exaustivamente por várias especialidades médicas, porém, não se encontrou uma causa que justificasse tais sintomas? É assim que se manifestam muitos transtornos psiquiátricos, mascarados pelas queixas físicas espalhadas pelos consultórios de diversas especialidades médicas. Depois de esgotadas as buscas por diagnósticos, decorrentes de outras condições médicas gerais, é que a pessoa recebe o encaminhamento ao psiquiatra.

    E por que as pessoas demoram tanto para chegar ao psiquiatra? Pelo estigma e pelo preconceito: quem vai ao psiquiatra é louco. O estigma e o preconceito, portanto, atrasam o diagnóstico correto, perpetuando a doença por mais tempo, além de todo o prejuízo sócio-ocupacional daquele que está doente. Quanto mais rápido se faz o diagnóstico correto pelo psiquiatra, maior a chance de recuperação da saúde. Outro estigma do tratamento é o rótulo de que todo psiquiatra passará grande quantidade de medicamentos de modo que o paciente aparentará um aspecto dopado. Hoje em dia é bem provável ter uma pessoa ao seu lado que faz uso de medicações psiquiátricas e você nem percebe. Isso é um avanço da psicofarmacologia. Inclusive, deve ser louvado o surgimento destas medicações. Antes da década de 80, as pessoas morriam de depressão por falta de medicamentos. A depressão per si não mata, porém, as consequências de uma depressão grave como se recusar a se alimentar ou fazer higiene, levavam a um estado de desnutrição ou de adoecimento por outra condição médica que levava à morte. Com a descoberta dos psicofármacos, muitas vidas foram salvas e proporcionaram uma digna qualidade de vida às pessoas portadoras de transtorno mental, reinseridas no meio social, laboral e familiar.

    Engraçado que quando vamos passar o remédio para o paciente, ele se surpreende e diz: doutor, vai passar um remédio controlado? e eu digo: e a senhora queria que eu passasse um remédio descontrolado?. É o momento de descontração da consulta. Como qualquer outro órgão em nosso corpo, o cérebro, responsável pela mente, necessita de neurohormônios para permitir um adequado estado de humor, de atenção, de raciocínio e discernimento. Os psicofármacos são as medicações utilizadas na psiquiatria com um mecanismo de ação capaz de retomar a organização desses hormônios produzidos pelos neurônios os quais ficaram insuficientes após o adoecimento mental. E são por esses conhecimentos neurobiológicos que as doenças mentais são reconhecidas e tratadas através dos protocolos e diretrizes internacionais. Então, mesmo com essas explicações sobre o tratamento, o que ouço da maioria das pessoas no primeiro dia da consulta é por quanto tempo vou precisar usar este medicamento?. Entretanto, nas consultas seguintes, passo a escutar não quero deixar mais nunca esse medicamento. Essa mudança de perspectiva não se trata de dependência e, sim, do significativo benefício proporcionado pelo tratamento, retirando a ansiedade, por exemplo, melhorando a atenção, concentração e memória, permitindo um funcionamento de vida mais adequado do que a pessoa sempre viveu. É só conversar com alguém que se beneficiou do tratamento psiquiátrico para saber o impacto da mudança em sua vida.

    Há décadas, a ciência já sabe que os fatores estressores ambientais são potenciais para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas, somados à vulnerabilidade biológica e psicológica de cada pessoa. Por que então não se fala em prevenir o adoecimento mental?

    Existem tantas campanhas de prevenção a doenças infecciosas, doenças crônico-degenerativas como hipertensão e diabetes e tantas medidas preventivas em saúde física, entretanto não se tem a cultura da prevenção em saúde mental. Fazer prevenção em saúde mental é reconhecer indivíduos em estado mental de risco para o desenvolvimento de um transtorno psiquiátrico. Parece um raciocínio matemático: expressão biológica (genética, hereditariedade) mais eventos estressores ambientais, igual a possibilidade de adoecimento mental. Qualquer um pode fazer isso reconhecendo em si próprio, ou observando em outra pessoa, sinais de sofrimento psíquico, exposição a fatores estressores e história de pessoas com doenças psiquiátricas na família. Em estágios iniciais, a pessoa manifesta sinais de ansiedade, muda o comportamento e as relações interpessoais, tem dificuldade em manter o desempenho diário adequadamente, provavelmente por estar sofrendo de um transtorno de ansiedade ou de estresse. Ressalta-se, entretanto, que a grande importância da atitude em reconhecer os sintomas iniciais é prevenir a evolução para quadros mais graves como a depressão. A depressão pode se tornar consequência

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