Doma Vaquera e Equitação de Trabalho

De Luis Silva

Doma Vaquera e Equitação de Trabalho - aprenda equitação clássica com equitação de trabalho espanhola!

 

A Doma Vaquera é uma técnica de equitação particularmente intensiva que foi utilizada no século XVII pelos pastores espanhóis para enfrentar o terreno acidentado e muitas vezes perigoso da Andaluzia. Até hoje, tornou-se uma técnica que prova, mais do que qualquer outra técnica de equitação, quão forte pode ser a ligação entre dois indivíduos e, consequentemente, entre os cavaleiros e os seus cavalos. O trabalho a cavalo tornou-se uma verdadeira dança, emocionando espectadores de todo o mundo com uma técnica particularmente selvagem e no entanto tão elegante que não pode ser vista em mais lado nenhum.

 

Mas como se pode aprender exactamente esta forma de andar a cavalo, que está a encontrar cada vez mais entusiasmo e, consequentemente, cada vez mais pessoas interessadas nos dias de hoje? Que raças de cavalos são particularmente adequadas para o trabalho bastante difícil e que expressão é realmente a correcta? Vale a pena comprar uma sela tradicional Doma Vaquera e que regras devem ser observadas num torneio?

 

O conteúdo do livro é o seguinte:

• Contexto histórico
• Doma Vaquera - a técnica tradicional de equitação
• O cavalo certo
• O equipamento
• Torneios e eventos
• Excursus: Equitação de trabalho

 

Este livro é escrito para todos aqueles que estão interessados em reavivar esta velha equitação de trabalho. No entanto, isto pode levantar algumas questões e especialmente os jovens cavaleiros que realmente se apaixonaram por esta técnica são muitas vezes deixados em desespero.

 

Para garantir que isto não aconteça, este livro pretende responder a todas as questões necessárias e encorajar os cavaleiros a atirarem-se para este mundo fascinante.

• Idioma: Português
• Editora: Luis Silva
• Data de lançamento: 5 de set. de 2022
• ISBN: 9798215755419

Pré-visualização do livro

Doma Vaquera e Equitação de Trabalho

––––––––

Luis Silva

Índice

Índice

Introdução

Contexto histórico

Doma Vaquera -  a técnica tradicional de equitação

O cavalo

Físico ideal

Raças de cavalos

O equipamento

O equipamento do cavalo

Torneios e eventos

Digressão:  Equitação de trabalho

Palavras de encerramento

Lista de fontes

Introdução

Doma Vaquera é uma das técnicas de equitação mais tradicionais que se desenvolveram na história da equitação. Com origem na Andaluzia, no sul de Espanha, este estilo especial de equitação representa uma técnica de equitação exigente mas harmoniosa que traz consigo uma ligação muito especial entre homem e cavalo. Esta aliança entre cavaleiro e cavalo deu origem a uma das disciplinas mais belas da Europa, em que o cavaleiro cavalga com apenas uma mão enquanto a outra segura um poste de madeira de três metros de comprimento para apresentar obstáculos lúdicos sob a forma de uma coreografia. Originalmente um substituto para o cão pastor nas terras altas da Andaluzia, cujas planícies e colinas são difíceis de ultrapassar a pé, o referido poste de madeira já não é utilizado para pastorear ovelhas ou para separar animais jovens do seu grupo ou para os apanhar novamente, mas sim esta técnica tradicional tornou-se uma disciplina cheia de controlo, mas acima de tudo cheia de confiança entre o homem e o animal, o que ainda hoje é demonstrado com grande orgulho em grandes e conhecidos torneios.

Montar com uma mão - e na maioria dos casos com a mão não dominante, uma vez que a garrocha e, portanto, o poste de madeira é tradicionalmente segurado na mão direita - é por vezes muito difícil mesmo para especialistas experientes. Requer, portanto, não só confiança na própria capacidade e uma boa medida de auto-confiança, mas sobretudo uma forte ligação entre o cavaleiro e o seu cavalo. No mundo de hoje, o Doma Vaquera tornou-se assim um exercício disciplinar em que se pode mostrar o controlo que um cavaleiro realmente tem sobre o seu cavalo e se a sua montada o segue incondicionalmente em cada movimento.

A questão de saber se este estilo particular de equitação é realmente correcto para o cavalo deve ser colocada por cada cavaleiro prudente mesmo antes da primeira sessão de treino ou antes de se familiarizar com uma garrocha. Nem todas as montarias são feitas para superar obstáculos e obstáculos de forma particularmente elegante. Entretanto, o actual estilo livre do Doma Vaquera assemelha-se mais a uma dança do que aquilo que costumava ser na realidade. O aspecto que mudou em conformidade é que nem quase todos os cavalos podem ser utilizados para este trabalho. Deve ser dada atenção à raça e às características reais do animal.

O estilo original de equitação de trabalho tornou-se uma disciplina oficial de competição por volta de 1987. Exige-se uma mudança particularmente voadora entre a marcha e o galope, na qual são mostrados elementos de forte aceleração com paragens rápidas, mudanças de ritmo e de direcção para trás, paredes laterais e voltas de vaquera. Tornou-se assim uma equitação competitiva que quase se assemelha a uma dança coreografada, razão pela qual o cavalo é também visto por muitos cavaleiros mais como um parceiro de dança do que como um animal de equitação ou mesmo de trabalho. Entre outras coisas, Doma Vaquera é um estilo de equitação muito exigente que não deve ser encarado de ânimo leve.

Devido à parte coreográfica desta disciplina, é muitas vezes uma questão de ambas as partes aprenderem de cor os passos certos e depois, é claro, reproduzi-los habilmente. Uma dança tem de ser ensaiada. Só por esta razão, nem todos os cavalos são feitos para a técnica de equitação exigente. No trabalho real de montar, não houve necessidade de memorizar ou reproduzir passos especiais ou uma mudança exacta entre o passeio e o galope. Em vez disso, surgiram situações imprevisíveis sempre que um animal se separou do ou quando ocorreu uma mudança imprevista do tempo e os rebanhos tiveram de ser conduzidos para a frente. No entanto, não é apenas a parte estilo livre que é exigente, mas há muitos outros factores que fazem do estilo de equitação uma técnica muito especial, onde até um profissional tem de admitir que um ou outro problema pode ocorrer.

O desporto equestre em si mesmo é um desporto completamente perigoso em que podem ocorrer lesões desagradáveis, porque em última análise um cavaleiro está a equilibrar o seu peso num animal selvagem com várias centenas de quilos, que continua a ter vontade própria e pode, portanto, também, por exemplo, subir para as suas patas traseiras em qualquer altura. Além disso, os cavalos são particularmente sensíveis aos ruídos altos e, portanto, também à música, por exemplo, que é muitas vezes tocada durante os freestyles coreográficos. Toda a confiança do cavaleiro está nas costas de um animal domesticado, que deve ser mantido sob controlo. O equipamento de equitação correcto, por exemplo, é por isso tão importante como a ligação segura e estabelecida entre o cavaleiro e o veículo. No entanto, podem ocorrer lesões em qualquer altura, mesmo que ambas as mãos estejam sobre as rédeas. Contudo, este não é o caso com esta técnica especial de equitação. O Doma Vaquera precisa de outra ajuda para além do cavaleiro e do cavalo. Portanto, não podem ser deixadas as duas mãos nas rédeas nesta exigente técnica de equitação.

Em vez disso, a garrocha é tradicionalmente segurada na mão direita, que pode ser usada para espetar em terreno arenoso, em torno do centro do qual o cavalo de equitação deve ser conduzido num estilo livre coreografado. A galope total, ainda que uma volta tão apertada da garrocha implique normalmente descer ao ritmo da marcha, isto significa, entre outras coisas, que não só existe precisamente um peso adicional na forma do poste de madeira numa mão - que também não pode ser dobrado ou reduzido em tamanho, criando um obstáculo inevitável também para o cavaleiro - mas também significa que deve ser colocada mais confiança no trabalho a pé e, portanto, no deslocamento do peso.

O Doma Vaquera deve, portanto, ser abordado particularmente lentamente, uma vez que o cavalo deve primeiro familiarizar-se com a garrocha, que é um objecto estranho para o animal. Consequentemente, necessita de uma fase muito especial de aclimatação, uma vez que a referida garrocha será uma companheira constante ao lado do cavaleiro real. Demorar tempo suficiente desde o início para se habituar a novos objectos e, portanto, também o novo equipamento pode, portanto, obter algumas grandes vantagens no curso posterior da formação.

Este livro pretende dar uma visão sobre a complexa mas fascinante forma de montar o Doma Vaquera e assim ajudar especialmente aqueles que procuram uma introdução a este campo cheia de confiança e paixão. Afinal, com a ajuda certa e algumas dicas, isto é possível para absolutamente todos os cavaleiros. Tudo o que é necessário é encontrar o cavalo certo, mas também é possível para o próprio amigo e amigo de quatro patas de muitos anos, entrar neste difícil campo de adestramento. Como isto funciona exactamente e como melhor construir uma ligação perfeita entre cavaleiro e cavalo será agora discutido.

Contexto histórico

O Doma Vaquera nem sempre foi uma disciplina em torneios em que movimentos graciosos podiam ser usados pelo cavaleiro para mostrar o quanto ele podia desafiar os obstáculos relacionados com a natureza, ou em que coreografias de ginástica eram usadas para impressionar