Alvinos: O Retorno

De Rondon

Quando o jovem Álvaro desaparece de forma misteriosa em meio à floresta Morgam, uma antiga lenda volta à tona com força. A equipe de buscas, liderada pelo xerife Scot, está certa de que os Alvinos realmente existem e podem ter algo a ver com o desaparecimento. O desenrolar dos fatos com cobertura ao vivo da TV irá mostrar que nem tudo é o que parece.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 9 de jan. de 2019

Pré-visualização do livro

ALVINOS: O RETORNO

Os laços de sangue não devem ser desconsiderados

ALVINOS: O RETORNO

Os laços de sangue não devem ser Desconsiderados

Eracio Rondon

2019

Copyright © 2019 by Eracio Rondon

Índice para catálogo sistemático:

Ficção – Brasil CDD B869.3

Literatura brasileira CDD B869

Agradeço de coração a todos que se prontificaram a ler os originais desta obra e que contribuíram com sugestões práticas, tornando-a tal como está.

Dedico este livro à minha esposa Patrícia e aos meus filhos Paola, Pablo, Paulo e Jean Paul.

Sobre o autor

Nascido na zona rural de Cáceres, interior do estado de Mato Grosso em 1977, Eracio Rondon (cujo nome completo é Eracio Oscar Rondon Bacca) ficou longe da escola por muitos anos. Somente depois de casado e já com três filhos, cursou Letras e passou a atuar como professor. Sempre gostou de ler e inventar/contar histórias aos filhos. Assim, quando professor da disciplina de Leitura e Produção de Texto viu se plenamente envolvido no incentivo à leitura e escrita, então, surgiu a história dos Alvinos, que foi brotando sem pretensão e se tornou o livro que agora você tem em mãos. Atualmente o autor reside em Votuporanga, interior de São Paulo.

Era madrugada, estava clareando rapidamente e a lua cheia, quase apagada pelo sol que irrompia no horizonte, já tinha completado três quartos de seu percurso. Ele se perguntava se não era melhor voltar para o carro em que seu pai o aguardava. Já caminhava há cerca de duas horas em busca de socorro. Como encontrar socorro naquele lugar ermo, distante de tudo? Estava completamente suado e seus pés doíam na bota de couro. Já tinha tirado a camisa e a calça grossa colava nas pernas, completamente encharcadas de suor. Sua pele clara estava vermelha pelo esforço empregado na caminhada rápida. O percurso parecia ter uns cinco quilômetros a estrada era sinuosa e cheia de subidas e descidas. Concluiu que devia ter voltado antes e ficado esperando ajuda junto ao pai, mas agora era tarde pra voltar.

A estrada de terra que cortava a floresta Morgan era pouco usada, mas não podia haver perigo, ainda mais em uma madrugada de sábado e manhã de domingo. Nenhuma fazenda ou sítio parecia haver nesse longo percurso. Era preciso torcer para encontrar apoio logo.

Olhou o relógio e este marcava cinco horas e cinquenta minutos. De repente, avistou uma porteira de madeira e uma casinha de barro com uma fraca luz acesa, parecia mais uma miragem, mas era sua última e única esperança. O casebre estava a cerca de uns oitocentos metros da porteira. Resolveu ir até lá.

Quando abriu a cancela não deixou de notar um símbolo estranho do lado de fora e de dentro da porteira que representava, talvez, a marca do proprietário. A temperatura também era sensivelmente diferente, parecia estar entrando em uma sauna. O calor que sentiu ao atravessar aquela porteira era quase que visível devido à densidade. Ainda voltou uns passos para trás para ver se era real e prosseguiu, mesmo não sabendo bem para onde rumava.

A estrada que levava à casa era pouco usada, não havia marcas indicando um caminho a não ser o de um veículo de duas rodas sobre a vegetação rasteira. Que parecia ter passado ali há poucas horas.

À medida que chegava mais próximo notou que a casa era bem maior do que parecia à distância. O dia já raiava no horizonte quando se ouviu suas primeiras palmas, bateu três vezes, sem resposta. Resolveu chegar mais perto e olhar pela janela que estava aberta.