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Origens
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E-book102 páginas1 hora

Origens

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Sobre este e-book

Um tributo a literatura fantástica contendo apenas contos sobre dois seres fantásticos, vampiro e lobisomem. Mas, nada de modernismo nestes seres aqui apresentados. Estamos falando de contos completamente fora da atualidade onde um Spotify ou Netflix, simplesmente não existe, e o motivo é bem simples, os textos aqui apresentados são antes da era digital, ou seja, nada de internet para estes seres. Se você adora uma leitura Old Shool, então venha conferir o que os participantes prepararam para você neste baile de sangue.

IdiomaPortuguês
EditoraObook
Data de lançamento25 de nov. de 2022
Origens

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    Origens - Vários Autores

    Ficha do Livro

    Origens,

    Vários Autores

    Capa: Obook

    Imagem da Capa: Adobe Stock

    Diagramação e Edição: Obook

    Revisão de Texto: Feita pelos próprios participantes

    Copyright desta edição: 2022 © Obook

    Visite nosso site:

    obook.com.br

    Todos os direitos sobre esta obra são de exclusividade do selo independente Elemental Editoração, para qualquer tipo de informações ou reproduções sobre a mesma, é necessário a autorização antecipada pelo selo assim como pelos autores participantes deste projeto.

    Sumário

    A fera

    A tragédia de Hans Leiden

    Bloody Mary

    Desejo atendido

    Lobisomem, o Prólogo

    Lua negra

    O rio que corre para o infinito

    O taxista

    Quando a luz teceu suas asas

    Temporada de caça

    A fera

    Jhordan Silveira de Borba

    r

    Armando era um homem ambicioso. Na metade da sua terceira década de vida participou de uma expedição garimpeira onde liderou outros quatro homens para o coração de uma floresta intocada pelo homem. Alguns anos atrás havia tido um sonho, uma revelação, acreditava ter sido um presságio do futuro glorioso que o esperava. Neste sonho havia encontrado uma imensa riqueza no coração da floresta.

    Havia levado alguns anos para organizar e conseguir reunir os recursos e homens de que precisava. Não era uma viagem ao zoológico, convivendo com as belezas paradisíacas da floresta, o verde vivo de suas folhas e sua água pura e transparente, também havia histórias sobre inúmeros perigos.  Alguns eram perigos naturais, como lendas sobre grandes felinos capazes de destroçar um homem e doenças desconhecidas para a civilização transmitidas por pequenos insetos. E também havia alguns perigos legais devido à proteção legal que as reservas naturais possuíam.

    Nada disso iria impedi-lo de tornar seu sonho realidade. Havia até mesmo deixado sua mulher e dois filhos para trás. Sua riqueza o mineral o esperava, ele sentia. Se fosse preciso derrubar árvores mais velhas que a própria sociedade humana, poluir rios, escavar rochas e cavocar o solo até alterar o leito dos rios, faria. A riqueza existia para servir ao homem. Durante a primeira semana o grupo trabalhou com afinco, apesar de não terem encontrado nada de valor, também não encontraram nenhum problema, lembrando de todas as ameaças que o aguardavam, isto por si só podia ser considerado uma pequena vitória a celebrar. 12h por dia, 7 dias por semana, o pequeno grupo trabalhava motivado com a promessa de riquezas, eram jovens com sonhos, o sentimento geral era de que era apenas uma questão de tempo, nenhum obstáculo podia pará-los. Foi no começo da noite do sétimo dia que surgiram os primeiros sinais de problemas. Em uma bastante iluminada noite, a lua cheia exibia todo seu esplendor no céu noturno quando Bruno, o membro mais novo do grupo, se ausentou da área de mineração alegando precisar usar o banheiro. Bruno não voltaria a ser visto com vida.

    O restante dos homens trabalhou por mais algum tempo, a visibilidade se manteve alta até o começo da madrugada e não queriam desperdiçar uma oportunidade de trabalhar até mais tarde, quanto mais trabalhassem mais rápido voltariam ricos para a casa. Conforme Bruno não retornava, uma preocupação crescia nos homens, a volta para o acampamento foi feita em silêncio, nem uma palavra foi trocada entre os homens. Havia uma desconfiança de que algo estava errado, mas ninguém deseja ser o primeiro a admitir estar preocupado, poderia ser entendido como sinal de fraqueza, e ninguém queria parecer fraco vivendo isolado em uma floresta. Sem tocar no assunto assim que chegaram ao acampamento, todos foram imediatamente para o interior de suas barracas ainda em silêncio. O desejo era acreditar que Bruno apenas estava apenas passando mal no interior da floresta devido aos péssimos hábitos alimentares que eram cultivados por todos. Antes de partirem, todos haviam escutado sobre a floresta, homens desaparecidos que nunca mais voltavam, mas eram apenas histórias para afastar as pessoas da floresta.

    O acampamento era precário, não existia um banheiro de fato, o que havia eram alguns lugares que os integrantes usavam para fazer suas necessidades. Antes de dormir, Armando decidiu fazer uma ronda em busca de Bruno, ele era o responsável, Bruno havia fugido do trabalho no final do dia, sempre foi o mais preguiçoso e precisava de uma atuação enérgica para garantir que trabalhasse duro. O corpo de Bruno foi encontrado a algumas centenas de metros do acampamento. Os sinais indicavam haver lutado contra uma fera selvagem, uma luta em que Bruno não teria tido a menor chance. Garras haviam rasgado sua carne e retirado a vida do seu corpo. Cortes frontais verticais eram os ferimentos mais visíveis, o resto se perdia em um banho de sangue.

    Armando enterrou Bruno ali mesmo, perto dos próprios estrumes. Raiva e medo cresciam em seu interior. O descuido de Bruno havia lhe custado um funcionário, precisaria agora trabalhar mais tempo até poderem voltar para casa, todos sabia haver riscos na floresta e era necessário tomar cuidado. Também era agora que pela primeira vez os perigos da floresta começavam a parecer reais. Guardou a notícia consigo até o dia seguinte, precisava dormir e organizar os pensamentos sobre como informar o resto do grupo para não criar histeria.

    No dia seguinte, logo pela manhã, informou o acontecido aos outros três homens, Eduardo, Lucio e Roberto. O resto do grupo também sentiu raiva e medo. Medo pelos perigos da floresta que agora lhe pareciam reais, e raiva pelo desprezo por suas vidas que Armando não escondia. De 5 funcionários no primeiro dia, agora apenas 3 iriam trabalhar no garimpo, decidiram manter um funcionário na vigia fazendo rondas na área para evitar surpresas. A semana seguinte passou significativamente diferente da anterior, não foi apenas mais cansativa fisicamente, mas também emocionalmente. Todo farfalhar de folhas colocava o grupo inteiro em alerta. O novo posto de vigia também era extremamente exaustivo mentalmente, havia uma constante tensão no ar. No fim do dia, todos se mantinham alerta durante as 24h do dia, gerando um desgaste que se acumulava dia após dia.

    Havia passado quase mais outra semana inteira, Armando, Lucio e Roberto estavam garimpando enquanto Eduardo ocupava o posto de vigia. Os três homens imediatamente estremeceram ao ouvir gritos vindo de longe. Uma semana depois as coisas começaram a parecer que se acalmaram e o episódio do Bruno havia sido algo extraordinário, os garimpeiros estavam começando a acreditar que poderiam trabalhar em segurança e sem preocupação. Ao ouvir os gritos desesperados e agonizantes, todos souberam que isso era uma ilusão. Imaginavam o que encontrariam se fossem atrás de Eduardo, ninguém ansiava por esse encontro, mas era preciso. De comum acordo, os três homens decidiram correr juntos na direção dos gritos, andar em bando é algo que deu sempre coragem aos homens.

    Ao chegarem no destino, para Armando não havia novidade, agora para Lucio e Roberto ver um ser humano parcialmente destruído era novidade, e uma novidade impactante. A luz da lua cheia sobre o cadáver de Eduardo conferia um ar ainda mais macabro àquela cena. Pela dimensão dos ferimentos, imaginavam ser preciso que a fera tivesse uma força muito além de um ser humano normal. Devia ser a maior fera que já existira. Eduardo estava em uma situação ainda pior que Bruno, havia sido não apenas rasgado por poderosas garras, mas parte de seu abdômen também havia sido arrancado no que parecia ser o trabalho de uma mandíbula extremamente forte. Era uma cena de horror que se revelava diante do grupo de garimpeiros.

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